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Química Orgânica Geral A

Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica

Caderno de laboratório

Adriana Silva
58111
(Turno P7)

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Trabalho 1: Separação e Purificação dos Componentes de uma
Mistura
Objetivo: Conhecer e aplicar técnicas experimentais básicas, como a extração líquido-
líquido, a destilação sob pressão reduzida, a filtração, a recristalização e a cromatografia
em camada fina.
Introdução:
Pretende-se separar de uma mistura três compostos diferentes, purificando-os
e caracterizando as suas propriedades físicas. Esta mistura consiste numa solução, em
diclorometano, de três compostos aromáticos diferentes (os compostos aromáticos
são hidrocarbonetos que apresentam um ou mais anéis benzénicos em sua molécula.
O anel benzénico ou anel aromático, representado pela fórmula C6H6, é uma estrutura
cíclica muito estável, que se caracteriza pela alternância de ligações simples e duplas
entre os carbonos). Trata-se, portanto, de uma mistura de quatro componentes: um
solvente (no estado líquido); uma amina, mais concretamente a p-bromoanilina; um
ácido carboxílico, em particular o ácido benzóico; e um hidrocarboneto, mais
especificamente o fenantreno.
Para esta experiência, é importante ter em conta o que são algumas das técnicas
experimentais básicas que usaremos:

• A extração líquido-líquido é uma operação básica de separação de compostos com


diferentes características de solubilidade face a solventes orgânicos e aquosos
imiscíveis entre si.
• A destilação a vácuo ou pressão reduzida, utiliza-se nos casos em que a tensão de
vapor tem valores muito elevados e, consequentemente, a temperatura de ebulição
é muito elevada, podendo originar decomposições químicas indesejáveis.
Esta destilação permite que os produtos possam ser destilados em vazio e a baixa
temperatura sem sofrerem decomposição e efetua-se mediante o auxílio de uma
bomba de vácuo;
• Filtração ou filtragem é um método utilizado para separar sólido de líquido ou fluido
que está suspenso, pela passagem do líquido ou fluido através de um meio
permeável capaz de reter as partículas sólidas. Existem filtrações de escala de
laboratório e filtrações de escala industrial:
• A recristalização é um processo usado para purificar uma substância. Pode ser usado em
vários processos, como, por exemplo, a criação de aspirina. Este processo é realizado
colocando o composto impuro num solvente, aquecendo a solução de modo a que o
composto se dissolva e filtrando as impurezas. Em alguns casos, pode ser necessário usar
carbono para remover contaminantes coloridos do composto. A mistura é então resfriada,
permitindo a formação de cristais puros.
• Cromatografia em camada fina é uma técnica de cromatografia usada para separar
compostos químicos presentes em uma amostra.

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Esquema-resumo do trabalho experimental:

Reagentes:

• Amina (p-bromoanilina): é um composto orgânico cuja fórmula química é


C6H6BrN.
• Ácido carboxílico (ácido benzóico): é um composto aromático cuja fórmula
química é C6H5COOH.
• Hidrocarboneto (fenantreno): hidrocarboneto aromático policíclico composto
de três anéis de benzeno fundidos.
• Diclorometano: hidrocarboneto clorado, cuja fórmula química é CH2Cl2. É um
líquido incolor, volátil e mais denso que a água. É amplamente utilizado como
solvente, pois é considerado um dos compostos organoclorados menos
perigosos;
• Ácido clorídrico;
• Hidróxido de sódio;
• Sulfato de sódio.
Estruturas químicas dos reagentes principais:

Estruturas químicas de reagentes secundários:

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Propriedades físicas e químicas dos reagentes:
p-bromoanilina (C6H6BrN):
Perigoso para a saúde
• Massa molar: 172.02 g/mol
• Ponto de fusão: 60 - 64 °C
Tóxico
• Ponto de ebulição: 230 - 250 °C (1013 hPa)
• Densidade: 1.5 g/cm3
• pH: 3.7-4.0 Perigoso para o meio ambiente

• Regras de segurança:
H302; H311 + H331; H373; Nocivo por ingestão. Tóxico em contacto com a pele ou por inalação. Pode
H410 afetar os órgãos após exposição prolongada ou repetida. Muito tóxico para os
organismos aquáticos com efeitos duradouros.
P260; P273; P280; P302 + Não respirar as poeiras. Evitar a libertação para o ambiente. Usar luvas de
P352; P304 + P340; P308 + proteção/ vestuário de proteção. SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar
P310 abundantemente com sabonete e água. EM CASO DE INALAÇÃO: retirar a
vítima para uma zona ao ar livre e mantê-la em repouso numa posição que não
dificulte a respiração. EM CASO DE exposição ou suspeita de exposição:
Contacte imediatamente um CENTRO DE INFORMAÇÃO ANTIVENENOS ou um
médico.

