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XXI Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores 53
ÍNDICE
Abstract. This work presents a set of frameworks that intend to offer QoS
provisioning in wireless mobile networks by integrating isolated solutions
found in the literature. These frameworks incorporate such concepts as
resource reservation in advance, QoS intervals, control policies and
management and prediction of user mobility. In order to assess the proposal,
an instantiation of the frameworks is described by means of a simulation
scenario in which integrated services are offered over a Mobile IP network.
1. Introdução
Idealmente, redes móveis sem fio devem ser capazes de oferecer a entrega de voz, vídeo
e dados textuais com a qualidade de serviço (Quality of Service – QoS) requisitada
pelos usuários, sem interrupções. O crescente interesse em torno de aplicações
multimídia em redes móveis sem fio traz consigo desafios próprios que tornam a
provisão de QoS uma tarefa mais complexa. Tal complexidade é resultado, dentre
1
Este trabalho foi realizado com apoio do Fundo Setorial para o Desenvolvimento Tecnológico das
Telecomunicações (FUNTTEL), através do contrato 0594/02.
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outros fatores, das limitações do ambiente e dos dispositivos envolvidos, como por
exemplo: a qualidade da transmissão do meio sem fio; os recursos escassos de largura
de banda; a grande variabilidade da qualidade do enlace; as limitações dos componentes
de hardware, devido ao tamanho e às restrições no consumo de energia; e a própria
mobilidade das estações, que implicará na necessidade do gerenciamento de suas
localizações.
Pode-se encontrar na literatura uma gama de trabalhos propondo soluções para
problemas específicos, envolvendo a provisão de QoS em ambientes móveis sem fio.
Dentre esses trabalhos, alguns tratam de extensões ao RSVP (Resource Reservation
Protocol) [Braden et al. 1997] que empregam o conceito de reservas ativas e passivas
[Talukdar et al. 2001], ou adicionam parâmetros temporais no estabelecimento de
reservas antecipadas [Pajares et al. 1999], ou ainda efetuam reservas em túneis pré-
configurados entre agentes de mobilidade do IP Móvel [Terzis et al. 1999]. Outros
trabalhos tratam da utilização de intervalos de QoS para ajustar os parâmetros que
definem a qualidade mediante flutuações na disponibilidade dos recursos [Choi 1999,
Naghshineh & Willebeek-Lemair 1997]. Há também trabalhos cujo foco está na
mobilidade dos usuários, variando desde a adoção de critérios de predição de
mobilidade [Chan et al. 1998, Chan & Seneviratne 1999] até a utilização da descrição
das requisições de QoS como políticas de autorização (tendo como base as restrições
referentes à localização atual do nó) [Chalmers & Sloman 1999, Chugh 2000].
Não existe, entretanto, um trabalho envolvendo a definição de arquiteturas para
provisão de QoS que integre as soluções supracitadas, embora essa questão seja um
ponto bastante discutido em redes fixas [Aurrecoechea et al. 1995, Nahrstedt & Smith
1995, Gomes 1999]. Em especial, o trabalho apresentado por Gomes [Gomes 1999]
define um conjunto de frameworks para provisão de QoS em ambientes genéricos de
processamento e comunicação. O principal diferencial desse trabalho em relação a
outras propostas de arquiteturas de provisão de QoS reside no fato de que os
frameworks propostos capturam uma série de decisões de projeto que são comuns aos
vários subsistemas presentes em um ambiente de processamento e comunicação
(estações finais, subsistemas de rede, roteadores etc). Por meio do “preenchimento” de
determinados pontos de flexibilização, chamados por Pree [Pree 1995] de hot spots, as
estruturas genéricas modeladas pelos frameworks podem ser especializadas para cada
subsistema. Além do reuso em si, Gomes [Gomes 1999] mostra como a definição das
estruturas comuns especificadas pelos frameworks facilita a construção de mecanismos
de orquestração2 que integrem os diferentes subsistemas e viabilizem a provisão de QoS
fim-a-fim.
Este trabalho propõe o uso dos frameworks genéricos definidos por Gomes
[Gomes 1999] na modelagem de arquiteturas de provisão de QoS em redes móveis sem
fio. Porém, o uso desses frameworks em ambientes móveis requer não somente
especializações, como mencionado no parágrafo anterior, mas também que extensões
2
O mecanismo de orquestração dos recursos consiste na divisão de responsabilidade da provisão da QoS,
durante o estabelecimento e a manutenção de contratos de serviços, entre os subsistemas que integram o
provedor de serviços ou entre os múltiplos recursos de um mesmo subsistema.
