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TWIN CITIES – Solos das Regiões Metropolitanas de São Paulo e Curitiba

Túneis em São Paulo


Werner Bilfinger
Vecttor Projetos, São Paulo, Brasil.
Marco Aurélio Abreu Peixoto da Silva
Construtora Andrade Gutierrez S/A., Brasil.
Hugo Cássio Rocha
Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô-SP, São Paulo, Brasil.
Tarcísio Barreto Celestino
Themag Engenharia, São Paulo, Brasil.
Universidade de São Paulo, São Carlos, Brasil.

RESUMO: Este capítulo apresenta uma breve descrição e análise das obras subterrâneas execu-
tadas na cidade de São Paulo no período de 1992 a 2012. Destacaram-se túneis com diâmetros
equivalentes superiores a 5 m para obras viárias construídas pelo método do NATM e, recen-
temente, o túnel da Linha 4 do Metrô de São Paulo, que teve seu trecho em solos sedimentares
escavado com uma tuneladora “EPB”. Também foram realizadas centenas de quilômetros de
túneis de pequeno diâmetro para utilidades, embora praticamente não existam publicações a
este respeito. São apresentados alguns resultados e análises de dados de instrumentação, algu-
mas ponderações sobre o comportamento geomecânico de diferentes tipos de solos e métodos
construtivos utilizados e uma compilação sobre espessuras de revestimentos.

1 INTRODUÇÃO da Batata e a região central da cidade, foi uti-


lizado uma tuneladora EPB (“earth pressure
Este capítulo apresenta um resumo das ati- balanced” - pressão de frente balanceada), de
vidades relacionadas a obras subterrâneas na última geração.
cidade de São Paulo entre 1992 e 2012. Nes- Nos últimos anos, escavações de poços de
te período destacaram-se as obras executadas grande diâmetro para a implantação do cor-
para a mobilidade urbana, túneis rodoviários po das estações têm se mostrado como uma
e metroviários. Obras de porte menor, tais alternativa interessante, por se apresentarem
como túneis de saneamento urbano, de diâ- como uma solução rápida, que gera desloca-
metro menor, são pouco divulgadas e não há, mentos reduzidos na superfície e economica-
na prática, registro técnico disponível. mente interessante, quando comparada com
Boa parte das obras foi escavada em solos soluções tradicionais em valas a céu aberto.
sedimentares da bacia terciária de São Pau- Neste tipo de solução, o revestimento da es-
lo, mas também em maciços pré-cambrianos cavação é constituído de concreto projeta-
(solos residuais, saprólitos e rochas alteradas) do, geralmente reforçado com tela metálica.
e em solos quaternários, principalmente nas Soluções em poços secantes também têm se
travessias sob os principais cursos d’água que beneficiado do conceito de estruturas circula-
cortam a cidade, como os túneis da Linha 4 - res, e por isso também têm sido uma variante
Amarela e da Linha 2 - Verde do Metrô de São para escavações a céu aberto.
Paulo, e interceptores de esgotos da SABESP. Neste capítulo são apresentados:
A mecanização das obras foi outro fator
que ganhou destaque. Máquinas tuneladoras –– Uma compilação das principais referên-
vêm sendo empregadas nas obras de sane- cias bibliográficas;
amento e, recentemente, no túnel de via da –– Resumo das práticas de projeto;
Linha 4 do Metrô. Entre a região do Largo –– Resumo de práticas na construção;

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–– Registro histórico das principais obras de escavados em solos residuais, 4% sobre solos
túneis recentes; escavados em aluviões quaternários e o res-
–– Compilações de dados de recalques e tante apresenta casos genéricos, não especi-
avaliações de comportamento dos ma- ficamente relacionados a algum tipo de solo.
ciços face à escavação dos túneis. Estes Em torno de 50% dos artigos apresentam
resultados foram interpretados com o casos de obras, 13% dos artigos apresentados
intuito de tentativamente distinguir com- versam especificamente sobre tratamento de
portamentos entre diferentes formações maciços, 14% sobre acidentes e rupturas de
geológicas; maneira geral. O restante dos artigos tem te-
–– Compilação sobre tratamentos e condi- mário mais geral.
cionamentos de maciços; É marcante a quantidade de publicações
–– Discussão acerca de conceitos de im- especificas sobre obras da Companhia do
permeabilização de túneis, compilação Metrô, 59%, sendo 18% sobre a Linha 2,
de espessuras de revestimento de túneis 18% sobre a Linha 4 e o restante de temário
utilizadas, em função do diâmetro equi- mais geral ou sobre outras linhas.
