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CONFECÇÕES.
BLUMENAU
2010 / I
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1 INTRODUÇÃO
d) monitorar áreas onde a organização possui pontos fortes afim de não ser
surpreendida novamente por possíveis riscos e incertezas.
De acordo com Azambuja, Dalfovo, Dias e Rodrigues (2001), micro, pequenas e
médias empresas são mais flexíveis e supostamente devem possuir estratégias de mercado
mais consolidadas. Além das qualidades citadas, são ágeis no sentido da capacidade de
mudança e adaptação frente a alterações no ambiente organizacional. Conforme o SEBRAE-
SP (2007), existem 5,1 milhões de empresas no país, destes 98% são considerados micro e
pequenas empresas. Os pequenos negócios respondem por mais de dois terços das ocupações
do setor privado. A pesquisa ainda revela que estas empresas são responsáveis por 20% do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Geralmente são produtos de baixo preço unitário,
predominam nas vendas ao consumidor final, atendem a necessidades básicas do consumidor
final (alimentação, vestuário, moradia).
Conforme Silva (2003), basicamente 70% das empresas não completam o segundo ano
de vida. Segundo pesquisas, a má administração, fraco planejamento e um gerenciamento
incompetente são os grandes responsáveis pelo fechamento dessas organizações. Uma
realidade não tão distante na indústria de confecção do Médio Vale do Itajaí, visto que,
segundo Azambuja, Dalfovo, Dias e Rodrigues (2001), a falta de um planejamento estratégico
consistente e o não conhecimento e não utilização de técnicas que visam o conhecimento
estratégico do negócio são comuns nessas organizações e são fatores determinantes para o
fracasso de muitas delas.
Porém, um quesito preocupa os donos de micro e pequenas empresas (MPEs) a
mortalidade. Observando os conceitos iniciais e a realidade da região, o presente trabalho
propõe a introdução da técnica de Análise SWOT no planejamento estratégico de marketing
das indústrias de confecção da região.
1.1 PROBLEMA
1.2 JUSTIFICATIVA
A região do Médio Vale do Itajaí, em Santa Catarina é um dos maiores pólos têxteis
do Brasil. A localidade abriga grandes fábricas como a Coteminas, Hering, Karsten¸ Sulfabril
e Teka, bem como um número elevado de MPEs no setor. De acordo com Campillo (2007),
esse setor responde por 65% da economia da região.
A atratividade deste setor para as pequenas empresas consiste nos baixos níveis de
investimento exigidos em máquinas e na contratação de funcionários, além da produção em
baixa escala. Segundo Campillo (2007), somente na cidade de Brusque, existem em torno de
750 estabelecimentos e em Blumenau, aproximadamente 450.
Tendo em vista artigos e trabalhos de conclusão de curso anteriores, foi observada a
deficiência de um planejamento estratégico de marketing conciso e claro para este segmento
no que tange as empresas de menor porte, agregado a falta de conhecimento sobre
administração estratégica, denota o elevado nível de mortalidade das indústrias de confecção
de menor porte, a qual seus administradores, na maioria dos casos, utilizam-se exclusivamente
de conhecimento tácito, na formulação de estratégias da organização. Assim, a proposta é
implementar uma ferramenta que visa auxiliar essas empresas, de modo que obtenham
posição competitiva favorável, melhor visão estratégica organizacional, bem como, melhor
atendimento a clientes e fornecedores.
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1.3 OBJETIVOS
Esta técnica beneficiaria essas empresas no provimento de uma visão estratégica que
visa analisar e agir conforme estímulos tanto do ambiente interno quanto do externo, de
maneira ágil e com grande capacidade de mudança, conforme as características de uma micro
e pequena empresa.
