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Documento: 1842576 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2019 Página 1 de 4
Superior Tribunal de Justiça
ACÓRDÃO
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 103.858 - CE (2018/0260987-7)
RECORRENTE : MARCELO DE SOUZA PEREIRA (PRESO)
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
RELATÓRIO
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RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 103.858 - CE (2018/0260987-7)
EMENTA
VOTO
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A EXMA. SRA. MINISTRA LAURITA VAZ (RELATORA):
O Juízo de primeira instância decretou a prisão preventiva nos seguintes termos
(fl. 57, sem grifos no original):
"Em atenção à representação pela prisão preventiva formulada pelo
parquet em relação a ambos os delatados, passo a analisar o quadro fático
delineado nos autos.
Os codenunciados são acusados de, na companhia de um terceiro
indivíduo ainda não identificado, terem praticado subtração patrimonial
organizada mediante arrombamento por meio de maçarico de um terminal
de autoatendimento de uma agência do Banco do Brasil, localizada na
Avenida José Bastos.
Na espécie, há fortes indícios de autoria delitiva imputada aos
indigitados réus, bem como provas da materialidade do delito, tudo
devidamente comprovado pelos depoimentos colhidos pelas vítimas,
testemunhas e condutor, quando do procedimento investigativo policial,
além das imagens que o integram, como a de fls. 15.
Some-se a isso o fato dos denunciados terem agido com dolo e
violência, contra a máquina bancária, demonstrando que representam
perigo à sociedade, circunstância que também se deduz pela existência de
outros procedimentos criminais nos quais figuram como parte passiva, vide
certidões de fls. 27/28, o que nos conduz à conclusão de que, em liberdade,
permanecerão sendo influenciados pelos estímulos que os leva a delinquir.
Este fator acima descrito constitui elemento indiciário concreto apto
a embasar a decretação da custódia preventiva, com base na necessidade de
resguardar a ordem pública, já fartamente abalada pela intranquilidade ora
vivenciada.
Ressalte-se que a permanência dos acusados em liberdade
ensejaria graves reflexos na ação da justiça, que necessita estar presente
através de medidas efetivas, visando coibir a repetição de atos violentos e
prevenindo consequências mais graves.
Isto posto, levando em consideração o que foi dito e o mais que dos
autos consta, presentes os indícios de materialidade e autoria, evidenciados
os pressupostos e requisitos que autorizam o cárcere cautelar, com
fundamento nos arts. 312 e seguintes do CPP, decreto as prisões preventivas
de Diego Resende Cavalcante e Marcelo de Souza Pereira, como forma de
acautelar o meio social, garantindo a ordem pública, a instrução e
aplicação da lei penal e também como forma de combate à criminalidade."
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antecedentes criminais juntados às fls. 121-124 e consulta ao endereço eletrônico do Tribunal
estadual.
Nesses termos, esta Corte pacificou o entendimento de que a reiteração de
condutas criminosas, evidenciando inclinação à prática delitiva, obsta a revogação da medida
constritiva para garantia da ordem pública. A propósito: RHC 94.000/SP, Rel. Ministro NEFI
CORDEIRO, Rel. p/ acórdão Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA
TURMA, julgado em 08/05/2018, DJe 29/06/2018.
De igual modo, a jurisprudência da Suprema Corte é no sentido de que "a
periculosidade do agente e a fundada probabilidade de reiteração criminosa constituem
fundamentação idônea para a decretação da custódia preventiva" (HC 150.906 AgR, Rel.
Ministro ROBERTO BARROSO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 25/04/2018, sem grifos no
original).
Confira-se, ainda, o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça:
"RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE
ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE CONVERTIDA EM
PREVENTIVA. SEGREGAÇÃO FUNDADA NO ART. 312 DO CPP.
PERICULOSIDADE SOCIAL. HISTÓRICO CRIMINAL DO AGENTE.
REITERAÇÃO DELITIVA. GOZO DE LIBERDADE PROVISÓRIA
CONCEDIDA EM OUTRO PROCESSO QUANDO DA PRÁTICA DO
PRESENTE DELITO. RISCO EFETIVO. NECESSIDADE DE
ACAUTELAMENTO DA ORDEM PÚBLICA. DESPROPORCIONALIDADE
DA CUSTÓDIA. INOCORRÊNCIA. CONSTRIÇÃO JUSTIFICADA E
NECESSÁRIA. MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS. INSUFICIÊNCIA
E INADEQUAÇÃO. COAÇÃO ILEGAL NÃO DEMONSTRADA. RECLAMO
CONHECIDO E IMPROVIDO.
1. Não há constrangimento ilegal quando a custódia cautelar está
devidamente justificada na garantia da ordem pública, em razão da
periculosidade do acusado, revelada pelo seu histórico criminal,
evidenciando efetivo risco de continuidade das práticas delitivas.
2. O fato de o acusado responder a outros processos, pela prática
de crime patrimonial e porte de entorpecente para uso próprio, é
circunstância que revela sua periculosidade social e a inclinação à prática
de crimes, demonstrando a real possibilidade de que, solto, volte a delinquir
- sobretudo porque havia sido beneficiado com liberdade provisória quando
do cometimento da presente infração penal -, a reforçar a necessidade da
preventiva.
[...]
4. Concluindo-se pela imprescindibilidade da preventiva, está clara
a insuficiência das medidas cautelares diversas da prisão, cuja aplicação
não se mostraria adequada para o restabelecimento da ordem pública.
5. Recurso ordinário conhecido e improvido." (RHC 86.369/MG, Rel.
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 17/08/2017, DJe de
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23/08/2017, sem grifos no original.)
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Ademais, conforme informações obtidas no sítio eletrônico do Tribunal a quo, foi
designada, para o dia 06/06/2019, a continuação da audiência de instrução e julgamento, onde
serão interrogados os Réus e ouvida a vítima, o que demonstra que estão sendo empreendidos
esforços para o regular andamento do feito.
Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso ordinário em habeas
corpus.
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
Relatora
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MANOEL DO SOCORRO T. PASTANA
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MARCELO DE SOUZA PEREIRA (PRESO)
ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
CORRÉU : DIEGO RESENDE CAVALCANTE
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do
voto da Sra. Ministra Relatora.
Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro e Antonio
Saldanha Palheiro votaram com a Sra. Ministra Relatora.
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