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CURSO DE
CINEMA BRASILEIRO
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
CINEMA BRASILEIRO
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 HISTÓRIA DO CINEMA
1.1 A ORIGEM DA SÉTIMA ARTE
1.2 CINEMA MUDO
1.2.1 Chaplin
1.3 CINEMA ITALIANO
1.4 A INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA
2 SEMIÓTICA DA CULTURA E CINEMA
2.1 LINGUAGEM E SIGNOS AUDIOVISUAIS
2.1.1 Estética do Cinema Americano
2.1.2 Estética do Cinema Europeu
2.3 ESTÉTICA DO CINEMA BRASILEIRO
MÓDULO II
MÓDULO III
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5.6 GRANDES FILMES NACIONAIS E FESTIVAIS
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1 HISTÓRIA DO CINEMA
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Já a câmara escura, origem mais direta da sétima arte, apesar de ter seu
princípio enunciado por Leonardo da Vinci, no século XV só foi desenvolvido no
século seguinte pelo físico napolitano Giambattista Della Porta, projetando numa
caixa fechada, com um pequeno orifício coberto por uma lente, em que penetravam
e se cruzavam os raios refletidos pelos objetos exteriores. Dessa forma, a imagem
invertida aparecia na face do fundo, no interior da caixa.
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para captar e reproduzir a imagem do movimento. Outra descoberta que foi
fundamental para a criação do cinema foi a fotografia, desenvolvida por Louis-
Jacques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce.
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Segundo Santos (2003):
FIGURA 2 - CINETOSCÓPIO
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os maiores louros da invenção do cinema, pois possibilitou a projeção das imagens
para várias pessoas. O cinetoscópio era movido à manivela e utilizava negativos
perfurados, substituindo a ação das máquinas fotográficas para registrar o
movimento.
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FIGURA 4 - CINEMATÓGRAFO
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1.1 A ORIGEM DA SÉTIMA ARTE
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Os Lumière ficaram sendo os mais conhecidos da história e tiveram a
iniciativa de registrar várias paisagens do mundo, produzindo documentários para
difundir as diferentes culturas na França. Com o tempo, os filmes começaram a ter o
propósito de contar histórias. Surgem pequenos esquetes cômicos, com cenários
montados em cima de um palco, tendo um ar teatral, mas com a preocupação de
criar uma linguagem diferente entre teatro e cinema.
O mágico francês George Meilés, em 1902, foi o primeiro a filmar uma ideia
baseada em obra literária. Ele construiu uma nave espacial e filmou o curta-
metragem Viagem à Lua, sendo visto como o pai da ficção cinematográfica. Ele
realizou centenas de filmes. Os Lumière, e Meilés são considerados os inventores
da Sétima Arte.
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Com a dificuldade do público de entender as passagens temporais das
cenas, surgem os intertítulos, pequenas frases que indicavam o tempo, por exemplo:
“Um mês depois...”. Mas, não foi o suficiente e o cinema buscava uma linguagem
que após muitos experimentos, iniciou uma sequência de planos e posições da
câmera que mostravam uma percepção diferente da mesma personagem.
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Grifflth lançou o mais longo e espetacular filme que os norte-americanos já
tinham visto, The birth of a nation, que tratava de um tema genuinamente
nacional, a Guerra Civil. Foi lançado com grande estardalhaço publicitário
nos maiores palácios de cinema da época. Esse filme começou a
estabelecer o longa-metragem como norma e não mais como exceção.
(COSTA Apud MASCARELLO, 2006, p. 50).
A partir de 1895 e por quase 30 anos, somente a imagem era o fio condutor
das produções cinematográficas. Das cenas realistas do cotidiano para pequenas
produções, em torno de 5 a 10 minutos, de documentários a obras de ficção. O
preço do cinema na época era bem popular o que o ajudou a se tornar a grande
distração do público, principalmente as comédias. Isso ocorreu porque em 1905
surge a figura do empresário distribuidor de filmes e com ele, o cinema ganhava
salas exclusivas para a exibição e assim nasce a era da indústria cinematográfica.
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Logo o cinema mudo ganhou o embalo da sonorização, unindo pequenas
trilhas musicais com a projeção. Conforme mudava o estilo da cena, a música
rapidamente também mudava.
Um artista espetacular, que se eternizou no cinema mudo, foi o ator,
roteirista, diretor e compositor Charles Chaplin, que ficou mundialmente conhecido
com sua personagem O Vagabundo. Sua obra principal foi Tempos Modernos
(1936). Chaplin preferia o cinema mudo e demorou a incorporar diálogos em seus
filmes, o que só aconteceu em 1940, com O Grande Ditador.
