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ISIDORO: o maior conflito territorial urbano de Minas Gerais

29/08/2014

ISIDORO: o maior conflito territorial urbano de Minas Gerais


 

A disputa em torno da região do Isidoro coloca trabalhadores, movimentos sociais


e quilombolas em campo oposto ao poder político, judiciário e empresarial

No último dia 6 de agosto, o anúncio da Polícia Militar de Minas Gerais de que iria
cumprir a ordem de despejo das ocupações da região do Isidoro - Esperança,
Vitória e Rosa Leão - apresentou ao país a complexa questão do uso e da
destinação deste território, que envolve aspectos sociais, econômicos, políticos,
jurídicos, ambientais e fundiários. No meio de um emaranhado de interesses,
ambições e de empreendimentos imobiliários tão milionários quanto nebulosos,
está uma população de trabalhadores pobres, estimada em 8 mil famílias, e uma
comunidade remanescente quilombola. Ambas lutam pelo reconhecimento do
direito à moradia e à terra.

Situada no chamado vetor norte de Belo Horizonte, na divisa com o município de


Santa Luzia, os aproximadamente 9,5 milhões de metros quadrados da Mata do
Isidoro - maior do que a área interna da Avenida do Contorno - constituem o
último centurão verde da cidade, repleto de nascentes e de mata nativa
preservada. Circundada por bairros populares, como Zilah-Spósito, Ribeiro de
Abreu e Tupi, a região é marcada ao longo das décadas por ocupações irregulares.
Parte do local é também conhecida como Granja Werneck pois, na década de 20, o
médico Hugo Werneck construiu ali um sanatório para tuberculosos, tendo ganho
extensa área doada pelo município. Hoje, a família Werneck está entre os
proprietários da área em disputa por meio da Granja Werneck S.A.

Planos milionários

A partir da implantação da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, da


construção da Linha Verde e da transformação do aeroporto de Confins em
terminal industrial, o vetor norte passou a ser o novo eixo de desenvolvimento
metropolitano de Belo Horizonte e área cobiçada pela especulação imobiliária. Por
meio de uma lei especial  (PL 808/09), aprovada dentro da reforma da Lei de
Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, e do Plano Diretor de BH, a Câmara de
Vereadores alterou os padrões de urbanização da derradeira área verde da cidade,
flexibilizando o uso dos terrenos que podem, agora, receberem prédios em áreas
de até 5 mil metros quadrados em detrimento a casas em áreas de até mil metros
quadrados. A regulamentação do instrumento de Operação Urbana Consorciada
(OUC) em Belo Horizonte deu-se também por meio do mesmo mecanismo. Foram
demarcadas como futuras OUCs largas parcelas do território municipal, como as
áreas centrais, as áreas no entorno dos corredores viários prioritários, de
corredores de transporte coletivo e de estações de transporte coletivo, e as áreas
em reestruturação no vetor norte da capital. Além disso, foi aprovada a Operação
Urbana do Isidoro, que prevê a ocupação “planejada” da última grande área ainda
não urbanizada de Belo Horizonte

Neste momento, veio à tona um projeto bilionário para a construção de um bairro


de classe média que utilizaria um terço do território e envolveria a criação de
parques, de centros comerciais e de cerca de 72 mil unidades habitacionais. O
projeto, criado pelo escritório do ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do
Paraná, Jaime Lerner, seria executado pela Direcional Engenharia e pela Rossi
Residencial. Ao que tudo indica, o empreendimento, que destinaria 3 mil casas
provisoriamente à criação de uma vila para a Copa do Mundo, naufragou em meio
ao embróglio de titularidades, disputas por heranças e à pressão dos
ambientalistas. Não existe indicativo, no entanto, de que ele não possa ser
retomado a partir da desocupação da área.

