Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila de Química
QUÍMICA GERAL
1 Ano A e B
Campo Grande - MS
Agosto de 2020
CAPÍTULO 1
Funções Inorgânicas
Índice
1.1 Ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.1 A história dos ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.2 Ácidos de Arrhenius . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.3 Características e propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1.4 Classificação dos ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.5 Nomenclatura dos ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1.6 Fórmulas dos ácidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1.7 Exercícios de Sala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2 Bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2.1 Reações ácido-base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2.2 Propriedades funcionais das bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.3 Características das bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.4 Classificação das Bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2.5 Nomenclatura das bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.2.6 Fórmulas das bases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.2.7 Principais bases do cotidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.2.8 Exercícios em Sala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.2.9 Exercícios para serem entregues . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.1 Ácidos
Os ácidos são substâncias químicas que, em uma solução
aquosa, liberam íons de hidrogênio. Além disso, são conheci-
dos como “doadores de prótons”, pois liberam, também, cáti-
ons e ânions. Essa substância pode ser observada no dia a dia,
como no suco de laranja e, até mesmo, no organismo dos seres
humanos.
Dentro do organismo, a substância é definida como ácido
clorídrico, presente no suco gástrico, auxiliando no processo
de digestão. Uma das características dos ácidos é a capacidade de formar sais e água na reação com
as bases. Por conta disso, a reação é denominada “reação de neutralização”.
Contudo, os ácidos foram percebidos de diferentes formas durante história. Isso porque, por pos-
suírem propriedades específicas – como o sabor azedo e a reação com metais – deixavam as pessoas
curiosas sobre as propriedades presentes nas substâncias ácidas.
............................................ 4 ............................................
• Uma base de Arrhenius é qualquer composto que aumenta a concentração do OH em solução
aquosa.
• Em solução aquosa, os íons H+ reagem instantaneamente com a água para formar íons hidrô-
nio, H3O+
A teoria de Arrhenius para ácidos e bases foi proposta originalmente pelo químico sueco Svante
Arrhenius em 1884. Ele sugeriu a classificação de certos compostos como ácidos ou bases com base
nos íons formados por eles quando adicionados à agua.
Um ácido de Arrhenius é qualquer espécie que aumenta a concentração dos íons – ou prótons – H+
em solução aquosa1 . Por exemplo, consideremos a dissociação do ácido clorídrico, HCℓ, em água:
+ –
HCℓ(aq) H(aq) + Cℓ(aq)
Quando preparamos uma solução aquosa de ácido clorídrico, HCℓ se dissocia em íons H+ e Cℓ–.
Uma vez que isto resulta em um aumento da concentração dos íons H+ em solução, o ácido clorídrico
é um ácido de Arrhenius.
Na prática, os prótons carregados positivamente reagem com as moléculas de água ao redor para
formar íons hidrônio, H3O+. Essa reação pode ser escrita da seguinte forma:
+ +
H(aq) + H2O(ℓ) H3O(aq)
Figura 1.1: Quando um ácido se dissocia em água formando íons H+ imediatamente reagem com
água para formar H3O+. Por isso, os químicos falam nas concentrações de íons hidrogênio
e íons hidrônio como sendo a mesma coisa. Crédito da imagem: UC Davis Chemwiki
1
abreviação de (aq) para dizer que é uma solução aquosa dissociada em água
............................................ 5 ............................................
Na prática, a maioria dos químicos falam nas concentrações de H+ e H3O+ como sendo a mesma
coisa. Quando queremos ser mais exatos — e menos preguiçosos! — podemos escrever a dissociação
do ácido bromídrico de forma a mostrar de maneira explícita a formação de íons hidrônio em vez de
prótons:
+ –
HBr(aq) + H2O(ℓ) H3O(aq) + Br(aq) Mais exata
vs ·
+ –
HBr(aq) H(aq) + Br(aq) Mais curta e f’ácil
Uma característica dos ácidos é que eles têm sabor azedo. É extremamente perigoso provar qual-
quer substância química sem saber exatamente o que ela é, mas sabemos que os ácidos são azedos
porque eles estão muito presentes no cotidiano, como o vinagre, que é uma solução diluída de ácido
acético, e o limão e o abacaxi, que apresentam ácidos em sua composição.
