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NOTAS DE AULA DE ECONOMIA AGRÍCOLA

UNIDADE I – NOÇÕES DE ECONOMIA

1. CONCEITO DE ECONOMIA
No contexto de um sistema econômico, o problema central gira em torno da escassez. As
pessoas e a sociedade têm necessidades, mas como os recursos são escassos, é preciso desenvolver uma
maneira de alocá-los convenientemente, sob pena de não haver disponibilidade dos mesmos para todos
os indivíduos. Assim, pode-se dizer que os principais elementos da atividade econômica são as
necessidades humanas, os fatores de produção e a tecnologia disponível.
No que diz respeito às necessidades humanas, é importante salientar que estas possuem duas
características principais: são diversificadas e insaciáveis. É claro que não se pretende com isso dizer
que o desejo de um indivíduo em consumir um determinado tipo de bem é ilimitado, mas que, no
agregado, suas necessidades não têm limitações. Isso decorre tanto do volume disponível de bens
quanto da capacidade humana em desenvolver necessidades.
Tal insaciabilidade torna-se ainda mais clara se tomarmos por base alguns outros fatores como
cultura, status ou ambiente social. No que diz respeito às necessidades encontramos, em primeiro lugar,
as relativas à satisfação de exigências orgânicas que, além de múltiplas, diferenciam-se de acordo com
as preferências individuais. Em seguida às necessidades biológicas encontramos aquelas relacionadas
às atividades desenvolvidas pelo indivíduo, suas exigências psíquicas etc... Além do exposto, é preciso
ter em mente que a sociedade como um todo também possui necessidades, ditas coletivas, como as de
transporte, educação, ordem pública, etc...
Nesse sentido, um outro ponto importante refere-se à relação existente entre a capacidade de
satisfação das necessidades e nível de vida, entendidos, no contexto social, como sinônimos. A
interpretação de nível (ou padrão) de vida é bastante abstrato, e está estreitamente relacionado com o
contexto histórico pelo qual passa uma sociedade; assim, o que pode ser considerado um padrão de
vida satisfatório em uma determinada época, pode não sê-lo em um período posterior. Da mesma
forma, esta definição varia entre as comunidades, sendo que o que é considerado ‘bom’ para uma
estrutura social, pode ser ‘ruim’ para uma mais desenvolvida. Deve-se lembrar, ainda, que à medida em
que a capacidade produtiva da economia se amplia o padrão considerado satisfatório para uma
sociedade se eleva, deslocando-se para cima. Assim, segundo LEFTWITCH (1979) “a insaciabilidade
das necessidades humanas, juntamente com os aumentos seculares da capacidade produtiva, conduz à
contínua mudança no conceito do que constitui um nível de vida satisfatório.
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Contudo, ainda que sejam consideradas essas questões do ponto de vista da eficiência, o
desempenho da economia não deve ser avaliado apenas em virtude de estar conseguindo, ou não ,
proporcionar um padrão de vida satisfatório. Tal julgamento deveria considerar se está sendo obtido o
maior nível de vida possível, dadas as limitações de fatores e técnicas de produção, poupando-se uma
parcela dos recursos para posterior aumento da capacidade produtiva, a fim de que sempre exista uma
expectativa de aumento do nível de vida da sociedade.
O Quadro 1.1 permite uma melhor visualização do que foi exposto até o momento:
Necessidade Humana: é a sensação de carência de algo aliada ao desejo de satisfazê-la.
Quadro 1.1 - Tipos de necessidades:
(a) Segundo o requerente:
(a.1) Necessidades do indivíduo:
- natural: comer ou dormir.
- social: convívio social.
(a.2) Necessidades da sociedade:
- Coletivas: transporte, educação.
- Públicas: ordem pública ou defesa nacional.
(b) Segundo a natureza:
(b.1) Necessidades vitais ou primárias: conservação da vida.
(b.2) Necessidades civilizadas/secundárias: aumentam o bem-estar do
indivíduo.

A necessidade de satisfazer às exigências materiais (sobrevivência e bem-estar) faz com que a


sociedade engendre seus membros de tal forma que seja possível a produção do que é necessário. Nesse
processo são detectados dois segmentos básicos: produção e consumo. Na produção a empresa deve
decidir quais insumos utilizar (recursos produtivos ou fatores de produção), quanto produzir (o que se
sujeita à disponibilidade) e o que produzir, bem como os mecanismos pelos quais se dará a alocação de
tais recursos (padrão tecnológico vigente). Na órbita do consumo, empresas e famílias decidem como
alocar os recursos de que dispõem a fim de satisfazer suas necessidades.
Assim, quanto aos recursos produtivos (ou fatores de produção), deve-se destacar que, em sua
maioria são escassos e, por isso mesmo, possuem preço (os bens livres, por definição, não possuem
preço). A classificação básica dos recursos os divide em duas categorias: a) trabalho, ou recursos
humanos, que englobam as mais diversas atividades físicas e, ou intelectuais desenvolvidas pelo
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homem e; b) capital, que envolve todo e qualquer tipo de recurso não-humano. Ademais, os fatores
produtivos possuem três características importantes: são, como já salientado, limitados em sua
quantidade; são versáteis e , normalmente, combináveis em proporções variadas.
A maioria dos recursos é dita escassa em relação ao desejo ilimitado pelos bens que eles podem
produzir, ou seja, no sentido de que necessitam ser alocados convenientemente para atender a uma
exigência social, de forma que é justamente esta escassez que torna necessária a avaliação cuidadosa de
quais necessidades devem ser satisfeitas, em que medida e em que ordenação.
A versatilidade dos recursos refere-se à possibilidade de seu aproveitamento nos mais variados
usos. Como exemplo, tomemos o fator trabalho; ele pode ser empregado em quase todos os tipos de
produção. Entretanto, quanto mais especializado for, maiores serão as restrições ao seu uso. Em outras
palavras quanto maior a especificidade de um fator de produção maior será suas limitações de
utilização.
Por fim, na maioria das vezes, é possível produzir um mesmo bem combinando de formas
diferentes os fatores de produção. Poucos são os bens que exigem uma combinação a proporções fixas
de insumos. Como pode ser notada, essa terceira característica está intimamente relacionada à anterior,
versatilidade.
Os fatores produtivos podem ser classificados, basicamente, em três grandes segmentos:
( a ) Terra
( b ) Capital
( c ) Trabalho
O fator terra deve ser entendido em um sentido amplo, uma vez que os recursos oriundos da
natureza estão na base de todos os bens produzidos em um sistema econômico. O recurso capital
(Quadro 1.2), indica a participação de instrumentos de transformação dos recursos primários de
produção, e envolvem toda a gama de máquinas e equipamentos destinados a tal finalidade - não deve ,
portanto, ser confundido com o capital financeiro.
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Quadro 1.2 – Tipos de Capital


(a) Capital físico ou real
(a1) Capital fixo: englobam os elementos utilizados na produção e dura vários ciclos
produtivos;
(a2) Capital circulante: consiste em bens em processo de preparação para o consumo –
matéria-prima e estoques disponíveis;
(b) Capital humano: envolve tudo o que diz respeito à elevação da capacidade produtiva dos
seres humanos.
(c ) Capital financeiro: são os fundos disponíveis para a compra de capital físico ou ativos
financeiros.

Por fim, o fator trabalho (Quadro 1.3) relaciona-se com a capacidade produtiva dos
trabalhadores, presente direta ou indiretamente, na produção de todo tipo de bens. Mesmo aqueles que
aparentemente não o envolvem, por terem uma produção extremamente mecanizada, têm, na sua
origem o trabalho intelectual humano como fonte de elaboração.
Sendo assim, os fatores de produção acima descritos, tendo por característica a possibilidade de
combinação múltipla, são associados das mais diversas maneiras a fim de proporcionarem a satisfação
das exigências humanas em uma sociedade, em um determinado período histórico.

Quadro 1.3 – Fator trabalho


Fator trabalho: parte da população que desenvolve tarefas produtivas.
População
(a) População ativa: intervém no processo produtivo;
(a1) empregados: engloba a parcela da população ativa empregada, quer seja em empresas,
com salário fixo, ainda que afastado por questões diversas, quer seja os empregados ativos
marginais, que fazem trabalhos periódicos.
(a2) desempregados: reúnem todas as qualidades exigidas para empregabilidade, mas não
encontram-se empregados.
(b) População inativa: parcela da população que apenas consome: aposentados, estudantes,
incapacitados ao trabalho etc.
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Por fim, em relação à tecnologia disponível, pode-se dizer que esta se constitui do know-how
mais os meios físicos para transformar os recursos em bens, de forma a atender as necessidades
humanas, individuais e, ou, coletivas.
Resumidamente, pode-se dizer que os focos da ciência econômica são:

a) De que trata a economia?

A economia é a ciência da administração dos recursos escassos na sociedade humana.