Ácido benzóico (C7H6O2):

• Massa molar: 122.12 g/mol Perigoso para a saúde


• Ponto de fusão: 121 - 123 °C
• Ponto de ebulição: 249 °C (1013 hPa)
Corrosivo
• Densidade: 1.321 g/cm3 (20 °C)
• pH: 2.5 - 3.5 (H₂O, 20 °C) (saturated solution)
• Regras de segurança:

H315; H318; Provoca irritação cutânea. Provoca lesões oculares graves. Afeta os órgãos (Pulmões) após
H372 exposição prolongada ou repetida por inalação
P280; P302 + Usar proteção ocular. Resposta SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar
P352; P305 + abundantemente com sabonete e água. SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS:
P351 + P338; Enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. Se usar lentes de contacto,
P314 retire-as, se tal lhe for possível. Continue a enxaguar. Em caso de indisposição, consulte
um médico.
Fenantreno (C14H10):

• Massa molar: 178.23 g/mol


Perigoso para o meio ambiente
• Ponto de fusão: 97 - 100 °C
• Ponto de ebulição: 336 °C (1013 hPa)
• Densidade: 1,18 g/cm³ Irritante
• Regras de segurança:

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H302; H410 Nocivo por ingestão. Muito tóxico para os organismos aquáticos com efeitos duradouros.

P273 Evitar a libertação para o ambiente.


Diclorometano (CH2Cl2):

• Massa molar: 84.93 g/mol Perigoso para a saúde


• Ponto de fusão: -96.7 oC
• Ponto de ebulição: 39.6 oC (1013 hPa)
Irritante
• Densidade: 1,33 g/cm³
• Regras de segurança:

H315; H319; H336; H351 Provoca irritação cutânea. Provoca irritação ocular grave. Pode
provocar sonolência ou vertigens. Suspeito de provocar cancro
P302 + P352; P305 + P351 + P338; SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar abundantemente com
P308 + P313 sabonete e água. SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS: enxaguar
cuidadosamente com água durante vários minutos. Se usar lentes de
contacto, retire-as, se tal lhe for possível. Continuar a enxaguar. EM
CASO DE exposição ou suspeita de exposição: consulte um médico.
Ácido clorídrico (HCl):

• Massa molar: 36, 46 g/mol Corrosivo


• Ponto de fusão: -40 °C
• Ponto de ebulição: 75 °C Irritante
• pH: < 1 a 20 °C
• Densidade: 1,05 g/cm3 a 20 °C
• Regras de Segurança:

H290; H315; H319; H335 Pode ser corrosivo para os metais. Provoca irritação cutânea. Provoca
irritação ocular grave. Pode provocar irritação das vias respiratórias.
P302 + P352; P305 + P351 + P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar abundantemente com
sabonete e água. SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS: Enxaguar
cuidadosamente com água durante vários minutos. Se usar lentes de
contacto, retire-as, se tal lhe for possível. Continue a enxaguar.
Hidróxido de sódio (NaOH):

• Massa Molar: 40,019 g/mol


• pH: 13,5 a 20 °C Corrosivo
• Densidade: 1,01 g/cm3 a 20 °C
• Ponto de fusão: 318 °C
• Ponto de ebulição: 1390 °C
• Regras de Segurança:

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H290; H315; H319 Pode ser corrosivo para os metais. Provoca irritação cutânea. Provoca irritação ocular
grave.
P302 + P352; P305 SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar abundantemente com sabonete e água.
+ P351 + P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS: Enxaguar cuidadosamente com água
durante vários minutos. Se usar lentes de contacto, retire-as, se tal lhe for possível.
Continue a enxaguar.
Sulfato de sódio (Na2SO4):

• Massa molar: 142,04 g/mol


• Ponto de fusão: 888 °C
• pH: 5,2 - 8,0 a 50 g/l 20 °C
• Densidade: 2,70 g/cm3 a 20 °C

Material:

• Ampola de decantação; • Funil de Buchner;


• Balão de erlenmeyer; • Vidro de relógio;
• Proveta graduada; • Copo de precipitação;
• Pipeta; • Equipamento para realizar um
• Tampa para a ampola de banho de areia;
decantação; • Tina de vidro;
• Espátula; • Papel indicador;
• Bomba de vácuo; • Lâmpada ultravioleta;
• Mangueira; • Papel de filtro;
• Kitasato; • Balança.
Esquema das reações envolvidas:
Para separar a p-bromoanilina dos restantes:

Para tornar a obter a p-bromoanilina a partir do cloreto de p-bromoanilina:

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Para separar o ácido benzóico do fenantreno:

Para obter de novo o ácido benzóico a partir do benzoato de sódio:

