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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS 

SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS FLORESTAS 

Nemátodo da Madeira de Pinheiro

Reunião do
Conselho Consultivo para a Fitossanidade Florestal
22 de Julho de 2008

Principais linhas de orientação


Tendo em conta a importância e gravidade do problema NMP e a
necessidade de se promover um conjunto vasto de medidas e acções,
o Conselho Consultivo para a Fitossanidade Florestal, reunido no dia 22
de Julho de 2008, sob a presidência do Secretário de Estado do
Desenvolvimento Rural e das Florestas, analisou aprofundadamente as
propostas apresentadas pela Autoridade Florestal Nacional e pela
Autoridade Fitossanitária – DGADR.
O CCFF considerou, com muita acuidade, que se deve garantir que o
estudo, acompanhamento e erradicação deste problema não se pode
limitar ao território português, devendo a Comissão Europeia
acompanhar o problema e decidir sobre a existência de um programa
mais amplo sob o ponto de vista territorial. Ao mesmo tempo se
considerou relevante que a CE possa determinar medidas de apoio
especiais, tendo em conta as vastas áreas de intervenção.
Para além disso foram consideradas as seguintes áreas de planeamento
e de intervenção que serão alvo de contratualização:

1. Investigação

a) Definição de uma estratégia de investigação visando a aquisição de


conhecimento científico para o controlo da doença através da
limitação populacional do insecto-vector e do nemátodo.
b) Estudo, desenvolvimento e adaptação de métodos expeditos de
diagnóstico e de identificação do NMP.
c) Acompanhamento da evolução da doença em todas as regiões do
país com determinação de indicadores;
d) Desenvolvimento de projectos que visem o melhoramento genético,
incluindo neles as entidades nacionais de investigação;
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SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS FLORESTAS 

2. Informação

a) Execução urgente de materiais de apoio e de informação – AFN e


OPF’s;
b) Definição, em conjunto com as OPF’s, de um sistema de informação
nacional, permanente e flexível, designadamente quanto às áreas que
apresentam árvores com sintomas de declínio e promoção de
aconselhamento técnico através de manuais de boas práticas;
c) Garantia de existência e disponibilização de dados fiáveis de
existências e de movimentos nos mercados que possibilitem o
planeamento e gestão por parte das empresas;

3. Prospecção e amostragem

a) Definição de uma estratégia nacional de fitossanidade do pinheiro


bravo visando, simultaneamente, o controlo do NMP e o insecto-vector,
mas também de todos os outros agentes bióticos indutores de declínio e
mortalidade.
b)Estudo das tecnologias existentes e verificação das suas
competências técnicas para a identificação permanente das áreas
com declínio;
c) Definição de um mecanismo expedito e simplificado que induza o
proprietário a abater e a manifestar as árvores doentes com a garantia
de boa informação e de capaz acompanhamento técnico;
d) Criação de uma rede de armadilhas colocadas de acordo com a
orientação do Instituto Nacional dos Recursos Biológicos e da Direcção-
Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural destinada à captura do
insecto vector;

4. Erradicação, retirada e eliminação

a) Flexibilização dos processos relativos ao abate da madeira onde se


verifique a existência de NMP;
b) Eliminação da regra de abate no raio de 50 metros sem que esteja
garantia a sua justificação técnica (excepção na nova Zona Tampão);
c) Garantia de intervenção pelo corte em qualquer época do ano
desde que sejam cumpridas as regras definidas pela Autoridade
Florestal Nacional e pela Autoridade Fitossanitária Nacional;
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SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS FLORESTAS 

d) Analise, sob o ponto de vista jurídico, da viabilidade e estudo sobre a


estrutura necessária, para que se possa ponderar a criação um sistema
de garantia e de intervenção no mercado da madeira;

5. Transformação

a) Levantamento da situação relativa à realidade existente no território


e à capacidade técnica instalada;
b) Criação de um programa nacional de apoio às industrias (serrações)
que permita a existência urgente e capaz de tratamento térmico
necessário ao movimento externo da madeira de pinho;
c) Externalização da certificação de instalações e de garantia de
procedimentos na realização de tratamento;

6. Controlos e Movimentos

a) Aprovação, por parte da entidade policial competente, de uma


Directiva Operacional destinada ao Controlo do NMP;
b) Avaliação e desenvolvimento de processos legalmente compatíveis
de delegação de competências para a emissão de documentos de
transporte e de garantia fitossanitária – passaportes e certificados;

7. Acompanhamento

a) Alargamento do processo protocolado para a Região Centro para


todo o território nacional com a definição de um instrumento de
colaboração com as OPF’s;
b) Garantia de audição das estruturas, em razão da matéria, para a
definição dos programas e das acções – em sede de estrutura ad-hoc;
c) Garantia de um conhecimento permanente, por parte das
instituições integrante do CCFF, de todos os contributos científicos
existentes ou em desenvolvimento por parte das instituições científicas;

8. Revalorização florestal

a) Avaliação permanente da estratégia nacional e planos de


ordenamento incorporando as novas realidades e adequando
ordenamento florestal;
b) Estudo sobre a criação e funcionamento do Observatório de
Competitividade para a Fileira do Pinho.
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c) Promoção de contactos regulares entre as entidades gestoras do


PRODER e do FFP e as instituições integrantes do CCFF, no sentido de se
proceder ao encontro dos processos mais adequados que visem a
reflorestação e a revalorização dos territórios;

9. Meios

a) Valorização da estrutura de acompanhamento do NMP no âmbito


interno do MADRP;
b) Densificação das unidades de análise, planeamento e intervenção,
aos níveis nacional e regional, da Autoridade Florestal Nacional.
c) Melhor estruturação da rede de acompanhamento e da rede de
inspecção no âmbito da Autoridade Florestal Nacional;
d) Valorização o conhecimento técnico dos recursos humanos da AFN e
das entidades integrantes do CCFF em matéria fitossanitária;
e) Criação, em conjunto com as OPF’s, de Unidades de Intervenção
Rápida para rastreio e abates sempre que se justificar;

CCFF – 22 de Julho de 2008

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