Ao observarmos as diversas nações e povos podemos concluir que tal administração dos
recursos é influenciada pelos padrões de cada civilização e suas formas de organização. Desta forma, a
economia é uma ciência social porque lida com características das sociedades humanas. Entretanto, ela
difere da sociologia por preocupar-se com as ações humanas em relação aos recursos escassos. Pode-se
dizer que a economia estuda as ações econômicas, ações estas que chegam a influenciar as ações
sociais.
A economia, como qualquer outra ciência, procura estabelecer padrões gerais de uniformidade
no estudo da administração de recursos escassos. Isso é possível devido a 1) repetições nas ações
humanas; 2) uniformidade nas ações dentro de determinadas organizações sociais. O número de
condições que restringem uma previsão econômica é muito grande. Uma lei econômica é geralmente
orientada a determinadas organizações sociais, a determinados intervalos históricos, e assim por diante.
Prosseguindo, temos que a economia teórica possui um conjunto de proposições básicas
chamadas postulados e proposições derivadas chamadas teoremas. A economia teórica é uma ciência
empírica. Temos assim, hipóteses ou modelos baseados na generalização de observações e passíveis de
serem testados empiricamente.
Como os modelos são frutos de simplificações da realidade, sua aplicação não produzirá
resultados idênticos às observações empíricas. Desta forma, é necessário que se aplique testes afim de
averiguar se, mediante um grau de aproximação definido, as hipóteses foram "empiricamente
verificadas" ou "empiricamente não verificadas". Tudo isso é tratado pelo ramo da economia chamado
econometria.
Os recursos escassos são administrados em relação a determinados objetivos sociais. A
economia define regras de utilização desses recursos para atender tais objetivos. Por fim, o uso dos
recursos de acordo com as regras é chamado "uso ideal". O campo da ciência econômica que estuda
esta relação é chamado economia do bem-estar.
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b) A objetividade da ciência econômica

As proposições econômicas têm validade objetiva, ou seja, usando-se um mesmo método, as


mesmas regras e partindo das mesmas hipóteses, diversos economistas alcançarão as mesmas
conclusões. A economia passa a ter validade interpessoal. Mas de onde vêm as divergências entre os
economistas que tanto presenciamos? Podemos afirmar que tais diferenças conclusivas entre
economistas são resultados de uma ou mais das seguintes fontes:

1. divergência sobre objetivos sociais;

2. divergência sobre fatos;

3. fracasso em ater-se às regras da lógica, da identificação e da verificação.

Economistas são seres humanos e estão sujeitos a influências sociológicas e psicológicas. Estão
submetidos a uma determinada sociedade histórica e padrões de sua civilização. Compartilham crenças,
valores, preconceitos, interesses, horizontes, limitações, e ainda, estão sujeitos a interesses
organizacionais que não a mera "busca da verdade". Tudo isso retrata a multiplicidade de influências a
que estão sujeitos. Existem influências conscientes e inconscientes. Estas últimas são as mais
importantes por produzirem ideologias. As ideologias convencem apenas aqueles que compartilham
das mesmas motivações subconscientes.
Mediante a tanta influência ideológica, as proposições econômicas deve ser verificadas
empiricamente. Assim, "certas situações econômicas levam ao desemprego ou à inflação, qualquer que
seja a simpatia do economista pelo sistema capitalista". A validade das proposições é, portanto,
interpessoal. O elemento ideológico não é um obstáculo à ciência. Muito pelo contrário, diversas vezes
ele se apresentou como um estímulo à pesquisa e à evolução científica. O desejo de mudança e
aperfeiçoamento cria investigações científicas na sociedade humana.

c) As unidades de decisão econômica e sua coordenação

Ao analisarmos a administração dos recursos escassos destacamos a ação de várias unidades


que agem segundo seus objetivos. Três tipos de unidades podem ser distinguidos:

1. as famílias cujo objetivo é o consumo, ou seja, satisfação das necessidades;

2. as firmas que objetivam obter lucro; e

3. os serviços públicos que contribuem para determinados objetivos sociais.


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Cada unidade de decisão econômica será sempre uma família, empresa ou serviço público.
Existem dois métodos através dos quais as decisões das várias unidades podem ser coordenadas: o
"planejar" público ou privado, ou o próprio "mercado". Planejamento e mercado não se excluem.

d) O capitalismo e outras formas de organização econômica

Existem diferentes maneiras pelas quais a administração dos recursos escassos é organizada.
Como atualmente, na maioria dos países avançados, a produção é feita por firmas, as quais objetivam
maximizar seus lucros, temos uma economia capitalista. A tal organização econômica chamamos
capitalismo. Que seja um capitalismo privado ou estatal, uma vez que está sendo visada a maximização
do lucro.
Uma outra forma de organização econômica é o socialismo. Numa economia socialista a
produção é responsabilidade pública. A maioria das economias socialistas atribui grande importância
ao planejamento.
Acontece que ao observarmos os fatos, tanto famílias, firmas e serviço públicos atuam na
produção. Resta-nos determinar qual unidade é produtora "predominantemente" para determinar a
forma de organização econômica.

e) As unidades de decisão econômica e sua coordenação

As empresas perseguem um único objetivo, uma variável que elas querem maximizar: o lucro;
as famílias, buscam a alocação mais indicada dos recursos entre suas diferentes necessidades, ou seja
maximizar a utilidade. O postulado da racionalidade é a suposição de que todas as unidades de decisão
econômica agem racionalmente. Assim, as decisões podem ser previstas pela simples aplicação da
lógica. Este postulado deve ser tratado como uma hipótese empírica. Nele, podemos incluir os serviços
públicos que buscam maximizar o bem-estar público. Esta ação de maximização do bem-estar público
pode também ser atribuída às empresas em geral.
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1.1. Os Bens econômicos
Os bens econômicos caracterizam-se pela sua utilidade, sua escassez e por serem transferíveis.
Basicamente podem ser tipificados como apresentado no Quadro 1.4).
Assim, segundo o caráter, os bens ditos livres são aqueles cujo consumo não possui restrições,
ou seja, existem com tal abundância que não se submetem a um sistema de preços. Os bens
classificados como econômicos, por sua vez, são de consumo restrito e têm preço, sendo esse, a
princípio, estipulado pelas leis de mercado vigentes
A classificação seguinte, de acordo com a natureza, distingue inicialmente os bens, como sendo
de capital ou de consumo. Os bens de capital são os que permitem a ampliação da capacidade
produtiva, ou seja, engendram o próprio funcionamento do sistema econômico, enquanto que os bens
de consumo são aqueles que se destinam ao consumo final por parte dos indivíduos. Cabe destacar que
um mesmo bem pode ser considerado de capital ou de consumo de acordo com a sua utilização; se for
usado como insumo, é um bem de capital, do contrário, pode ser considerado um bem de consumo.
Como exemplo, pode-se citar um automóvel. No caso de ser utilizado estritamente como instrumento
de prestação de serviços é um bem de capital, contudo, se o mesmo veículo presta-se exclusivamente
ao uso doméstico, para lazer de uma família, é um bem de consumo – no caso, bem de consumo
durável.

Quadro 1.4. Tipos de bens


( a ) Segundo seu caráter
(a.1) Livres
(a.2) Econômicos
( b ) Segundo sua natureza
(b.1) De capital
(b.2) De consumo * Durável
* Não durável
( c ) Segundo sua função
(c.1) Intermediários
(c.2) Finais

Os bens de consumo podem ser classificados como duráveis ou não duráveis. Como a própria
denominação sugere, os bens de consumo duráveis têm maior tempo de utilização como é o caso de
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veículo de uso particular, eletrodomésticos etc. Já os não duráveis são os de curta vida útil, como os
alimentos e vestuário, dentre outros.
A classificação posterior – segundo a função – distingue os bem como intermediários, caso
estes devam ser submetidos a transformações antes de se converterem em bens de capital ou em
produto final de consumo para os indivíduos; ou como finais, quando o bem já se encontra nas
condições necessárias de uso ou consumo social.
Existe ainda, na economia um tipo de atividade que não gera bens físicos: os serviços.
Atualmente, este segmento vem crescendo e ocupando grande parte da parcela produtiva da economia,
envolvendo grande parcela de trabalhadores. Ex. Agência de turismo; hotelaria; clínicas; assistência
técnica; consultoria, etc..

1.2. Economia - definição


Em síntese, pode-se dizer que “a economia estuda a maneira como se administram os recursos
escassos com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo, entre os
membros da sociedade.” O significado da palavra “econômico” está intimamente associado à escassez
dos bens e dos fatores de produção. A limitação destes é que faz com que eles consigam preços.

1.3. Economia: Macro e Micro


A economia divide-se em dois ramos principais: microeconomia e macroeconomia.
A Microeconomia trata do comportamento das unidades econômicas individuais, tais como
consumidores, proprietários de recursos e firmas comerciais. Preocupa-se com o fluxo de bens e
serviços das firmas ou empresas comerciais para os consumidores, com a composição do fluxo e com a
avaliação ou formação de preço das partes componentes do fluxo. Preocupa-se também com o fluxo
dos recursos produtivos (ou seus serviços), dos seus proprietários para as firmas comerciais, com sua
avaliação e com a distribuição entre os empregos alternativos.
Enquanto a Macroeconomia trata do conjunto da economia (sistema econômico como um todo,
e não das unidades econômicas individuais de que se compõe). A macroeconomia refere-se a estudos,
por exemplo: Crescimento e estabilização da economia; O modelo básico de determinação do
rendimento; O mercado da moeda. Finanças públicas e nível de atividade; Política macroeconômica; O
financiamento do défice público; Relações econômicas internacionais; Regimes cambiais, movimentos
de capitais e equilíbrio macroeconômico. Modelo oferta e demanda agregadas; Teoria da inflação;
Teorias das funções consumo e investimento; etc..
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Uma questão importante , que surge na esfera do estudo econômico, diz respeito às distinções
entre as preocupações macro e microeconômicas. Contudo, vale salientar que, embora aparentemente
distantes, no fundo ambas tratam do mesmo objeto: o sistema econômico.
Conceito de economia é a ciência que estuda a atividade produtiva. Focaliza estritamente os
problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção de bens;
estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho,
tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias.

