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A ESPERANÇA SEGUNDO A BÍBLIA

Russell Shedd
A Bíblia transmite esperança. Em todos os livros bíblicos, encontramos Deus incentivando a
A Bíblia inspira esperança. De Gênesis até o Apocalipse corre uma corrente animadora de
antecipação. A catástrofe no Jardim do Éden provocou a ira de Deus contra os culpados e contra a terra
que os sustentaria, mas não falta a nota cristalina de esperança. O Protoevangelho (Gn. 3:15) anuncia a boa
nova de um futuro bem melhor, Deus não abandonou o pecador à sua miséria.
No Antigo Testamento, a esperança está na restauração do povo. Noé construiu a arca porque Deus
inculcou esperança no seu coração. A raça não foi aniquilada porque Deus revelou uma visão de um futuro
melhor. O chamado de Abraão para deixar sua terra e parentela foi alicerçada em esperança. “Em ti serão
benditas todas as famílias da terra”(Gn 12:3). Quatrocentos anos de escravatura no Egito não conseguiram
apagar totalmente essa chama de esperança. Deus confirmou com braço forte a Sua promessa de liberdade
e independência sob o comando do soberano Senhor.
Os profetas foram enviados com mensagens de juízo e de condenação. Mas no meio de lutas,
invasões, apostasia e adultério espirituais, os porta-vozes de Deus não deixaram de descrever quadros de
vitória e salvação nos horizontes futuros. Isaías escreveu assim 200 anos antes do Exílio: “Consolai,
consolai, o meu povo, diz o vosso Deus...a glória do Senhor se manifestará e toda a carne a verá... Eis que o
Senhor Deus virá com poder e o Seu braço dominará; eis que o seu galardão está com ele, e diante dele, a
sua recompensa” (40:1-10). Não era para Israel cair no poço fundo da depressão e desespero, porque Deus
promete voltar a mostrar os seus cuidados amorosos especiais.
Esperança na Bíblia é assim. Em meio de terríveis aflições e sofrimentos provocados pela rebeldia e
pecado do Seu povo, Deus promete uma mudança radical que alegraria o coração mais desesperado.
Assim, o pessimismo se anula nas promessas de bênçãos de Deus, quando a disciplina terá alcançado o seu
efeito desejado.
No novo Testamento, a esperança está em crer na promessa de Deus e provisão da vida eterna na
gloriosa presença de Deus. Isso produz fé no Senhor Jesus e amor fraternal. “Na esperança (ou ‘pela’),
fomos salvos” (Rm. 8:24), sugere que a fé é gerada pela esperança nas promessas de Deus.
A esperança “viva” (1Pe. 1:3) comunica a mais completa segurança, uma vez que é acompanhada
pela garantia de Deus. Aguardamos a “bendita esperança” da vinda de Cristo, não com dúvidas, mas com
inteira certeza. Paulo declara que a fé e o amor dos colossenses existiu “por causa da esperança que vos
está preservada no céus”(1:5).
Se mantivermos firme a esperança que desde o princípio ganhamos, não deve haver dúvidas acerca
da conversão genuína (Hb. 3:14). A insegurança surge justamente no momento em que essa confiança for
abalada. Quando diminui a certeza sobre o futuro que Escrituras denominam de “vida eterna”, apaga-se a
luz da esperança.
Se já fomos justificados mediante a fé e também experimentamos a paz com Deus, entramos
diretamente na porta aberta pela fé para nos firmarmos na graça. Tudo isso, Paulo assevera, nos
proporciona exultar na esperança da glória vindoura (Rm. 5:1,2). Significa que a segurança e a paz que a
graça de Deus produz, por meio do perdão total e contínuo de Deus (justificação), também mantêm a
alegria que antecipa a manifestação futura da glória de Deus.
Nem a tribulação que Deus nos manda para produzir a perseverança e desenvolver o caráter de
Cristo (“experiência”) devem abalar a esperança cristã. Pelo contrário, aqueles que, como Paulo, mais
aflição passam, são os que mais esperança possuem (Rm 5:3,4). O desespero e pessimismo se afastam
diante do brilho celeste do futuro prometido por Deus. Essa esperança, garante Paulo, não confunde,
porque está unida ao amor que Espírito Santo derrama nos corações daqueles que põem sua confiança
plenamente na fidelidade de Deus (Rm 5:5).
A esperança bíblica precisa de raízes bem firmes nas promessas de Deus. A graça que o Senhor
despejou sobre nós pecadores, pagando o altíssimo preço da nossa culpa, é a graça que nos assegura que
temos plenos direitos de ocupar nosso lugar na casa do Pai (Jo 14:1).

(Adaptado) Disponível em http://www.teologiaevida.com.br/2011/02/esperanca-segundo-biblia.html


acesso em 15/01/2016)

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