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Aula dia 11/10/19

Dissertação 2: 25/10

Tema: analise o seguinte texto, circunstanciando a questão do ornamento: “Descobri o


seguinte, que comuniquei ao mundo: a evolução cultural equivale a eliminar o ornamento
do objeto de uso cotidiano”, em Loos, “Ornamento e Crime”.

Crise ética do pós-guerra

1. Teoria Racial – degeneração


2. Degeneração e estética – Nordau, Degeneração, déc. 1890
Adolph Loos – “Ornamento e crime”, 1908

- Diferença essencial entre a cultura Europeia e as primitivas. Para ele, a europeia teria
chegado a um grau de desenvolvimento industrial tal que não seria mais capaz de fazer
ornamentos, não fazia mais sentido cultural. Enquanto isso, no grau cultural dos primitivos
(como na Papua Nova Guiné, lugar que usa como exemplo) ainda se faziam ornamentos,
ainda faziam sentido de serem feitos.

- No entanto, Loos escreve isso numa Europa que está produzindo, em escala industrial,
muitos ornamentos: Art Nouveau! A resposta para isso, estaria na teoria racial. Haveria
pessoas que obrigavam os outros a fazerem ornamentos, seriam essas pessoas as
degeneradas, os donos dos meios de produção.

-ORNAMENTO COMO SINTOMA ESTÉTICO DE DEGENERACAO RACIAL, ou seja, se poderia


identificar uma pessoa degenerada/ criminosa a partir de sintomas plásticos. Ex. grafite em
porta de banheiro, tatuagens etc.

-Loos expande a ideia de Nordau, que trata da degeneração biológica na literatura,


trazendo a questão do ornamento como identificação criminal. (degeneração biológica =
questão biológica que justifica a criminalidade)

-Argumento de Loos: donos dos meios de produção degenerados cometem crimes ao


fazerem os operários criarem ornamentos. O ornamento em escala industrial seria
facilmente descartável, pois não faria sentido numa sociedade de produção utilitária, o
que seria um desrespeito/crime/violação ao trabalhador.

-Bauhaus, Le Corbusier todos leram e apoiaram Ornamento e Crime, e por isso a


proposição de arquitetura modernista clean. Ou seja, nada se justifica pela funcionalidade,
mas pela questão racial. Isso não partia de nazistas, mas modernos.

3. Partido Nazista, 1933

Paul Schultze-Naumburg

“Arte Degenerada”, 1937-40

Cahiers d’art: 1940 -1944 (cadernos de arte)

-Em 1933, o reino da Prússia, com capital em Berlin, lidera a anexação de territórios dessa
região que se chamava Alemanha, mas nunca fora um país. Depois com uma guerra contra
a França, foi instaurada a Alemanha no território francês. Neste contexto, a questão
cultural era estratégica para estabelecer uma unificação de territórios.
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- Quando Hitler assume o poder ele se usa dessa estratégia, e a primeira ação que faz em
seu governo é nos museus da Alemanha. Troca todos os funcionários por agentes nazistas.
Os mesmos, vão trocando as obras dos museus, as alterando por obras conservadoras.

-Os nazistas seguiam a teoria de Paul Schultze-Naumburg, que une o argumento da


degeneração racial com a do ornamento para definir a arte moderna como um sintoma de
degeneração do artista. Fazem isso associando as pinturas modernistas com
representações realistas, ou seja, todo retrato deformado do modernismo é traduzido
como artistas realmente deformadas. Ou seja, retirar a arte moderna é cuidar da saúde
pública do país.

-“Arte degenerada”, 1937 – 1940. Exposição mais visitada na história da Alemanha.


Curadoria da exposição foi feita por médicos nazistas, uma vez que eles que identificavam
a origem da degeneração.

-Na exposição, ao lado das obras, havia textos na parede defendendo a tese da
degeneração. Muitas obras, ao final da exposição, foram queimadas.

-Cadernos de Arte. Zarvus escreve uma publicação que identifica o perigo que a exposição
de arte degenerada apresentava para a humanidade. O único artista que se manifestou
contrário à exposição foi Picasso, com Guernica.

-ASSIM, a crise ética que se abre pós segunda guerra mundial é a de que toda a questão
degenerativa partiu dos modernos, não dos nazistas – estes apenas usaram este
argumento contra eles mesmos. A teoria racial ainda era considerada válida até depois do
final da guerra, e o argumento só será invalidado com a descoberta do DNA.

-A resposta à essa crise ética será a teoria humanista de Merleau-Ponty – “O olho e o


Espírito”.

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