2 - O SISTEMA ECONÔMICO

Um sistema econômico pode ser entendido como o conjunto de relações técnicas, básicas e
institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade. Independentemente do seu
tipo, todo sistema econômico deve, de algum modo, desempenhar cinco funções básicas, determinando:
( a ) O que se deve produzir;
( b ) Como se deve organizar a produção;
( c ) Como devem se distribuir os produtos;
( d ) Como se devem racionar os bens no período em que a oferta é fixa;
( e ) Como se deve sustentar expandir a capacidade produtiva.

( a ) Determinação do que se deve produzir:


É, basicamente, uma questão de se determinar quais são as necessidades dos consumidores; em
essência, a economia deve estabelecer um conjunto de valores para os diferentes tipos de bens e
serviços considerando, essencialmente, sua escassez e sua utilidade para os consumidores.

( b ) Organização da produção: A organização da produção envolve:


b1) procurar canalizar os recursos disponíveis para as atividades produtoras dos bens mais
desejados;
b2) usar os recursos eficientemente.

( c ) Distribuição do produto:
c1) A questão da renda: a renda de um indivíduo depende de duas coisas:
* das quantidades dos diferentes recursos que pode empregar no sistema produtivo;
* do quanto recebe por eles.
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c2) A distribuição total da renda depende, pois, da forma como os indivíduos podem dispor os recursos
que possuem.

( d ) Racionamento no curto prazo


O racionamento deve ser feito de duas formas:
d1) deve distribuir o suprimento entre os diversos consumidores;
d2) deve repartir, pelo período de tempo entre uma “oferta” e outra, o suprimento dado.

( e ) Manutenção do crescimento do sistema econômico


A manutenção refere-se a conservar intacta a força produtiva da máquina econômica, através de
uma provisão para depreciação; a ampliação diz respeito a um aumento contínuo das espécies e
quantidades de recursos disponíveis dentro da economia, juntamente com a constante melhoria das
técnicas de produção.
Assim, em síntese, pode-se afirmar que a economia deve responder a três grandes
questionamentos:
1. O que produzir e em que quantidade? Deve-se escolher entre as possibilidades de produção
de uma economia de modo a satisfazer o mais adequadamente à sociedade.
2. Como produzir tais bens e serviços? Toda sociedade deve determinar quem vai ser o
responsável pela produção, qual a tecnologia a ser empregada, qual o tipo de organização da produção
etc.
3. Para quem produzir, ou em outras palavras, quem será o consumidor? Devem ser definidos
o público-alvo e as maneiras através das quais o produto deverá atingi-lo.

3. O SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO

3.1. Base de funcionamento


A regra básica de funcionamento de um sistema lastreado na economia de mercado é um
conjunto de regras que envolvem os mecanismos de compra e venda de mercadorias. O mercado não
deve ser entendido apenas de forma geográfica, e sim pela amplitude da interferência dos preços em
uma determinada região:
Mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os fatores produtivos, são
trocados livremente.
O Fluxo simplificado classifica as unidades econômicas em:
* famílias
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* empresas
Classifica os mercados em:
* mercado de bens de consumo e serviços;
* mercado de recursos.
Observe-se que em termos monetários os dois fluxos são iguais, e que o fluxo monetário assume quatro
aspectos correntes:
* Custo de vida do consumidor;
* Receita auferida com os negócios;
* Custo de produção;
* Renda dos consumidores.

Esquema 3.1. Diagrama do fluxo circular de bens e serviços e dos fatores produtivos e dos
pagamentos monetários

Mercado de Bens de Consumo e Serviços


(1) Custo de Vida Dinheiro (2) Receita dos Negócios

Bens e serviços

Famílias: Empresas:
1. Consomem bens e produtos finais 1. Fornecem bens e serviços para
produzidos pelas empresas; consumo;
2. Fornecem fatores produtivos. 2. Utilizam fatores fornecidos pelas
famílias

Fatores de produção

Salários, aluguéis, juros...

(3) Renda dos (4) Custos


Consumidores de Produção
Mercado de Recursos
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Uma economia mais complexa pode ser descrita da seguinte maneira:

Remuneração dos fatores


Fatores de Produção

Consumo Intermediário
Governo

Produção Importações
Doméstica
Disponibilidad
e
Interna
Mercado Interno Mercado Externo

3.1.1. Os mercados e o dinheiro


Você sabia que antes de se criar a moeda como meio de troca, eram usadas mercadorias. Por
exemplo, trocava-se um cachorro por um peixe, só que sempre havia discussões, será que um pit bull
tem o mesmo valor que um salmão? E como era muito difícil se chegar a uma conclusão, foi criado o
dinheiro, para se definir o valor de cada mercadoria. Assim nasceu o mercado financeiro com suas
trocas e transações.
Foi graças à existência do dinheiro que o intercâmbio mais amplo das mercadorias tornou-se
possível, na medida em que cada mercadoria é inicialmente trocada por dinheiro e, a seguir, trocado
este por outra mercadoria.
Nesse contexto cada mercadoria passou a ‘valer’ um determinado montante de dinheiro, de
acordo com a sua valorização junto à sociedade, em outras palavras, cada mercadoria passou a ter um
preço determinado pela interação entre compradores (demandantes) e vendedores (ofertantes).
Conceitualmente pode-se dizer que o preço de um bem é a sua relação de troca pelo dinheiro, isso é, o
número de unidades monetárias necessárias para obter em troca uma unidade do referido bem.
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Tabela 3.1. Fluxo circular

Atividade Mercado de Bens e Serviços Mercado de Recursos


Produtos das empresas para Os principais fatores de
Fluxo Real satisfazer as necessidades produção são: recursos da
dos consumidores em ali- natureza; trabalho, capacida-
mentação, vestuário, educa- de empresarial, capacidade
ção, saúde... tecnológica...

Fluxo Monetário As famílias transferem parte As empresas remuneram as


de suas rendas para as famílias pelo uso dos
empresas ao recursos através de
adquirirem seus salários, aluguéis,
produtos. lucros...

Oferta Exercida pelas empresas Exercida pelas famílias

Demanda ou Procura Exercida pelas famílias Exercida pelas empresas

Interação Através dos preços dos Através do preço dos


produtos recursos

4 - INTRODUÇÃO DE TÓPICOS MACROECONÔMICOS

4.1. PIB ou PNB?

Uma das confusões em torno do PIB é a que mistura taxas trimestrais de crescimento,
divulgadas periódicamente pelo IBGE com taxas anuais. A taxa trimestral mede o crescimento do PIB
num trimestre em relação ao trimestre anterior e se constitui na ma medida mais proximada de
velocidade corrente de crescimento do PIB. Essa taxa é anualizada, ou seja, indica o quanto o PIB
cresceria no ano todo se sua velocidade de expansão continuasse a mesma. Para se evitar confusões no
tratamento das variações do PIB deve-se sempre tomar a base inicial da medida como 100, e aplicar
sobre ela os índices de crescimento divulgados. Isso permite visualizar corretamente o fenômeno em
curso.

Outra confusão se dá entre os conceitos de Produto Interno Bruto -PIB e Produto Nacional
Bruto- PNB. Nos Estados Unidos, o conceito preferido é o de PNB, e por isso ele aparece nos
principais livros de macroeconomia. Na Grã Bretanha e no Brasil , é mais usado o PIB.
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Qual a diferença entre os dois conceitos? O PIB é o valor de toda a produção de bens e serviços
ocorrida dentro das fronteiras do país, sem considerar a nacionalidade dos que se apropriaram dessas
rendas, sem descontar rendas eventualmente enviadas ao exterior e sem considerar as recebidas do
exterior, daí o qualificativo de "interno." O PNB considera as rendas recebidas do exterior por
nacionais do país e desconta as que foram apropriadas por nacionais de outros países, daí o
qualificativo "nacional."

No caso do Brasil, o PNB é menor do que o PIB porque uma parcela da ordem de 3 por cento
do PIB brasileiro não é usufruída por brasileiros e sim enviada ao exterior na forma de lucros,
dividendos e juros do capital estrangeiro. Assim, a renda interna bruta é de fato menor do que PIB. Nos
Estados Unidos, ao contrário, o PNB é maior do que PIB porque as rendas obtidas pelas empresas
americanas no exterior e enviadas aos Estados Unidos na forma de remessa de lucros e dividendos, são
consideradas parte do PNB americano. Portanto: O PIB, descontado da renda enviada ao exterior, ou
somado à renda recebida do exterior é chamado PNB. O conceito de PNB, por esse motivo, está mais
próximo ao conceito de Renda Nacional. O Produto Nacional Bruto , descontadas as perdas por
depreciação, é exatamente igual à Renda Nacional Líquida. Assim:

PIB - Renda enviada ao exterior + Renda recebida do exterior = PNB


PNB – Depreciação = Produto Nacional Líquido = Renda Nacional Liquida.
Renda Nacional Líquida/População = Renda per capita.
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Tabela 2 - Composição do PIB sob as três óticas - 2000 – 2001

Valor Valor
(R$ 1 000 000) (R$ 1 000 000)
Componentes do Produto Interno Bruto
2000 2001
A - Ótica da produção
Produto Interno Bruto 1 101 255 1 200 060
Produção 2 001 880 2 222 129
Impostos sobre produtos 119 394 134 967
Consumo intermediário (-) 1 020 019 1 157 036

B - Ótica da despesa
Produto Interno Bruto p 1 101 255 1 200 060
Consumo final 880 655 957 836
Despesa de consumo das famílias 670 702 727 095
Despesa de consumo da adm. pública 209 953 230 741
Formação bruta de capital 237 255 254 126
Formação bruta de capital fixo 212 384 233 376
Variação de estoque 24 871 20 750
Exportação de bens e serviços 117 423 158 501
Importação de bens e serviços (-) 134 079 170 403

C - Ótica da renda
Produto Interno Bruto 1 101 255 1 200 060
Remuneração dos empregados 417 072 444 002
Salários 295 229 316 515
Contribuições sociais efetivas 65 952 71 118
Contribuições sociais imputadas 55 891 56 369
Rendimento de autônomos (rend. misto) 58 616 60 469
Excedente operacional bruto 447 492 491 716
Impostos líq.subsídios sobre prod.e import. 178 075 203 873

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais.