A momentanea ou definitiva impossibilidade da construção de um novo bairro de


classe média abriu caminho para que empreendedores e proprietários
começassem a negociar parte do território ao Programa Minha Casa, Minha Vida,
do Governo Federal. O projeto, que pretende construir e pretende construir 13 mil
e 400 unidades habitacionais, tinha prazo até 31 de agosto de 2014 para começar
a ser executado, sob o risco de perder o financiamento da Caixa Econômica
Federal (CEF). Nos dias 22 e 25 de agosto,  representantes das comunidades do
Isidoro, ameaçadas de despejo, ocuparam agências da CEF e exigiram que o
Governo Federal e o banco público suspendessem ou adiassem a exigência de
remoção das 8 mil famílias em função dos recursos do programa federal. Os atos e
a pressão popular fizeram com que o banco prorrogasse por tempo indeterminado
o repasse dos recursos diante da constatação de que a Prefeitura de Belo
Horizonte repassou à CEF dados falsos, afirmando que nas ocupações existiam
menos de 160 famílias.

Em uma clara campanha depreciativa, veículos da grande imprensa tentam criar


uma balança entre as ocupações e os futuros beneficiados pelo programa,
sugerindo - e, por vezes, afirmando - que as primeiras estariam impedindo que
mais famílias pobres tivessem acesso à moradia. Ou seja, pretende-se destruir
para construir. A área prevista para o Minha Casa, Minha Vida é onde estão hoje as
ocupações Vitória e Esperança que representam uma solução autônoma para o
problema de moradia.

A implantação dessas unidades habitacionais é também um negócio milionário,


que irá beneficiar proprietários e empreiteiras. A Direcional surge, novamente,
como o nome responsável por levar o empreendimento a cabo. Da Prefeitura de
Belo Horizonte sairá um aporte no valor de 177 milhões de reais para o
empreendimento. Este aporte vai de encontro às premissas da lei que instituiu a
Ocupação Urbana do Isidoro, por meio da qual os empreendedores, a título de
contrapartida, deveriam arcar com custos relativos aos equipamentos e à
infraestrutura urbana, e não o poder público. Integrantes dos movimentos sociais
e os arquitetos e advogados que acompanham o caso apontam falta de
transparência e de divulgação das negociações em torno da Operação, assim como
dos projetos contratados, o que abre margem para especulações e incertezas
sobre os benefícios desse acordo para a população de Belo Horizonte e da Região
Metropolitana. Uma pergunta é constante: quem, de fato, está ganhando com esta
transformação da cidade?

A Direcional Engenharia está entre os principais financiadores da última campanha


do prefeito Márcio Lacerda.

Alternativas para o deficit organizacional

Paralelamente à implantação da Operação Urbana Consorciada, as famílias que


ocupavam a região passaram a se organizar em comunidades, amparadas pelos
movimentos de moradia da cidade, como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e
Favelas (MLB) e as Brigadas Populares, e pela Pastoral da Terra. Foi em junho de
2013 que surgiram, oficialmente, as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança,
embora relatos de alguns moradores revelem residentes no espaço há, pelo
menos, três décadas.

Atualmente, a maior parte das casas é de alvenaria e foram construídas com as


economias dos moradores. Andando pelas ocupações, essas casas convivem com
habitações feitas de gambiarras criativas, como capa de carro, sacolas plásticas,
lonas, materiais recicláveis, etc, demonstrando a precariedade econômica de
algumas famílias e, ao mesmo tempo, a riqueza subjetiva para a sobrevivência em
meio à vulnerabilidade a qual estão expostos grandes parcelas desta população.
Nas comunidades, as decisões importantes são tomadas em assembleias
democráticas, há recolhimento de lixo e preocupação com a preservação
ambiental. A vida em coletividade atua para proteger os moradores das
sociabilidades violentas que invadem a metrópole. Além disso, de acordo com
dados do IPEA de 2010, o déficit habitacional de Belo Horizonte corresponde a 150
mil moradias. As ocupações aparecem, portanto, como soluções que a sociedade
civil tem o direito de encontrar quando têm suas demandas negligenciadas pelo
Estado e contribuem para abaixar esses índices. São territórios, não demarcados
pelas cartografias oficiais, que representam para seus moradores a possibilidade
não apenas da moradia – o que já é muito – mas a criação de raízes e laços entre
eles e com o próprio lugar.
Vale lembrar que a Mata do Isidoro também abriga os remanescentes do Quilombo
Magueiras. Constituída hoje por 19 famílias, a comunidade utiliza as terras à
margem do Ribeirão Isidoro desde o século XIX para sustento e reprodução do seu
modo de vida. Do território que um dia chegou a 387 mil quilômetros quadrados,
hoje restam 17 mil, reivindicados junto ao INCRA, sendo que atualmente a família
restringe suas atividades a apenas dois desses quilômetros.

