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Dependência Química

Por que algumas pessoas ficam dependentes de drogas e outras não?

Os fatores relacionados ao desenvolvimento da dependência química são variados. O


fator genético está bem estabelecido. Pessoas com alterações em genes específicos
possuem um risco maior de desenvolver a dependência. Outro fator importante é o
ambiental. Indivíduos com estrutura emocional desadaptada à vida cotidiana,
associada à dificuldade de aprendizado com a experiência e elaboração das
frustrações, são mais propensos a iniciar e dar continuidade ao uso de substâncias
psicoativas diversas.

Dependência química tem cura?

A dependência química instalada é uma doença crônica, de longa evolução.


Atualmente falamos em controle do quadro, mas evita-se o termo cura.

Qual o melhor método de tratamento para dependência química?

Não existe um melhor método. Sabe-se que uma equipe multidisciplinar especializada
gera melhores resultados. Deve ser feita uma avaliação individualizada e escolher as
melhores intervenções terapêuticas disponíveis, incentivando a participação do
paciente e dos familiares no processo de tratamento.

O que é redução de danos?

Redução de danos é uma forma de tratamento em dependência química utilizada para


pacientes que não querem ou não conseguem interromper o uso de drogas. O enfoque
está na diminuição dos riscos e malefícios acarretados pela droga, e não diretamente
na interrupção do uso. Não deve ser feita sem a direção e orientação de uma equipe
experiente.

Como a dependência química deve ser encarada pela família?

Com entendimento, sensibilidade e atitude. Entendimento porque é uma doença


grave; sensibilidade porque adotar uma postura de acusação prejudica o diálogo e não
ajuda o indivíduo; atitude porque deve- se buscar, o mais rapidamente possível,
aconselhamento e tratamento com equipe especializada.
Medicamentos podem me impedir de usar drogas?

Os sintomas de intoxicação e abstinência são tratáveis através de medicação. Quadros


psiquiátricos secundários ao abuso ou dependência de drogas, como depressão,
ansiedade, pânico, insônias, melhoram com o tratamento medicamentoso. Não é
possível afirmar, no entanto, que o uso de qualquer medicação específica impedirá o
indivíduo de usar drogas.

Quando a internação fechada é necessária?

A internação é reservada para uma porcentagem muito pequena de casos. Ela deve
tratar os sintomas agudos e vincular o indivíduo a uma proposta de tratamento
posterior, como por exemplo, hospital dia. Se estes critérios não são observados a
internação pode ser totalmente ineficaz.

Em quais casos o hospital dia é eficaz para tratar dependentes químicos?

O hospital dia é um excelente equipamento de tratamento para dependentes


químicos, porque possibilita a melhora dos sintomas com a vantagem de oferecer
maiores perspectivas de reinserção social e organização de vida, mantendo o paciente
ligado a família, no contexto de inclusão social.

Qual o efeito das drogas sobre o cérebro?

Depende da droga. Todas elas têm algo em comum. Atuam junto ao chamado sistema
de recompensa, formado por algumas estruturas cerebrais específicas, que, ativadas,
produzem excesso de liberação de neurotransmissores, como dopamina, serotonina e
adrenalina, ocasionando reação inicial de intenso prazer e bem estar.

As drogas podem causar doenças mentais?

Sim. Além da dependência química, o uso de drogas pode iniciar ou precipitar o


surgimento de outras patologias psiquiátricas, como a síndrome do pânico, depressão,
distúrbios alimentares, alucinações e delírios, e até mesmo quadros psicóticos mais
graves.

O Alcóolicos Anônimos funciona mesmo?

Os grupos de mútua-ajuda são constituídos por dependentes em recuperação e não


comportam a presença de um terapeuta propriamente dito. Eles visam o trabalho de
aceitação da impotência perante a substância, a ajuda mútua e o desenvolvimento da
espiritualidade por meio de 12 passos.

Muita gente usa maconha. É uma droga recreativa. Existe algum risco?

Riscos sempre existem. Há muita controvérsia e discussão nos meios de comunicação


sobre este fato, principalmente pela liberação da comercialização em alguns países
(vide redução de danos). No entanto, a maconha pode desencadear efeitos
importantes, tais como, síndrome amotivacional (perda de interesse pelas coisas e
prazer), queda de rendimento escolar ou profissional, ansiedade, depressão,
infertilidade, delírios de perseguição e alucinações.

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