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Aqui vai a verdade. Nós existimos nesse planeta por um determinado período de tempo.

Durante
esse tempo, nós fazemos coisas. Algumas coisas são importantes, outras não. E essas coisas
importantes trazem significado e felicidade a nossas vidas. As coisas com menos importância
servem basicamente para matar o tempo. Então, quando alguém diz “O que eu deveria fazer com
a minha vida” ou “Qual é o meu propósito?”, o que eles realmente estão perguntando é “O que
eu posso fazer com meu tempo que seja importante?” Essa é uma pergunta imensamente melhor
de se fazer. É muito mais gerenciável e não tem toda aquela carga de “propósito de vida” que as
outras têm. Não tem porquê você ficar contemplando o significado cósmico da sua vida
enquanto senta no sofá o dia todo comendo salgadinho. Ao invés disso, você deveria levantar e
fazer alguma coisa para descobrir o que é importante para você. Uma das perguntas mais
comuns que eu recebo por e-mail é de pessoas me perguntando o que devem fazer com suas
vidas, seus ‘propósitos”, etc. Essa é uma pergunta impossível de responder. Mesmo porque, até
onde eu sei, essa pessoa pode curtir costurar suéteres ou jogar videogame o dia em seus porões o
dia todo. Eu não sei. Quem sou eu pra dizer o que é importante para essas pessoas? Depois de
muita pesquisa, eu reuni algumas perguntas que podem te ajudar a descobrir por si só o que é
importante para você e que adiciona mais propósito a sua vida. Essas perguntas não são
exaustivas nem definitivas. Na verdade, elas são um pouco ridículas. Mas eu as fiz dessa forma
porque descobrir o propósito das nossas vidas deveria ser algo divertido, e não um fardo.  
1. COM QUE RECHEIO VOCÊ COMERIA O “PÃO QUE O DIABO AMASSOU”? Ah
sim, a pergunta que realmente importa. Qual “pão que o diabo amassou” você prefere?
Porque aqui vai uma verdade na vida que é muito difícil de engolir, e que ninguém diz
no colégio ou na preparação para a vida adulta:
2. AS COISAS FICAM UMA M#@%A, MUITAS VEZES. Você provavelmente está
pensando que isso soa incrivelmente pessimista. Mas eu acho que pensar nisso é uma ideia
libertadora. Tudo envolve sacrifício. Tudo tem custo, afinal, “não existe almoço grátis”.
Nada é prazeroso e divertido o tempo todo. Então a pergunta real é: que tipo de esforços e
sacrifícios você está disposto a fazer? No fim das contas, o que determina a nossa
capacidade de insistir em algo com o que nos importamos é justamente a habilidade de lidar
com caminhos difíceis e superar os inevitáveis dias ruins. Se você quer ser um empresário
de tecnologia brilhante, mas não consegue lidar com o fracasso, então, você provavelmente
não vai muito longe. Se você quer ser um artista profissional, mas não saberia lidar com
centenas, se não milhares, de rejeições, você vai nadar, nadar e morrer na praia. Se você
quer ser um cirurgião renomado, mas não suportar as cargas horárias longas, tenho péssimas
notícias para você. Que tipo de experiências desagradáveis você consegue tolerar? Você
ficaria a noite toda acordado programando? Você está disposto a atrasar seus planos de
começar uma família em 10 anos? Você toleraria pessoas rindo de você cada vez que você
errasse, até o momento de ter sucesso? Que pão amassado pelo diabo você comeria? Porque,
eventualmente, todos recebemos um. O melhor que podemos fazer é escolher um bom
recheio pra ele.  
3. O QUE SE TORNOU VERDADE SOBRE VOCÊ QUE FARIA SEU EU DE 8 ANOS
CHORAR?
Quando eu era pequeno, costumava escrever histórias. Eu sentava por horas sozinho no meu
quarto, escrevendo sobre tudo, aliens, super-heróis, grandes lutadores, família e amigos. Não
porque eu queria impressionar meus pais e professores, mas pela própria satisfação de
escrever. E aí, por alguma razão, eu simplesmente parei. E eu não me lembro porquê. Todos
nós temos a tendência de perder hábitos que amávamos quando crianças. Tem algo a ver
com as pressões sociais da adolescência e profissionais da vida adulta que espreme a paixão
para fora de nós. Somos ensinados que a única razão para fazer algo é se formos
recompensados por isso. Foi só nos meus 20 e tantos anos que eu redescobri o quanto eu
amava escrever. E só quando eu abri minha empresa que eu lembrei o quanto gostava de
construir websites — algo que eu fazia por diversão na adolescência. A coisa engraçada é
que, se meu eu de 8 anos perguntasse para meu eu de 20 anos “por que você não escreve
mais?”, e ele respondesse “porque eu não sou bom nisso” ou “porque ninguém vai ler o que
eu escrevo” ou “porque não dá pra fazer dinheiro com isso”, não só estaria completamente
enganado, como também faria minha versão mais nova chorar.  