4.2. BALANÇO DE PAGAMENTOS

I - Conceito
O balanço de pagamentos de um país é um resumo contábil das transações econômicas que este
país faz com o resto do mundo, durante um certo período de tempo. A partir desse balanço pode-se
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avaliar a situação econômica internacional do país.As transações internacionais podem ser de duas
espécies:
Transações autônomas ou espontâneas: são aquelas realizadas normalmente e que acontecem
por si mesmas, motivadas por interesses dos agentes econômicos – empresas, consumidores e governo.
Transações compensatórias ou induzidas: são aquelas destinadas a financiar o saldo final das
transações autônomas, quando ao final de um determinado período não existe igualdade entre os
débitos e os créditos. A partir dessa desigualdade (superávit ou déficit), o governo é induzido a realizar
uma série de transações (compensatórias) com o objetivo de equilibrar as contas do balanço de
pagamentos.
O Balanço de Pagamentos pode ser superavitário, deficitário ou equilibrado. Quando
superavitário a quantidade de divisas que entraram durante o ano foram superiores à quantidade que
saiu, aumentando as reservas do país. Quando deficitário ocorre o inverso, e quando equilibrado a
quantidade de divisas que saíram é igual as que entraram, mantendo o nível de reservas do país estável.
O ajuste do Balanço de Pagamentos se dá por desvalorizações reais da taxa de câmbio; redução
do nível de atividade econômica (ajuste anti-econômico ); restrições tarifárias às importações; subsídios
às exportações; aumento da taxa interna de juros e controle da saída de capitais e rendimentos para o
exterior.

II Principais Contas
1) Balança de Transações Correntes
Resume a diferença entre o total das exportações e das importações, tanto de mercadorias como de
serviços, e inclui também o saldo das transferências unilaterais executadas durante o período.
A Balança de Transações Correntes pode ser decomposta em:
Balança Comercial
Inclui basicamente as exportações e as importações de mercadorias. Se as exportações forem maiores
do que as importações, há superávit; se ocorrer o contrário, há déficit.
Saldo da balança comercial = exportações – importações.
Balança de Serviços
Representa as negociações internacionais dos chamados bens invisíveis e os rendimentos de
investimentos, e pode ser subdivida em:
Serviços de fatores: corresponde ao pagamento pela utilização de fatores de produção, como, por
exemplo, trabalho e capital.
18
Serviço de não-fatores: não envolve negociação com fatores de produção, como, por exemplo,
turismo, frete e seguro.
Subcontas da Balança de Serviços
Transporte e seguros: saldo das receitas e despesas efetuadas com fretes e seguros.
Viagens internacionais e turismo: saldo das receitas e despesas com turistas.
Rendas de capital: refere-se aos rendimentos de capital auferidos ou pagos pelo país, tais como o juro
pago ou recebido ao exterior por empréstimos ou financiamentos recebidos ou concedidos por não-
residentes, e os lucros remetidos por empresas nacionais no exterior (crédito) e os lucros das empresas
estrangeiras no país (débito).
Diversos
Inclui o saldo de diversas transações, como os dispêndios efetuados com representações diplomáticas
no exterior, recebimentos e pagamentos de royalties, patentes, assistência técnica, comissões, aluguel
de filmes e de equipamentos etc.
Transferências Unilaterais
Diz respeito a pagamentos sem contrapartida de um país para outro e incluem:
Remessas feitas por empregados migrantes para suas famílias no país de origem, sendo um débito se as
remessas forem enviadas e um crédito se as remessas forem recebidas.
Doações feitas por um governo para o outro; se o governo for receptor, haverá, portanto, um crédito; se
for doador um débito.
As transações descritas (transações correntes) não implicam aquisição (ou venda) de direitos sobre os
residentes de outros países, nem aquisição (ou venda) de obrigações no país por parte de não-
residentes.
2) Movimento de Capitais
Agrupa as contas que representam modificações nos direitos e obrigações de um país em relação ao
resto do mundo. Nessa conta incluiu-se:
Investimentos
Referem-se ao capital de residentes no país aplicados no exterior, sejam esses investimentos diretos –
aquisição de direito de propriedade controle do ativo – ou de carteira – aplicações em títulos como as
ações, mas sem o controle efetivo da empresa.
Empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo
Empréstimos de Curto Prazo
Registram os empréstimos recebidos do exterior e concedidos para outros países (tanto para governos
como para empresas e pessoas físicas), além dos financiamentos obtidos na cobertura de importações e
19
concedidos quando das exportações. Em geral, distinguem-se os empréstimos de médio (de um a cinco
anos) e longo prazo (mais de cinco anos) dos empréstimos de curto prazo (menos de um ano).
Amortizações
Registram os pagamentos do principal referentes a empréstimos e financiamentos tomados no exterior
e os pagamentos do principal feitos por não-residentes referentes a empréstimos e financiamentos
concedidos pelo país ao exterior.
3) Erros e Omissões
Essa conta aparece em função de equívocos existentes no registro de operações do país com o exterior,
tendo em vista que muitas contas são registradas com valores estimados, o que impede a equivalência
entre os créditos e os débitos. Assim, ela entra no balanço de pagamentos com a finalidade de cobrir os
erros estatísticos cometidos e as transações não registradas.
Somados todos os saldos (1+2+3) obtém-se o resultado do balanço de pagamentos, que é superavitário
quando a soma for positiva, e deficitária quando a soma for negativa.
4) Transações Compensatórias
Correspondem às operações que permitem fechar o saldo do Balanço de Pagamentos. Ao valor obtido
pela soma (1+2+3) corresponderá um valor igual, porém com sinal trocado na conta de Transações
Compensatórias.
No caso de o balanço ser positivo (entrada líquida de recursos), a conta de Transações Compensatórias
será deficitária; quando o balanço for negativo (saída líquida de recursos) ela será credora.
Os principais itens dessa conta são:
Variação das Reservas
Registra a variação no saldo de moeda estrangeira e ouro possuídos pelo país. Assim, quando há um
déficit no balanço, este poderá ser financiado por uma saída de divisas ou de ouro do país. Se o balanço
for positivo, haverá uma entrada de reservas ou de ouro, indicada por um débito no item variação de
reservas.
Operações de Regularização
Correspondem às operações realizadas com instituições internacionais, como o FMI. De modo geral,
quando há déficit no balanço, recorre-se a empréstimos dessas instituições com o objetivo de cobri-los,
e tais empréstimos são os componentes dessa conta.
20
BALANÇO DE PAGAMENTOS

Exercício 1:
Dadas as seguintes informações sobre o balanço de pagamentos, em milhões de dólares:

Exportações: 100
Importações: 80
Empréstimos externos recebidos: 20
Donativos recebidos em dólares: 5
Fretes pagos: 20
Amortizações pagas: 10

Pede-se:
a) O saldo da balança comercial (BC)
b) O saldo da balança de transações correntes (BTC)
c) O saldo do balanço de pagamentos (BP)

Respostas:
a) BC = exportações – importações = 100 – 80 = 20
b) BTC = BC + Balança de serviços + transferências unilaterais = 20 – 20 + 5 = 5
c) BP = BTC + Balanço de capitais = 5 + (20 – 10) = 15

Exercício 2:
Numa economia, durante determinado ano, efetuaram-se as seguintes transações com o exterior (em
dólares):

a) Importações de mercadorias à vista: 350 milhões


b) Importações de equipamentos: 50 milhões financiados a longo prazo
c) Ingresso de 20 milhões em equipamentos para firmas estrangeiras
d) Exportações à vista: 400 milhões
e) Pagamentos de fretes à vista: 50 milhões
f) Remessas ao exterior: lucros de companhias estrangeiras (10 milhões), amortizações (30 milhões) e
juros (20 milhões).
g) Recebimento de doações no valor de 10 milhões.
h) Empréstimos de regularização recebidos do FMI: 30 milhões
Pede-se:
a) O saldo da balança de transações correntes (BTC)
b) O saldo do balanço de pagamentos (BP)
c) Montar o balanço de pagamentos completo do país.

Respostas:
a) I - Balança Comercial: -30
• Exportações: + 400
• Importações: - 430
II - Balança de Serviços: -80
• Fretes: -50
21
• Lucros: -10
• Juros: - 20
III – Transferências Unilaterais: + 10
a) IV – Balanço de Pagamentos em Conta Corrente (I+II+III): -100

V - Movimento de Capitais Autônomos: + 40


• Financiamentos: + 50
• Investimentos: + 20
• Amortizações: -30
VI – Erros e Omissões: 0
b) VII – Saldo Total do Balanço de Pagamentos (IV+V+ VI): -60

VIII - Movimento de Capitais Compensatórios: (-VI): + 60


• Empréstimos do FMI: + 30
• Haveres no Exterior: + 30
O Saldo de Balanço de pagamentos, se positivo, significa que a entrada de divisas operadas livremente
no mercado oficial de cambio foram superiores às saídas. Se negativo, as saídas autônomas de divisas
foram maiores que as entradas.