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3
A especificação de mobilidade descreve o provável itinerário a ser seguido pelo nó móvel, contendo a
seqüência de deslocamentos que serão realizados, podendo apresentar informações temporais (como o
instante em que cada deslocamento irá ocorrer e o tempo de permanência em cada localidade visitada).
4
Handover é o processo de transferência de estações móveis de uma estação rádio base para outra ou de
um canal de comunicação para outro.
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Pontos de flexibilização
específicos de ambiente
Redes Ad
Pontos de Hoc
flexibilização Redes usando
específicos Redes MRSVP
de serviço Móveis
Redes Infra-
...
Estruturadas
Sistemas
Operacionais Redes usando
FRAMEWORKS PARA MQoSP
PROVISÃO DE QOS
EM AMBIENTES
GENÉRICOS
Navegadores
Web
IntServ
QoS IP
DiffServ
5
Mecanismo responsável pelo redimensionamento da parcela de utilização dos recursos, a qual foi
disponibilizada ao usuário do serviço durante a negociação da QoS, na fase de estabelecimento de
contratos de serviço.
6
Uma nova negociação só será efetuada se o redimensionamento realizado pelo mecanismo de
sintonização não for bem sucedido.
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<<VirtualResourceCreatorImpl>>
VirtualResourceCreatorImpl
creatorVR(...) : VirtualResource
1 vrCreatorRef
1 resourceSchedulerRef
1 admissionStrategyRef
HighLevelIntservAdmController <<AdmissionStrategy>>
IntservAdmController AdmissionStrategyImpl
1 qosNegotiatorRef
check(...) : ...
<<QoSNegotiator>>
IntservQoSNegotiator
<<QoSMapper>> <<MappingStrategy>>
qosMapperRef QoSMapperImpl mappingSt rat egyList MappingStrategyImpl
sender(ServiceParameter)
request(ServiceCategory, ...) : ResId 1 1..*
requestRelease(...) translate(...) : ... map(...) : ...
confirm(ResId, ...)
<<RoutingSupportAgent>>
0.. * routingSupport Ref
RoutingSupportAgentImpl
qosNegotiatorList
1 policeAgentRef
resolve(...) : ...
MRSVPIntse rvQoSNego tiator <<PolicyAgent>>
PolicyAgentImpl
reqMSpec(...) : ... policyStatementList
addPolicy(...)
verifyPolicy(...) : ...
ResourceScheduler
adjustControllerRef AdjustmentController
1..* getVRList(...) : ...
adjust(...) getVRCreator(...) : VirtualResourceCreator
getAdjStrategy(...) : AdjustingStrategy
getSchedParams(...) : ...
setSchedParams(...) : ...
1 resourceSchedulerRef
HighLevelIntservAdjController 1 adjustingStrategyRef
<<AdjustingStrategy>>
IntservAdjController
adjust(...) AdjustingStrategyImpl
0..* MRSVPIntservMonitoringStrategy
qosTunerList
GM AM
GM
ERB
AM
GM
AM
NM2
GM
NM1
7
ALs são o resultado da divisão da área de serviço total em áreas geográficas menores. O planejamento
das ALs é uma tarefa complexa e consiste na definição da localização e abrangência de cada AL, ou seja,
quais as células que as compõem.
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quais não existem elementos fixos centrais aos quais se possa confiar a tarefa de
gerenciamento da mobilidade dos usuários.
Nada impede que os modelos centralizado e distribuído possam atuar em
conjunto em um cenário de gerenciamento de mobilidade. Uma estratégia que poderia
ser adotada seria deixar a definição da abordagem a ser utilizada para o tempo de
execução.
