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PEDAGOGIA LIBERTÁRIA EM TEMPOS DE PANDEMIA, UM EXERCÍCIO DE

SAÚDE MENTAL

ALUNOS(A): Nathally Carniel Weber


(Por teu e-mail)

Sthefany de Souza Lemos


sthefany_lemos@hotmail.com

PROFESSOR(A): Josiane Lieberknecht Wathier Abaid


josianelieb@ufn.edu.br
RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar a pedagogia libertária como
alternativa para a retomada das aulas para os jovens, embasado nas ideias psicologia
positiva onde o foco é nas potencialidades e virtudes dos seres humanos. Otimizando
e validando os processos criativos como auxiliadores da aprendizagem. Visando um
aumento de atividades físicas para a saúde mental.
Palavras-chave: Aprendizagem; Criatividade; Potencialidades; saúde mental.

1.INTRODUÇÃO:
A psicologia positiva recebeu um enfoque maior no ano de 1998 quando Seligman e
outros pesquisadores começaram a desenvolver pesquisas para mudar o foco da
psicologia; Esta mudança veio com a necessidade de focar nos aspectos positivos,
visando o florescimento, onde as capacidades devem ser reconhecidas e exploradas.
Esta pesquisa ficou reconhecida em diversos países e foi financiada por grandes
empresas. A partir desta perspectiva, a pedagogia libertária poderá manter os alunos
mais interessados pois este método visa a transformação e autonomia dos alunos,
fortalecendo sua autoestima e criatividade, para esta pedagogia os sentimentos e as
experiências vividas são colocadas como essenciais.
Utilizamos Paulo Freire como base, o método de educação libertadora, onde o aluno e
professor desenvolvem juntos as atividades, deixando de lado o autoritarismo e
superioridade colocada ao professor, que acaba causando medo e desinteresse no
aluno. ͞''Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua
própria produção ou sua construção'' (FREIRE, 2010, p.47). A partir disso acreditamos
que o exercício da liberdade será de grande importância na retomada as aulas,
considerando que os alunos além das aulas online estão buscando formas autônomas
de aprendizado, seja por leituras extras, videoaula ou a própria troca entre alunos.
Outro aspecto que acreditamos ser importante ressaltar é o alto índice de depressão
apresentado no período da pandemia, a partir disso utilizamos o enfoque da psicologia
positiva, cuja explora as potencialidades, exercendo a criatividade. Os métodos
desenvolvidos foram pensados a fim de restabelecer os vínculos alterados durante o
período de COVID-19, trazendo para o corpo os sentimentos e necessidades dos
alunos.