4.2.1. Nova Metodologia do Balanço de Pagamento


1. Alterações mais importantes:
a) Introdução, na conta corrente, de clara distinção entre bens, serviços, renda e transferências
correntes, com ênfase no maior detalhamento na classificação dos serviços;
b) Estruturação da “conta de rendas” de forma a evidenciar as receitas e despesas geradas por cada uma
das modalidades de ativos e passivos externos contidos na conta financeira;
c) Introdução da “conta capital”, que registra as transações relativas as transferências unilaterais de
patrimônio de migrantes e a aquisição/alienação de bens não-financeiros não produzidos tais como
cessão de marcas e patentes.
d) Introdução da “conta financeira” em substituição a antiga conta de capitais, para registrar as
transações relativas a formação de ativos e passivos externos, como investimentos direto, investimento
em carteira, derivativos e outros investimentos. A conta financeira foi, portanto, estruturada de forma a
evidenciar as transações ativas e passivas, as classes de instrumento financeiros de mercado e os prazos
de transações;
e) Inclusão, no item de investimentos diretos, dos empréstimos intercompanhias (empréstimos
praticados entre empresas integrantes do mesmo grupo econômico), de qualquer prazo, nas
modalidades de empréstimos diretos e colocação de títulos;
f) Reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bônus, notes e commercial papers,
para a conta investimento em carteiras.
g) Introdução de grupo especifico para registro das operações com derivativos financeiros,
anteriormente alocados na conta “serviços” e nos capitais a curto prazo.

Nova Estrutura
1. Balanço Comercial
• Exportação
• Importação
2. Serviços Rendas
22
Serviços
• Viagens;
• Transportes
• Seguros
• Serviços governamentais
• Royalties e licenças
• Serviços financeiros, computação e informação
• Construção
• Comunicações
• Serviços empresariais, profissionais e técnicos
• Pessoais, culturais e recreação
• Serviços diversos
Rendas
• Salários e ordenados
• Rendas de investimentos direto (lucros e dividendos)
• Rendas de investimentos em carteira (juros)
• Rendas de outros investimentos (juros)
3. Transferências Unilaterais Correntes
• Donativos de bens
• Moeda para consumo interno
4. Saldo em Conta-corrente do Balanço de Pagamentos (1 + 2 + 3 )
5. Conta de Capital e Conta Financeira
Conta Capital
• Transferência unilateral de capital de migrantes
• Alienação/aquisição de bens não-financeiros, não produzidos (patentes e marcas)
Conta Financeira
• Investimento Direto
i. No Exterior (Participação no Capital/Empréstimos intercompanhias)
ii. No Brasil (Participação no Capital/Empréstimos intercompanhias)
• Investimento em Carteira
i. Renda fixa
ii. Renda Variável
• Derivativos
i. Swap1
ii. Opções
iii. Futuro
• Outros Investimentos
i. Empréstimos e financiamentos (inclusive os empréstimos de regularização)
ii. Moeda e depósito
iii. Atrasados

1
Em finanças, swap (permuta) são operações em que há troca de posições quanto ao risco e
rentabilidade, entre investidores. O contrato de troca pode ter como objeto moedas, commodities ou
ativos financeiros. Exs: swap de taxa de juros; swap cambial ou redge (cobertura de risco).
23
iv. Outros investimentos
6. Erros e Omissões
7. Saldo Total do Balanço de Pagamentos (4 + 5 + 6)
8. Variação das Reservas Internacionais ou Haveres da Autoridade Monetária=(-9)

2. Usos e Fontes de Recursos do Balanço de Pagamentos


Os Usos e Fontes de Recursos do BP constituem uma forma alternativa de apresentar as contas
externas, incluindo todos os itens do Balanço reorganizados, de forma a ilustrar como os recursos são
supridos (Fontes) para atender às demandas de transações correntes e amortizações de empréstimos
externos (Usos).
Usos:
• Conta Corrente
• Amortizações de médio/longo prazo
Fontes:
• Conta Capital
• Investimentos estrangeiros diretos
• Investimentos em Portfolio
• Desembolso de médio/longo prazo:
o Bônus, notes e commercial papers
o Credito de fornecedores
o Empréstimos diretos
• Ativos brasileiros no exterior
• Empréstimos ao banco Central
• Curto prazo e outros
• Ativos de reservas

Esclarecimentos sobre Operações de SWAP:


Em finanças, swap (quer dizer permuta) são operações em que há troca de posições quanto ao risco e
rentabilidade, entre investidores. O contrato de troca pode ter como objeto moedas, commodities ou
ativos financeiros. As swaps mais comuns no mercado brasileiro são:
A) swap de taxa de juros: troca da taxa de juros prefixados por juros pós-fixados (conforme a variação
dos CDI) ou o inverso, para quem quer evitar o risco de uma alta nos juros.
B) swap cambial: troca de taxa de variação cambial (variação do preço do dólar) por juros pós-fixados.
Também conhecida como hedge (cobertura de risco) cambial, a swap cambial é uma operação de
câmbio em que há simultaneamente a compra e a venda de moedas. Os valores iniciais, ou seja, o
tamanho do contrato, os indicadores e a data de vencimento são livremente pactuados entre as partes.
Para entender a necessidade de um contrato de swap, cite-se por exemplo:
1) A empresa A é uma exportadora, que têm receitas em dólares e dívidas em moeda local, corrigidas
por juros pós-fixados. Esta empresa quer trocar o "risco cambial" (relativo à variação do dólar) pelo
"risco de juros pós-fixados", ou seja, seu objetivo no contrato de swap é de proteção contra riscos
cambiais.
2) A empresa B é uma varejista nacional importadora, cujas dívidas são atreladas ao dólar e cujas
receitas - em moeda local - são aplicadas no mercado e remuneradas a uma taxa de juros pós-fixada.
Esta empresa quer justamente o oposto: trocar seu risco referente à variação da taxa de juros pelo risco
cambial.
As duas empresas podem, então, fazer um contrato de swap, com intermediação de uma instituição
financeira, para fazer a troca.
24
É possível também que o contrato de swap envolva apenas uma empresa e um banco. No caso da
empresa exportadora, o banco assumiria o risco em dólar e, em troca, o exportador teria os juros do DI,
por exemplo.

Outra operação muito comum é a de quem tem uma dívida pós-fixada e quer evitar o risco de uma alta
nos juros. Nessa situação o devedor procura um banco, que aceita a troca da taxa pós-fixada por uma
taxa prefixada e assume o risco, mas, também cobrará uma taxa de juros um pouco mais alta do que a
de mercado, para neutralizar o risco que está correndo.
Após acertados os termos do negócio, o contrato deverá ser registrado na CETIP ou na Bolsa de
Mercadorias & Futuros (BM&F), conforme o caso. Na CETIP, os contratos são feitos sem garantia. Já
a BM&F oferece a alternativa dos contratos terem garantias, que podem ser depositadas na própria
Bolsa pelos envolvidos na operação. De acordo com a regulamentação do Banco Central, podem ser
usados como índices nesses contratos, taxas de juros, índices de preços, taxas de câmbio e ouro. Os
mais utilizados são o DI, o dólar comercial e flutuante, IGP-M, IGP-DI, ouro, taxa de juros prefixada,
taxa SELIC, TR, TBF e TJLP.
Swap é um contrato derivativo. Pode ser usado, como nos exemplos acima, para proteção (hedge ou
seguro), ou como investimento especulativo. Nesse tipo de contrato, os investidores se comprometem a
pagar a oscilação de uma taxa ou do valor um ativo (no caso do contrato cambial, as mudanças no
dólar).

Quando um investidor realiza o chamado swap cambial reverso, ou seja, troca CDI, em reais, por
variação cambial em dólares, ele também ganha, além da variação, uma taxa adicional, chamada de
cupom cambial.
No leilão de contratos de swap cambial reverso, as instituições financeiras que compram esses
contratos recebem uma taxa de juros. O Banco Central, que vende os papéis, ganha a variação cambial
do período de validade dos contratos. Como o Banco Central recebe uma taxa de juros e paga a
variação do câmbio, esses títulos são denominados de "reversos".
Quando intermediados por instituições financeiras, os contratos de swap estão sujeitos à incidência de
IOF e IR.

