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Quando buscar alguém para amar, busque aquele que te recebe de braços abertos no instante em que

você se sentir desprotegido. E que você não precise marcar hora para isso. Que seja quando for, que
seja como for.

Quando relembrar aquele que habita teus pensamentos analise como se sente junto dele. Você pode no
corpo dele mergulhar? Vocês costumam ficar juntos sem pensar nas horas, nos amarrotados das roupas
ou nos manuais de boas maneiras?

Aquele com quem você tem saído te brindaria com o mesmo sorriso se o seu cabelo não estivesse
perfeitamente arrumado com a escova da vez, se suas roupas não lhe caíssem tão bem e se nos seus
olhos existisse além do brilho uma lágrima escondida?

Depois de horas, nas quais contam apenas com a companhia um do outro, você costuma se sentir
desperto ou terrivelmente indisposto?

Tempos velozes e vorazes quase sempre exigem que estejamos atentos, rígidos e à postos. Mas o amor
não se encaixa nessa roleta louca e desenfreada. O amor é lânguido e terno, o amor é curva e conforto,
o amor é fluidez e ponderação.

Antes de abrir a porta para receber um novo affair, feche os olhos e enxergue seu íntimo. Como está seu
coração? Ele pulsa acelerado na certeza de uma ternura recíproca ou na incerteza de um novo
encontro?

Você não é um soldado e o amor não é uma guerra com milhares de feridos e sangue de corações
destroçados por todos os lados. O amor é um imenso jardim perfumado em uma manhã de outono
ensolarada.

Quando os seus olhos tocam os do outro, como você está por dentro? Está calmo e animado ou aflito e
inseguro?

Lembre-se, esse outro não é o general dos seus anseios e você não precisa estar pronto para bater
continência a qualquer momento aflito pelo medo de perder o posto.

Amar não é prova, não é uma nota calculada pelo número de acertos e erros.

O amor é reciprocidade. É confiar, é restar, é deixar todos os sentidos entorpecidos por uma deliciosa
calma e serenidade. O amor nos envolve como garoa fina em dia chuvoso. Nos toca de leve e aos poucos
preenche todo nosso ser.

O amor não cobra pelos excessos, pois é infindável em sua essência. Ele é grama verde, macia, cheia de
pequenas flores que moldam nossos anseios.

Quando se ama em recíproca pode-se fechar os olhos, pode-se calar as palavras e ficar junto sem se
preocupar que o sono vire desleixo e o silêncio rancor.
© obvious:  http://obviousmag.org/alcova_moderna/2015/07/a-energia-do-amor.html#ixzz6fDfQZByl  
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