Uma solução irá conduzir corrente elétrica se esta for um eletrólito. Os ácidos têm tal propriedade
porque sofrem ionização em água. Outra característica dos ácidos é a capacidade de reação com
vários metais, produzindo hidrogênio, e também com carbonatos, produzindo CO2.
É interessante notar a ação deles sobre indicadores, substâncias que apresentam coloração alte-
rada se o meio em que estiverem for ácido ou básico. Para descobrirmos se um meio é ácido ou básico,
utilizamos uma escala de pH, que vai de 0 a 14, em que 7 é neutro, valores menores que 7 são ácidos
e valores maiores que 7 são básicos.
Entre os indicadores mais utilizados está a solução alcoólica de fenolftaleína, que é incolor em
meio ácido e neutro, e adquire coloração rósea em meio básico.
Outro exemplo é uma tira de papel impregnado com o indicador tornassol, que apresenta colora-
ção vermelha quando imerso em solução ácida e azul quando imerso em solução básica.
............................................ 6 ............................................
1.1.4 Classificação dos ácidos
Os hidrácidos são ácidos que não apresentam oxigênio em sua estrutura (HCN, HCℓ , H2S), e os
oxiácidos (H2SO4, H2SO3 e HNO3) são ácidos que têm oxigênio em sua estrutura.
Nos hidrácidos, todos os átomos de hidrogênio das moléculas podem ser ionizados; já nos oxiá-
cidos, apenas os hidrogênios ligados aos oxigênios são ionizáveis. Sendo assim, ácidos que liberam
um hidrogênio serão denominados monoácidos, os que liberam dois são diácidos, os que liberam
três são triácidos, e assim sucessivamente.
Veja, por exemplo, a estrutura do ácido acético:
H O
H C C
H OH
Embora apresente em sua fórmula 4 hidrogênios, o ácido acético só tem um hidrogênio ligado ao
oxigênio. Por causa disso, somente esse hidrogênio será considerado como hidrogênio ionizável.
H2O + –
• Monoácido: HCN(g) H(aq) + CN(aq)
H2 O + 2–
• Diácido: H2SO4 2 H(aq) + SO4(aq)
H2O + –3
• Triácido: H3PO4(ℓ) 3 H(aq) + PO4(aq)
Quanto à força
A força dos hidrácidos é dada pelo grau de ionização �, que corresponde à porcentagem de molé-
culas ionizadas no meio em questão.
............................................ 7 ............................................
Exemplo 1.1.1
92
α=
100
α = 0, 92 ou 92% de moléculas ionizadas
Cálculo
Para entender a força dos oxiácidos temos que observar a fórmula química e realizar a diferença
dos números de oxigênio da fórmula pelo número de hidrogênio, isto é, y − x.
Hx Ay
Exemplo 1.1.2
Quanto à volatilidade
Indica a facilidade com que as substâncias passam do estado líquido para o gasoso.
– Voláteis (baixas temperaturas de ebulição): (a grande maioria dos ácidos): HCN, HNO3 ,HCℓ,
H2S
Os ácidos orgânicos mais voláteis são o metanoico (CH3OOH), o etanóico (CH3 COOH) e o
propanoico (CH3 CH2 COOH).
– Fixos (altas temperaturas de ebulição): H2SO4, H3PO4 e H3BO3
............................................ 8 ............................................
1.1.5 Nomenclatura dos ácidos
A nomenclatura dos ácidos é dada de maneira diferente para os hidrácidos (ácidos sem oxigênio)
e para os oxiácidos (ácidos com oxigênio).
Hidrácidos
Hidrácidos
Ácido + nome do elemento + ídrico
Exemplo 1.1.3
Oxiácidos
Uma maneira simples de dar a nomenclatura dos oxiácidos considera a fórmula e o nome de al-
guns ácidos ditos como ácidos-padrão pertencentes a cada família da Tabela Periódica. Os ácidos-
padrão são:
Isso significa que corresponde à tendência de um átomo de atrair os elétrons envolvidos nas
ligações que realiza. Por isso, a maioria dos elementos químicos apresenta diversos números
de oxidação, dependendo do composto que ele está formando.
No entanto, existem alguns elementos, que normalmente são os mais eletropositivos ou mais
eletronegativos, que apresentam o mesmo NOX em uma série de compostos diferentes. Esses
elementos estão na tabela abaixo:
............................................ 9 ............................................