Esclarecimentos sobre Opções:


Mercado de opções é o mercado onde se negociam opções, que são instrumentos financeiros
utilizados no mercado financeiro. Uma opção confere, ao titular, o direito (e não obrigação) de comprar
ou de vender um determinado ativo (ação, título ou bem qualquer) por um valor determinado.
Uma opção pode ser vista como uma apólice de seguro; em particular a opção de venda é análoga a um
seguro de automóvel, pois permite recuperar um valor predeterminado pelo ativo, mesmo que este
tenha desvalorizado muito. Já a opção de compra é semelhante ao sinal pago na compra de um imóvel,
pois garante o preço fixo e a preferência na compra.
Uma opção, como o próprio nome diz, é de exercício opcional, ela só dá direitos a seu possuidor. O
emissor ou lançador de opções, por outro lado, assume a obrigação de honrar o prometido pelo papel.
Por conta disso, uma opção tem custo adicional, pago pelo possuidor.
A opção é bastante diferente de um contrato de futuros onde ambos os lados assumem certas
obrigações e o preço do contrato é apenas a diferença entre o preço contratado do preço atual de
mercado do objeto do contrato (soja, milho, petróleo ou outra commodity). Uma opção será sempre
mais cara que um contrato de futuro semelhante, pois o lançador precisa ser remunerado pelo risco
adicional.
As opções são instrumentos financeiros derivativos. Isto significa que o valor de uma opção e suas
características de negociação estão ligadas a um ativo adjacente. Por exemplo, uma opção da
PETROBRAS PN está ligada ao direito de compra ou venda do ativo PETROBRAS PN (PETR4).
25
O ativo ao qual a opção está sendo negociada pode ser uma ação, um índice, um contrato futuro, uma
letra do tesouro, uma commodity, etc.
Embora seja um instrumento de controle de risco e hedge o investimento em opções exige perfeita
compreensão dos fundamentos e planejamento estratégico sob pena de graves prejuízos.
O investidor que conhecer os fundamentos das opções, terá um meio efetivo de lidar com o risco pois
passará a ter a sua disposição uma grande variedade de escolhas diferentes de investimentos.
Assim, uma opção de um ativo adjacente será ou o direito de comprar o ativo (opção de compra) ou o
direito de vender o ativo (opção de venda) a um determinado preço e dentro de um determinado
período de tempo no futuro.
O fator principal aqui é que o titular (comprador-proprietário) da opção tem um direito, e não uma
obrigação. Se o titular de uma opção não exerce este direito antes do fim do período de tempo pré-
determinado, a opção e a oportunidade (direito) de exercê-la deixam de existir.
O lançador (vendedor) de uma opção, entretanto, é obrigado a preencher os requerimentos da opção se
a opção for exercida. No caso de uma opção de compra de uma ação (call), o lançador (vendedor)
vendeu o direito de comprar aquela ação por um preço específico. O lançador da opção de compra é
portanto obrigado a vender a ação ao titular da opção de compra (comprador) se a opção for exercida, e
pelo preço pré-determinado.
No caso de uma opção de venda de uma ação (put), o lançador vendeu o direito de vender aquela ação.
O lançador da opção de venda da ação é portanto obrigado a comprar a ação do titular da opção de
venda (comprador) se a opção for exercida, e pelo preço pré-determinado.
O preço pré-determinado de uma opção é conhecido como o preço de exercício. Quando uma opção de
compra é exercida, o proprietário (comprador) paga pela ação o preço de exercício. Quando uma opção
de venda é exercida, o proprietário (vendedor) recebe pelas ações o preço de exercício.
A data após a qual a opção deixa de existir corresponde à data de exercício.
Exemplo: A opção de compra de VALE 5 AGO 42 representa o direito de comprar VALE5 a 42 reais
até o data de exercício que ocorrerá em agosto. (obs: usualmente utiliza-se no IBOV uma outra forma
de representar opção. A VALE5 AGO 42 é representada como VALEH42, onde H representa agosto).

Esclarecimentos sobre Contrato futuro que é um tipo de contrato derivativo:


Os contratos de futuros são contratos de compra e venda de produtos padronizados, conforme
regulamentação da Bolsa. Por meio desses contratos, as partes compradora e vendedora se
comprometem a comprar e vender determinada quantidade de um ativo financeiro ou ativo "real" (bens
tangíveis), em uma data futura. Por serem padronizados, os contratos futuros são negociáveis em bolsa.
Portanto, o mercado futuro que opera através de contratos em que se estabelece um compromisso entre
as partes de venda ou compra, numa data futura, de determinado ativo (commodity, moeda estrangeira,
ação, valor mobiliário, etc.) a um preço predefinido. No mercado futuro, os participantes apostam em
cotações futuras destes ativos, para se proteger ou simplesmente especular.
Tal como no contrato a termo tradicional, o contrato futuro estabelece a liquidação física ou
financeira (mediante a concretização da compra e venda de certa quantidade de uma mercadoria ou
ativo financeiro) em data futura, por um preço estipulado. Porém, enquanto no mercado a termo os
compromissos são liquidados integralmente nas datas de vencimento, no mercado futuro o contratante
não precisa "carregar sua posição" até a data de vencimento. Isto é possível porque, nos contratos
futuros, os preços dos ativos são ajustados diariamente, segundo as expectativas do mercado -
expressas pelas cotações desses ativos na Bolsa. O contratante pode, assim, negociar e transferir sua
obrigação para outra pessoa, antes da data de vencimento do contrato, auferindo lucro ou prejuízo,
conforme o preço do dia.
26
4.3.O SETOR EXTERNO: TAXA DE CÂMBIO E REGIMES CAMBIAIS

Taxa Nominal de Câmbio: Preço relativo de moedas entre dois países.


Exemplo: 2,50 reais por dólar.
Taxa Real de Câmbio: Preço relativo dos bens em dois países (é uma medida de competitividade
externa)
R=e.(Pf/P)
R = taxa real de câmbio,
e = taxa nominal de câmbio
P f = nível de preços externos,
P = nível de preços domésticos

Pela fórmula R = e . ( P f / P ), percebe-se que a moeda doméstica pode-se desvalorizar se:


• Aumentar e => mais unidades de moeda doméstica para comprar moeda estrangeira
• Aumentar preços relativos ( P f / P ) fazendo os produtos estrangeiros ficarem mais caros em moeda
doméstica.
Desvalorização Real
Desvalorização -nominal Diferencial de inflação entre os dois países
Diferencial de inflação: Inflação doméstica menos inflação externa. Logo: desvalorização nominal não
corresponde necessariamente a uma desvalorização real.
Exemplo:
Se desvalorização nominal for 1%, inflação doméstica for 1.5% e a externa 0,2% haverá na verdade
uma valorização real de 0,3%.

Efeitos de desvalorização reais sobre transações correntes


1) Aumenta exportações:
• reduz preço em US$ de exportações domésticas e portanto aumenta competitividade => demanda
• aumenta rentabilidade das vendas ao exterior relativamente às domésticas => oferta
2) Reduz importações:
•aumenta preço de importados relativo a produtos domésticos: demanda
3) aumenta saldo da conta de viagens:
•preço de bens e serviços no país relativamente ao exterior diminui => receita, despesa

Formação da taxa de câmbio


Semelhante a mercadorias comuns, a taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda de divisas
(i.e., de moeda estrangeira).
Se taxa de câmbio hoje fosse 2 reais por dólar, a demanda por dólar seria menor (importados e viagens
estão mais caros) mas a oferta seria maior (exportações estão mais atraentes).
A demanda por divisas é negativamente inclinada e oferta positivamente inclinada: quando o preço dos
dólares em reais aumenta (desvalorização) a quantidade ofertada de dólares tende a aumentar e a
demandada a diminuir.
27
Assim, a taxa de câmbio é determinada na interseção da curva de oferta com a de demanda por divisas
(R$/US$)
S

2,00

1,70

1,00

0 Quantidade de US$

O que acontece se houver um aumento da demanda por divisas que desloque a curva de
demanda para direita?
Ao preço anterior há agora mais agentes querendo comprar dólar => pressão para desvalorizar o
real.
1) Se aumento da demanda for temporário (exemplo: devido ao pagamento de uma parcela da dívida
junto ao FMI):
• Banco Central pode vender divisas - via leilões de dólares - aumentando oferta e impedindo variação
na taxa de câmbio.
Note: Bancos centrais mantém reservas cambiais para estabilizar taxa de câmbio

2) Se aumento de demanda for permanente (exemplo: devido a redução das tarifas de importação):
•Banco Central não poderá vender reservas indefinidamente ( um dia elas acabam!) e taxa de câmbio

acabará por se desvalorizar. Alternativa ( não sustentável no longo prazo): Governo poderia tentar

reprimir demanda via controle cambial, cotas de importação, depósito de viagem, etc..

Regimes Cambiais
Taxa de Câmbio Fixa:
•BC se compromete a comprar e vender dólar a um preço fixo
1) Se oferta de divisas for maior que demanda, BC compra o excesso de divisas, acumulando reservas,
para evitar que moeda se valorize.
•Exemplos: exportação maior que importação; grande entrada de capital de risco estrangeiro.
2) Se a demanda por divisas for maior que oferta, BC vende reservas para evitar que moeda se
desvalorize.
•Exemplo: importação maior que exportação; grande saída de capital estrangeiro.
•Se déficit comercial for crônico BC poderá ter que desvalorizar moeda local antes de suas reservas se
esgotarem.
28

Taxas de Câmbio Flexíveis (ou flutuantes)


•BC não intervém no mercado de divisas, permitindo que as taxas de câmbio se ajustem livremente
para igualar a oferta e demanda de moeda estrangeira
• Logo: BC não precisa acumular ou perder reservas.
Exemplo:
1) Se exportações do país aumentarem em relação às importações por alguma razão, haverá mais oferta
que demanda de divisas e pressão para que taxa de câmbio se valorize. Neste regime, BC não intervém
e câmbio de fato se valoriza.
2) Grande saída de capital de risco no país: excesso de demanda por divisas e desvalorização da taxa de
câmbio.

“Flutuação suja” (dirty-floating)


•Funciona como um regime de câmbio flexível mas onde o BC intervém esporadicamente para
diminuir volatilidade do taxa de câmbio.
•BC não tenta mudar tendência básica da taxa de câmbio, mas somente reduzir suas flutuações.
Bandas Cambiais
•BC permite que câmbio flutue livremente dentro de um intervalo pré-determinado.
•Quando taxa de câmbio ameaça sair do intervalo, BC intervém comprando ou vendendo moeda
estrangeira.
•Funciona portanto como um regime de câmbio flutuante dentro da banda e como câmbio fixo perto
dos limites da banda.