valente dos túneis. 5 artigos apresentam estudos que envolvem
métodos numéricos e 2 artigos tratam especi-
O resumo apresentado não pode ser con- ficamente da utilização de concreto projetado
siderado exaustivo, por um lado, mas visa a com fibras. O restante dos artigos tem temário
apresentar de forma abrangente as atividades mais geral. A seguir se encontra um breve resu-
de túneis dos últimos anos. O trabalho pu- mo da bibliografia, em ordem cronológica.
blicado 20 anos atrás por Negro et al. (1992) Negro et al. (1992) apresentam em capí-
ainda pode ser considerado como uma das tulo do livro “Solos da Cidade de São Paulo”
referências mais importantes sobre o assunto. compilação de dados e interpretações inte-
ressantes de dados de instrumentação.
Cozzolino (1992) apresenta dados de per-
2 BIBLIOGRAFIA DISPONÍVEL fil geológico ao longo de um túnel de pequeno
diâmetro (3 m) com comprimento de 5400 m,
escavado para a Eletropaulo. O foco do artigo
Neste item se apresenta uma breve revisão é a descrição do perfil, mas são relatadas difi-
bibliográfica dos artigos relacionados com tú- culdades de escavação do túnel nas areias se-
neis construídos na cidade de São Paulo nos dimentares, tendo sido necessária a utilização
últimos 20 anos. Esta revisão, que não pode de rebaixamento do lençol freático.
ser considerada exaustiva, teve foco nas se- Guatteri et al. al. (1994) apresentam dois
guintes publicações: Congressos Brasileiros casos de obra, nos quais o tratamento de es-
de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotéc-
tabilização da frente convencional, com uti-
nica, Revista Solos e Rochas, Seminários de lização de enfilagens tubulares injetadas, foi
Túneis Urbanos - TURBs, Seminários de Fun- substituído por enfilagens tipo “bulbo contí-
dações Especiais - SEFEs, Congressos Brasi- nuo” (CCPh armado com tubo de enfilagem).
leiros de Túneis e Revista Engenharia. Alguns O tratamento foi utilizado em solos Pale-
artigos de outros eventos e publicações téc- ógenos a Neógenos da Formação São Pau-
nicas também foram incluídos. A revisão foi lo e teve, segundo os autores, desempenho
ainda complementada por algumas comunica- melhor do que as enfilagens convencionais.
ções pessoais, principalmente relacionadas a O solo tratado teria alcançado, após 1 dia, 2
túneis de pequeno diâmetro. Não foram inclu- MPa de resistência à compressão simples.
ídas publicações sobre o acidente ocorrido na Negro (1994) apresenta relato geral sobre
estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô de São “Túneis em Solo”, sem foco específico nos
Paulo, pois ainda está em andamento processo solos da Cidade de São Paulo.
judicial para apuração de responsabilidades. Rocha (1995) compilou e sistematizou na
A lista completa dos artigos se encontra forma de uma classificação comportamen-
apresentada nas referências. Ao todo foram tos de túneis escavados em areias, que mos-
encontrados pouco mais de 50 artigos que traram comportamentos bastante distintos
versam sobre solos da Cidade de São Paulo. quanto à estabilidade da frente em função da
Em torno de 57% dos artigos apresentam ca- sua granulometria e mineralogia.
sos de túneis escavados em solos sedimenta- Celestino e Ferreira (1996) apresentam
res Paleógenos a Neógenos, 9% sobre túneis compilação de recalques máximos e distor-
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ções provocados pela escavação de túneis utilizado na avaliação da segurança das esca-
escavados por NATM para o Metrô de São vações da Estação Vila Madalena.
Paulo, bem como custos dos reparos aos da- Ribeiro Neto e Kochen (2000) apresen-
nos provocados às edificações lindeiras. tam estudo genérico sobre segurança e rup-
Parreira e Levada (1998) apresentam si- tura de túneis, que inclui alguns acidentes na
mulações numéricas com modelos de Lade e cidade de São Paulo. Este artigo é bastante
Kim&Lade para um túnel escavado em argilas similar ao artigo apresentado pelos mesmos
porosas e variegadas da formação São Paulo, autores em 2002.
na região da estação Paraíso do Metrô de São Azevedo et al. (2002) apresentam retro-
Paulo, chegando a resultados considerados ade- -análise da instrumentação de um túnel do
quados em relação a deslocamentos medidos. Metrô escavado em argila porosa, utilizando
Sozio et al. (1998) apresentam a avaliação modelo numérico elastoplástico, obtendo bons
de uma ruptura ocorrida em argilas rijas a du- resultados. É interessante notar que o título do
ras fissuradas da Formação São Paulo, no túnel artigo cita solo residual, mas na realidade se
metroviário Itaquera, concluindo que em ma- trata do túnel Paraíso do Metrô, escavado nas
teriais rijos o método observacional, ao menos argilas porosas da Formação São Paulo.