Perguntas:
1. As maiores diferenças entre o novo protocolo e o previsto inicialmente para as aulas
presenciais prendem-se com os compostos usados. Como amina, ácido carboxílico e
hidrocarboneto usaríamos, respetivamente, a p-toluidina, o ácido benzóico e o
naftaleno, embora no novo protocolo se tenha usado a p-bromoanilina, o ácido
benzóico e o fenantreno. Embora se tenham usado outros compostos aromáticos,
as suas características não diferem muito, pelo que o modo de proceder também
não é muito diferente. O mesmo acontece com o solvente usado na mistura inicial
pois no novo protocolo o diclorometano substitui o clorofórmio. No procedimento
da experiência, esta alteração também não provocou grandes mudanças porque o
princípio usado com o clorofórmio, de que por ser mais denso que a água se pode
separar através da ampola de decantação, também se aplica ao diclorometano.
2. Tal como referido na afirmação, para se efetuar uma extração líquido-líquido com a
solução dada, teríamos de encontrar três solventes que não se misturem com o
clorofórmio (neste caso, com o diclorometano) para que sejam facilmente
separáveis e teríamos ainda de garantir que cada um dos três solventes escolhidos
não reagiriam com nenhum dos outros dois solventes. Resumindo teriam de se
encontrar três solventes que apenas reagissem com um dos compostos da mistura
e que não se misturassem com o solvente líquido da mistura. Tendo em conta que
os três compostos são miscíveis no mesmo solvente, eles têm algumas caraterísticas
químicas semelhantes, pelo que garantir que realmente se conseguia fazer a
extração líquido-líquido de forma eficaz era extremamente difícil.
3. Entre as características de um bom solvente de extração estão: o ser imiscível com
a solução, para permitir a criação de duas fases distintas; deve reagir apenas com a
substância que se deseja extrair; precisa de apresentar volatilidade razoável para
que possa ser removido facilmente, permitindo o isolamento do produto desejado;
este solvente deve apresentar mais solubilidade ao soluto a retirar que o solvente
da mistura..

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4. Ao lavar a fase orgânica com água estamos a retirar possíveis impurezas, como os
restos de sal ou do reagente que usámos para o tratamento, que possam existir.
5. A fase orgânica é tratada com sulfato de sódio pois assim este reagirá com a água,
saturando-a, fazendo com que seja possível extrair apenas o fenantreno, garantindo
um maior rendimento da reação.
6. Depois de retirada a fase aquosa contendo o cloreto de p-bromoanilina e uma outra
fase aquosa que contém o benzoato de sódio, obtém-se uma fase orgânica
composta por diclorometano e fenantreno. O diclorometano vai ser retirado por
evaporação, com recurso ao banho de areia (no caso do protocolo inicial, com o
evaporador rotativo).
7. É necessária a verificação de um pH conveniente, pois é ele que nos indica se o
composto que pretendemos remover já precipitou todo. Ou seja, neste caso, em que
foi adicionado ácido clorídrico ao benzoato de sódio, temos de garantir que o pH
final seja igual ao do ácido pois só assim garantimos que todo o sólido precipitou. Se
não se verificar esta igualdade de pH, deve acrescentar-se uma pequena quantidade
extra de ácido clorídrico, voltar a meter no gelo e depois tornar a verificar o pH até
este chegar ao pretendido (igual ao do ácido clorídrico).
Procedimento Experimental:
Separação:
• Coloque 75 mL da mistura a separar (neste volume estão contidos 1,5 g de p-
bromoanilina, 1,5 g de ácido benzóico e 1,5 g de fenantreno em diclorometano) numa
ampola de decantação.
• Acrescente 15 mL de ácido clorídrico (3M).
• Agite a ampola de decantação e alivie a pressão do interior.
• Retire a fase orgânica e a fase aquosa ácida da ampola para balões de erlenmeyer
devidamente identificados.
• Repita os últimos três passos mais duas vezes.
• Lave a fase orgânica.
• Acrescente à fase orgânica obtida 15 mL de hidróxido de sódio (3M).
• Agite a ampola de decantação e alivie a pressão do interior.
• Retire a fase orgânica e a fase aquosa básica da ampola para balões de erlenmeyer
devidamente identificados.
• Repita os últimos três passos mais duas vezes.
• Lave a fase orgânica novamente com água.
Recuperação:
• Veja, com recurso ao papel indicador, o pH da fase aquosa ácida e o pH do hidróxido de
sódio.
• Acrescente hidróxido de sódio à fase aquosa.
• Coloque o erlenmeyer da fase aquosa num recipiente com gelo.
• Volte a medir o pH da fase.
• Repita os três últimos passos até que o pH da fase seja igual ao da base.
• Veja, com recurso ao papel indicador, o pH da fase aquosa básica e o pH do ácido
clorídrico.
• Acrescente o ácido clorídrico à fase aquosa.
• Coloque o erlenmeyer da fase aquosa num recipiente com gelo.
• Volte a medir o pH da fase.