Determinantes da taxa de câmbio


1) Diferenciais de taxa de juros (curto/médio prazo):
•Se taxa de juros interna é maior que taxas de juros externa mais desvalorização esperada (e mais taxa
de risco do país) aumenta a oferta de divisa
•taxa de câmbio tende a cair até que se equalize: (i int +1) = (i ext +1)*(1+d)
•Se taxa de juros doméstica está muito mais alta que juros externos (e risco=zero):
a) ou se espera desvalorização alta,
b) ou entrará grande fluxo de capital externo, aumentado a oferta de divisas e acabando por forçar
desvalorização (ou acúmulo de reservas)

2) Saldo de transações correntes (médio prazo)


•Taxa de câmbio estará em equilíbrio quando Balanço de Pagamento está em equilíbrio, isto é: quando
o déficit do balanço de transações correntes se igualar ao superávit da conta de capitais.
Conta capital: entram dólares quando investimentos são positivos
Transações correntes: X-M mais serviços de fatores (juros) negativo: saem dólares
Em regime de câmbio flutuante, taxa de câmbio é determinada quando as entradas de dólares se
igualam às saídas.

3) Diferencial de Inflação (longo prazo), isto é, paridade do poder de compra (PPC)


•No longo prazo, movimentos da taxa de câmbio têm que refletir diferença entre inflação doméstica e
inflação internacional.
•Assim, taxa nominal seria dada por: e = P/Pe, temos:
Variação em e = inflação doméstica - inflação externa
•Se inflação aqui é maior que internacional a taxa de câmbio deve se desvalorizar no longo prazo, isto
é, aumenta.
29
Entenda melhor a taxa de câmbio

É fácil entender a taxa de câmbio - a relação entre o preço da moeda nacional (no caso, o real) e uma
moeda estrangeira (normalmente, o dólar) - porém, você sabe quais são as conseqüências da variação
da taxa de câmbio na economia?

Quando sobe...

Se a taxa de câmbio sobe, o real fica desvalorizado, ou seja, se o dólar vale R$ 2.00, por exemplo, o
poder de compra do dólar é duas vezes maior que o do real (US$ 1.00 = R$ 2.00), estamos dizendo que
um dólar americano tem poder de comprar, neste caso, dois reais. Como conseqüência, os produtos
brasileiros ficam mais acessíveis para os importadores estrangeiros. Dessa forma, nossas exportações
aumentam - o que é muito bom para a balança de pagamentos - mas, por outro lado, as importações
ficam mais caras (você precisa de mais reais para comprar um produto estrangeiro) e, como o Brasil é
um grande importador de artigos em geral, isso pode gerar inflação nos preços finais dos produtos
nacionais.

Desvalorização do Real
Taxa de Câmbio Sobe
( Exportações / Importações)

Quando cai...

Quando ocorre redução na taxa de câmbio, o real fica mais valorizado e ganha poder de compra, por
causa disso, diminuem as exportações - é preciso mais dólares para comprar reais (Por exemplo: US$
1.00 = R$ 0.50), ou seja, com um dólar você pode comprar, somente, cinqüenta centavos de reais. Por
outro lado, as importações ficam mais acessíveis e dependendo da importância dos produtos para o
país, isso pode ajudar a diminuir a inflação nos preços finais das mercadorias.

Valorização do Real
Taxa de Câmbio Cai
( Exportações / Importações)

Quem controla esse mercado?

Atualmente, o Brasil adota a taxa de câmbio flutuante. O preço é determinado pela variação do
mercado, portanto, o Banco Central deixa a moeda livre para acompanhar as tendências de compra e
venda. Durante o Plano Real, o Governo estabeleceu a paridade do preço do real com o dólar, porém,
para manter a situação, foi preciso disponibilizar grandes quantidades de dólares da reserva
internacional, para manter o sistema de trocas. E como é fácil notar, não foi possível manter a situação
por muito tempo. Já a Argentina fixou o preço do peso (a moeda Argentina) com o dólar, ou seja,
sempre um peso valeria um dólar. A crise Argentina é causada pela falência das reservas internacionais
argentinas, que não tinham mais condições de sustentar o sistema de trocas entre pesos e dólares.
30
2. EFEITO DE TARIFAS NO COMERCIO EXTERNO

Será apresentada gráficos para ilustrar a interdependência entre setores econômicos de


países unidos através do comércio internacional, e fornece um instrumento para a análise do
efeito das várias políticas domésticas e comerciais, essa teoria é baseada em JONES e
THOMPSON (1978).
A lógica econômica subjacente a esta abordagem pode ser apreendida pela observação
da Figura 2, onde as curvas de oferta (S) e de demanda (D) representam o comportamento
coletivo de ofertantes e demandantes da economia, respectivamente, cada gráfico
representando a situação de um dos países A ou B, e supondo que estes países estejam
inicialmente isolados do comércio internacional da commodity representada nos gráficos.
Neste caso, o equilíbrio de mercado para cada um deles seria obtido aos preços Pa e Pb,
respectivamente para os mercados A e B, onde Pb é superior a Pa, resultando em quantidades
Qa e Qb. Portanto, pode-se observar que, no país A, qualquer preço acima de Pa se traduziria
num excesso de oferta, ao passo que, no país B, qualquer preço inferior a Pb resultaria num
excesso de demanda.
S

S Pb

Pa
D D

Qb Qb
País A País B
Figura 2 - Curvas de oferta e demanda para duas economias fechadas A e B.

Na figura 3 se introduz um terceiro gráfico, ao centro dos gráficos representando os


países A e B, exibindo as curvas de excesso de oferta e excesso de demanda, que ilustram que
diferentes quantidades de oferta de exportação ou demanda de importação estão associadas aos
preços em cada mercado. O gráfico central representa o mercado mundial, o qual somente

Pb

P* P*
P*

Pa

Qa1 Qa0 Qa2 Qw Qb1 Qb0 Qb2


País A Mercado Mundial País B
Figura 3 - Ilustração dos efeitos em A e B decorrentes da abertura comercial.

estará em equilíbrio quanto o montante comercializado garantir a igualdade entre o excesso de


demanda e o excesso de oferta. Deste modo, havendo remoção das barreiras ao comércio
internacional entre os países A e B, os preços crescem em A e decrescem em B até que o
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equilíbrio no mercado mundial seja atingido. Portanto, se estes países forem interligados pelo
comércio, eles comercializariam entre si uma quantia Qw = Qa2 - Qa1 = Qb2 - Qb1,
comercializada ao preço P*, que resultaria no equilíbrio do mercado mundial.
Com o livre comércio, observa-se ainda um decréscimo no consumo e aumento da
oferta em A, que se reflete em um montante exportado de. Qa2 - Qa1, e um aumento no
consumo de B, concomitante a uma redução de sua oferta, resultando num excesso de demanda
de. Qb2 - Qb1, satisfeito pelas importações. Com esta análise, observa-se que, quando o
comércio é permitido, os preços internos em cada país são determinados tanto pelo mercado
doméstico como pelo mercado mundial. A partir da representação gráfica, pode-se observar
ainda que, no país A, enquanto os produtores seriam beneficiados, os consumidores seriam
afetados negativamente pela elevação do preço do produto, o inverso podendo ser observado no
país B, no qual o preço declina na situação de livre comércio, elevando o consumo, ao mesmo
tempo em que desestimula a produção.
O modelo representado na Figura 3, que analisa a interdependência entre dois países,
pode ser expandido para incluir mais do que um país importador, assumindo-se que o gráfico à
direita possa representar as curvas de oferta e demanda obtidas pela agregação das curvas de
todos os outros países participantes do comércio do produto em análise, ou seja, todos os países
importadores e exportadores do resto do mundo (ROW). Deste modo, a curva de demanda por
importações expressa no gráfico central representaria a demanda mundial de importação, tal
como percebida pelo país A.

Efeitos de uma política de suporte de preços nos US

Na Figura 4, pode-se observar que, na ausência de suporte de preços nos US, os preços
seriam iguais neste país e no resto do mundo, ou seja, G =W = Z. Porém, quanto aquele país
suporta seus preços num valor A, seu consumo interno é reduzido da quantidade inicial OB
para a quantidade OC, enquanto sua produção interna se eleva da quantidade OF para OE.
Neste caso, seria necessário que o governo adquirisse a diferença CE entre a quantidade
prouduzida e a demandada. Se o preço A é suficientemente alto para excluir os US de
participar no comércio internacional (como se pode observar pela demanda mundial nula ao
preço A), a produção em Row se elevaria de OJ para OK, enquanto seu consumo decresceria de
OM para OK, acarretanto uma elevação dos preços para S.
Compras do governo
P ao preço A
P Oferta de P
exportação dos US
S
Y
A Z
W
G V

Demanda de
importação de
O O ROW O
C B F E U X R J K M N Q
Q Q
US Mercado Mundial ROW

Figura 4 - Efeitos nos US e no ROW de uma política de suporte de preços nos US.
32
Por outro lado, se US optar pelo escoamento de seus estoques no mercado mundial, via
subsídio à exportação, seria possível escoar no mercado mundial a quantidade OX, a qual
causaria um queda no preço mundial para T e, deste modo, exigindo um subsídio equivalente à
diferença entre os preços (A - T). Com a queda do preço em Row para V, sua produção
declinaria para OR, e seu consumo alcançaria ON, importanto portanto a quantidade RN, igual
a OX. Portanto, por efeito do programa de suporte e de subsídio `a exportação, seria observado
nos US uma elevação do preço, redução no consumo e aumento das exportações, ao passo que,
em Row, haveria redução do preço e aumento do consumo.