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Na verdade, essa não fora a primeira produção a utilizar-se do som
para composição da obra. Antes dela, Aurora (1927), de Murnau, já
havia sido lançado pela Fox, com trilha-sonora aplicada diretamente
no filme, fazendo parte de sua estrutura. Porém, essa empreitada do
respeitável diretor alemão no cinema norte-americano, que é tida por
muitos como sua obra-prima, não possuía qualquer linha de diálogo,
ou seja, era realmente um filme mudo, apenas musicado.
O Cantor de Jazz, porém, além das cenas musicadas, cantadas pelo
próprio protagonista, possui ainda algumas linhas de diálogo, sendo,
portanto, o primeiro filme falado do cinema. Com o passar de alguns
anos e o imensurável sucesso da nova revolução, que reconstituíra
os caminhos da arte, a poderosa indústria hollywoodiana via a
necessidade de premiar o sucesso de suas principais produções.
Com isso, no ano de 1929, fora realizada a primeira edição daquele
que se tornou o prêmio mais disputado dentre todos os concedidos
até os dias de hoje: o Oscar. A cerimônia, realizada pela Academia de
Artes e Ciências Cinematográficas, aconteceu no dia 06 de maio, e o
prêmio principal, de melhor filme, foi dado a Asas (1927), de William
Wellman. (DALPIZZOLO Apud Cineplayers. Disponível em:
<http://www.cineplayers.com/artigo.php?id=43>. Acesso: 04 jun.
2013).
1.2.1 Chaplin
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Segundo o site os editores do HowStuffWorks (2009), (Disponível em:
<http://lazer.hsw.uol.com.br/charlie-chaplin.htm>. Acesso em: 11 jul. 2013):
Aos oito anos de idade ele já fazia sua estreia como profissional ao se
juntar à Eight Lancashire Lads, uma companhia de sapateado.
Usando os contatos da mãe no mundo artístico, aos dez anos ele
deixou a escola e passou a trabalhar como mímico e ajudante em
vários grupos britânicos. Foi provavelmente nesse período, de
dificuldades e pobreza, que ele buscou elementos para desenvolver
as características e o visual de Carlitos. Nessa fase, seu talento
começou a se destacar. O trabalho na trupe de mímicos de Fred
Karno, com a interpretação de um personagem simplesmente
conhecido como “o bêbado”, na peça “A Night in an English Music
Hall”, durante uma excursão nos Estados Unidos, chamou a atenção
de um produtor cinematográfico.
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1.3 CINEMA ITALIANO
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O filme Ladri di Biciclette (1948), de Vittorio De Sica, é considerado uma
obra-prima do período. Um homem tem a bicicleta como instrumento de trabalho,
sofre com o drama da demissão quando a mesma é roubada. De Sica cria a típica
estética neorrealista: a trama mostra os problemas sociais, pouco ou nenhum uso de
técnica, cenário real e atores iniciantes.
No entanto, o governo italiano não ajudava a produção cinematográfica
nacional e a invasão hollywoodiana com comédias e romances acabavam por
influenciar o gosto do público, contribuindo para o desgaste do estilo neorrelaista.
Para Fabris (Apud MASCARELLO:2006):
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Alguns autores falam da passagem no neorrealismo para o realismo crítico,
e mesmo nesse sentido não há um consenso, alguns afirmam que somente
Rossellini, De Sica-Zavattini e Visconti representavam o estilo, outros, como o
cineasta Federico Fellini, o único cineasta neorrealista foi Rossellini. Esse período foi
muito curto, em função da grande crise dos anos 50 que derrubou o cinema italiano.
De qualquer forma, como afirma Fabris (2006):
Uma das estrelas do cinema italiano que se tornou símbolo de beleza nos anos 50 foi a atriz Gina
Lollobrigida, foi a terceira colocada no concurso de Miss Itália, quando inicia sua carreira
cinematográfica, fazendo pequenas figurações em filmes populares do pós-guerra.
FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-DZODgfvD4gQ/Tn_mc-
cFOqI/AAAAAAAAFBA/o_2tLJoS3wI/s640/gina_lollobrigida_01.jpg>. Acesso em: 03 jun. 2013.