Batalha jurídica

Atualmente, são quatro os processos de reintegração de posse movidos em função


da região do Isidoro. Um deles, para o qual não existem projetos futuros de
conhecimento público, está na área da Ocupação Rosa Leão. Outro processo
movido pela Granja Werneck S.A, que reúne os herdeiros de Hugo Werneck,
corresponde ao terreno em negociação com o Programa Minha Casa, Minha Vida.
Os outros dois processos são movidos pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
e por Ângela Werneck, e não se referem às áreas ocupadas.

Em julho de 2013, a juíza Luzia Divina concedeu liminar para os pedidos de


reintegração de posse e autorizou o desalojamento forçado das famílias residentes
das três ocupações do Isidoro. A partir daí, começou a ser travada uma batalha
jurídica pelos moradores, que foram representados pelos advogados dos
movimentos e do grupo de advogados ativistas Coletivo Margarida Alves,
amparados pelo Ministério Público e Defensoria Pública. Em fevereiro de 2014, a
defensoria pública recorre da decisão liminar que concede a reintegração de posse
e o recurso é negado pela 6ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais -
TJMG, que tem como relatora a desembargadora Selma Marques. Diante disso, a
defensoria entrou com recurso especial no Superior Tribunal de Justiça e recurso
extraordinário no Supremo Tribunal Federal, ambos ainda não admitidos pelo
TJMG.

Em julho de 2014, o Ministério Público propõe uma Ação Civil Pública apontando
irregularidades e nulidades nas ações de reintegração de posse. Entre as
irregularidades está a ausência de um cadastro das famílias. Em audiência pública
realizada na Assembléia Legislativa de Minas Gerais - ALMG, a promotora Claudia
Spranger, que está na promotoria há 25 anos, afirmou que poucas vezes viu tantos
equívocos processuais. Ainda assim, a juíza Luzia Divina manteve o despejo, o que
leva o Ministério Público, em agosto, a entrar com ação afirmando que a juíza é
parcialmente suspeita para julgar a reintegração de posse. Luiza Divina rejeita a
ação, ainda assim o processo avança.

Na noite do dia 12 de agosto, a PM passou a se mobilizar para realizar o


desalojamento tão logo o dia amanhecesse, inclusive fechando parte das vias de
acesso às ocupações. Quando a ação da polícia era apenas uma questão de horas,
o juiz Marcos Padula, da Vara da Infância e Juventude, concede liminar favorável à
ação do Ministério Público que solicitava proteção às crianças, inclusive do direito
de continuar frequentando a escola. Cerca de 1/3 dos moradores são crianças e
adolescentes, totalizando algo em torno de 10 mil pessoas. A desembargadora
Selma Marques derrubou a liminar, o que significa que, juridicamente, o despejo
pode se dar a qualquer momento.

O Ministério Público entrou, ainda, com pedido de suspensão da liminar de


despejo direcionado diretamente ao presidente do TJMG, Pedro Bitencourt
Marcondes, que o rejeitou. O Coletivo Margarida Alves entrou com mandado de
segurança contra o governador, Alberto Pinto Coelho, e o comandante da PMMG,
Coronel Machado, pelo descumprimento de normas de direito internacional, o que
foi rejeitado pela desembargadora Selma Marques. O mesmo coletivo apresentou
denúncias à Relatoria para Moradia Adequada da ONU e, também, um pedido de
medida cautelar na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.