O sistema a ser desenvolvido será proposto com licença pública, em inglês, General
Public Lincense (GPL), a qual o usuário poderá ter liberdade para avaliar, estudar, redistribuir
cópias além da possibilidade de aperfeiçoar o sistema, conforme a necessidade da
organização. A utilização da linguagem de programação PHP, bem como o banco de dados
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo aborda assuntos a serem apresentados nas seções a seguir, tais como
marketing, análise ambiental, planejamento estratégico de marketing, análise SWOT,
indústria de confecção, além dos trabalhos correlatos.
2.1 MARKETING
1992), marketing é ligar a organização com o meio ambiente e com os valores, as normas e a
precificação, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que
empresas estão direcionando novos meios para tornar seus produtos mais atrativos ao
Tecnologias como softwares, páginas de internet, intranet, entre outros, são facilitadores na
Conforme Ferrell, Hartline, Lucas e Luck (2000), é o mais amplo assunto da análise
ambiental, pois inclui todos os fatores externos que podem exercer pressões diretas e indiretas
sobre as atividades da organização. Segundo Kotler (2000) as organizações devem identificar
as oportunidades e ameaças associadas a cada tendência ou desenvolvimento. Um dos grandes
objetivos da análise ambiental é o reconhecimento de novas oportunidades. Há a necessidade
de uma avaliação deste quesito observando, essencialmente, sua probabilidade de sucesso. O
requisito chave do êxito de uma oportunidade é, além das características do negócio atender
aos anseios dos clientes, a superação dos pontos fortes dos concorrentes. Assim, se
adequadamente aproveitas pelas organizações, podem influenciá-las positivamente.
Outro fator integrante do ambiente externo são as ameaças, segundo Kotler (2000), é
um desafio imposto por uma tendência ou desenvolvimento desfavorável que levaria a
possíveis problemas na organização. Devem ser classificadas de acordo com a gravidade e a
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O primeiro item, e, o mais almejado pelas organizações, são os pontos fortes. Segundo
Pagnocelli e Vasconcellos (1992), as forças são as características da empresa, que são
tangíveis ou não, e que possam ser utilizadas e potencializadas para aperfeiçoar o
desempenho. O segundo item, os pontos fracos, são as características da empresa, que são
tangíveis ou não, que precisam ser minimizadas para evitar influência negativa sobre o
desempenho.
Assim, Kotler (2000), afirma que “o negócio não precisa corrigir todos os seus pontos
fracos, nem se vangloriar de todos os seus pontos fortes.”.
Kotler (2000), afirma que “as metas indicam aquilo que uma unidade deseja alcançar;
estratégia é um plano de como chegar lá.”. Este autor utiliza-se de Porter, para descrever os
três tipos genéricos de estratégia:
Ferrell e Hartline (2005) afirmam que um modelo amplamente utilizado para organizar
e utilizar dados e informações obtidas na análise ambiental é denominada análise SWOT.
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Conforme Kotler (2000), é avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças
no contexto da organização. Essa análise abrange tanto o ambiente interno como o externo da
empresa.
63,1%
52,4%
45,5%
31,4%
21,9%
19,2%
15,8%
15,4%
+3 (alto) -3 (alto)
+2 (médio) -2 (médio)
+1 (baixo) -1 (baixo)
Outro critério a ser observado é a Importância, que é a prioridade a qual o item possui
na organização. A contagem difere da magnitude, pois não há contagem negativa. O critério é
numerado conforme quadro 2.
Nível de importância
3 (grande importância)
2 (média importância)
1 (pouca importância)
Conforme ABIT (2006 apud ROCHA, 2007), a cadeia produtiva têxtil no Brasil é
formado por 30 mil empresas de fiações, tecelagens, malharias, tinturarias e confecções que
geram 1,6 milhões de empregos formais e informais. O Brasil é o sexto maior produtor têxtil
do planeta, sendo a indústria de confecção, a segunda que mais emprega dentro da indústria
de transformação, representando 18,6% do setor.
A região catarinense do Vale do Itajaí destaca-se como grande pólo têxtil no Brasil.