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• Repita os três últimos passos até que o pH da fase seja igual ao do ácido.
• Trate com sulfato de sódio a fase orgânica, até que este se acumule no fundo do
erlenmeyer.
Filtração:
• Corte um papel de filtro para encaixar perfeitamente no funil de buchner.
• Humedecer o filtro.
• Testar a filtração apenas com o solvente.
• Verter o conteúdo do erlenmeyer com o ácido benzóico.
• Retirar o filtro.
• Verter o sólido para um vidro de relógio
• Deixar secar e pesar.
• Repetir o procedimento para a p-bromoanilina.
Evaporação:
• Colocar o copo com um palito de madeira no banho de areia.
• Deixar ferver até evaporar a maior parte do líquido.
• Retirar da areia antes de evaporar tudo.
• Rodar o copo para aumentar a área de contacto do fenantreno com o copo.
• Retirar o fenantreno das paredes para um vidro de relógio
• Pesar o fenantreno

Observações:
Uma das diferenças entre o novo protocolo e o previsto inicialmente para as aulas
presenciais prende-se com os compostos usados. Como amina, ácido carboxílico e
hidrocarboneto usaríamos, respetivamente, a p-toluidina, o ácido benzóico e o
naftaleno, embora no vídeo se tenha usado a p-bromoanilina, o ácido benzóico e o
fenantreno. Embora se tenham usado outros compostos aromáticos, as suas
características não diferem muito, pelo que o modo de proceder também não é muito
diferente. O mesmo acontece com o solvente usado na mistura inicial pois no novo
protocolo o diclorometano substitui o clorofórmio. No procedimento da experiência,
esta alteração também não provocou grandes mudanças porque o princípio usado com
o clorofórmio, de que por ser mais denso que a água se pode separar através da ampola
de decantação, também se aplica ao diclorometano. No vídeo pode observar-se que a
fase orgânica contendo o ácido benzóico e o naftaleno e a fase aquosa ácida são
retiradas da ampola pelo mesmo sítio, o que não está totalmente correto, pois
estaríamos a voltar a meter em contacto a p-bromoanilina com os restantes
componentes fazendo com que a pureza desta fosse menor, e assim, estaríamos a
incorrer a erros desnecessários. No final da separação das duas fases mencionadas
acima, não existe a lavagem da fase orgânica embora seja aconselhável fazê-lo, pois
assim, estamos a retirar possíveis impurezas (restos do sal e do ácido) que possam ali
estar contidas. Este procedimento deve também ser repetido quando se faz a separação
da fase aquosa básico (que contém o benzoato de sódio) e da fase orgânica (que contém
o fenantreno em solução com o diclorometano). Para os dois sais em solução aquosa,
pode obter-se de novo o componente aromático se forem revertidas as condições de
pH da solução aquosa onde os respetivos sais estão, ou seja, basificando a solução de
cloreto de p-bromoanilina e acidificando a de benzoato de sódio No vídeo pode
observar-se que quando se a realizar este processo é importante fazer-se a verificação

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do pH com o auxílio do papel indicador, para que se garanta que a quantidade de ácido
ou base usada foi suficiente. Para isso o pH final da solução em que se acrescentou o
ácido deve de ser igual ao pH do próprio ácido acrescentado e o pH final da solução em
que se acrescentou a base deve igualmente ser o pH da própria base. Se não se verificar
esta igualdade deve acrescentar-se mais um pouco de ácido ou base, uma vez que só
quando esta igualdade se estabelece se garante que todo o sal foi convertido no
composto inicial, evitando perdas. Para que este processo se dê de forma mais fácil é
também aconselhável que se coloquem as fases aquosas em banho de gelo. A
diminuição da temperatura faz diminuir a solubilidade, facilitando a precipitação. Para
a recuperação da fase orgânica deve acrescentar-se o sulfato de sódio anidro que vai ser
hidratado pela água e que se juntará no fundo do balão. Sabemos que a fase orgânica
está seca quando o sulfato de sódio fica solto do fundo. Para separá-lo da restante
mistura é aconselhável a realização de uma filtração, no entanto no vídeo retiram a
mistura por decantação. Embora não seja impossível usá-la, ela não é de todo o método
mais viável pois pode vir junto algum do sólido que está precipitado.
A solução de fenantreno em diclorometano deve depois ser submetida a um processo
de evaporação. Enquanto que em laboratório se recorreria a um evaporador rotativo,
no vídeo usaram o aquecimento em banho de areia para fomentar a evaporação do
diclorometano, uma vez que o seu ponto ebulição é relativamente baixo (perto dos
40oC). No entanto, o processo usado no vídeo não é o mais correto porque o
diclorometano é libertado para o ar, enquanto que no evaporador rotativo isso não
aconteceria. O fenantreno ficará nas paredes do balão.
Depois de obtidos a p-bromoanilina e o ácido benzóico, devemos passar a mistura obtida
por uma filtração a pressão reduzida. Deve lavar-se com água gelada e humedecer o
filtro. Este filtro deve ter o tamanho exato do funil. Nos laboratórios usamos mais
comumente a trompa de água, no vídeo usa-se a bomba de vácuo. Depois de secos as
amostras devem ser pesadas. No laboratório, deixamos as amostras a secar num
exsicador. Pesar todos os sólidos obtidos, mas apenas depois de secos.