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1.4 A INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA
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Em 1927, o Departamento de Defesa já contava com um escritório
específico para tratar de produções hollywoodianas, e contribui com Wings,
de William Wellman. “É nosso interesse participar da produção de filmes”,
assume Philip Strub, assessor especial de mídia e entretenimento do
Pentágono. Nessa época, o cinema de Hollywood já ocupava 95% do tempo
de projeção na Inglaterra, 70% na França e 68% na Itália. Um dispositivo do
Sherman AntiTrust Act, de 1890, garantia a legalidade de cartéis norte-
americanos formados além-mar. Para dar vazão ao espírito nacionalista da
indústria, a palavra “Export” foi acrescentada na MPA, tornando-se, a partir
de 1946, em Motion Pictures Export Association of America (MPEAA).
Comumente apelidada de “Pequeno Departamento de Estado” ou
“Ministério do Exterior”, a MPEAA seguia conquistando mercados,
assinando acordos e aplicando leis favoráveis à indústria, atuando como
representante oficial do Estado norte-americano em outros países.
BBRANT: 2012. Disponível em: http://www.culturaemercado.com.br/pontos-
de-vista/o-nascimento-de-uma-nacao/>. Acesso em: 06 jun. 2013.)
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FIGURA 8 – WALT DISNEY
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Depois da pior crise de sua história ao final dos anos 1960, o
predomínio avassalador de Hollywood na contemporaneidade
decorre, fundamentalmente, da reconfiguração estética e
mercadológica do blockbuster a partir de 1975, no contexto da
integração horizontal dos grandes estúdios aos demais segmentos da
indústria midiática e de entretenimento. O lamento apocalíptico e
impressionista, no Brasil, diante da atual hegemonia hollywoodiana,
costuma enfatizar, sobretudo, três aspectos dessa "Nova Hollywood" -
não verificados antes da década de 1970 - vistos como sinais de
decadência estética e sociocultural. São eles: (1) a debilitação
narrativa dos filmes, privilegiando o espetáculo e a ação em
detrimento do personagem e da dramaturgia; (2) a patente
juvenilização/infantilização das audiências; e (3) o lançamento por
saturação dos blockbusters, reduzindo os espaços de exibição para o
cinema brasileiro e o cinema de arte internacional. (MASCARELLO,
2006, p. 335).
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Estudos indicam que a semiótica propriamente dita teve seu início com
filósofos como John Locke (1632-1704) que, no seu Essay on human understanding,
de 1690, postulou uma "doutrina dos signos" com o nome de Semeiotiké, ou com
Johann Heinrich Lambert (1728-1777) que, em 1764, foi um dos primeiros filósofos a
escrever um tratado específico intitulado Semiotik. (SANTAELLA, p.18).
No séc. XIX, W. Noth (1955, p. 55) dizia que "símbolos e imagens são as
noções centrais da semiótica". Já no século XX, Edmund Husserl (1859-1938)
introduz a teoria fenomenológica dos signos e significados, mas sem dúvida, foi o
norte americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), cientista, matemático,
historiador, filósofo e considerado o fundador da moderna Semiótica, que ampliou a
noção de signo e, consequentemente, a noção de linguagem, "foi o enunciador da
tese anticartesiana de que todo pensamento se dá em signos, na continuidade dos
signos" (SANTAELLA, 2001, p. 32). Existem três tipos de semiótica: a peirceana ou
americana, que estuda a ação do signo; a estruturalista ou semiologia, cujo foco são
signos verbais e a russa ou da cultura, que estuda a linguagem, a literatura e outros
fenômenos culturais.
Na definição peirceana, “signo é uma coisa que representa uma outra coisa:
seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de
representar, substituir uma outra coisa diferente dele." (SANTAELLA, 1983, p.58)
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fotografia. Para o estudo da semiótica do cinema nos embasaremos na semiótica da
cultura, de origem russa, que constituiu-se no Departamento de Semiótica da
Universidade de Tártu, Estônia, nos anos 60. O criador e impulsionador foi o
estoniano Yuri Lotman.
FIGURA 9 – LOTMAN
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O conceito de semiosfera, criado por Lotman, tem como base a realidade
sígnica humana, trata-se da possibilidade da criação simbólica, que supera a sua
realidade biológica. Para o semioticista, a cultura é formada por uma realidade
simbólica própria, em que o próprio texto (poesia, peça de teatro, roteiro
cinematográfico) é um signo representativo da linguagem e fonte da simbolização e
formação social da cultura, uma vez que tem suas próprias regras, portanto forma
própria que é modelizante e capaz de criar uma semiosfera, um universo próprio
daquela cultura, que tem um tipo de código próprio que cria uma linguagem
específica dentro do contexto daquela arte. Assim teatro, cinema, ortografia, dança,
música etc., tem seus próprios códigos culturais, a sua própria linguagem que gera
todo um sentido na sua semiosfera, seu mundo único.