Com base nesses valores e nas regras a seguir, é possível determinar qual será o NOX dos
outros elementos presentes em diferentes substâncias:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Exemplo 1.1.4
• O NOX de substâncias simples é sempre igual a zero. Exemplos: N2, O2, H2, Na,
Fe, Aℓ.
• A soma dos NOx dos elementos de um composto sempre dá igual a zero. Note que
na terceira linha da tabela abaixo multiplicamos o núumero de oxidação pela
quantidade dos elementos presente na fórmula e considerando a somatória dos
Nox igual a zero, iremos determinar o NOx do P, que chamaremos de x.
H3 P O4
+1 x -2
3 · (+1) x 4 · (−2)
+3 x -8
3+x−8=0
x = +8 − 3
x = +5
Cr2 O72–
x 7
2·x 7 · (−2)
2x -14
2x − 14 = −2
2x = −2 + 14
x = +12/2
x = +6
Portanto, o NOx de Cr neste íon composto acima é igual a +6.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Oxiácidos
Como vemos na tabela abaixo, todo oxiácido padrão tem terminação íco. Se tivermos um ácido
com:
(c) dois oxigênios a menos que o padrão, a terminação continua oso e acrescentamos o pre-
fixo hipo.
De qualquer forma para facilitar o NOx representativos para cada família do elemento abaixo
é descrito da seguinte forma.
Família do Elemento
14 15 16 17
+7 (per ... ico)
+4 (ico) +5 (ico) +6 (ico) +6 (ico)
+3 (oso) +4 (oso) +3 (oso)
+ 2 (hipo ... oso) +1 (hipo ... oso)
Perceba que todas as moléculas acima apresentadas possuem Hidrogênio (H) no início da molé-
cula. Todas representam Ácidos de Arrenhius.
Há 3 tipos de ácidos, Arrenhius, Brownsted-Lowry e Lewis, mas vou focar naquele mais comum
em provas de vestibulares e enem: ácido de Arrenhius.
Exemplo 1.1.5
Vejamos alguns exemplos aplicando a regra do nox para a nomeclatura dos ácidos oxigenados
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
]
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Para finalizar vemos a mudança na fórmula do oxigênio e do nome da tabela abaixo acompa-
nha do NOx. E elemento central corresponde a família 17 na tebela periódica.
ídrico eto
Ácido oso Ânion
ito
ico ato
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Exemplo 1.1.6
• Os hidrácidos, cuja terminação é idrico, quando geram ânions mudam sua terminação
para eto.
+ –
HCℓ(aq) H(aq) + Cℓ(aq) {1}
• Oxiácidos terminados em oso, quando geram ânions mudam sua terminação para ito.
+ 2–
H2SO3(aq) 2 H(aq) + SO3(aq)
• Oxiácidos terminados em ico, quando geram ânions mudam sua terminação para ato.
+ 2–
H2SO4(aq) 2 H(aq) + SO4(aq)
O ânion SO42– é chamado sulfato (ver Tabela de ânions pag. 25) pois deriva do ácido
sulfúrico.
A montagem da fórmula dos ácidos inorgânicos é realizada com base no nome dessas substâncias,
proposto por um texto ou enunciado, e em três aspectos fundamentais, os quais são:
• Conhecer a fórmula geral padrão de um ácido inorgânico, a qual possui o cátion hidrônio (H+)
associado com um ânion qualquer (X–), conforme representação HX
• Conhecer os nomes, a fórmula e as cargas dos principais ânions existentes, presentes na se-
guinte tabela de ânions na pg. 25.