2.OBJETIVOS:
Buscamos por meio destes proporcionar um roteiro “escola-oficina” onde será
essencial a participação de todos os envolvidos, instigando a educadores e estagiários
a saírem das funções fixas impostas. Nosso objetivo é prover uma melhor
comunicação entre professores e alunos, com isso formando um grupo onde haverá
troca de conhecimento e experiências em meio a medidas extremas.
Nosso roteiro visa a modificações nos níveis de aprendizagem de alunos onde
visaremos a liberdade pedagógica no sistema escolar. Os materiais ficam sempre à
disposição dos alunos para que obtenham total liberdade, sendo assim instigando
descoberta de suas necessidades. Nada é exigido dos alunos, o professor sempre
está a sua disposição. Essa pedagogia valoriza a autogestão, acredita na liberdade
total, com isso dá mais importância no processo aprendizagem e nos conteúdos de
ensino para com o aluno. O objetivo dessa pedagogia é moldar a personalidade dos
alunos, sendo uma pedagogia antiautoritária.
3.METODOLOGIA:
Almejamos nesta primeira etapa é problematizar estes conhecimentos prévios são
apresentadas aos alunos situações reais, para que os mesmos sejam desafiados a
expor suas posições ou concepções prévias sobre o tema.
O Segundo momento ou organização do conhecimento: caracteriza-se pelo
desenvolvimento de atividades que auxiliem o aluno a compreender e partilhar os
conhecimentos e experiências permitindo construir uma resposta mais aprofundada
para a questão proposta.
Referente ao grupo, a metodologia se dará pelo grupo operativo que é uma técnica de
trabalho em grupo através da estrutura grupal. Essa técnica baseia-se nas teorias de
Pichon-Rivière, o qual se fundamenta na aprendizagem, que é considerada sempre
uma leitura crítica da realidade.
A psicologia social pichoniana aponta a importância da inter-relação entre os membros
ao qual traz a estes experiências da realidade. Em relação a tarefa, esta tem o papel
de concretizar os objetivos do grupo, mas a concretização só irá acontecer quando as
pessoas permitirem que a mudança ocorra.
A realização da tarefa é necessariamente grupal, onde os indivíduos se comprometem
e se envolvem como membros do grupo, aprendem a pensar juntos, encontrar
soluções para os problemas criados e manifestados no grupo, os indivíduos criam um
código em comum (GAYOTTO E DOMINGUES, 1995).
Podemos ressaltar com base de sua obra, junto a um coletivo de autores, que o maior
legado teórico-metodológico de Paulo Freire não seria a criação de um método de
alfabetização de jovens e adultos em uma perspectiva pedagógico-escolar, mas sim a
sua ampla e profunda teoria da aprendizagem e do conhecimento, compreendendo a
educação como uma situação gnosiológica, parte da Filosofia que estuda o
conhecimento humano (FREIRE, 2006). Para ele, a educação é uma das dimensões
da cultura e, por ser uma construção eminentemente humana, comporta em si um
potencial de mudança social permeada de esperança e sonhos possíveis. Acredita,
portanto, que é na experiência dialógica e dialética do processo educacional que são
criados os alicerces para as próprias mudanças educacionais e uma transformação
sociocultural. Os conteúdos são os conhecimentos que resultam das experiências
vividas pelo grupo, especialmente a vivência de mecanismos de participação crítica. O
conhecimento não é a investigação cognitiva do real, mas sim, a descoberta de
respostas as necessidades e às exigências da vida social. Os conteúdos propriamente
ditos são os que resultam de necessidades e interesses manifestos pelo grupo e que
não são as matérias de estudo. (LUCKESI, 1994).
4.DESENVOLVIMENTO:
Educador brasileiro reconhecido por sua contribuição para a história das ideias
pedagógicas no Brasil e América Latina, especialmente no que diz respeito aos
processos de alfabetização e Educação de Jovens e Adultos, Paulo Freire (1921-
1997) defendia uma educação preocupada com os problemas de nosso tempo e com
o desenvolvimento da consciência crítica. Seu método, desenvolvido na década de
1960 como estratégia para a alfabetização de adultos e popularmente conhecido como
“Método Paulo Freire”, possui fundamentação humanista ao vislumbrar na educação
um ato criador, a medida em que proporciona ao indivíduo autonomia, consciência
crítica e capacidade de decisão.
O próprio Paulo Freire considerava sua metodologia um método de aprender e não
propriamente de ensinar, portanto muito mais próxima a uma Teoria do Conhecimento
do que uma metodologia de ensino propriamente dita. Os princípios ético-
metodológicos de sua teoria eram constituídos com base no respeito pelo educando e
na conquista da autonomia, tendo o diálogo como principal condutor do processo de
ensino-aprendizagem.

De acordo com o Método Paulo Freire o processo educativo está centrado na


mediação educador-educando. Cabe ao educador mostrar ao educando que ele traz
consigo uma vasta experiência e ao educador é encarregado a tarefa de auxiliar na
organização desses conhecimentos, relacionando os saberes trazidos pelo educando
com os saberes escolares. Assim, o aluno melhora progressivamente sua autoestima,
conseguindo participar mais ativamente do processo de aprendizagem,
consequentemente, maior será a autonomia e maior será também a perspectiva de
participação ativa na sociedade.

O trabalho pedagógico baseado nesse método parte de uma investigação temática


para verificação do universo vocabular do aluno e dos modos de vida e costumes da
região, com o objetivo de perceber como o aluno sente sua realidade. A partir deste
levantamento é definido um tema gerador geral e demais tematizações a serem
trabalhadas através de ilustrações que representem aspectos da realidade concreta
dos alunos a fim de suscitar debates que levem a problematização das situações
vividas. Paralelamente a essas etapas são trabalhados pelo professor as dificuldades
fonéticas sendo que, desta forma, o processo de construção e significação de
palavras, leitura e escrita ocorrem simultaneamente.

Ao trabalhar a aprendizagem dessa maneira, o método inova ao promover a


horizontalidade na relação educador-educando, a valorização da sua cultura e da sua
oralidade. Partindo dos princípios de que o educando é sujeito da própria
aprendizagem e de quando ele chega à escola já possui um conhecimento de sua
língua e de sua cultura, promove uma aprendizagem que ocorre coletivamente e se dá
no conflito entre o conhecimento antigo e o novo conhecimento.