Violação de Direitos Humanos

No dia 14 de agosto, a ALMG, em Audiência Pública, comprovou violações de


Direitos Humanos em relação à população das Ocupações do Isidoro antes mesmo
da ação concreta de despejo. A violência psicológica sofrida pelos moradores das
ocupações, perpetrada pela PMMG, é a tônica dos últimos dias, desde que foi
anunciada a reintegração de posse.

Helicópteros da PMMG têm sobrevoado as ocupações frequentemente, fazendo


com que os moradores se lembrem todos os dias e noites  que estão sob a
iminência de um despejo e que deverá ser feito de modo violento. Temendo a
desocupação, os moradores e apoiadores estão em vigília desde o dia 11 de
agosto, passando dias e noites sem dormir, atormentados pela perda de suas
casas e pela violência policial iminente, afinal, foram anunciados 1.900 homens
(1.400 da capital e 500 do interior) escalados para conduzir a ordem judicial de
desocupação da área do Isidoro. Nesse mesmo 11 de agosto, um panfleto
ameaçador foi lançado por um helicóptero da PMMG sobre as Ocupações, assim
como o exército israelense procede em relação à população palestina na Faixa de
Gaza. Parte do panfleto continha a seguinte ameaça, sob a máscara da sugestão:
“Sugere-se que mulheres grávidas, idosos, crianças e pessoas portadoras de
necessidades especiais saiam do local, para preservar a integridade física e
psicológica dos mesmos. A responsabilidade pela saúde dessas pessoas é do
movimento.” Assim, a PMMG tenta se eximir da responsabilidade, como se as
possíveis e futuras agressões sofridas fossem culpa dos próprios moradores e de
sua luta por moradia. Essas informações estão em relatório do ouvidor nacional de
Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
Bruno Renato Teixeira.
Para além das ações da PMMG, os moradores das ocupações têm relatado a
negação de atendimento por parte dos postos de saúde da região, sendo que
muitos de seus moradores possuem doenças crônicas e/ou são idosos, além das
várias mulheres grávidas. Médicos voluntários estão se encaminhando às
ocupações para prestarem apoio e realizarem atendimentos médicos.

Assim como os postos de saúde têm negado atendimento, as escolas frequentadas


pelas crianças infelizmente também têm sido um local de intimidação e
segregação, não só por parte dos outros alunos, mas também de professores, que
se colocam a favor do despejo diante das próprias crianças das ocupações.

Uma outra pauta que atesta abuso e violação de direitos é o fato de que no dia 12
de agosto, às 11h da manhã, foi alterado o itinerário das linhas de ônibus 607 e
5534, sentido Zilah Espósito, para que não chegassem às ocupações da região do
Isidoro. Conforme o comunicado, afixado no ponto final das linhas, essa mudança
ocorreu devido à operação policial de despejo que poderia acontecer a qualquer
momento.
Tal ação é, primeiramente ilegal e fruto de uma ação coercitiva da PM, um
atentado ao direito de ir e vir das pessoas, especialmente das(os) moradoras(es),
trabalhadoras(es) e estudantes das ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança.

Diálogo negado

Há mais de um ano, as ocupações urbanas de Belo Horizonte tentam abrir canais


de diálogo com a Prefeitura e o Governo o Estado. A relação é marcada por
promessas não cumpridas e ausência de diálogo por parte do poder público. Para
forçar uma mudança nesse quadro, as ocupações vêm realizando diversos atos.
Nos dias 2, 3 e 4 de julho de 2014, foram ocupados os prédios da Urbel, da
Advocacia Geral do Estado e da PBH. Além das ocupações do Isidoro, estavam
presentes representantes das ocupações Dandara, Eliana Silva e Guarani-Kaiowá.
Essas mesmas ocupações ocuparam a prefeitura ano passado, quando Márcio
Lacerda firmou em ata diversos compromissos nunca cumpridos.