mobilityMManagerList
CommunicationStrategyImpl
0..*
predictionStrategyList 1..*
mob ilityHi storyLis t 1..*
PredictionStrategy
Mobilit yHistory
history : MSpe c getMSpec(InetAddress mn, ...) : MSpec
addHistory(InetAddress mn, MSp ec history)
removeHis tory(Ine tAdd ress mn) : boo lean
adjustHistory(InetAddress m n, MSpec prediction, ...) PredictionStrategyImpl
getHis tory() : MSpec[ ]
getMSpec(InetAddress mn, ...) : MSpec
5. Cenário de Uso
Esta seção descreve uma instanciação dos frameworks para provisão de QoS em redes
móveis sem fio através de um cenário no qual é simulada uma rede infra-estruturada8 de
serviços integrados funcionando sobre o IP Móvel. Para validar esta proposta, foi
implementado um protocolo de reserva de recursos simplificado denominado SMQoSP
(Simple Mobile QoS Protocol), oferecendo suporte aos conceitos de reservas
antecipadas e intervalos de QoS, baseado nos protocolos MRSVP (Mobile ReSerVation
Protocol) [Talukdar et al. 2001] e MQoSP (Mobile QoS Protocol) [Pajares et al. 1999].
Foi utilizado um ambiente simulado criado com o auxílio do MobiCS [Rocha &
Endler 2000], uma ferramenta integrada para prototipagem, teste e avaliação de
protocolos distribuídos, implementado como uma biblioteca Java. As simulações foram
realizadas em uma estação Pentium III, com 256 Mb de RAM e sistema operacional
Microsoft Windows 2000.
O protótipo, que oferece um subconjunto significativo dos serviços definidos na
arquitetura apresentada nas Seções 3 e 4, é constituído pelos seguintes elementos: (i) um
protocolo de reserva de recursos com suporte à mobilidade que estende a instanciação
8
Uma rede é dita infra-estruturada quando a comunicação da estação móvel se dá sempre com uma
estação fixa, que fornece suporte à mobilidade (estação base).
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9
O MobiCS utiliza o conceito de unidades de tempo simulado no modo de simulação estocástico e
obedece a uma seqüência de execução de eventos (passos de simulação) no modo determinístico.
10
No modo determinístico o usuário define um script de simulação descrevendo um cenário particular,
que é executado passo a passo, permitindo a observação do estado do protocolo ou do objeto de rede.
11
No MobiCS, atualmente, toda localização é mapeada em uma célula, portanto, o posicionamento
geográfico de um nó móvel está unicamente relacionado a célula na qual ele se encontra. Entretanto, um
módulo adicional poderia ser incorporado ao MobiCS permitindo a obtenção de informações relacionadas
ao posicionamento geográfico do nó.
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6. Conclusões
O desenvolvimento dos frameworks para provisão de QoS em redes móveis sem fio
partiu de um estudo aprofundado dos ambientes que oferecem suporte à mobilidade. O
objetivo foi o fornecimento de serviços com qualidade, levando em consideração as
peculiaridades desses ambientes, como as mudanças dinâmicas da topologia da rede, o
deslocamento dos nós móveis entre áreas de cobertura vizinhas, o desvanecimento das
conexões e as flutuações na disponibilidade de recursos, entre outros.
Uma das principais contribuições deste trabalho foi a definição de uma
arquitetura genérica para provisão de QoS em redes móveis sem fio, integrando várias
soluções discutidas na literatura. A descrição dessa arquitetura traz em si a definição de
estruturas básicas que podem ser reutilizadas em vários subsistemas. Além do reuso, a
definição de estruturas comuns facilita a construção de mecanismos de orquestração,
fundamentais para uma provisão de QoS fim-a-fim.
Tomando como base um conjunto de frameworks para provisão de QoS em
ambientes genéricos de processamento e comunicação definido por Gomes [Gomes
1999], várias extensões e especializações foram realizadas, introduzindo os conceitos de
reserva de recursos antecipada, intervalos de QoS, políticas de controle e a definição de
um framework para gerenciamento de mobilidade.
Cabe ressaltar que vários trabalhos que se propõem a oferecer QoS aos serviços
disponibilizados em redes móveis não incorporam o mecanismo de gerenciamento de
mobilidade, fundamental para o estabelecimento de reservas antecipadas. Este trabalho
acopla o módulo de gerenciamento de mobilidade à arquitetura de provisão de QoS,
promovendo uma cooperação entre os mecanismos de predição de deslocamentos e de
reserva de recursos.
Embora a especificação do framework tenda a ser genérica do ponto de vista de
redes móveis sem fio, a instanciação do cenário de uso se restringiu às redes infra-
estruturadas com a simulação de um protocolo de reserva de recursos simplificado
denominado SMQoSP. A instanciação dos frameworks para as redes ad hoc por meio da
adaptação dos hot spots dos frameworks propostos é possível, mas é importante
salientar que este não foi um compromisso deste trabalho.
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7. Referências
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