Portanto, na visão de Paulo Freire a educação deve ser capaz de promover a


autoconfiança e toda ação educativa deve ser um ato contínuo de recriação e de
ressignificação de significados enquanto condição de possibilidade para uma
educação conscientizadora e libertadora, dentro de uma perspectiva contínua de
diálogo e reflexão sobre a ação com o objetivo de ampliar a visão de mundo e a
participação ativa do indivíduo em todas as esferas da vida em sociedade
A organização Mundial Da saúde (OMS) recomenda 150 minutos semanais para
atividades físicas, a fim de manter uma rotina saudável e o corpo equilibrado, porém
um estudo realizado pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) observou que um a cada
dois adultos não tem essa rotina de exercícios físicos, no caso das crianças e
adolescentes a atividade física se faz de extrema importância, visto que, além de
auxiliar no crescimento e desenvolvimento, os exercícios auxiliam na prevenção de
diversas doenças como hipertensão, câncer, promovendo também uma saúde
esquelética e o controle da pressão sanguínea.
No momento atual que estamos vivendo faz-se necessário para além das atividades
físicas, a redução de comportamentos sedentários durante o dia, dentro desse aspecto
inclui-se o tempo que é passado deitado e sentado, recomenda-se reduzir para no
máximo 4 horas sentado em frente a uma tela, porém isso configura um novo
problema, visto que, algumas escolas seguem com o cronograma habitual, onde os
alunos passam o dia inteiro em frente as telas acompanhando as aulas.
Uma pesquisa realizada em abril pela Universidade Federal De Santa Maria (UFSM)
demonstrou que 65% das pessoas que responderam o questionário afirmaram que
sua saúde mental piorou desde o início da pandemia. A partir dessa demanda,
organizamos estratégias de redução de danos causados pelo isolamento social, dentre
elas a prática de atividades físicas e o relaxamento corporal apresentam um alto grau
de importância, pois além de promover uma saúde física, promove saúde mental.

5.CONCLUSÃO:
O presente artigo buscou fazer uma reflexão sobre o conceito de interação em sala de
aula e sua relação com o processo ensino e aprendizagem na atual situação,
relacionada a tendência progressista libertária. Cabe ao professor repensar os
modelos de atuação docente e procurar novas alternativas que incentivem todos os
alunos a experimentarem o sucesso escolar. Crianças que foram educadas sob
posição de autoritarismo entram na escola já deformadas e facilmente projetam nos
professores o poder dos pais sobre si, sendo assim, não conseguindo criticá-los, não
transformam a crítica em ação, a não ser contra si mesmos, tornando-se indiferentes
ao conhecimento e apresentando baixo rendimento escolar. Atualmente encontramos
escolas com base no ensino tradicional, não se restringe apenas e especificamente a
mediação pedagógica em sala de aula, mas também deve ser repensada a
implantação da tendência progressista libertária.
1 ENCONTRO - Sugere-se apresentação dos alunos, onde cada um tem a liberdade
de expressar o que deseja sobre si. A apresentação começa com o aluno que se sentir
mais à vontade para sua apresentação, para aumentar a segurança do aluno e
incentivar a fala, cada vez que um termina sua apresentação é dito ''HEY'' e o resto da
turma responde com ''HEY YA'', que significa ''eu falei'' e ''eu escutei com o coração'',
respectivamente, junto com o início do contrato grupal.
2 ENCONTRO - Dinâmica de autogestão. Essa atividade propõe que os alunos se
juntem para discutir de que forma aprenderam durante a pandemia, trazendo relatos
pessoais sobre suas dificuldades e facilidades em estudar em casa, abrindo espaço
para expressar seus sentimentos.
3 ENCONTRO - Os alunos se juntam para desenhar/escrever sobre suas
experiências durante a pandemia, trazendo tarefas que gostaram ou não de fazer,
atividades que ajudaram a aliviar o estresse. Material necessário: Caneta e papel.
4 ENCONTRO - Dinâmica da semelhança
Os alunos se juntam em trios ou quartetos e conversam sobre gostos pessoais, e
ambições, devem achar algumas características em comum, depois se juntam no
grande grupo e cada um deve listar características em comum que acharam. Essa
atividade auxilia na comunicação, identificação, afeto e sentimento de pertencimento,
facilitando a sensação de segurança para as próximas atividades.
5 ENCONTRO- Separamos atividades que ajudam a aliviar estresse, levando em
conta que o ambiente escolar gera muita tensão, e que o período de pandemia afetou
muita gente, tanto fisicamente quanto psicologicamente, pensamos em atividades que
ajudam a relaxar o corpo, neste encontro levamos uma meditação guiada e
alongamentos para os estudantes.
6 ENCONTRO- Pensando também no grande estresse e sedentarismo sofrido no
tempo de isolamento, propusemos atividades que auxiliem na movimentação do corpo.
Nesse encontro conversaremos sobre o que foi trazido pelos estudantes em relação a
experiência durante a pandemia, utilizaremos músicas (escolhidas juntamente dos
alunos) para eles poderem expressar o que passaram. Materiais necessários:
caixinha de som.
7 ENCONTRO- Arte e colagem.
Os alunos se juntam em trios ou quartetos e procuram em revistas imagens/frases das
quais se identifiquem, após isso o grande grupo se encontra para explicar sobre sua
arte.
8 ENCONTRO- Aberto para os alunos trazerem alguma dinâmica para a turma.
Conversa com a turma sobre o próximo encontro ser aberto para trazerem dinâmicas
ou assuntos que consideram importantes abordar.
9 ENCONTRO- Separamos alguns temas para possíveis discussões/debates:-
Gênero - Saúde- Diversidade
10 ENCONTRO- Encerramento do grupo, conversa final com a turma.
Materiais necessários: tesouras, revistas, cola, cartolina.
REFERÊNCIAS:
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