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Para essa teoria considera-se ação como categoria pré-jurídica, coincidente com a realidade da

vida, não sendo puramente naturalista, nem finalista. Outros aspectos peculiares dessa
doutrina vêm a ser o critério funcional da teoria da imputação objetiva (tipicidade) e a
extensão da culpabilidade a uma nova categoria sistemática, a responsabilidade
(culpabilidade/necessidade preventiva da pena). A culpabilidade se apóia nos princípios
político-criminais da teoria dos fins da pena”. (Luiz Regis Prado)

5.2-Teoria da evitabilidade individual

“Substitui-se aqui a finalidade pela evitabilidade. Configura a ação como a realização de um


resultado individualmente evitável. Tem por finalidade conseguir obter um conceito onímodo
de comportamento, fundado na diferença de resultado: ação como “causação evitável do
resultado” e omissão “como não-evitamento de um resultado que se pode evitar”. (Luiz Regis
Prado)

IMPUTAÇÃO OBJETIVA

Considerações preliminares

A partir da doutrina de Roxin, o mundo jurídico passou a admitir a hipótese da existência de


uma imputação objetiva, tudo decorrente na fundamentação do estudo da estrutura criminal
em aspectos de política criminal. Para ele, antes de se pensar sistematicamente o crime, deve-
se analisá-lo politicamente.

Fernando Galvão diz que a imputação objetiva tem sua origem do Direito Grego, mas a sua
base teórica se acentuou no início deste século. Damásio Evangelista de Jesus, ao contrário,
sustenta que a teoria começou a se desenvolver há sessenta anos. Na verdade, as bases
filosóficas que, efetivamente, dão ensejo à teoria partem de Hegel, com sua filosofia
subjetivista/sociológica que se inicia com Durkheim, que dizia que uma sociedade normal deve
Ter em seu meio o crime, desde que não hajam excessos em quantidade e qualidade.

O fato é que se “forçou” significativamente a filosofia dos sistemas para se chegar ao Direito
Penal funcionalista. Segundo o que se prega, sendo o Direito uma parte do sistema social
(subsistema de um sistema global), a adequação social passaria a ser elemento normativo do
tipo.

Foi com base em um funcionalismo penal que se chegou à imputação objetiva, cuja aceitação
não é pacífica. Introduzida na Alemanha, migrou para a Espanha e alguns países latinos
americanos. No Brasil, os penalistas têm receio quanto à cientificidade da teoria, havendo
muitos julgadores favoráveis, outros, porém, receosos.

A nova teoria procura conjugar elementos das teorias outrora existentes. Em síntese, não é
uma nova teoria, mas uma compilação dos ensinamento das demais, visto que suas principais
inovações são:

A adequação social passa a ser elemento normativo do tipo;


Não se fala mais em resultado naturalístico, uma vez que ele será sempre caracterizado pelo
risco ao objeto jurídico. Dessa forma, desenvolveu-se a distinção entre risco permitido e risco
proibido;

A conduta só será imputável objetivamente ao agente se houver plausibilidade mínima entre a


conduta e o resultado final.

Na atualidade, a necessidade de uma relação de causalidade entre ação e resultado e a


determinação da ação típica enfrentam uma profunda crise. Diante dos segundo desses
objetivos, a doutrina dominante(de cunho eminentemente normativista) parece inclinar-se
pela absoluta impossibilidade de que uma teoria causal consiga delimitar com acerto quais
ações devem ou não ser consideradas típicas.

A imputação objetiva se apresenta como um complemento corretivo das teorias causais. A


imputação de um fato é a relação entre acontecimento e vontade. Significa, na verdade,
atribuir juridicamente a alguém a realização de uma conduta criadora de um relevante risco
proibido e a produção de um resultado jurídico.

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