Exemplo 1.1.7
• 1º Passo: o termo sulfídrico está relacionado ao nome do ânion. Ao trocar “ídrico” por
eto, chegamos ao nome do ânion, que é sulfeto;
• 3º Passo: para montar a fórmula do ácido, basta realizar o cruzamento das cargas dos
íons hidrônio (H+1) e sulfeto (S–2), respeitando a fórmula geral:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Montagem da fórmula do ácido sulfídrico
• 1º Passo: o termo fosfórico está relacionado ao nome do ânion. Logo, retirando o “or”
(que é adicionado sempre que o ácido apresenta fósforo), teríamos fosfico. Ao trocar
“ico” por “ato”, chegamos ao nome do ânion: fosfato;
• 3º Passo: para montar a fórmula do ácido, basta realizar o cruzamento das cargas dos
íons hidrônio (H+1) e fosfato (PO4–3), respeitando a fórmula geral:
• 1º Passo: o termo permangânico está relacionado ao nome do ânion. Ao trocar “ico” por
“ato”, chegamos ao nome do ânion: permanganato;
2º Passo: a representação do ânion permanganato na abela de ânions na pg. 25 é MnO4–1;
3º Passo: para montar a fórmula do ácido, basta realizar o cruzamento das cargas dos
íons hidrônio (H 1) e permangânico (MnO4–1), respeitando a fórmula geral:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Montagem da fórmula do ácido permangânico
1.2 Bases
Uma base de Arrhenius é definida como qualquer espécie que aumenta a concentração de íons
hidroxila, OH–, em solução aquosa. Um exemplo de uma base de Arrhenius é o altamente solúvel
hidróxido de sódio, NaOH. O hidróxido de sódio dissocia-se em água da seguinte maneira:
+ –
NaOH(aq) Na(aq) + OH(aq) {2}
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Figura 1.3: Uma solução aquosa de hidróxido de sódio, uma base de Arrhenius, contém íons sódio e
hidroxila dissociados.
Em água, o hidróxido de sódio se dissocia completamente formando os íons OH– e Na+ o que re-
sulta em um aumento da concentração de íons hidroxila. Logo, NaOH é uma base de Arrhenius.
Bases de Arrhenius comuns incluem outros hidróxidos das Famílias 1 e 2 como LiOH e Ba(OH)2.
Quando um ácido de Arrhenius reage com uma base de Arrhenius, os produtos são geralmente
água mais um sal. Estas reações são também às vezes chamadas de reações de neutralização. Por
exemplo, o que acontece quando combinamos soluções aquosas de ácido fluorídrico, HF e hidróxido
de lítio, LiOH?.
Se pensarmos nas soluções de ácido e base separadamente, sabemos o seguinte:
–
• Uma base de Arrhenius aumenta a concentração de OH(aq)
LiOH–(aq) +
Li(aq) + OH–(aq)
Quando o ácido e a base se combinam em solução, H2O é produzida a partir da reação entre os
íons hidrogênio e hidroxila, enquanto os outros íons formam o sal LiF(aq):
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2.2 Propriedades funcionais das bases
As bases apresentam as seguintes propriedades funcionais:
Dibase: se caracteriza pela presença de dois grupos OH–. Exemplo: Mg(OH)2 (hidróxido de magné-
sio).
Tribase: a presença de três grupos OH– caracteriza essa base. Exemplo: Aℓ(OH)3 (hidróxido de alu-
mínio).
Tetrabase: essa base conta com quatro grupos OH– em sua composição. Exemplo: Pb(OH)4 (hidró-
xido de chumbo).
Solubilidade em água
Para classificar as bases usando este critério podemos tomar como princípio a ordem crescente
de basicidade dada aos metais:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
DEFINIÇÃO: Regra básica
As bases compostas por metais alcalinos são solúveis, as de metais alcalino-terrosos são poucos
solúveis e as de outros metais são praticamente insolúveis.
Exemplo 1.2.1
Observação: essa regra é eficiente para a classificação quanto à solubilidade em água, uma
vez que existe apenas uma substância básica que não é formada por metais, o hidróxido de
amônio (NH4OH).
Grau de dissociação
Essa propriedade das bases se relaciona com a sua solubilidade: quanto mais solúvel for uma base
maior será seu grau de dissociação. Esse princípio permite classificar as bases como sendo fortes ou
fracas, veja no esquema a seguir:
A força da base determina seu comportamento em meio à eletrólise: bases fortes constituem bons
eletrólitos, já as bases fracas são maus eletrólitos.
Exemplo 1.2.2
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Hidrácidos
Hidróxido + de + nome do elemento
quando o termo hidróxido proposto na regra de nomenclatura das bases é referente ao grupo hidro-
xila (OH), presente na fórmula dessas substâncias, que é colocado junto ao nome do elemento que
acompanha o grupo OH.
Exemplo 1.2.3
No entanto, essa regra aplica-se somente no caso de bases em que seus cátions só possuem uma
eletrovalência, isto é, uma única carga. Mas existem aqueles casos em que os cátions podem apresen-
tar mais de uma eletrovalência e formar bases diferentes, como é o caso do ferro, que pode perder
dois ou três elétrons, formando, respectivamente, os cátions Fe2+ e Fe3+ e as bases Fe(OH)2 e Fe(OH)3.