Perguntas:
1. 𝒎𝒑−𝒃𝒓𝒐𝒎𝒐𝒂𝒏𝒊𝒍𝒊𝒏𝒂 = 𝟎, 𝟗 𝒈; 𝒎á𝒄𝒊𝒅𝒐 𝒃𝒆𝒏𝒛ó𝒄𝒊𝒐 = 𝟏, 𝟎 𝒈; 𝒎𝒇𝒆𝒏𝒂𝒏𝒕𝒓𝒆𝒏𝒐 = 𝟎, 𝟓 𝒈.

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎 (𝑔)


𝜂(%) = × 100
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑔)

0,9
𝜂𝑝−𝑏𝑟𝑜𝑚𝑜𝑎𝑛𝑖𝑙𝑖𝑛𝑎 (%) = × 100 = 60%
1,5
1,0
𝜂á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑛𝑧ó𝑖𝑐𝑜 (%) = × 100 = 66,67%
1,5
0,5
𝜂á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑛𝑧ó𝑖𝑐𝑜 (%) = × 100 = 33,33%
1,5
0,9 + 1,0 + 0,5 2,4
𝜂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (%) = × 100 = × 100 = 53,33%
1,5 + 1,5 + 1,5 4,5

10
2.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎 (𝑔)
𝜂(%) = × 100
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑔)

3,0
66,67% = × 100 ⇔
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑔)
3,0
⇔ 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑔) = × 100 ⇔
66,67
⇔ 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑔) = 4,5 𝑔
A massa inicial de ácido benzóico teria de ser de 4,5 g para que com este rendimento se
obtivessem 3,0 g. Como os compostos reagem de 1 para 1 para 1 então para se obter a massa
de mistura inicial multiplicasse a do ácido benzóico por 3. Logo a massa inicial da mistura deverá
ser de 13,5 g (4,5g de cada um dos três componentes aromáticos).

3. Tomando em consideração que o valor medido experimentalmente para o ponto de fusão


do ácido benzóico e o valor tabelado para este mesmo ponto de fusão são os mesmos (121-
123 oC), então pode concluir-se que a experiência foi bem realizada e que o ácido benzóico
obtido no final desta é puro e nenhum dele se perdeu em transferências e em reações.

4.
Fração rica em p-toluidina Fração rica em ácido benzóico Fração rica em naftaleno
Rfs 0,45 0,25 0,68 (mais intensa);
0,44 (mais fraca);
0,26 (mais fraca)
A fração que deveria ser selecionada para a realização de uma recristalização é a fração rica
em naftaleno, uma vez que apresenta três valores de Rf diferentes. Estes três valores
diferentes para a fração rica em naftaleno indicam que este ainda não está puro pelo que
seria aconselhável a realização da recristalização. Os valores mais fracos de Rf surgem
porque ainda existem porções de p-toluidina e de ácido benzóico misturadas com o
naftaleno.

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Trabalho 2: Preparação do Brometo de Butilo partindo
de n-Butanol
Reação de Substituição Nucleofílica Bimolecular (SN2)
Objetivo: Exemplificação de uma reação SN2; Ilustração das técnicas de extração
líquido-líquido e de destilação; Caracterização física de um composto líquido através da
medição do índice de refração.

Introdução:
Os álcoois são geralmente maus substratos para reações de substituição
nucleofílica ou de eliminação, devido ao facto de o grupo hidroxilo ser um péssimo grupo
rejeitado. No entanto, em meio ácido, normalmente na presença de ácidos inorgânicos
fortes, o grupo hidroxilo do álcool encontra-se protonado, estado em que este é
facilmente rejeitável na forma de uma molécula de água. O brometo de butilo é um
halogeneto de alquilo primário, podendo ser preparado através de uma reação do tipo
SN2 a partir do respetivo álcool primário, o n-butanol e de uma solução aquosa de NaBr
(brometo de sódio) e excesso de H2SO4 (ácido sulfúrico). A reação ácido-base entre estes
dois reagentes origina HBr:

