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Kant Metafisica e Politica PDF
Kant Metafisica e Politica PDF
Diretor-presidente
José Castilho Marques Neto
Editor Executivo
Jézio Hernani Bomfim Gutierre
Assessor Editorial
João Luís C. T. Ceccantini
EDUFBA - UNESP
Salvador-Ba
2004
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, a não ser
com a permissão escrita do autor e da editora, conforme a Lei nº 9610 de 19 de fevereiro de 1998.
Revisão
do autor
Ilustração da capa
Dois jogadores de cartas, Cézanne, 1892-93
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Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado da Bahia
AGRADECIMENTOS 9
INTRODUÇÃO 11
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Ora eu digo: o homem, e em geral todo ser racional, existe como fim em
si mesmo, e não apenas como meio para o uso arbitrário desta ou daquela
vontade (Grund. IV, 428 T. 67/68).
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O Estado da Questão
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uma coordenação racional dos arbítrios privados (Reform nach Prinzipien, p. 150) em
matéria de propriedade, com o que se afirma o vínculo entre moral, direito e política.
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Langer, Reform nach Prinzipien, p. 153 e 159.
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Langer, Reform nach Prinzipien, p. 14
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Maus, idem. 9. Maus aponta para um déficit democrático na leitura de Langer,
uma vez que a vontade soberana adquire o caráter de vanguarda. Daí a reforma ser
sempre pelo alto, toda pressão vinda de baixo devendo ser sempre legal. Do
mesmo modo, a interpretação que Langer propõe da recusa do direito de resistên-
cia se daria em nome da segurança jurídica de um Estado absolutista, e não no
sentido da fundação de uma soberania democrática. Maus, idem. 28.
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Conforme a sua Apresentação de Kant, Metaphysique des Murs I, trad. e apre-
sentação Alain Renaut, Paris, Flammarion, 1994, 35.
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Que essa esfera pública venha contar, para sua instituição, com o Estado, isto é,
com um corpo de representantes, é uma outra questão, que será tratada adiante.
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Mas adiante se pretende esclarecer o vínculo entre formação das instituições
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Mas a ocupação, a primeira ocupação, não é fundamento, mas apenas sinal, esquema.
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A tese não pode ser mais clara: a própria natureza conduz o ho-
mem para a realização do seu fim. Mas, vista de mais de perto, ela não
implica, como parecia ser o caso, em heteronomia: a insociabilidade é
obrigada, por si mesma [durch sich selbst], a se disciplinar. Muito se
tem escrito sobre o descompasso entre a quinta e a sexta proposição
do Opúsculo de 1784, porquanto essa última, ao fazer depender a
solução do problema de uma sociedade civil que administre univer-
salmente o direito da boa vontade do soberano, isto é, da sua
moralidade, dá um passo que vai além do mecanismo. Não há porém
descompasso, mas passagem, porquanto o próprio mecanismo é jul-
gado como submetido a uma intenção. Alain Renaut, ao ler os pará-
grafos 83 e 84 da terceira Crítica, indica o modo como tal passagem
pode ser realizada, e isso no interior da própria faculdade de julgar em
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Esse ato de força, na medida em que por meio dele tem início
um estado jurídico - ainda que precário e imperfeito -, se considerado
em idéia, não é senão a apresentação da idéia de contrato originário
( MdS. VI, 315). Certo, ele não funda a sociedade, e sim a sociedade
civil, isto é, a sociedade estruturada juridicamente para solução de
seus conflitos, a qual deve ser, então, uma societas semper reformanda,
reforma que se dirige para a correção em relação à sua idéia e cujo
agente é o político moral, agente que vem assumir o papel que cabia,
no texto de 1784 sobre a Idéia universal de um ponto de vista cosmopolita,
ao bom soberano, isto é, ao soberano dotado de vontade moralmente
boa. Então, o conflito era apresentado da seguinte forma: o homem é
um animal que, quando em meio a outros de sua espécie, necessita de
um senhor, e isso em razão de sua propensão a fazer mau uso de sua
liberdade em proveito próprio e em detrimento dos demais; esse se-
nhor porém, que deve ser por si mesmo justo, por ser um homem,
também o exige (Idee, VIII, 23 T. 16). A natureza apenas impõe ao
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Por si só, essa passagem mostra que o modo como riqueza e pro-
priedade são distribuídas na sociedade não é uma questão indiferente
à política. Mas é em uma outra passagem, desta feita em À Paz Perpé-
tua, que a pergunta lançada em tom irônico pode obter sua resposta.
Tratando do problema da aplicação da lei, que obriga a restituir a um
povo a liberdade que lhe foi subtraída, obrigação que contudo se man-
tém atenta às circunstâncias, Kant escreve:
Pois a proibição afeta aqui apenas o modo de aquisição, o qual não deve valer
para o futuro, mas não o estado de posse que, embora não tenha título
jurídico requerido, foi, no entanto, considerada por todos os Estados no
seu tempo (da aquisição putativa) como conforme ao direito, segundo a
opinião pública da altura (ZeF, VIII, 347 T. 125).
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Traduções:
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Prolegômenos a toda metafísica futura. Trad. Artur Morão, Lisboa, Edições 70, 1982.
Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. Paulo Quintela, Lisboa, Edi-
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Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita, Trad. Ricardo R.
Terra e Rodrigo Naves, São Paulo, Brasiliense, 1986.
À Paz Perpétua in À Paz Perpétua e outros escritos. Trad. Artur Morão, Lisboa,
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Resposta à pergunta: que é o iluminismo, in À Paz Perpétua e outros escritos. Trad.
Artur Morão, Lisboa, Edições 70, 1992.
O que significa orientar-se no pensamento? In À Paz Perpétua e outros escritos. Trad.
Artur Morão, Lisboa, Edições 70, 1992.
Sobre a expressão corrente: isto pode ser correto na teoria, mas nada vale na prática, in
À Paz Perpétua e outros escritos. Trad. Artur Morão, Lisboa, Edições 70, 1992.
Sobre um suposto direito de mentir por amor à humanidade, in À Paz Perpétua e
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O Conflito das Faculdades, Trad. Artur Morão, Lisboa, Edições 70, 1993.
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