Efeitos no ROW e nos US de uma tarifa de importação sobre o açúcar nos US


Se uma tarifa ad valoren é imposta sobre o açucar importado pelos U.S., a curva de
demanda de importação deste país se desloca para a esquerda. Isto acarreta elevação do preço
do açúcar nos U. S. de V para Z, e baixa o preço em Row, de G para A. Nos U. S. a produção
de açúcar eleva-se de OJ para OR, ao passo que o consumo interno decresce de OM para ON,
de modo que as importações caem de JM para RN (OU para OX). Em Row, ocorre uma queda
na produção, de OF para OE, com as exportações decrescendo de BF para CE, com o consumo
se elevando de OB para OC.
Oferta de exportação
P P de ROW P

Y
W Z
G V
A T
Demanda de

importação
dos US
O O O
B C E F Q X U Q J R N M
Q
ROW Mercado Mundial US
Figura 5 - Efeitos no Row e nos US de uma tarifa de importação sobre o açúcar nos US.
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EXERCÍCIO 1
1 – a) Trace um diagrama mostrando a direção dos fluxos de bens, serviços, recursos e dinheiro entre
produtores e consumidores.
b) Explique por que o custo para as famílias representa renda para as empresas e vice-versa.
2 – Explique o fluxo real e o fluxo monetário no mercado de bens e serviços e no mercado de recursos.
3- Qual a diferença entre PIB e PNB?
4 – Explique as principais contas do balanço de pagamentos.
5- Mostre a relação entre o consumo e a renda, e entre o investimento e a taxa de juro.
6 – O que é taxa de câmbio? Explique os principais regimes cambiais.
7 – Explique os efeitos de uma desvalorização real sobre os itens da conta de transações correntes.
8- Explique e ilustre o efeito da abertura comercial em dois países A e B.
9- Explique e ilustre os efeitos de uma política de suporte de preços nos Estados Unidos.
10- Explique e ilustre os efeitos no Resto do Mundo (Row) e nos Estados Unidos (US) de uma política
de uma tarifa de importação sobre o açúcar nos US.

EXERCÍCIO 2
Leia as questões sobre Balanço de Pagamento e respondam atentamente, justificando a resposta

1. Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias):
Exportações de bens e serviços não fatores: 200
Importações de bens e serviços não fatores: 300
Renda líquida enviada ao exterior: 100
Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas decorrentes de
um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que essa economia hipotética apresentou:
a) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 100.
b) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes de 200.
c) superávit no balanço de pagamentos de 200.
d) saldo nulo no balanço de pagamentos em transações correntes.
e) superávit no balanço de pagamentos de 100.
2. Considere os seguintes dados que refletem as relações de uma economia hipotética com o resto do
mundo, num determinado período de tempo, em unidades monetárias:
- exportações com pagamento a vista: 100;
- importações com pagamento a vista: 50;
- entrada de investimento direto externo sob a forma de máquinas e equipamentos: 200;
- pagamento de juros de empréstimos, remessa de lucros e pagamento de aluguéis: 80; e
- amortização de empréstimos: 50.
Pode-se afirmar que o saldo da balança comercial; o saldo da balança de serviços; o saldo em
transações correntes e o saldo total do balanço de pagamentos são respectivamente de:
a) 50; -130; -230; -80.
b) 50; -80; -230; -80.
c) -150; -130; -230; -80.
d) -150; -80; 230; 0 .
e) -150; -80; -230; -80.

3. Considere os seguintes dados (em unidades monetárias, em um determinado período de


tempo):
Saldo da balança comercial: déficit de 100
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Saldo em transações correntes: déficit de 300
Saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 500
Considerando a ausência de lançamento nas contas de "transferências unilaterais" e "erros e omissões”,
pode-se concluir que o saldo do balanço de serviços e o saldo do movimento de capitais autônomos
foram, respectivamente:
a) - 100 e + 800
b) + 100 e + 800
c) - 200 e + 500
d) + 200 e + 500
e) - 200 e + 800

4. Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que:


a) um déficit na balança de serviços não necessariamente implica um déficit em transações correntes.
b) entradas de mercadorias no país são, necessariamente, consideradas como importações.
c) se o país não possui reservas, um déficit em transações correntes tem que ser necessariamente
financiado com movimentos de capitais autônomos.
d) os investimentos diretos são considerados como item dos movimentos de capitais autônomos.
e) se, em valor absoluto, o déficit em transações correntes é igual ao superávit no movimento de
capitais
autônomos, então, na ausência de erros e omissões, o saldo total do balanço de pagamentos será nulo.

5. Considere os seguintes saldos do balanço de pagamentos para uma determinada economia hipotética,
em unidades monetárias:
saldo da balança comercial: superávit de 100
saldo em transações correntes: déficit de 50
saldo total do balanço de pagamentos: superávit 10
Com base nestas informações e considerando que não ocorreram lançamentos na conta "erros e
omissões", é correto afirmar que:
a) o saldo da conta "transferências unilaterais" foi necessariamente superavitário
b) independente do saldo da conta "transferências unilaterais", podemos afirmar com certeza que o
saldo da balança de serviços foi superavitário
c) o saldo dos movimentos de capitais autônomos foi negativo
d) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos afirmar com certeza
que a balança de serviços apresentou saldo positivo.
e) se a conta "transferências unilaterais" foi superavitária, podemos afirmar com certeza que a balança
de
serviços apresentou saldo negativo.

6. Com base no balanço de pagamentos, é correto afirmar que:


a) o saldo dos movimentos de capitais autônomos tem que ser necessariamente igual ao saldo do
balanço de pagamentos em transações correntes.
b) as transferências unilaterais têm como única contrapartida de lançamento a balança comercial.
c) o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente igual a zero.
d) os lucros reinvestidos são lançados com sinal positivo nos movimentos de capitais e com sinal
negativo
no balanço de serviços.
e) as amortizações fazem parte do balanço de serviço.
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7 – A partir do início deste século, o Banco Central do Brasil passou a divulgar o balanço de
pagamentos com nova metodologia. Pode-se considerar as seguintes alterações em relação à
metodologia anterior, exceto a:
a) exclusão, no item investimentos diretos, dos empréstimos intercompanhias, de qualquer prazo, nas
modalidades de empréstimos diretos e colocação de títulos.
b) introdução, na conta corrente, de clara distinção entre bens, serviços, renda e transferências
correntes, com ênfase no maior detalhamento na classificação de serviços.
c) estruturação da conta de rendas de forma a evidenciar as receitas e despesas geradas por cada uma
das modalidades de ativos e passivos externos contidas na conta financeira.
d) inclusão da “conta financeira”, em substituição à antiga conta de capitais.
e) reclassificação de todos os instrumentos de portfólio, inclusive bônus, notes e commercial papers,
para a conta de investimento em carteira.

8. Conforme consta nas notas metodológicas do Banco Central do Brasil sobre o Balanço de
Pagamentos, a conta que inclui os “serviços financeiros, que compreende serviços bancários tais como
corretagens, comissões, tarifas por prestações de garantias e finanças, comissões e outros encargos
acessórios sobre o endividamento externo” é a conta:
a) transferências unilaterais correntes.
b) de rendas.
c) de serviços.
d) de capital.
e) financeira.

9. A partir de janeiro de 2001, o Banco Central do Brasil passou a divulgar o balanço de pagamentos de
acordo com a metodologia contida no Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário
Internacional. Não faz parte das alterações introduzidas na nova apresentação:
a) introdução, na conta corrente, de clara distinção entre bens, serviços, renda e transferências
correntes,
com ênfase no maior detalhamento na classificação dos serviços.
b) introdução da "conta de capitais" em substituição à antiga "conta financeira".
c) estruturação da "conta de rendas" de forma a evidenciar as receitas e despesas geradas por cada uma
das modalidades de ativos e passivos externos contidas na conta financeira.
d) inclusão, no item investimentos diretos, dos empréstimos intercompanhias.
e) reclassificação de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bônus, notes e commercial papers,
para a conta de investimentos em carteira.

10. O desempenho das contas externas pode ser avaliado a partir da denominada “tabela de
usos e fontes”. Constituem usos:
a) os desembolsos de médio e longo prazos
b) a conta de capital
c) a balança comercial
d) os investimentos estrangeiros diretos
e) os investimentos em papéis domésticos de longo prazo

11. Considere os seguintes saldos, em unidades monetárias, para as contas dos Balanços de
Pagamentos:
Balanço comercial: - 700;
Balanço de serviços: - 7.000;
Balanço de rendas: - 18.000;
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Transferências unilaterais: + 1.500;
Conta Capital: + 300;
Investimento Direto: + 30.500;
Investimento em Carteira: + 7.000;
Derivativos: - 200;
Outros investimentos na conta financeira = -18.000;
Erros e omissões: + 2.500.
Considerando esses lançamentos, é correto afirmar que a conta Haveres da Autoridade Monetária
apresentou saldo de: a) + 2.000; b) – 2.100; c) – 2.900; d) zero e) + 2.100

12. Quanto ao balanço de pagamentos de um país, sabe-se que:


a) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial com o balanço de
serviços e rendas e as transferências unilaterais correntes, salvo erros e omissões.
b) o saldo das transações correntes, se positivo (superávit), implica redução em igual medida do
endividamento externo bruto, no período.
c) o saldo total do balanço de pagamentos é igual à soma da balança comercial com a conta de serviços
e rendas, salvo erros e omissões.
d) a conta Capital e Financeira iguala (com sinal trocado) o saldo total do balanço de pagamentos.
e) a conta Capital e Financeira iguala (com o sinal trocado) o saldo de transações correntes, salvo erros
e omissões.

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