A utilização de um excesso de H2SO4 desloca o equilíbrio no sentido da formação


de HBr. Na presença de um ácido forte, o n-butanol é protonado, transformando o grupo
hidroxilo (OH) num bom grupo de saída, ou seja, OH2+. O ião brometo reage então como
nucleófilo, dando-se a recção de substituição pelo mecanismo SN2.
A reação de substituição nucleofílica bimolecular é um tipo de nucleofílica onde um par
solitário de eletrões de um nucleótido “ataca” um centro eletrofílico (deficiente de
eletrões) lingando-se a ele e expulsando o chamado grupo de saída. Numa reação deste
tipo, a ligação com o grupo de saída é quebrada e forma-se uma nova ligação química
com o nucleófilo, de forma a que este mantenha estável o número de ligações. O
substrato desempenha uma importante função neste mecanismo de reação, uma vez
que quando o nucleófilo se aproxima dele rompe a sua ligação ao grupo de saída e
procurando estabilidade torna a ligar-se, desta vez, ao nucleófilo. A força do nucleófilo
influencia o mecanismo destas reações. Esta força é afetada pela carga (a força aumenta
com o aumento da carga negativa) e pela eletronegatividade (aumenta com a
diminuição da eletronegatividade).

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Reagentes:
Ácido Sulfúrico
Fórmula Química H2SO4
Estrutura Química

Características Líquido incolor e inodoro, é corrosivo e tem um cheiro irritante. É


completamente miscível em água.
Massa molar 98,078 g/mol
Densidade 1,8356 g/cm3
Ponto de Fusão 10,38 oC
Ponto de Ebulição 337 oC
H290 Pode ser corrosivo para os metais.
H315 Provoca irritação na pele.
H319 Provoca irritação ocular grave
P302 + P352 SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar com
sabonete e água abundantes.
P305 + P351 + P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS:
enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. Remover
lentes de contacto, se presentes e fáceis de remover. Continue
enxaguando.
N-Butanol
Fórmula Química C4H10O
Estrutura Química

Características Líquido incolor. É moderadamente miscível em água (90 g/L)


Massa molar 74,1216 g/mol
Densidade 0,81 g/cm3
Ponto de Fusão -89 oC
Ponto de Ebulição 118 oC
H226 Líquido e vapor inflamáveis.
H302 Nocivo por ingestão.
H315 Provoca irritação na pele.
H318 Provoca lesões oculares graves.
H335 Pode causar irritação respiratória.
H336 Pode causar sonolência.
P210 Manter longe do calor.
P280 Use proteção para os olhos.
P302 + P352 SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar com
sabonete e água abundantes.
P305 + P351 + P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS:
enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. Remova
as lentes de contato, se presentes e fáceis de retirar. Continue
enxaguando.
P313 Consulte um médico.
Brometo de Sódio
Fórmula Química NaBr
Estrutura Química

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Características Sal com solubilidade de 13,3 g/100mL a 20 e 116,0g/100mL a 50 oC
Massa molar 102,894 g/mol
Densidade 2,18 g/cm3 (dihidratado); 3,21 g/cm3 (anidro)
Ponto de Fusão 36 oC (dihidratado); 747 oC (anidro)
Ponto de Ebulição 1396 oC
Após a inalação: apanhar ar fresco.
Em caso de contato com a pele: Retirar imediatamente toda a roupa
contaminada. Lavar a pele com água/chuveiro.
Após contato com os olhos: lavar com água em abundância. Remova as
lentes de contato.
Após ingestão: faça a vítima beber água (dois copos no máximo).
Consulte o médico se não se sentir bem.
Carbonato de Sódio
Fórmula Química Na2CO3
Estrutura Química

Características É normalmente um pó branco e sem cheiro. É um pouco miscível em


água (30 g/L)
Massa molar 105,989 g/mol (anidro); 124,00 g/mol (monoidratado); 286,14 g/mol
(dihidratado)
Densidade 2,54 g/cm3
Ponto de Fusão 851 oC (anidro)
Ponto de Ebulição 1600 oC
H319 Provoca irritação ocular grave.
P305 + P351 + P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS:
enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. Remover
as lentes de contacto, se presentes e fáceis de remover. Continue a
enxaguar.
Sulfato de Magnésio (anidro)
Fórmula Química MgSO4
Estrutura Química

Características É um sal cristalino branco, solúvel em água (26,9 g/100mL a 0 oC e25,5


g/100mL a 20 oC
Massa molar 120,415 g/mol
Densidade 2,66 g/cm3
Ponto de Fusão 200 oC
Ponto de Ebulição
Após a inalação: apanhar ar fresco.
Em caso de contato com a pele: Retirar imediatamente toda a roupa
contaminada. Lavar a pele com água / chuveiro.
Após contato com os olhos: lavar com água em abundância. Remova as
lentes de contato.
Depois de engolir: faça a vítima beber água (dois copos no máximo).
Consulte o médico se se sentir mal.