com as tecnologias da época, não é adequado, Castro e Kochen (2002) apresentam rea-
pois não permite a tomada de ações em tempo valiação do revestimento do túnel 1 do Ro-
de estabilizar uma ruptura do tipo da ocorrida. doanel, com foco na construção da 2ª fase do
O túnel de 11 m de largura e 8,5 m de altura revestimento.
estava sendo escavado sem parcializações. Ferreira e Celestino (2002) apresentam
Martinati (1999) apresenta caso de obra artigo sobre instrumentação de revestimentos,
da construção do túnel Eletropaulo, cujo perfil com foco em equipamentos com corda vibran-
geológico foi descrito por Cozzolino (1992), te, sem no entanto discutir especificamente so-
relatando para diversos cenários geológico- los da Cidade de São Paulo.
-geotécnicos encontrados à frente da escava- Guatteri et al. (2002) apresentam caso
ção os problemas e as soluções empregadas. da obra do túnel da Eletropaulo (Cozzolino,
Pinheiro (1999) relata caso de obra do 1992; Martinati, 1999), focando especifica-
túnel Guaianazes, escavado em solo residual mente no tratamento com CCPh realizado
de granito-gnaisse. sob o Rio Tamanduateí. É relatado que a re-
Ré e Rocha (1999) apresentam um resu- sistência à compressão simples do solo trata-
mo do projeto e obra da estação Vila Mada- do teria alcançado 4 MPa.
lena, escavada em solos das Formações São Kochen et al. (2002) apresentam caso de
Paulo e Resende. São relatadas dificuldades obra de um túnel de pequenas dimensões, es-
de rebaixamento do N.A. por poços profun- cavado em solo residual e construído com con-
dos nas areias argilosas da Formação São creto projetado reforçado por fibras metálicas.
Paulo, tendo os DHP´s a vácuo funcionado Ribeiro Neto e Kochen (2002) apresen-
de forma muito mais eficiente. tam estudo genérico sobre segurança e rup-
Rocha et al. (1999) apresentam as obras tura de túneis. Não apresentam, entretanto,
da Linha 2 do Metrô, no trecho Sumaré - Vila casos específicos ou novos, em relação ao
Madalena, incluindo a descrição da ruptura trabalho apresentado por Negro et al. (1992).
no túnel Jaciporã. Rocha et al. (2004 e 2005) apresentam dis-
Teixeira (1999) apresenta 6 casos de cussão acerca da impermeabilização de túneis,
obras de túneis de diâmetro relativamente incluindo a utilização de mantas, conforme
reduzido escavados pelo NATM e revestidos utilizadas na Linha 4 do Metrô de São Paulo.
com concreto projetado com fibras metálicas, Guatteri et al. (2006a) apresentam uma
sem cambotas e em geologias distintas, in- síntese de obras de escavação executadas
clusive em argilas orgânicas. com jet grouting, colocando que resistências
Campos et al. (2000) relatam uma ruptura à compressão simples de 2 MPa são usuais e
ocorrida no túnel da Eletropaulo (Cozzolino, que em solos aluvionares (arenosos) chegam
1992; Martinati, 1999). A ruptura ocorreu pela a 4 a 5 MPa.
frente da escavação, com entrada de água, apa- Guatteri et al. (2006b) apresentam caso
rentemente comunicando a superfície, inunda- da obra da travessia da Av. Cidade Jardim sob
da por forte chuva, e o solo no nível do túnel. a Avenida Faria Lima atravessando aluviões
Celestino et al. (2000) apresentam proce- quaternários, solos Paleógenos da Formação
dimento de utilização de bacia yield density, Resende e solo residual de granito-gnaisse.
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Nestes materiais foi realizado tratamento Rocha et al. (2010) apresentam compila-
principalmente com CCPh. ção sobre a evolução tecnológica das tunela-
Negro (2006) apresenta resultado de pes- doras de grande diâmetro utilizadas na cons-
quisa sobre a prática do projeto de túneis no trução das Linhas do Metrô de São Paulo.
