Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
vitruvius | pt|es|en
receba o informativo | contato | facebook Curtir 39 mil busca em vitruvius ok
063.06
sinopses
como citar
idiomas
original: português
compartilhe
063
063.00
O IAB e os concursos de
arquitetura
Carta a Marcelo Barbosa
e Jupira Corbucci
Otavio Leonidio
063.01
Centro Cultural Jean
Os sentidos linear e o circular em uma vila Marie Tjibaou em Nouméa
4/8 Renzo Piano e a
construção de um
símbolo da civilização
kanak
Ana Rosa de Oliveira
063.02
Arquitetura Moderna no
Nordeste 1960-70: a
Para a aceitação no Ocidente da casa-pátio oriental urbana pode-se destacar produção de Borsoi em
quatro fatores principais (2): primeiro, um espaço psicológico, onde um João Pessoa
edifício “introvertido” proporciona uma maior privacidade, vigilância e Influências
segurança para que o homem realize as suas atividades ao ar livre. Segundo, pernambucanas e
por uma razão econômica, algumas antigas cidades e comunidades foram necessidade de
construídas de modo a formar um anel único, com o espaço central preservação (1)
descoberto. Isto permitia uma densidade populacional relativa aliada a um Jovanka Baracuhy
baixo custo de defesa. Como terceiro item destacamos as condições Cavalcanti Scocuglia,
climáticas, o pátio em lugar da casa isolada com suas quatro faces expostas Lia Monteiro e Marieta
ao Sol, ao vento, etc., fazia com que um edifício protegesse o outro, e Dantas Tavares de Melo
este espaço descoberto poderia ser o local onde seria cultivado as plantas,
as águas da chuva seriam recolhidas para o uso doméstico e na criação de um 063.03
microclima menos hostil que o externo. O quarto remete às conotações Paisagismo asteca
religiosas; este espaço aberto relembra a imagem do homem no Paraíso Vladimir Bartalini
terrestre. Acrescentamos aqui, um quinto fator: os aspectos culturais; cada 063.04
povo interpretou e usufruiu deste lugar conforme as particularidades de Território e
suas tradições. esquecimento:
a Cidade Universitária
De forma a refletir sobre o nosso questionamento – o que é o pátio interno? de Lisboa e a memória
– era necessário entendê-lo no sentido da compreensão fenomenológica, que (1)
longe de ser uma ação explicativa de traduzir as significações disponíveis, Patrícia Santos Pedrosa
procura-se traduzir em significações disponíveis um sentido inicialmente
cativo na coisa e no mundo (3). Era necessário interrogar o próprio pátio 063.05
interno, abandonando os sistemas e as doutrinas que o fazem ser para nós Novo patrimônio:
certeza, e não alvo de questionamento. Interrogamo-lo, então, para decifração da cidade e
descobri-lo em sua essência, pois esse que conhecemos é fruto de iniciação urbana
influências sócio-culturais, climáticas, religiosas, etc. Wilton Medeiros
063.07
Ser-estar-no-mundo Arquitetura moderna e
brasileira:
Como forma de uma primeira aproximação, recorremos à etimologia do cognato o constructo de Lucio
pátio. Na escrita alfabética ou na fonética, não se representa uma imagem Costa como sustentação
da coisa que está sendo dita, mas a idéia dela, o que dela se pensa e se
https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.063/436 1/6
01/10/2020 arquitextos 063.06: O que é o pátio interno? – parte 1 (1) | vitruvius
transcreve (4). Dentre as diversas origens possíveis do cognato pátio, (1)
destacamos uma: Luís Henrique Haas
Luccas
Pateo* 1. Recinto lajeado para que dá entrada a porta principal de
063.08
algumas casas; terreno murado anexo a um edifício; recinto
Iluminação e
descoberto no interior de um edifício ou rodeado por outros
arquitetura: sua
edifícios; vestíbulo.
evolução através do
tempo
* Do verbo latino: Patēo, ĕs, ui, ēre, v. int. Estar aberto,
Lucia Mascaró
exposto; estender-se; abrir-se; estar descoberto; manifestar-se;
ser evidente (5). 063.09
Entre protagonistas e
Segundo o verbo latino Patēo, os atos de expor, abrir e descobrir-se se esquecidos:
fazem presentes neste espaço. O que é estar aberto; abrir-se? Estas idéias a arquitetura dos
sugerem o conceito de relacionamento. Relacionar-se com os seus irmãos Cascaldi
semelhantes, com a natureza, com o clima, enfim, várias possibilidades de Marcio Cotrim
relacionar-se. Estar exposto; estar descoberto refere-se à acessibilidade,
o estar suscetível. Quem está exposto, encontra-se acessível à chuva, ao
sol, aos ventos, às pessoas, ao movimento, à inquietude, ao cheio e ao
vazio, ou seja, está em uma posição passiva aos acontecimentos. Os verbos
manifestar-se e ser evidente, em oposição, mostram-se com uma postura ativa
perante o mundo. O indivíduo se faz ser visto e adquire uma razão de ser.