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Brometo de Butilo
Fórmula Química C4H9Br
Estrutura Química

Características Líquido cuja solubilidade em água é 0,6 g/L a 30 oC


Massa molar 137,02 g/mol
Densidade 1,27 g/cm3
Ponto de Fusão -112 oC
Ponto de Ebulição 102 oC
H225 Líquido e vapor facilmente inflamáveis.
H315 Provoca irritação cutânea.
H319 Provoca irritação ocular grave.
H335 Pode provocar irritação das vias respiratórias.
H411 Tóxico para os organismos aquáticos com efeitos duradouros.
P210 Manter longe do calor.
P233 Manter o recipiente bem fechado.
P273 Evitar a libertação para o ambiente.
P302 + P352 SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE: lavar com sabonete
e água abundantes.
P304 + P340 EM CASO DE INALAÇÃO: retirar a vítima para uma zona ao
ar livre e mantê-la em repouso numa posição que não dificulte a
respiração.
P305 + P351 + P338 SE ENTRAR EM CONTACTO COM OS OLHOS:
enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. Remover
lentes de contacto, se presentes e fáceis de remover. Continue
enxaguando.
P403 + P235 Armazenar em local bem ventilado. Conservar em ambiente
fresco
Buteno
Fórmula Química C4H8
Massa molar 56,11 g/mol
Densidade 0,59 g/cm3
Ponto de Fusão -185 oC
Ponto de Ebulição - 6,47 oC
H220 + H221 Gás extremamente inflamável.
H280 Contém um gás a pressão reduzida. Pode explodir se aquecido
P210 Manter longe do calor.
P377 Vazamento de gás: não interromper, amenos que o vazamento
possa ser interrompido em segurança.
P381 Em caso de vazamento, eliminar todas as fontes de calor.
P403 + P 410 Se ingerido: dirija-se imediatamente ao médico.

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Esquema Experimental:
Balão de 250 mL: 27 mL de H20
Agitação e banho de gelo

Balão de 250 mL: 27 mL de H20 + 18 mL H2SO4

Balão de 250 mL: 27 mL de H20 + 18 mL H2SO4 + (18,5 mL, 15 g, 0,203 mol) n-butanol
Arrefecer à temperatura ambiente

Balão de 250 mL: 27 mL de H20 + 18 mL H2SO4 + (18,5 mL, 15 g, 0,203 mol) n-butanol + (23,6 g, 0,229 mol) NaBr
Refluxo por 30 minutos e arrefecer

Destilação Simples
Destilado numa ampola de decantação
Fase aquosa
Fase orgânica + H2SO4
Agitar e deixar repousar
Fase aquosa
Lavar com água
+
Lavar com Na2Co3

Brometo de Butilo
Secar com Mg2SO4
+
Decantar
+
Destilar

Brometo de n-butilo puro

Material:
• Material para refluxo;
• Material para destilação simples;
• Material para extração líquido-líquido;
• Material para caracterização de líquidos com refratómetro de Abbé.

Reações:
Reação do brometo de sódio com o ácido sulfúrico:

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Reações de formação de brometo de n-Butilo:

Questões Pré-Laboratoriais:
1. A reação segue o mecanismo de substituição nucleofílica bimolecular, uma vez que
o substrato é primário (o carbono liga-se apenas a um outro carbono). Embora o ião
hidróxido (OH-) não seja um bom grupo de saída, ao reagir com o ácido vai formar-
se um melhor grupo de saída. O Br- é um nucleófilo forte pois é bastante
eletronegativo, pelo que ligar-se-á ao substrato ao ser quebrada a ligação entre este
e o grupo de saída. Para além disso, o brometo de butilo é um halogeneto primário
sendo, portanto, produzido através de reação bimoleculares. Assim, estão reunidas
as condições para um mecanismo SN2.
2. Durante a reação formam-se alguns produtos, como o n-buteno, o dissulfato de
sódio, o eterdibutílico e o brometo de n-butilo. Este último é o produto desejado
pelo que deverá ser mantido ao máximo até ao final da experiência para a
maximização do rendimento. O buteno forma-se a partir de uma reação de
eliminação e é retirado na última destilação simples realizada. Os restantes são
retirados nas extrações líquido-líquido.

Procedimento:
• Num balão de fundo redondo, deite água (27 mL) e adicione, com agitação e
arrefecimento num banho de gelo e água, H2SO4 concentrado (18 mL).
• Adicione n-butanol (18,5 mL, 15 g, 0,203 mol), agite o balão para misturar os
líquidos.
• Depois de arrefecida a mistura à temperatura ambiente, adicione de uma só vez
NaBr (23,6 g, 0,229 mol).
• Coloque o balão ligado a um condensador de refluxo durante 30 minutos.
• Destile o conteúdo do balão de fundo redondo para um erlenmeyer.
• Coloque o destilado (NaBr + n-BuOH + água) na ampola de decantação
• Separe a fase orgânica da fase aquosa (1).
• Adicione ácido sulfúrico à fase orgânica e volte a separar as duas fases (2).

