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3º Dia+

A verdade sobre os anjos

Quando falamos sobre a proteçã o de Deus sobre nó s, seus filhos, nã o podemos nos
esquecer do ministério dos anjos. A promessa do Senhor no Salmo 91 é que
“nenhum mal te sucederá , praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos seus
anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos”
(Sl 91.10-11). A maneira como o Senhor nos mantém a salvo das pragas é dando
ordens aos anjos para que nos guardem.

Quando fazemos do Altíssimo a nossa morada, Ele nos envia anjos que nos
cercam e nos protegem contra ataques do maligno.

O mais interessante é que esse trecho do Salmo 91 foi mencionado pelo diabo
quando tentava Jesus no deserto. “O diabo levou o Senhor à Cidade Santa, colocou-
o sobre o piná culo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo,
porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles
te susterã o nas suas mã os, para nã o tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe
Jesus: Também está escrito: Nã o tentará s o Senhor, teu Deus” (Mt 4.5-7).

Este é o ú nico lugar na Palavra de Deus em que se diz que o diabo mencionou as
Escrituras. Mas o inimigo nã o citou o texto bíblico corretamente, ele omitiu uma
parte importante. O Salmo diz: “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito,
para que te guardem em todos os teus caminhos”. Ele omitiu a expressã o “para que
te guardem em todos os teus caminhos”.

Em Provérbios 3.6, lemos: “Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele


endireitará as tuas veredas”. O diabo omitiu essa expressã o porque ele sabe que, se
reconhecermos as açõ es dos anjos em nosso caminho, estaremos reconhecendo a
açã o do Senhor e, quando reconhecemos o Senhor em nosso caminho, Ele vai
endireitar as nossas veredas.

O alvo do diabo era levar o Senhor a testar a proteçã o de Deus. O Senhor disse que
isso é tentar a Deus. A promessa do Senhor, em Marcos 16.18, por exemplo, é que,
se bebermos alguma coisa mortífera, nã o nos causará mal nenhum. Mas isso
somente quando bebemos sem saber, porque se soubermos que algo é venenoso
nã o devemos beber. E se sabemos que é venenoso e ainda assim resolvemos beber
confiados na promessa, estaremos na verdade tentando a Deus.

Certa vez, ouvi um testemunho impactante de um pastor que trabalha num país
muçulmano. Em muitos países muçulmanos, os pais ou parentes costumam matar
uma pessoa quando ela se converte e é batizada. Entã o, esse pastor nos contou que
um membro filho de muçulmanos resolveu, depois de muito tempo, enfrentar seu

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pai e contar que havia se convertido. Depois de contar para o seu pai, este lhe
respondeu: “Eu já sei, meu filho, e esse caminho que você está seguindo é
realmente verdadeiro”. O jovem ficou perplexo e perguntou: “Mas como o senhor
chegou a essa conclusã o?” O pai respondeu: “Eu coloquei veneno em sua comida
vá rias vezes e você comeu e nã o morreu”.

Isso é maravilhoso! Aquele jovem nã o tinha comido uma comida envenenada


apenas para provar que Deus o protegia. Nada disso, ele estava vivendo a sua vida
normal, seguindo o seu caminho, mas o anjo do Senhor o livrou do mal. Esta
certamente é a histó ria de todos os filhos de Deus. Somos constantemente livrados
pela açã o de anjos, o problema é que nã o sabemos disso.

Mais são os que estão conosco


A Palavra do Senhor conta que, nos dias do profeta Eliseu, houve guerra entre
Israel e a Síria (2 Rs 6). Aconteceu que o rei da Síria planejava suas estratégias
militares contra os israelitas, determinando um ataque num certo lugar e hora. O
problema era que, de forma surpreendente, os reis de Israel ficavam sabendo da
emboscada e passavam por outro caminho.

Isso aconteceu vá rias vezes até que o rei da Síria ficou exasperado. Ele disse: “Há
um traidor entre nó s”. Os seus oficiais, porém, lhe disseram que o problema era o
profeta Eliseu. O profeta contava ao rei de Israel tudo o que o rei da Síria planejava
no seu quarto (2 Rs 6.11-12).

O rei, entã o, mandou procurar o profeta Eliseu para que pudesse prendê-lo. Foi
dito que o profeta estaria em Dotã , entã o o rei enviou tropas de soldados a cavalo
que chegaram e cercaram a cidade.

Quando o servo do profeta levantou-se de manhã , ele viu toda a cidade cercada de
soldados, carros e cavalos. Ele e Eliseu estavam completamente cercados pelo
exército sírio. O servo entrou em pâ nico e disse ao profeta: “Ai! Meu senhor! Que
faremos?” (2 Rs 6.15).

Eu amo essa histó ria. Somente a Palavra de Deus poderia conter algo tã o tremendo.
O que você faria nessa situaçã o? Literalmente, um exército inteiro se levantou
contra um ú nico homem. Provavelmente, estaríamos em pâ nico como o servo de
Eliseu. Mas a resposta de Eliseu é extraordiná ria.

Ele respondeu: Nã o temas, porque mais sã o os que estã o conosco do que os que estã o com eles. (2 Rs 6.16)

Do ponto de vista do servo, nã o havia nenhuma ló gica nas palavras de Eliseu. Eram
apenas dois contra um exército inteiro armado até os dentes. Eliseu, entã o, fez uma
oraçã o simples para que o Senhor abrisse os olhos do seu servo.

Orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O SENHOR abriu os olhos do moço,
e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. (2 Rs 6.17)

Nesse momento, o servo teve os olhos abertos para ver todo o monte cheio de
cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu. Era o exército de anjos de Deus.

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Certamente, a beleza e a majestade daqueles anjos estava muito além do que
aquele servo poderia imaginar.

Agora compreendemos a razã o da tranquilidade de Eliseu e o pâ nico do servo, eles


viam coisas diferentes. A visã o do servo era natural, por isso ele via apenas o
exército inimigo, mas a visã o de Eliseu era espiritual, ele via o exército de Deus
enviado para guardá -lo.

Em tempos de luta e tribulaçã o, quero desafiá -lo a crer nessa verdade: “Mais sã o os
que estã o conosco do que os que estã o contra nó s”. Fortaleça o seu coraçã o com
essa promessa. Lance fora toda ansiedade, porque o Deus que dá ordem aos anjos
está do seu lado.

Toda arma forjada contra ti nã o prosperará ; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenará s; esta é a
herança dos servos do SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz o SENHOR. (Is 54.17)

Se continuarmos lendo, veremos que aquele exército se levantou para atacar


Eliseu, entã o ele orou para que viesse cegueira sobre todos aqueles homens. Isso é
sensacional! Para o servo, a visã o foi aberta, mas, para o inimigo, até a pouca visã o
que tinham eles perderam. Observe que nessa batalha tudo é uma questã o de
visã o. Os soldados ficaram cegos, mas o servo de Eliseu também era cego. Quando
nos prendemos apenas ao natural, somos derrotados, mas quando nossos olhos
sã o abertos, temos vitó ria.

Valorosos em poder
A proteçã o de Deus nem sempre será vista de forma tã o espetacular, mas todos os
dias sua proteçã o está sobre nó s. Contudo, isso é algo tã o espontâ neo que, na
maior parte do tempo, nem percebemos a presença angelical para nos proteger.

Por causa dos quadros renascentistas, fomos condicionados a pensar nos anjos
como bebês gordinhos de cabelos encaracolados voando com arco e flecha. Isso,
porém, está muito longe da realidade.

Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, valorosos em poder, que executais as suas ordens e lhe obedeceis à
palavra. Bendizei ao SENHOR, todos os seus exércitos, vó s, ministros seus, que fazeis a sua vontade. (Sl 103.20-
21)

Anjos sã o criaturas poderosas. O Salmo 103 diz que sã o valorosos em poder. Em 2


Reis 19, lemos que, numa ocasiã o, Senaqueribe, rei da Assíria, veio contra
Jerusalém. Aconteceu que o rei Ezequias orou ao Senhor e o Senhor enviou um anjo
à noite, o qual matou 185 mil soldados do exército assírio. Isso dá para você
entender a força de um ú nico anjo.

Entã o, naquela mesma noite, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil;
e, quando se levantaram os restantes pela manhã , eis que todos estes eram cadá veres. (2 Rs 19.35)

Consciente dos anjos

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Sobre os anjos, há duas coisas importantes das quais precisamos nos lembrar. O
Salmo 91 diz claramente que Deus dá ordem aos seus anjos, para que nos guardem
em todos os nossos caminhos. Nó s nã o damos ordens aos anjos, mas Deus dá .

Entã o, nã o precisa se preocupar em falar com anjos. Você nã o precisa fazer isso,
pois o Pai já os encarregou de cuidar de você. Você nã o precisa saber o nome deles
e nem falar com eles.