Conforme Pauli (1997), a indústria de tecelagem se desenvolveu entre a região compreendida
entre o Vale do Itajaí e o norte de Santa Catarina, fortemente influenciado pelos
colonizadores, especialmente, alemães. Segundo o mesmo autor, a primeira tecelagem que
teve continuidade direta foi principiada por Hermann Hering, em 1879. Três anos mais tarde,
foi a vez de Johan Karsten desenvolver a própria tecelagem.
A indústria de confecção conheceu seu auge entre as décadas de 1970 e 1980, onde
que, somente a Cia. Hering, em 1981, a organização atingiu seu apogeu, produzindo cerca de
1 milhão de dúzias/mês de peças, contando com mais de 20.000 colaboradores. Contudo, com
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a instabilidade econômica, e com a abertura das importações, nos anos 90, houve uma
desestruturação do parque industrial, principalmente pelo baixo preço dos produtos
industrializados.
Conforme Luckltenberg (2004), o setor têxtil teve de reestruturar sua cadeia produtiva,
desverticalizando-a, ou seja, viu-se a necessidade de eliminar algumas etapas do processo
produtivo, delegando a terceiros, essa função. Também foi demonstrado o que o autor
considera como “administração obsoleta”, ou seja, falta de conhecimento estratégico e
competitivo da gerência da organização.
Segundo Boriello (2008), atualmente, Santa Catarina é o segundo maior pólo têxtil do
país, o faturamento médio das empresas é de aproximadamente 480 milhões de dólares
mensais.
Conforme Campillo (2007), o segmento de malharia destaca-se, uma vez que,
conjuntamente com empresas de grande, nas quais está concentrada a maior parte da produção
da região, um grande número de empresas de pequeno porte divide a parcela do mercado
local. Porém, conforme a ótica da visão empresarial, as empresas de pequeno porte ficam a
margem do processo de inovação. Constata-se que essas empresas atuam isoladamente,
aproveitando-se de alguns espaços deixados pelas grandes empresas do setor.
De acordo com Azambuja, Dalfovo, Dias e Rodrigues (2001), as micro e pequenas
empresas são mais flexíveis, e, assim, deveriam possuir uma estratégia de mercado mais
consolidada. Porém, o que se constata nas pequenas e médias confecções é o baixo nível de
competitividade, bem como um conhecimento estratégico quase nulo.
1
Segundo Immle (1997 apud DARLI, 2003) é uma coleção de dados derivados de dados operacionais para
sistemas de suporte à decisão.
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3 DESENVOLVIMENTO
O gerente insere, altera ou exclui itens referente às subáreas apresentadas acima. Esses
itens são:
a) título: área a qual o gerente informa o resumo sucinto do item a ser avaliado;
b) descrição: local onde se pode detalhar e descrever sobre o título, baseando-se em
análises e coleta de informações;
c) magnitude: deve-se escolher entre as opções (Alta, média e baixa), o tamanho ou a
grandeza que este item possui perante a empresa;
d) importância: conforme a magnitude, a escolha entre as opções (alta, média e baixa)
se faz necessária para avaliar o nível de prioridade que o item possui na
organização.
Após o envio de todas as informações, o sistema gera um relatório com o
ranqueamento dos itens avaliados. Este ranqueamento se dá pela ordem decrescente,
multiplicando-se a magnitude pela importância. O último relatório a ser gerado, a matriz
SWOT, é a representação gráfica da divisão dos itens, na seção 2.4.2, onde apresenta a figura
3.
Ainda há a possibilidade de o gerente informar a missão e a visão da organização,
aspectos importantes que auxiliam na construção da avaliação.
A figura 4 apresenta o diagrama de atividades do fluxo principal da ferramenta.