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• Lave a fase orgânica com água.
• Separe as fases novamente (3).
• À fase orgânica, adicione Na2CO3.
• Separe as fases (4).
• Adicione MgSO4.
• Filtre.
• Faça uma destilação simples.

Observações:
No vídeo o procedimento é realizado com quantidades bem mais reduzida então
existem algumas diferenças nos procedimentos associadas a estas diferenças. Existem
alguns pormenores no vídeo que não são muito explorados, como o ser aconselhável
que se seque com papel o interior da tubuladura pelo qual se junta os compostos no
balão. Assim asseguramo-nos de que não exista vestígios de nenhum dos reagentes nas
tubuladuras e que durante o aquecimento as peças não ficarão coladas. No vídeo tapa-
se a parte de cima do condensador, mas no laboratório costuma fazer-se uma armadilha
de gases, que consiste num tubo de vidro ou mangueira conectada a um funil
mergulhado em água. No condensador, a água fria entra por baixo. Quando os reagentes
do balão mudam de estado líquido para gasoso, eles contactam com a água fria e
retornam ao balão depois de condensarem. Durante as extrações líquido-líquido
devemos ter atenção a que fases se encontram por cima ou por baixo.

(1) (2) (3) (4)


Fase aquosa: Fase orgânica: Fase aquosa: Fase aquosa:
H2O Água + NaHSO4 Água + vestígios Água + sal
Fase orgânica: Fase aquosa: Fase orgânica: Fase orgânica:
NaBr + n-BuOH +
n-BuOH2 + HBr n-BuBr + n-Buteno n-BuBr + n-Buteno
A adição da água é necessária para lavar a fase orgânica e assim retirar vestígios de ácido
ou do bissulfato que se foi retirado em (2). O tratamento com sulfato de magnésio
anidro serve para secar o brometo de n-butilo. Depois destila-se para retirar o buteno e
obter-se o Brometo de n-butilo puro.

Questões Pós-Laboratoriais:
1. A fase orgânica é tratada com Na2CO3 para que este reaja com o H2SO4 que possa
estar presente na fase. Assim, consegue evitar-se que no produto final ainda exista
ácido sulfúrico. Desta reação ácido-base resulta a formação de um sal que será
miscível com a fase aquosa sendo, portanto, retirado facilmente numa extração
líquido-líquido com o auxílio de uma ampola de decantação. A reação do
bicarbonato de sódio com o ácido sulfúrico é descrita pela seguinte forma:

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2. Durante o decorrer de toda a experiência, são feitas 4 extrações. Na última extração
(extração correspondente à separação do brometo de butilo e da fase aquosa),
verifica-se que a camada de cima é a fase aquosa e a de baixo é a do produto
desejado (fase orgânica). Este facto pode facilmente ser verificado se soubermos em
consideração a densidade dos constituintes de cada uma destas duas fases:
𝜌𝑏𝑟𝑜𝑚𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑏𝑢𝑡𝑖𝑙𝑜 = 1,27 𝑔/𝑐𝑚3 ; 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1,00 𝑔/𝑐𝑚3
Se mesmo assim restassem dúvidas poderíamos adicionar água e vendo a que fase
se juntava conseguíamos aferir qual era qual, uma vez que a tendência seria a juntar-
se à fase aquosa.
3. O produto obtido é o brometo de butilo e a sua fórmula química é C 4H9Br. A sua
massa molar é de 137,02 g/mol.
4. 𝑛𝑛−𝐵𝑢𝐵𝑟 = 𝑛𝑛−𝐵𝑢𝑂𝐻
𝑉𝑛−𝐵𝑢𝑂𝐻 = 18,5 𝑚𝐿
𝜌𝑛−𝐵𝑢𝑂𝐻 = 0,81𝑔𝑐𝑚−3
𝑚𝑛−𝐵𝑢𝑂𝐻 = 𝜌𝑉 = 0,81 × 18,5 = 14,985 𝑔
𝑀𝑛−𝐵𝑢𝑂𝐻 = 74,12 𝑔𝑚𝑜𝑙 −1
𝑚 14,985
𝑛𝑛−𝐵𝑢𝑂𝐻 = = = 0,2022 𝑚𝑜𝑙 = 𝑛𝑛−𝐵𝑢𝐵𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝑀 74,12
𝑚𝑛−𝐵𝑢𝐵𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 𝑛 × 𝑀 = 0,2022 × 137,02 = 27,705 𝑔
𝑚𝑛−𝐵𝑢𝐵𝑟𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 8,8
𝜂(%) = × 100 = × 100 = 31,76 %
𝑚𝑛−𝐵𝑢𝐵𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 27,705

5. Admitindo que o brometo de butilo obtido estava puro, o índice de refração que se
esperava obter era exatamente igual ao valor teórico, ou seja, de 1,44.

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