Nesse tipo de caso, a nomenclatura pode acontecer de duas formas:
1. Acrescenta-se o algarismo romano que indica o número da carga. Assim, no caso do ferro,
teríamos:
2. Acrescenta-se o sufixo “oso” para o cátion de menor carga e o sufixo “ico” para o sufixo que
tiver maior carga:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Exemplo 1.2.4
Outros exemplos:
Por fim, basta cruzar as cargas de cada um dos componentes para que elas se transformem na
quantidade de átomos de cada um.
A fórmula da base que apresenta o cátion alumínio (Aℓ+3) e o ânion hidróxido (OH–1), por exem-
plo, é:
A partir do nome podemos escrever a fórmula das bases, por exemplo o hidróxido de titânio
II, por exemplo, apresenta fórmula Ti(OH)2, já que:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
• Ti é a sigla do elemento titânio;
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2)
Assim, não existe uma substância hidróxido de amônio, mas sim solu-
ções aquosas de amônia interagindo com a água, originando os íons amô-
nio (NH4+) e hidróxido (OH–).
O hidróxido de amônio é conhecido comercialmente por amoníaco, sendo muito utilizado na pro-
dução de ácido nítrico para a produção de fertilizantes e explosivos.
Ele também é usado em limpeza doméstica, na produção de compostos orgânicos e como gás de
refrigeração.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
CÁTIONS ÂNIONS
+1 Monovalentes MONOVALENTES
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
DIVALENTES TRIVALENTES
S2 – Sulfeto N3 – Nitreto
SO32 – Sulfito PO43 – Ortofosfato (fosfato)
SO42 – Sulfato AsO43 – Arsenato
CO32 – Carbonato [Fe(CN)6 ]3 – Ferricianeto
S2 O72 – Pirossulfato
TETRAVALENTES
HPO32 – Fosfito
SiO32 – Metassilicato P2 O74 – Pirofosfato
CrO42 – Cromato SiO44 – Ortossilicato
Cr2 O72 – Dicromato [Fe(CN)6 ]4 – Ferrocianeto
O2 – Óxido
O2 2 – Peróxido
[Zn(OH)4 ]2 – Tetraidroxizincato
[PtCl6 ]2 – Hexacloroplatinato
HPO42 – Hidrogenofosfato
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2.9 Exercícios para serem entregues
Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul
Escola Estadual Prof. Brasilina Ferraz Mantero
Rua Tamoio 260 – Jardim Leblon
Campo Grande – Fone: (67) 3314 – 6057
1.3 Exercícios
1 De o nome dos seguintes ácidos
a) HBr
b) HI
c) HF
d) HNO2
e) HCN
f) HCℓO4
g) H2SO3
h) H2CrO4
i) HMnO4
j) HCℓO3
2 Escreva a fórmula dos seguintes ácidos
a) Ácido Telúrico
b) Ácido Hipobromoso
c) Ácido Selenioso
d) Ácido Arsênico
e) Ácido Hiponitroso
f) Ácido Bórico
g) Ácido Carbônico
3 Equacione a ionização do:
a) HBr
b) HCℓO4
c) H2SO3
d) H2SO4
4 Classifique os ácidos quanto: ao número de hidrogênios ionizáveis; quanto a presença de oxigê-
nio na fórmula; e quanto a força do ácido.
a) HCN
b) HCℓO4
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) H2SO3
d) H2SO4
5 Escreva o nome da seguintes compostos:
a) Co(OH)2
b) LiOH
c) CsOH
d) RbOH
e) V(OH)2
f) Fe(OH)2
6 Escreva a fórmula molecular da seguintes bases.
a) Hidróxido de mânganes II
b) Hidróxido de cádmio II
c) Hidróxido de cádmio III
d) Hidróxido de amônio
e) Hidróxido de zinco
f) Hidróxido de lítio
g) Hidróxido de berílio
7 Classifique as bases de acordo com os critérios estudados.
a) LiOH
b) CsOH
c) RbOH
d) Fe(OH)2
8 Escreva a dissociação das bases a seguir:
a) Be(OH)2
b) Fe(OH)3
c) LiOH
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .