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O estado do Piauí registrou o primeiro caso de coronavirus em 18 de março, dias antes as

instituições de ensino paralisaram suas atividades por determinação do governo estadual


e consequente cumprimento das prefeituras. Essa talvez tenha sida a atitude mais correta
tomada pelos governos em todo o país, com efeitos diversos no que diz respeito ao contato
e mobilidade social. Após os primeiros casos no estado, foram necessários 10 dias para
que a cidade de Parnaíba ficasse sabendo do seu primeiro registro de covid-10. Este caso
referia-se a um homem que, pelas informações que circularam, teria voltado da capital
cearense e procurado tratamento na capital piauiense, vindo a falecer antes que
registrássemos novos casos. Por ter declarado residência em Parnaíba registra-se o caso
aqui. Do registro do primeiro caso em Parnaíba, dia 29 de Março, ao registro de novos
casos dia 18 de Abril conta-se um intervalo de 20 dias, durante esse período a cidade viu-
se expressivamente isolada, resguardada em suas casas a população coletava a cada dia
novas informações sobre a pandemia e o comportamento do vírus, que dividiam espaço
com o grande fluxo de notícias falsas e tentativa de relaxamento das medidas que
limitavam o comercio as atividades ditas essenciais, diversos políticos e ativistas atuaram
nesse sentido. No dia 26 de março a prefeitura de Parnaíba tentou reabrir o comercio por
meio de decreto que argumentava não haver casos na cidade, quando dias depois houve
a confirmação levantaram teorias de que um partido atentava contra o comercio usando a
pandemia, caso levado a justiça, derrota da insanidade do executivo local.

O feriado da semana santa, tradicional época de deslocamento dos centros para os


interiores em todo o estado, parece ter tido um impacto no isolamento que vinha se
desenhando. Na páscoa dia 12 de abril o Piauí contava com 51 casos e Parnaíba apenas
um, sete dias depois o estado contabilizava 158 caos e o município de Parnaíba seis,
considerando-se o tempo de incubação do vírus de 6-10 dias e que a política adotada nessa
época é a testagem apenas de sintomáticos, podemos inferir que o feriado de Páscoa pois
pessoas em contato e exposição a contaminação. Ainda nesse período, incentivados pelas
declarações em cadeia nacional do presidente, manifestantes protegidos dentro de seus
automóveis exigiam o “retorno ao trabalho”. Em Parnaíba o buzinaço ocorreu dia 17/04,
três dias após a segunda tentativa da gestão municipal realizar a segunda tentativa de
reabertura do comércio, nova derrota e ativação da tática das milícias digitais contra a
juíza do caso.

Com duas tentativas de reabertura do comercio pela prefeitura, carreatas, notícias faltas,
estímulos do governo federal, incapacidade de fiscalização, ausência de orientações do
município sobre o funcionamento dos serviços essenciais, eles venceram, é claro o
aumento da mobilidade na cidade, e visível a atividade comercial funcionando a meia-
porta, com o atividades ilegais mais não imorais, na ausência de regras surge o jeitinho
brasileiro, esse germe da corrupção com bons costumes.

Foram necessários 20 dias para Parnaíba acumular seis casos, +10 dias para somar +18
casos e +6 dias para somar 17 casos. desde o dia 18 de abril registra uma média de pouco
mais de dois casos por dia, como vê-se no gráfico que elaborei, no total são 41 casos na
data de 3 de Maio. Sem o isolamento social, seja por determinação pessoal ou por força
do governo, a cidade de Parnaíba pode alcançar um padrão que outras cidades alcançaram
de dobrar o número de casos, a cada 3-5 dias. Na segunda maior cidade do estado, com
um hospital regional de limitações históricas e atendimento a toda a macrorregião, a
atitudes dos populares é do salve-se quem puder em meio a ausência do poder municipal
de gerir uma crise devido suas inspirações no executivo federal, a história nos dirá quem
foram os aliados do vírus.

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