Quando os soldados romanos vieram prender o Senhor Jesus no Getsêmani, Pedro


atacou o servo do sumo sacerdote. Mas o Senhor disse-lhe: “Acaso, pensas que nã o
posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiõ es de
anjos?” (Mt 26.53).

Nesse texto, vemos claramente que o Senhor oraria ao Pai e Ele enviaria os anjos. O
Senhor tinha à sua disposiçã o 72 mil anjos, mas mesmo assim Ele nã o disse que
daria ordem ao anjo, mas oraria ao Pai. O Senhor fez assim para nos ensinar o
padrã o correto.

A segunda coisa é que, apesar de nã o orarmos a anjos, ainda assim é mais


importante ter consciência da presença de anjos do que da presença de demô nios.
Fico triste com irmã os que estã o sempre cientes da açã o de demô nios, mas nunca
percebem a açã o dos anjos de Deus.

Ativando os anjos
Creio que está claro que nã o oramos aos anjos, mas eu creio que nó s podemos
ativá -los para agir em nosso favor. Como podemos fazer isso? Em primeiro lugar,
ativamos os anjos quando louvamos o Senhor.

O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. (Sl 34.7)

O anjo do Senhor livra aquele que teme. Quando se trata de temor, muitos
presumem que o temor de Deus é ter medo d’Ele. Mas isso nã o é verdade. Para
muitos, o temor de Deus é o medo da puniçã o e do castigo, por isso vivem
atemorizados, porque ainda estã o debaixo de um espírito de escravidã o. Mas para
aqueles que clamam: “Aba, Pai”, o temor é apenas o resultado do amor recebido.

Em Mateus 4, quando o Senhor foi tentado pelo diabo, Ele respondeu com um texto
do livro de Deuteronô mio. Em Mateus 4.10, Ele diz: “Ao Senhor, teu Deus, adorará s,
e só a ele dará s culto”. Mas, quando lemos o texto que Ele está citando, está um
pouco diferente: “O Senhor, teu Deus, temerá s, a ele servirá s, e, pelo seu nome,
jurará s” (Dt 6.13).

No Velho Testamento, está escrito “O Senhor teu Deus temerá s”, mas Jesus mudou
o texto para “Ao Senhor teu Deus adorará s”. Ele trocou a palavra “temor” por
“adoraçã o”. Nó s nã o podemos fazer isso, mas Ele pode, pois Ele mesmo é o autor da
Escritura. Isso significa que a adoraçã o é o verdadeiro temor de Deus.

Quando nó s adoramos a Deus, damos ocasiã o para os anjos agirem. Invista tempo
em adoraçã o todos os dias. No meio da dificuldade ou quando o medo vier,

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simplesmente cante ao Senhor. Quando fazemos isso, focamos a nossa atençã o no
Senhor e os seus anjos nos cercam como um escudo.

A segunda coisa que eu creio vai ativar os anjos é a confissã o da Palavra de Deus. O
Salmo 103.20 diz: “Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, valorosos em poder,
que executais as suas ordens e lhe obedeceis à palavra”. Os anjos obedecem à
palavra de Deus.

Mas quem dá voz à palavra de Deus? Somos nó s. Cada vez que tomamos um
versículo da Bíblia em fé, estamos dando voz à palavra de Deus. Eu creio que os
anjos respondem a isso.

Nã o creio que anjos possam saber o que pensamos, entã o precisamos falar a
palavra. Você precisa memorizar a Bíblia e confessá -la no seu dia a dia. Quando
você sentir medo, abra a boca e fale a palavra de Deus. Quando você declara a
palavra, os anjos se encarregam de cumprir a palavra de Deus em seu favor.

Nã o sã o todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hã o de herdar a salvaçã o?
(Hb 1.14)

O Senhor mesmo nos mostrou a importâ ncia de confessar a palavra escrita quando
no deserto Ele disse: “Está escrito”. Ele simplesmente falou o que estava escrito e
isso foi suficiente para derrotar o diabo.

Portanto, se falar a Palavra de Deus tem poder para derrotar o diabo, parece
plausível crer que confessar a palavra ativa os anjos de Deus.

A minha oraçã o hoje é a mesma de Eliseu, que o Senhor possa nos abrir os olhos.
Que possamos ver além da dimensã o natural. Que possamos ver legiõ es de anjos
posicionados para nos proteger.

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