Como resultado do processo de ocupação da Urbel e negociação para sua


desocupação, foi marcada reunião para o dia 10 de julho, com intervenção do juiz
da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal, Magid Nauef Láuar. Foi enviado ao
prefeito, por mandato de intimação urgente, um ofício recomendando a
participação dos secretários da SMARU, SMAPU e SUDECAP e do presidente da
Urbel, recomendação reforçada pela promotoria de Direitos Humanos do
Ministério Público de Minas Gerais, mas a PBH não enviou representantes. Um dos
pontos importantes da ocupação da Urbel foi a exigência de saneamento básico
negado às famílias das áreas ocupadas.
No dia 24 de julho ocorreu, ainda, uma reunião das ocupações com o Governo de
Minas Gerais cujo objetivo era evitar o despejo das ocupações do Isidoro. Fruto da
negociação para a desocupação da AGE, estavam presentes na reunião, além de
integrantes das ocupações e de movimentos sociais, o secretário de Estado de
Defesa Social, representantes do Ministério das Cidades e da Defensoria Pública.
Neste momento, durante a reunião de negociação, o fechamento da MG10 em
frente à Cidade Administrativa por moradores das ocupações resultou em ação
violenta da Polícia Militar que, antes de qualquer negociação com o movimento
social, avançou com cavalos e espadas para cima dos manifestantes. Apesar deste
episódio, acreditava-se que um canal de diálogo tinha, finalmente, sido aberto.

#ResisteIsidoro

Desde o anúncio de que as áreas seriam desocupadas, moradores e movimentos


sociais articulam-se em uma rede de solidariedade formada por ativistas dos
Direitos Humanos, professores universitários, artistas, Igreja Católica, jornalistas,
arquitetos, advogados, entre outros grupos.

No dia 11 de agosto iniciou-se concretamente uma mobilização por parte desses


grupos para o deslocamento do máximo de pessoas em direção às ocupações do
Isidoro para resistirem e apoiarem os moradores na ação de despejo marcada para
a madrugada do dia 12. Mesmo com o despejo adiado, tal rede de apoio
permanece firme, tanto nas vigílias noturnas nas entradas das ocupações quanto
nas atividades diárias com as famílias e crianças. Por meio de caronas solidárias e
fretamentos de ônibus com dinheiro de doações, muitos apoiadores seguiram e
seguem para a região, permanecendo dias e noites no apoio aos moradores.

Uma rede de colaboração foi criada nas redes sociais para viabilizar a
comunicação, transmitir os informes e notícias, bem como as convocatórias para a
ação prática. Nessa rede, as demandas das ocupações são comunicadas para que
os apoiadores possam se organizar para prestar ações concretas de solidariedade.
Grupos de Trabalho foram criados para facilitar a organização dos apoiadores,
dividindo-se basicamente em seis eixos que contemplam as necessidades das
ações de resistência: GT Comunicação; GT Doações/transporte/logística; GT
Criança e adolescente; GT Programação Cultural; GT Técnica; GT Mobilização
direta (vizinhança, comunidade).

A rede de solidariedade também se estendeu para além dos limites belo-


horizontinos, por meio do “Manifesto de docentes em solidariedade às ocupações
do Isidoro”. Até o momento, o manifesto conta com 500 assinaturas de docentes
de diversas áreas do conhecimento, ligados às principais universidades do Brasil e
do mundo, dentre eles os sociólogos Boaventura de Sousa Santos e Ricardo
Antunes, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e a historiadora Virgínia
Fontes. A adesão maciça a tal manifesto demonstra o reconhecimento da urgência
em se apoiar as ocupações sob ameaça de despejo e da legitimidade das
demandas da população, isto é, pelo direito fundamental à vida, à moradia, à
dignidade humana e à segurança.

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