No decorrer da história vários bens foram utilizados pelas civilizações
como moeda: o sal, o açúcar, o ferro e alguns metais preciosos, como o ouro e a prata. Mas antes de existir um meio de intercâmbio para a troca de bens, usavam-se os próprios bens para se transacionar. Essa troca era feita de forma que as duas partes precisassem do bem oferecido pelo outro faziam se a troca, denominada escambo. Porém quando um indivíduo queria algo, mas o outro não queria, não havia como realizar o escambo criando assim a questão de como iriam a uma sociedade com vários produtos e pessoas, fazerem essas trocas. Surgiu assim a ideia da moeda como meio de troca (RIBEIRO, 2017). No começo das civilizações, além das moedas mercadorias já foram utilizados gado, conchas, uísque e pedras preciosas, mas esses bens não permaneciam importantes por muito tempo, principalmente pela falta de praticidade. A falta de praticidade exigiu um meio de pagamento mais eficiente e unificado, iniciando assim a utilização de metais preciosos como o ouro, a prata, o cobre e até uma fusão desses dois metais mais famosos, o electrum (OLIVEIRA, 2018). De acordo com Heródoto (1844), o primeiro povo que ressaltou as moedas de ouro e prata e as negociou, foram os gregos. Já na visão de Mar (1969), centenas de anos antes, as moedas já teriam sido utilizadas na Índia, inclusive com divisão decimal, porém foi na Grécia que elas foram aperfeiçoadas, onde a fabricação de moedas se tornou uma importante forma de arte (GALBRAITH, 1977).
Juntamente aos benefícios na utilização das moedas surgiram as
falsificações, uma vez que os governantes descobriram que era possível cunhar a moeda de ouro com outros materiais e com isso manter a aparência e comprar a mesma quantidade que seria comprada pela moeda feita somente de ouro. E também havia as fraudes privadas, pois, empresários descobriram que, após uma transação, era possível raspar as moedas ou até mesmo cortá-las, de forma que não parecessem depreciadas obtendo assim, alguns miligramas de lucro. Com tantas fraudes tornou se necessário que uma fiscalização fosse feita, as casas de cunhagem passaram a inserir nas moedas um selo, pesando e validando o valor, mas a falsificação continuou segundo GALBRAITH (1977, p.10).
A casa da moeda era instituição do governo da cidade que fiscalizava o
sistema e convertia as moedas estrangeiras e as moedas leves, dando a elas o seu valor em termos do padrão monetário, retirando apenas uma taxa de custo da cunhagem e os gastos administrativos. Essas casas de moeda atualmente são chamados de banco (SMITH, 1884) Os bancos com o objetivo de inibir as falsificações começaram a emitir certificados de valor monetário que eram trocados por uma quantidade de moeda de ouro. O banco garantia que o certificado teria o mesmo valor da quantidade de moedas entregues. (GALBRAITH, 1977). Essa garantia que os bancos asseguravam de que o valor estaria guardado no banco, para converter o certificado em moedas a qualquer momento que o indivíduo desejasse, recebeu o nome de lastro. Com as moedas sendo convertidas em papéis-moeda, os bancos ficavam com excesso de depósitos parados no banco e passaram então a realizar empréstimos cobrando taxas e assim aumentar seus ganhos. Além disso, os bancos depositários passaram a emitir certificados que já não apresentavam 100% de lastro, denominadas moeda fiduciária (RIBEIRO, 2017). A moeda fiduciária tem como base confiança (fidúcia, em latim), de forma que a moeda funciona de acordo com a confiabilidade dos agentes em relação aos depositários (LOPES; ROSSETTI, 1998). Para regulamentar todo esse sistema de depósitos e empréstimos e organizar a circulação do dinheiro, foi criado um novo tipo de banco, o Banco Central, com a função de controlar a emissão de moeda e fiscalizá-la. Sendo também o banco dos bancos e o banco do governo e tornando se uma forma de pagamento oficial, com o atributo de não ser convertido, com sua emissão exclusivamente estatal e sem lastro metálico (LOPES; ROSSETTI, 1998). Entretanto, a tecnologia da computação e a Internet, permitiu a criação de um novo tipo de moeda, a moeda virtual, cujos registros eletrônicos, como transações, são efetuados sem contato com dinheiro físico e com a praticidade de armazenar unidades da moeda nacional em dispositivos eletrônicos, além de poderem transacionar no mundo digital sem muitos impasses (BRASIL, 2013).