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3.2 ESPECIFICAÇÃO
3.3 MODELAGEM
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZAMBUJA, Ricardo A.; RODRIGUES, Leonel C.; DALFOVO, Oscar; DIAS, Paulo R.;
Delineando um EIS para Micro e Pequenas empresas de Confecções do Médio Vale do
Itajaí. Blumenau: FURB, 2001. Disponível em: <
http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:VMrZp60G_9MJ:campeche.inf.furb.br/siic/sieg
o/docs/dalfovo__oscar__azambuja__ricardo_alencar__rodrigues__leonel_cezar._delineament
o.pdf+empresa+de+confecção+médio+vale+do+itajaí&hl=pt-
BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEEShhxHsueKW0i5EdefJzsF3OFcRtx5t3Te0CB_QwnNmn
WjSuTE1Ejm7TTXzH9_kuPYY7ii17ajXHK5fVfCm3scbOXD5b9MLOYPzpL7YKr5nUbo7
04olmoaShKQfqlKorEjLXUPgN&sig=AHIEtbTiI3Rz2oJATzW0z9ohek-YEDjMmA>.
Acesso em: 27 fev. 2010.
CAMPILLO, Michel. O vale do Itajaí, maior pólo têxtil da América Latina. 2007.
Disponível em: < http://www.michelcampillo.info/brasil/vale-do-itajai.php/>. Acesso em: 14
mar. 2010.
FERRELL,O. C.; HARTLINE, Michel D..; LUCAS, George; LUCK, David J. Estratégia de
Marketing. Tradução Ailton Bonfim Padrão. São Paulo: Atlas, 2000.
PAULI, Evaldo. História Econômica de Santa Catarina. UFSC: 1997. Disponível em: <
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/EncReg/EncSC/MegaHSC/Historia_economicaSC/91sc488
6-4913.html>. Acesso em: 18 mar. 2010.
ROCHA, Délcio. Sucesso A indústria Têxtil Nacional. 2007. Disponível em: <
http://brasilatual.com.br/sistema/?p=786>. Acesso em: 18 mar. 2010.
SEBRAE-SP. As micro e pequenas empresas. SEBRAE: São Paulo. 2007. Disponível em: <
http://www.sebraesp.com.br/conhecendo_mpe/mpe_numero/pequena_empesa_economia>.
Acesso em: 18 mar. 2010.
SILVA, João B. Mortalidade das micro e pequenas empresas. SEBRAE: Santa Catarina.
2003. Disponível em: < http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?materia=5578>.
Acesso em: 19 mar. 2010.
FORÇAS M I R FRAQUEZAS M I R
- Conhecimento forte de 3 3 9 - Fraca aposta na marca -3 3 -9
produção, processos, produtos e
mercados
- Excelente formação 3 3 9 - Má localização -3 3 -9
profissional dos colaboradores
- Esforço para a modernização 3 3 9 - Especialização em -3 2 -6
de equipamentos produtos de baixo valor
acrescentado
- Tradição têxtil 2 2 4 - Falta de cooperação -3 2 -6
horizontal e vertical
- Bom nome e reconhecida 2 2 4 - A promoção destaca as -2 2 -4
qualidade características e não os
benefícios
- Catálogo excelente 3 1 3 - Dependência de -1 2 -2
subcontratação
OPORTUNIDADES M I R AMEAÇAS M I R
- Desenvolvimento de novas 3 3 9 - Consumidores sensíveis -3 3 -9
aplicações para produtos ao preço
têxteis, apostando-se em
produtos diferenciados
- Produção mais flexível e 3 3 9 - Mudança de mentalidade -3 3 -9
orientada para produtos de do consumidor
maior valor acrescentado
- Novos nichos de mercado 3 3 9 - Concorrência com países -2 3 -6
a qual o valor do produto é
menor
- Reaquecimento da economia 3 2 6 - Carência de planejamento -2 3 -6
estratégico
- Demanda por alta qualidade 2 2 4 - Ociosidade da produção -2 2 -4
Quadro 6 – Exemplo de ranqueamento da análise ambiental de uma empresa têxtil.
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