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Segundo Jalver Bethônico (2006), em Signos Audiovisuais e Ciência da
Informação: uma avaliação, o termo audiovisual, conforme foi definido pela
Federação Internacional de Associações de Bibliotecários, Seção de Bibliotecas
Públicas (1976), refere-se a materiais audiovisuais, são os que não podem prescindir
de equipamentos para audição ou visão.
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A passagem das imagens do nível do objeto para o seu metanível,
cria uma situação semiótica complexa, cuja razão de ser reside na
vontade de confundir o expectador e de lhe fazer sentir o caráter
factício de tudo (LOTMAN: 1978, p. 39 Apud ROLIM: 2007, p.25)
Rolim (2007, p. 29), ainda ressalta que Lotman registra três traços de
percepção do filme pelo espectador. Primeiro, a confrontação da imagem
cinematográfica com seu correspondente na informação cultural guardada por este
espectador. Segundo, a confrontação da imagem cinematográfica com outra
imagem. Terceiro, a confrontação da imagem consigo mesma, em uma determinada
unidade de tempo.
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Para Rolim (2007):
Vernet (1995 Apud ROLIM: 2007, p. 29) afirma que o cinema se empenhou
em desenvolver suas capacidades narrativas para ser reconhecido como arte, pois
era concebido como um espetáculo que se justificava mais pela novidade técnica.
Para ele, hoje não se pensa mais num cinema não narrativo. Primeiro porque as
imagens e a edição sempre dirão algo e o espectador sempre tenderá a observar
qualquer detalhe como iniciador de uma ficção.
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Tudo necessita de um conjunto de códigos dominado pelo público
para que a imagem seja percebida como real. Para tanto, cenário,
figurinos, maquiagem, cortes e penteados de cabelo, gestos e
linguagem “de um enorme número de convenções e regras, que
variam de acordo com as épocas e as culturas” sejam respeitados
para que se obtenha o realismo cinematográfico. (VERNET, 1995, p.
135)
Também Santaella (2001) afirma que os signos audiovisuais tem como base
verbo, imagem e som. Se somarmos a isso o conceito de semiótica da cultura,
entenderemos que a linguagem cinematográfica é composta por um sistema próprio
que se complementa verbo (discurso falado por atores), som (voz, música, ruídos) e
imagens (locações, paisagens, predominância das cores, cenários, figurinos) e que
representa uma sociedade ou como o roteirista ou diretor vê aquela sociedade.
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um senhor que é casado com quatro esposas, cada uma delas representa uma
estação do ano e seus temperamentos se definem pelos significados que as
mudanças do clima representam: a esposa que representa o Verão é quente, livre e
infantil; a Primavera é bonita, amorosa e alegre; o Outono é maduro, suave,
melancólico; já o Inverno é frio, solitário e triste. Para o espectador entender este
contexto ele tem que conhecer o código cultural dos haicais e, assim. O papel de
cada esposa na narrativa ganha um novo sentido.
Segundo Versiani:
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psicológico que a tomada causaria. Um close-up na mão de um ladrão para
identificar o roubo, um travelling que acompanha um carro para narrar à ação, etc.
Efeitos como zoom, plongé ou contra-plongé (consulte nosso glossário no
final do módulo III e conheça os principais termos técnicos) foram criados para
destacar um equipamento importante, revelar um detalhe que depois seria crucial
para o interesse da narrativa ou mesmo criar efeitos psicológicos como significar
opressão ou exaltação.
Para o cineasta Versiani (2010):
E dentro desta escola de cinema mais clássica existem dois nomes imortais:
John Ford e Howard Hawks. Vale ressaltar que estes diretores primavam
pela capacidade de imersão de seus filmes. Eles criavam um mundo na sua
tela, uma realidade alternativa tão convidativa que era impossível não se
envolver com a história e seus personagens. E é nesta busca pela realidade
que o cinema americano tradicional atinge seu auge.
Diretores como Orson Welles, Anthony Mann, Nicholas Ray foram ainda
mais longe que seus precursores amplificando a essência narrativa do
Cinema americano. E foram estes diretores que influenciaram os franceses
a provocar uma das mais influentes e significativas revoluções no Cinema.
(VERSIANI: 2010. Disponível em:
<http://entrenotaseplanos.blogspot.com.br/2010/07/escola-americana-o-
diretor-como-um.html>. Acesso em: 05 jun. 2013)
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É com a chegada do som ao cinema, na década de 30, que a indústria
cinematográfica mundial dá mais uma reviravolta. E surge um gênero genuinamente
americano: o western.