Khan parte daí, a escola deve ser entendida como este círculo fundamental,
onde é belo o aprender. Deste modo, ele toma como elemento espacial
fundamental o átrio (pátio). Os corredores orientados à ele devem ser
grandes e dominá-lo. Será o lugar onde alunos se encontrarão e discutirão a
aula do professor. Um espaço que deve adquirir um valor de aula ao invés de
ser somente um espaço entre aulas. Enfim, um lugar de potencial auto-
educação, uma aula que pertence aos estudantes (10).
https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.063/436 2/6
01/10/2020 arquitextos 063.06: O que é o pátio interno? – parte 1 (1) | vitruvius
Compreendendo desta forma a essência da escola e de seu espaço fundamental,
o pátio, Khan permite-nos refletir sobre o sentido de movimento do pátio
interno. O pátio, como o arquiteto diz, apresenta-se com um sentido
circular, isto é, como um centro irradiador. Este movimento, porém, não
está limitado ao círculo, mas sim à idéia circular; o quadrado e a elipse
também possuem o caráter do movimento circular.
Um espaço bioclimático
https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.063/436 3/6
01/10/2020 arquitextos 063.06: O que é o pátio interno? – parte 1 (1) | vitruvius
utilizadas na vida doméstica; ao mesmo tempo o átrio proporcionava o
ingresso da luz e ventilação naturais ao interior da edificação. Ao redor
dele encontravam-se os quartos (cubícula) e ao fundo do mesmo a sala de
estar (tablinum), que servia ao mesmo tempo de sala de jantar (triclinium).
Nas casas mais nobres, além de dois quartos vizinhos ao vestíbulo, atrás da
sala de estar havia um pátio com colunas (peristilum), com quartos nos
lados e, ao fundo, a sala de jantar e uma pequena horta (hortulus) (19).
notas
1
O presente trabalho é uma versão resumida da pesquisa registrada na
Biblioteca Nacional conforme a referência a seguir: REIS-ALVES, Luiz
Augusto dos. O que é o pátio interno? Rio de Janeiro: Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2004. il., 28p..
Mimeografado. ISBN 332545. A segunda parte do artigo está disponibilizada
em: REIS-ALVES, Luiz Augusto dos. “O que é o pátio interno? – parte 2”.
Arquitextos, Texto Especial nº 327. São Paulo, Portal Vitruvius, set. 2005
<www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp327.asp>.
https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.063/436 4/6
01/10/2020 arquitextos 063.06: O que é o pátio interno? – parte 1 (1) | vitruvius
2
SCHOENAUER, Norberg. 6.000 años de hábitat. De los poblados primitivos a la
vivienda urbana en las culturas de oriente y occidente. Barcelona, Gustavo
Gili, 1984.
3
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo, Martins
Fontes, coleção Tópicos, 2ª ed., 1999.
4
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 12ª ed., 2002.
5
Pequeno Dicionário Latino-Português. São Paulo, Companhia Editorial
Nacional, 3ª ed., 1950. p. 1324. In REIS-ALVES, Luiz Augusto dos. Os pátios
internos em climas tropicais à luz do conforto ambiental. Dissertação. Rio
de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, 2003.
6
“A função de um adjetivo é a modificação do substantivo, indicando
qualidade, caráter, modo de ser ou estado”. In FERREIRA, Aurélio Buarque
de Holanda. Mini-Aurélio século XXI escolar: O minidicionário da língua
portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 4ª ed., 2001.
7
“in.te.ri.or (ô) adj2g. 1. Que está dentro; interno. 2. Íntimo, particular.
*sm. 3. A parte interna. 4. O âmago (3). 5. Índole, caráter. 6. Em país
litorâneo, a região situada costa adentro”. In FERREIRA, Aurélio Buarque de
Holanda. Mini-Aurélio século XXI escolar: O minidicionário da língua
portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, (edição original s/d.)
2001, p. 396.
8
Apud NORBERG-SCHULZ, Christian; DIGERUD, J. G. (colaboração). Louis I.
Kahn, idea e imagen. Madrid, Xarait Editiones, 1981.
9
LURKER, Manfred. Dicionário de simbologia. São Paulo, Martins Fontes, 2ª
ed., 2003.
10
Apud NORBERG-SCHULZ, Christian. Op. cit.
11
COSTA, Maria de Lourdes. “Urbanismo e paisagismo na concepção de praças”.
In ENESMA, nº 4., 1993, Mato Grosso, Cuiabá. Anais do Encontro Nacional de
Estudos Sobre O Meio Ambiente. Mato Grosso, Dep. Geografia/ICHS/UFMT, 1993.
p. 241-249.
12
BENJAMIN, Walter. “Imagens do pensamento”. In: BENJAMIN, Walter. Obras
escolhidas II. São Paulo, Brasiliense, 5ª ed., 1997.
13
BENJAMIN, Walter. Op. cit.
14
BUSTOS ROMERO, Marta Adriana. Princípios bioclimáticos para o desenho
urbano. 2ª ed. São Paulo, ProEditores, 2000.
15
BOYD, 1962. In SCHOENAUER, Norberg. Op. cit.
16
SCHOENAUER, Norberg. Op. cit.
17
SCHOENAUER, Norberg. Op. cit., p. 209.
18
REIS-ALVES, Luiz Augusto dos. Op. cit.
19
ROBERTSON, D. S. Arquitetura grega e romana. São Paulo, Martins Fontes,
1997; SCHOENAUER, Norberg. Op. cit.
20
SCHOENAUER, Norberg. Op. cit., p. 228.
21
SCHOENAUER, Norberg. Op. cit.
22
ROBERTSON, D. S. Op. cit; SCHOENAUER, Norberg. Op. cit.
23
ROBERTSON, D. S. Op. cit.
24
FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de conforto térmico.
São Paulo, Studio Nobel, 4ª ed., 2000.
https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.063/436 5/6