3. O QUE TE FAZ ESQUECER DE COMER E TOMAR BANHO? Todos nós já tivemos
aquela experiência de estar tão envolvidos em algo que minutos viraram horas, que viram
um “Caramba, esqueci de jantar”. Dizem as más línguas que o mesmo acontecia com Isaac
Newton quando era jovem, e precisava ser lembrado de comer por sua mãe constantemente,
passando dias imerso no seu próprio trabalho e quase sempre se esquecia. Eu costumava
gostar de videogames. Isso provavelmente não era uma coisa boa. Na verdade, por muitos
anos, foi quase um problema. Eu sentava e jogava o dia todo, ao invés de fazer coisas mais
importantes como estudar para provas, tomar banho regularmente ou interagir pessoalmente
com outros humanos. Só quando eu desisti dos videogames que percebi que minha paixão
não era pelos jogos em si (mesmo gostando muito deles). Minha paixão era pela melhoria
constante, por ser bom em algo e tentar melhorar ainda mais. Os jogos em si — os gráficos,
as histórias — eram legais, mas eu podia viver facilmente sem eles. Era a competição —
com outros, mas principalmente comigo mesmo — que eu me dava bem. E foi quando eu
me candidatei para aquela vaga onde obsessão por melhoria constante e auto-concorrência
eram importantes para um negócio online e para minha escrita, bom, as coisas realmente
decolaram. Talvez para você seja outra coisa. Talvez seja organizar as coisas de forma
eficiente, se perder em um mundo de fantasias, ensinar algo a alguém ou resolver problemas
técnicos. O que quer que seja, não olhe para as atividades que te deixam acordado a noite
toda, e sim para os princípios cognitivos por trás dessa atividade que te encantam. Porque
eles facilmente podem ser aplicados em outras coisas. (Até porque maratonar séries na
Netflix infelizmente ainda não é um emprego! )  
4. COMO VOCÊ PODE SE ENVERGONHAR AINDA MAIS? Antes de você ser bom em
alguma coisa e fazer algo importante, você primeiro deve falhar em algo e não fazer a
mínima ideia do que você está fazendo. Isso é bem óbvio. E para fazer isso, você geralmente
se envergonha de alguma forma durante as tentativas, constante e repetitivamente. Mas o
comportamento normal das pessoas é tentar evitar esse constrangimento, porque sentir
vergonha é uma droga. Então, por causa da importância que damos a “ser incrível”, nós
fazemos de tudo para evitar fazer algo que pode potencialmente te envergonhar, então você
vai acabar nunca fazendo algo que é importante para você. Sim, mais uma vez tudo volta
para a vulnerabilidade. Nesse exato momento, tem algo que você quer fazer, algo que você
pensa o tempo todo, algo que você sonha em fazer, mas você não faz. Você tem suas razões,
é claro, e você repete esses motivos para si mesmo infinitamente. Mas o que são essas
razões? Por que posso te dizer nesse momento que se esses motivos são baseados no que os
outros iriam pensar, você tá se ferrando bonito. Se suas razões são algo como “não posso
abrir meu próprio negócio porque passar mais tempo com meus filhos é mais importante
para mim” ou “jogar Overwatch o dia inteiro provavelmente vai interferir na minha música,
que é algo que eu quero fazer”, então ok. Fazer o que? Mas se seus motivos são algo do tipo
“Meus pais iam odiar” ou “Meus amigos me zoariam por isso” ou “Se eu falhar, vou fazer
papel de bobo”, então, grandes chances de que você está evitando algo que você realmente
se importa muito porque se importar é justamente o que te assusta pra caramba, não o que
sua mãe ou o seu colega João pensam sobre isso.
VIVER EVITANDO O CONSTRANGIMENTO É COMO VIVER COM A CABEÇA
ENTERRADA NA AREIA. As melhores coisas da vida são, por sua própria natureza,
únicas e fora do comum. Então, para alcançá-las, nós precisamos ir contra a mentalidade do
senso comum. E fazer isso é absolutamente assustador. Abrace o constrangimento. Se sentir
bobo é parte de conquistar coisas importantes e significativas. Quanto mais uma decisão de
vida te assusta, mais você precisa fazê-la, imediatamente.
  5. COMO VOCÊ VAI SALVAR O MUNDO? Caso você não seja muito ligado em
notícias, preciso te avisar que o mundo tem (e sempre teve) alguns probleminhas. E por
“alguns probleminhas” eu quero dizer “está tudo uma b%$!a e nós vamos todos morrer”. Eu
sei que não é novidade e não precisa de pesquisa para saber disso, mas para vivermos um
vida feliz e saudável, precisamos nos ater a valores que são maiores do que nosso próprio
prazer e satisfação. Então escolha um desses problemas e comece a salvar o mundo. Tem
bastante opção! O sistema educacional falho, desenvolvimento econômico, violência
doméstica, cuidados com a saúde mental, corrupção governamental. É só olhar os jornais:
tem coisa lá o suficiente para revirar nossos estômagos e nos fazer sentir incapazes, mas que
precisamos fazer algo a respeito. Encontre uma causa com a qual você se importe e comece
a resolvê-la. É claro que você não vai consertar todos os problemas do mundo sozinho. Mas
você pode contribuir e fazer a diferença. E é esse sentimento de fazer a diferença que é mais
importante para a sua própria felicidade e plenitude. Agora, eu sei o que você está pensando.
