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MRU e MRUV

Edson V. Berçan, Luana Márcia de A. Bernardes,


Mirian V. de Souza, Yasmim G. Xavier

Física Experimental I – Engenharia Química – CCAE


Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
2018/1 - Alegre-ES

Resumo. Este relatório tem a finalidade de descrever as análises da prática sobre cinemática. A
cinemática é responsável pela classificação e comparação dos movimentos. O movimento que
ocorre com velocidade constante em uma trajetória reta é chamado de Movimento Retilíneo
Uniforme (MRU). O movimento em que a velocidade varia uniformemente em razão do tempo é
chamado de Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). Esses dois movimentos
foram estudados através de medições de espaço e tempo de um móvel. Com os dados das
medições e dos cálculos realizados construímos tabelas e gráficos para melhor apresentação dos
resultados.

Palavras chave: cinemática, MRU, MRUV.


_______________________________________________________________________________________

Diferenciando do MRU, o movimento


1. Introdução
retilíneo uniformemente variado (MRUV),
demonstra que a velocidade varia
Estamos constantemente em movimento, uniformemente em razão ao tempo. O
seja andando de carro, correndo, a pé ou MRUV pode ser definido como um
até mesmo quando estamos tecnicamente movimento de um móvel em relação a um
parados pois a Terra nunca para de girar referencial ao longo de uma reta, na qual
em torno do Sol e o Sol em torno do centro sua aceleração é sempre constante .
da Via Láctea, por exemplo. HALLIDAY, O objetivo do experimento realizado foi
RESNICK, WALKER (1996) estudar o movimento retilıneo uniforme
Segundo SYMON, KEITH R. (1996) (MRU) e o movimento retiliıneo
Cinemática é o estudo e a descrição dos uniformemente variado (MRUV). Verificar
possíveis movimentos de corpos materiais, experimentalmente as equações de
ou seja, é chamada de Cinemática, a movimento para a posição e para a
classificação e a comparação dos velocidade em função do tempo.
movimentos.
No campo da cinemática, nos deparamos 2. Procedimento Experimental
com diversos tipos de movimento. Inicialmente o equipamento foi
Dizemos que um objeto está se movimento remontado pois se encontrava sobre uma
quando este, ao longo do tempo, muda sua placa de PVC que não seria útil no
posição em relação ao observador. Essa momento.
relação de deslocamento e tempo de Em seguida marcamos uma posição na
deslocamento chamamos de velocidade. rampa de aproximadamente 25 cm antes do
O movimento que ocorre com velocidade zero reta, que foi a posição inicial do
constante em uma trajetória reta é chamado abandono do rolo. Abandonamos o rolo da
de Movimento Retilíneo Uniforme (MRU), posição inicial e cronometramos da
ou seja movimento no qual intervalos de posição zero até a posição cem da régua
tempos iguais temos o móvel percorrendo milimetrada. Realizamos esse
a mesma distância. procedimento dez vezes e cada vez o
tempo foi cronometrado por três aparelhos
diferentes (2 celulares e um cronômetro 3. Resultados e Discussão
digital) e fizemos a média para melhor
precisão. Os valores obtidos se encontram Tabela 1: Obtenção da incerteza do tempo.
na tabela 1 e a partir deles calculamos o N t​N​ ​(s) | t​N​ - <t​N​>| (s)
módulo do desvio da média do tempo que 1 0,91 0,11
seria a incerteza para o tempo médio para 2 0,89 0,13
as próximas medições. 3 1,03 0,01
4 1,04 0,02
Repetimos o procedimento anterior, 5 1,03 0,01
agora com somente 3 medidas de tempo 6 0,98 0,04
para 6 posições distintas, sendo elas 0,150 7 1,10 0,08
0,200, 0250, 0,300, 0,350, e 0,400 metros, 8 1,08 0,06
os resultados obtidos estão na tabela 2 9 1,07 0,05
10 1,07 0,05
juntamente com a média do tempo, a
<M< 1,02 0,056 ​≅ 0,06
velocidade média e o módulo do desvio da
velocidade média. Com estes valores foi
N - número de ordem;
construído um gráfico (Gráfico 1 em
tn - tempo;
anexo).
|tn - <tn>| - desvio da média do tempo.
Na segunda parte do experimento,
retiramos a rampa do equipamento e Tabela 2: Movimento retilíneo uniforme.
inclinamos a régua com uma haste que foi Xf t1 t2 t3 <t> vm |​vm -
colocada abaixo dela. A posição inicial (m) (s) (s) (s) (s) ( ms ) <vm>|
para o abandono do rolo passou a ser o ( ms )
zero da régua milimetrada. Efetuamos as 0,100 - - - 1,02 0,10 0,01
medidas de tempo para os valores de 0,150 1,55 1,58 1,68 1,60 0,10 0,01
0,200 2,18 2,26 2,25 2,23 0,09 0,00
posições finais descritas na tabela 3,
0,250 2,82 2,79 2,84 2,82 0,10 0,00
estimando as incertezas das posições 0,300 3,42 3,42 3,44 3,43 0,09 0,00
inicial e final. Para cada posição final 0,350 4,06 3,94 4,02 4,01 0,09 0,00
realizamos a medida do intervalo de tempo 0,400 4,67 4,72 4,72 4,70 0,09 0,00
três vezes. Na tabela 3 também se encontra <M> - - - - 0,09 3,00 x
10^(-3)
o quadrado do tempo médio,a velocidade
média e suas incertezas, a partir disso
construímos três gráficos: um gráfico da Xf - posição final;
velocidade vs tempo, um gráfico da t1 - tempo 1;
posição vs tempo e outro da posição vs o t2 - tempo 2;
tempo ao quadrado (Gráficos 2, 3 e 4, t3 - tempo 3;
respectivamente, em anexo). <t> - média do tempo;
vm - velocidade média;
| vm - <vm> | - desvio da média
<M> - média das medidas da coluna

A velocidade média foi obtida por meio


da fórmula:
Xf
vm = t

As incertezas das medidas foram


calculadas das seguintes maneiras:
Tempo: através da tabela 1, com o
procedimento explicado anteriormente. Tabela 3: Movimento retilíneo uniformemente
variado.
Posição: através da metade da menor Xf t1 t2 t3 <t> t² (s²) Δt² v Δv
medida da régua milimetrada, ou seja, (m) (s) (s) (s) (s) (s²) ( mv ) ( mv )
0,05mm. 0,100 3,56 4,10 3,90 3,86 14,90 0,04 0,03 2,00
Tempo ao quadrado: obtida por meio da x
10^(-
incerteza calculada para o tempo através 4)
dos dados da tabela 1, que foi elevada ao 0,150 4,79 4,58 4,60 4,66 21,71 0,04 0,03 1,00
x
quadrado, nos dando um valor de 0,04s². 10^(-
Velocidade média: calculada através da 4)
fórmula de derivadas parciais: 0,200 5,64 5,63 5,24 5,50 30,25 0,04 0,04 1,00
x
ovm² om² ot²
vm² = m² + t²
10^(-
4)
0,250 6,44 6,37 6,19 6,33 40,07 0,04 0,04 6,00
Como visto em sala de aula, os gráficos x
10^(-
são de extrema importância para 5)
apresentação dos dados, e nos possibilita 0,300 6,75 6,93 6,80 6,83 46, 0,04 0,04 4,00
65 x
visualizar informações interessantes, como 10^(-
o coeficiente angular da reta, que além de 5)
0,350 7,22 7,34 7,45 7,34 53,88 0,04 0,05 5,00
indicar a inclinação da reta média possui x
um significado físico, e a área sob a reta. 10^(-
5)
Nos gráficos construídos mediante os 0,400 8,02 7,96 7,56 7,85 61,62 0,04 0,05 4,00
dados coletados nesta prática, podemos x
10^(-
interpretar os gráficos da seguinte maneira: 5)
Gráfico da Posição vs Tempo (MRU): o
coeficiente angular da reta representa a Xf - posição final;
velocidade média do rolo no movimento t1 - tempo 1;
retilíneo uniforme. t2 - tempo 2;
Gráfico da Velocidade vs Tempo: o t3 - tempo 3;
coeficiente angular da reta representa a <t> - média do tempo;
aceleração média do rolo no movimento t² - média do tempo ao quadrado;
retilíneo uniformemente variado e a área ​ ​ Δt² - incerteza da média do tempo ao
sob a reta representa o espaço percorrido quadrado;
pelo móvel. v - velocidade média;
Gráfico da Posição vs Tempo (MRUV): Δv - incerteza da velocidade média.
o coeficiente angular da reta representa a
velocidade média do rolo no movimento O gráfico da posição vs tempo no MRU
retilíneo uniformemente variado. correspondeu às expectativas, isto é, nos
Gráfico da Posição vs Tempo²: o deu uma reta pois a velocidade é constante.
coeficiente angular da reta representa a O gráfico da velocidade vs tempo no
aceleração média do rolo no movimento MRUV ficou como esperado, ou seja, não
retilíneo uniformemente variado. obtemos uma reta pois sua velocidade
muda em função do tempo.
O gráfico do espaço vs tempo no
MRUV deveria ser uma parábola pois sua
equação é de segundo grau. Porém, o
gráfico foi feito a partir de uma equação de
primeiro grau que resultou em uma reta.
O gráfico da posição vs tempo² no
MRUV ficou como o esperado, ou seja,
não obtemos uma reta pois é um gráfico de
aceleração e a velocidade varia em função
do tempo.
O coeficiente angular do gráfico 1
(posição vs tempo no MRU) representa a
velocidade média obtida através dos dados
experimental. Ao realizarmos os cálculos,
o valor encontrado para o coeficiente
angular foi de 0,082 e a média das
velocidades obtidas foi de 0,09 m/s.
Portanto, a velocidade média resultante do
gráfico ficou próxima do valor esperado.

4. Conclusão
Por fim, nossos resultados foram bons e
satisfatórios para a realização dos
cálculos e construção dos gráficos que nos
possibilitaram melhor visualizar o objetivo
do estudo do MRU e do MRUV. Porém,
tivemos dificuldade ao construirmos o
gráfico da posição vs tempo no MRUV,
pois o esperado era uma parábola e
obtivemos uma reta.

5. Referências
Symon, Keith R.Mecânica; tradução de
Gilson Brand Batista, Rio de Janeiro:
Campus 1996.

Halliday, D., Resnick, R. e Walker, J.


Fundamentos de Física, tradução de José
Paulo de Azevedo, 4 ed. V.1. Rio de
Janeiro: LTC EDITORA, 1996.

Os Fundamentos da Física – Moderna Plus.


Ramalho, Nicolau e Toledo. Vol. 01.
Moderna. 11ª Ed. SP. 2016

Física Básica. Volume único- Nicolau e


Toledo

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