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I
Edil Silva Costa
Nerivaldo Alves Araújo
Frederico Augusto Garcia Fernandes
(Organizadores)
Vozes, performances
e arquivos de saberes
Salvador
EDUNEB
2018
©2018 Autores
Direitos para esta edição cedidos à Editora da Universidade do Estado da Bahia.
Proibida a reprodução total ou pardal por qualquer meio de impressão, cm forma
idêntica, resumida ou modificada, em Língua Portuguesa ou qualquer outro idioma.
Depósito Legal na Biblioteca Nacional
Impresso no Brasil cm 2018.
Coordenação Editorial
Fernanda de Jesus Cerqueira
Coordenação de Design
Sidncy Silva
Revisão Textual e Normalização
Tikinct Edições Ltda
Capa c Diagramação
Rodrigo C. Yamashila
Revisão de Diagramação de Prova
Henrique Rehcm Eça
Revisão Textual de Prova
Maria Aparecida Porto Silva
Ficha Calalográfica
Bibliotecária: Fernanda de Jesus Cerqueira - CRB 162-5
Vozes, performances e arquivos de saberes/ Organizado por Edil Silva
Costa, Frederico Augusto Garcia Fernandes e Nerivaldo Alves
Araújo. - Salvador: Eduneb, 2018.
325 p.: il.
ISBN 978-85-7887-352-3
1. Língua e linguagem. 2. Poética oral. I. Costa, Edil Silva. II. Fernandes,
Frederico Augusto Garcia. III. Araújo, Nerivaldo Alves.
CDD: 4183.007
Não! No rio São Francisco não tem somente duas coisinhas belas,
como retrata essa cantiga do grupo de samba de roda ‘ É na Pisada
Ê”, das margens do Velho Chico na cidade de Xique-Xique, Bahia.
Além da “cabeça de curimatá” e do “beijinho de moça donzela”,
há toda a beleza das narrativas e da poesia oral do samba de roda
das margens do Velho Chico, que retratam um conjunto plural
de gostos, símbolos, representações, fazeres, ideologias, crenças
e opiniões.
Antes de dar início às nossas reflexões, convém afirmar que
este texto é oriundo de comunicação proferida no IV Seminário
VOZES, PERFORMANCES E ARQUIVOS DE SABERES • 291
Brasileiro de Poéticas Orais, realizado no campus II da Universidade
do Estado da Bahia (Uneb) em Alagoinhas, no mês de abril de
2017. Contém reflexões acerca das identidades ribeirinhas, refle-
xões essas construídas a partir de minhas pesquisas sobre narra-
tivas e poéticas orais das margens do Velho Chico, desenvolvidas
durante o mestrado e o meu processo de doutoramento. Assim, al-
gumas considerações, reflexões e análises advindas desta pesquisa,
como também algumas cantigas e trechos de narrativas apresenta-
dos aqui, poderão aparecer compondo recortes de algumas outras
publicações.
Hall (2000), em suas considerações acerca das identidades
culturais dos indivíduos, aponta para a forma como estas se estabe-
lecem a partir da interação do indivíduo com o outro, com o meio
e suas influências. Sendo assim, os povos das margens do Velho
Chico, na região de Xique-Xique, Bahia, trazem nas diversas mani-
festações de sua cultura identidades diversas, que se encontram na
forma de alinhavos, isto é, são provisórias e moventes.
As redes identitárias dos povos da região são tecidas sob a
forma de alinhavo,1 compondo uma trama que envolve uma série
de elementos e influências, pois essas identidades não são fixas, es-
táveis, mas se constroem de modo provisório, numa tecedura pe-
rene, como também é o movimento das próprias águas do rio, no
qual pescadeiras e pescadores jogam as suas redes na labuta diária
da pesca. Redes que são tecidas por elas e eles, enquanto contam as
suas histórias e cantam a sua poesia:
1
Ô pega a cadeira
E assenta mulher
A mulher que não assenta
Que diabo quer em pé?
2
ô barre a casa mulher
Eu não sei não
ô barre a casa mulher
Eu não sei não
REFERÊNCIAS