“Nossa, eu li todas essas coisas horríveis no jornal e estou me sentindo horrível pelo que
acontece no mundo, mas não consigo transformar isso em ação, muito menos em uma
profissão.” Que bom que você tocou nesse assunto…
6. RESPONDA COM ABSOLUTA SINCERIDADE: SE VOCÊ TIVESSE QUE SAIR DE
CASA TODOS OS DIAS, O DIA TODO, ONDE VOCÊ IRIA E O QUE FARIA? Para
muito de nós, o maior desafio é o bom e velho conformismo. Nós entramos em rotinas. Nós
nos distraímos. O sofá é confortável. Os salgadinhos são do seu sabor favorito. E nada novo
acontece. Isso é um problema. O QUE A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO ENTENDEM É
QUE A PAIXÃO É RESULTADO DE UMA AÇÃO, E NÃO A CAUSA. Descobrir sobre o
que você é apaixonado na sua vida e o que importa para você é como um esporte de contato,
e um processo de tentativa e erro. Nenhum de nós sabe exatamente como nos sentiríamos
em relação a uma atividade até que a gente realmente faça. Então, se pergunte, se alguém
apontasse uma arma para a sua cabeça e forçasse você a sair da sua casa todos os dias o dia
todo, para qualquer coisa (menos dormir), o que você faria para se ocupar? E não, você não
pode ir numa cafeteria e ficar no Facebook o dia todo. Vamos imaginar que não existem
sites inúteis, videogames e televisão. Você tem que estar fora de casa todos os dias, da hora
que você acorda até a hora de dormir. Onde você iria e o que você faria? Faria aulas de
dança? Entraria num clube do livro? Faria outra graduação? Inventaria um novo sistema de
irrigação para salvar vidas de centenas de milhares de crianças nas zonas rurais africanas?
Aprender a pular de asa-delta? O que você faria com todo esse tempo livre? Se essa
pergunta estimula demais a sua criatividade, escreva algumas respostas e, depois, você sabe,
saia e realmente pratique essas atividades. Pontos a mais se você tinha medo de fazê-las
porque achava constrangedor.
  7. SE VOCÊ SOUBESSE QUE IRIA MORRER DAQUI A UM ANO, O QUE VOCÊ
FARIA E PELO QUE VOCÊ GOSTARIA DE SER LEMBRADO? A maioria das pessoas
não gosta de pensar sobre a morte. Claro, ela é assustadora. Mas pensar na sua própria morte
pode (surpreendentemente) ter um monte de vantagens práticas. Uma delas é que nos força a
focar no que realmente é importante e evitar o que é frívolo e distrativo. Quando eu estava
na faculdade, eu costumava perguntar para as pessoas: “se você tivesse um ano de vida, o
que você faria?”. Como você deve imaginar, eu era suuuper divertido nas festas. Muitas
pessoas davam respostas vagas e entediantes. Já quase jogaram bebidas em mim por isso.
Mas eu perguntava porque eu queria que as pessoas realmente pensassem sobre suas vidas
de um jeito diferente, e analisassem quais eram suas a prioridades. Qual vai ser o seu
legado? Que histórias as pessoas vão contar depois que você “for dessa pra melhor”? O que
seu obituário vai dizer? Terá algo pra dizer, aliás? Se não, o que você gostaria que tivesse
lá? Como você pode começar a trabalhar para que isso se realize ainda hoje? E, de novo, se
você viajar demais sobre o que seu obituário vai dizer, incluindo um monte de coisas para
impressionar outras pessoas aleatórias, você terá falhado. Quando as pessoas sentem que não
tem um destino muito certo ou um “propósito de vida”, é porque elas não sabem o que é
importante para elas, e não sabem exatamente quais são seus principais valores. E se não
sabem, estão basicamente contando com os valores e prioridades de outras pessoas para
guiar suas vidas, ao invés dos seus próprios. Isso geralmente é um bilhete só de ida para
relacionamentos tóxicos e até angústia. Descobrir o seu “propósito de vida” geralmente se
resume a encontrar aquela uma (ou duas) coisas que são maiores que você, e maiores que
aqueles ao seu redor. E, para encontrá-las, você deve sair do sofá e tirar um tempo para
pensar sobre você e sobre as coisas que realmente importam.
A HORA DE COMEÇAR É AGORA. QUER AJUDA PARA ENCONTRAR SEU
PROPÓSITO? Reconheça seu momento, suas fraquezas, forças, oportunidades e todos os
aspectos da vida que precisam de melhorias para definir seus objetivos

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