Para Fernando Simão Vugman (Apud MASCARELLO: 2006) acredita que
mais que a conquista do Velho Oeste, o gênero representou a busca de um
nacionalismo, surgiram filmes de samurais no Japão, cangaceiros no Brasil, etc.
Criou-se um local onde vários tipos americanos se encontravam, um
universo mítico:
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humor inteligente e ácido. Steven Spielberg, mundializa o cinema de ficção,
elevando seu patamar perante o gosto do público e da crítica.
No final do século XX e início do XXI, filmes maravilhosos e renovadores
como A Lista de Schindler (1993) de Steven Spielberg e Pulp Fiction (1994) de
Quentin Tarantino estão ao lado de filmes de super-heróis dos quadrinhos,
consolidando o cinema americano pelo fenômeno Blockbuster, ou seja, produz
filmes dos mais variados gêneros para agradar a todo tipo de público.
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Weimar (1919-1933), sendo uma das fontes preparadoras do nazismo.
(CANEPA, 2006 Apud
http://www.salaredencao.com/ciclos/44-2012/75-cinema-expressionista-
alemao>. Acesso em: 06 jun. 2013).
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realização de um trabalho original e extremamente importante para a
História do Cinema. O filme mais famoso do Avant- Garde foi Un Chien
Andalou (1928), estreia do diretor Luis Buñuel, em parceria com o pintor
surrealista Salvador Dalí. Totalmente freudiano e poético este era um filme
feito com o automatismo necessário para a liberação do eu. Como em um
pesadelo, imagens desconexas e perturbadoras parecem ter sido retiradas
diretamente de nosso inconsciente. Foram eliminadas quaisquer frases que
pudessem ser explicadas racionalmente. Não há no filme lugar para o belo
sonho, para a piada ou o esteticismo. (TORRES: 2009 Apud Disponível em:
<http://jornalunderground.wordpress.com/2009/11/page/3/). Acesso em: 06
jun. 2013.
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A Rússia era influenciada pelo movimento italiano do futurismo, que
enaltecia a modernidade e a velocidade. Ao mesmo tempo que se encontrava com a
arte abstrata e o cubismo: surge o construtivismo russo. Para Saraiva (Apud
MASCARELLO: 2006):
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O cinema brasileiro torna-se mais conhecido do mundo nos anos 40 e 50.
Neste período, nascia o estúdio da Vera Cruz, em meio a chegada no Brasil de
diretores e artistas estrangeiros fugindo da guerra, cuja proposta era produzir filmes
com estilo hollywoodiano e de forma industrial.
As companhias cariocas Cinédia e Atlântida, produziam as chanchadas,
comédias de costumes e não eram bem vistas pelos intelectuais paulistanos, que
investiram na qualidade das produções da Vera Cruz, porém todos sofriam com a
falta de uma empresa nacional distribuidora de filmes.
A Companhia Vera Cruz conquistou o primeiro prêmio em Cannes, com o
filme Cangaceiro (1953), de Lima Barreto. Além do eixo Rio-São Paulo, existiam
alguns cineastas independentes espalhados por alguns Estados, como Bahia,
Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Entre Walter Hugo Khouri, que criou uma esfera neorrealista, com o filme
Rio 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, e O Pagador de
Promessas (1962), de Anselmo Duarte, nasce Cinema Novo, movimento carioca
que reuniu um dos melhores momentos da Sétima Arte Nacional. Os anos 60 foram
uma época de intensa produção e premiação de nomes como os de Glauber Rocha,
Serraceni, Ruy Guerra, entre outros.
Para Maria do Socorro Carvalho, em O Brasil em Tempo de Cinema Novo
(Apud MASCARELLO: 2006, p. 289), a volta ao passado era uma forma de
investigar o presente, sendo capaz de analisá-lo e aprender com ele para a
construção de um novo futuro.
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brasileiro, frente ao poder econômico internacional dominante na época e até hoje.
O cinema era a ferramenta para tornar a arte revolucionária.
Carvalho (Apud MASCARELLO: 2006, p. 306) destaca ainda o trabalho de
Joaquim Pedro de Andrade, que mostra a realidade nacional adaptando a obra
Macunaíma, de Mário de Andrade, para o cinema que se tornou o maior sucesso de
público do Cinema Novo.
A evolução da estética do cinema brasileiro será apresentada no Módulo II.
Conheceremos a profissão de cineasta e o mercado da produção audiovisual no
Brasil. Em seguida, a origem e consolidação do cinema nacional.
FIM DO MÓDULO I
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