Brasil. Silva e Kuwajima (2010) mostram resul-
Rocha et al. (2006), Ribeiro et al. (2006) tados de estudos numéricos para diferentes
e Silva et al. (2006) apresentam caso de obra modelos constitutivos e comparações com
da Linha 2 do Metrô de São Paulo, com túneis um caso da obra do túnel Paraíso.
escavados em solos Paleógenos a Neógenos Almeida e Souza et al. (2011) apresentam
das Formações Resende e São Paulo. Artigos estudo em modelo numérico tridimensional
com conteúdo similar foram publicados mais não linear de um túnel metroviário em argila
recentemente na Revista de Engenharia, em porosa de São Paulo.
2008, pelos mesmos autores. Negro et al. (2011) apresentam relato de
Kochen (2007) apresenta discussão sobre caso, com dados de instrumentação, de esca-
acidentes em obras de túneis. vação a céu aberto em solos aluvionares moles
Duarte et al. (2008) apresentam análi- para a instalação de uma estação de Metrô.
se do desempenho da escavação da estação Maffei et al. (2012) apresentam estudo de
Paulista da Linha 4 do Metrô de São Paulo. caso, com resultados de instrumentação, sobre o
Estes recalques chegaram a mais de 190 mm. fechamento de um poço de serviço da Linha 4.
Eugênio et al. (2008) apresentam e dis-
cutem a obra de túnel escavado com uso de
shield - TBM na cidade de São Paulo. 3 PRÁTICAS DE PROJETO
Koshima e Guatteri (2008) apresentam re-
lato geral sobre o tratamento de maciços ter-
A prática de projetos no Brasil foi documen-
rosos, incluindo um na cidade de São Paulo.
tada em pesquisa realizada por Negro (2006),
Nakamura et al. (2008) apresentam de
não existindo pesquisa similar específica para
caso de obra de construção de um poço da
a cidade de São Paulo. Entretanto, a grande
Linha 4 do Metrô de São Paulo.
maioria dos entrevistados para a pesquisa
Rocha et al. (2008), Silva et al. (2008a,
foram profissionais sediados em São Paulo
2008b e 2008c) e Vasconcelos et al. (2008)
e, portanto, os resultados obtidos podem ser
apresentam dados da construção da Linha 2
considerados representativos também para
do Metrô de São Paulo.
São Paulo. Os principais resultados obtidos
Celestino et al. (2009a e 2009b) apresen-
encontram-se sintetizados abaixo:
tam dados do projeto e construção de poços e,
em específico, da estação Luz da Linha 4 do
–– Túneis em NATM1, também denomina-
Metrô de São Paulo.
dos segundo a ITA (2009) - International
Duarte et al. (2009) e Ramos et al. (2009)
Tunneling Association, de túneis conven-
analisam os recalques ocorridos na escava-
cionais, são projetados com mais rigor do
ção da Estação Paulista e os decorrentes da
que túneis mecanizados tipo Shield;
passagem da máquina tuneladora nos túneis
–– Para túneis em NATM:
de via da Linha 2.
–– a prática de vincular a construção do
Gonçalves et al. (2009a) apresentam de-
arco invertido ao avanço da frente de
safios e parâmetros operacionais utilizados
escavação é crescente;
na construção do túnel com TBM EPB da
–– para garantia de estabilidade de frente, a
Linha 4 do Metrô de São Paulo. Também
preferência é parcialização da escavação
Gonçalves et al. (2009b) apresentam os desa-
ou construção do arco invertido junto à
fios da travessia da máquina tuneladora sob o
frente. Tratamentos com grampeamento
complexo viário Roosevelt.
da frente são menos preferidos;
Silva et al. (2009) apresentam dados da cons-
–– Revestimentos em aço2 são cada vez me-
trução da estação Alto do Ipiranga, da Linha 2.
Cecílio Jr. et al. (2010) apresentam caso de
obra de poços de grande diâmetro e as corres- 1
Note-se que NATM não se refere especificamente à aplicação
pondentes análises numéricas tridimensionais. do método observacional, mas ao método de escavação sequen-
cial e suporte do maciço com principalmente concreto projetado.
Guatteri et al. (2010) apresentam resumo 2
Entende-se que o revestimento em aço citado é do tipo chapa
de aplicações de jet grouting na construção corrugada, de uso corrente em bueiros e travessias curtas, co-
da Linha 4 do Metrô de São Paulo. mercialmente chamado como tubo “Armco”.

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nos comuns, sendo preferidos concreto do diâmetro do túnel ou análises estáticas
projetado via úmida e concreto moldado, simplificadas;
como revestimento secundário; –– Elaboração de modelo numérico, consi-
–– Está ocorrendo um aumento do núme- derando as definições acima e realizando
ro de projetos que incorporam imper- processamentos numéricos considerando
meabilizações ativas; faixas de “alívios” representativos, geral-
–– Utilizam-se de forma generalizada méto- mente entre 30 e 50%;
dos numéricos para previsão de recalques –– Verificação estrutural do revestimento do
e cálculo de esforços no revestimento. Na modelo numérico, através de metodolo-
maioria dos casos, são utilizados modelos gias convencionais de concreto armado;
elasto-plásticos associados ao critério de –– Análises de estabilidade tridimensionais
Mohr-Coulomb. Utilização de modelos de frente e estabilidade global, através de
tridimensionais ainda é muito restrita; metodologias simplificadas, para avalia-
–– A consideração das pressões neutras é, do ção da seção escavada, atraso do “invert”
ponto de vista teórico, muitas vezes defi- em relação à frente de escavação e even-
ciente: muitas vezes não são consideradas tuais tratamentos;
ou se limitam à consideração da aplica- –– Em função dos resultados, reavaliação
ção do empuxo de água no revestimento; das espessuras e geometria do revesti-
–– As investigações geotécnicas são geral- mento, possíveis tratamentos, rebaixa-
mente rotineiras, baseadas principalmen- mento do lençol freático, etc.
te em sondagens com SPT;
–– Geralmente, as obras são monitoradas Os primeiros túneis escavados em areias
por instrumentação de campo. mostraram comportamentos bastante distintos
–– Frequentemente são utilizados métodos quanto à estabilidade da frente em função da
de equilíbrio limite e métodos empíricos granulometria e mineralogia daqueles mate-
para a análise da estabilidade da frente. riais. Rocha (1995) compilou e sistematizou es-
sas diferenças em forma de uma classificação.
Publicações mais recentes (Cecílio Jr. et
al. 2010 e Silva e Kuwajima, 2010) mostram
utilização de simulações mais sofisticadas, 4 PRÁTICAS DE CONSTRUÇÃO
embora estas ainda não podem ser conside-
radas rotina.
As obras de utilidades, saneamento, gás e
Como estado da prática atual no projeto
abastecimento de energia elétrica, têm em-
de túneis, a seguinte sequência de procedi-
pregado de forma cada vez mais frequente
mentos e cálculos pode ser assumida como
soluções de escavação “não destrutiva”, ou
representativa:
seja, obras executadas em túnel e não em va-
las a céu aberto, como, por exemplo, o túnel
–– Elaboração de perfil ou perfis geológico-
da Eletropaulo citado por Cozzolino (1992),
-geotécnicos representativos, incluindo a
Martinati (1999), Guatteri et al. (1999) e
posição do lençol(is) freático(s);
Campos et al. (1999). Para a realização desta
–– Definição de parâmetros geomecânicos
obra de aproximadamente 3 m de diâmetro
(ou faixas de parâmetros) representa-
e comprimento de 5400 m, escavada pelo
tivos, geralmente com envoltória tipo
método NATM1, foram utilizadas diversas
Mohr Coulomb;
técnicas de tratamento de maciço, como re-
–– Análise inicial da geometria do túnel,
baixamento do lençol freático e jet grouting.
considerando o gabarito e estruturas in-
Destacam-se também as obras de coleto-
ternas;
res troncos escavados ao longo das drenagens
–– Avaliação e definição do tipo(s) de reves-
naturais importantes da cidade, com baixa
timento (concreto projetado e/ou concre-
cobertura e muitas vezes em solos quaterná-
to moldado) e, caso pertinente, sistema
rios não muito competentes. Algumas obras,
de impermeabilização (“submarino”,
inclusive, ocorreram sob o Rio Pinheiros e o
“guarda-chuva”, manta projetada x manta
Rio Tamanduateí, exigindo soluções específi-
convencional);
cas para garantir a segurança das escavações.
–– Estimativa inicial da espessura do reves-
Nas obras executadas por pipe-jacking ou
timento, por exemplo, assumindo 2 a 4%
mini-shields, o revestimento dos túneis tem

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sido composto por tubos de concreto armado, água, o conceito de single shell levou a es-
enquanto que nas obras executadas em NATM1, pessuras substancialmente menores em obras
o suporte e o revestimento definitivo tem sido do Metrô de São Paulo do que em metrôs da
em concreto projetado reforçado com cambotas Alemanha (Franzén e Celestino, 2002). Com a
treliçadas ou concreto projetado com fibras. opção de aquisição de novas tecnologias, prin-
Durante a década de 1990, começaram a ser cipalmente para impermeabilização de túneis,
realizadas escavações mecanizadas com equi- a partir da segunda metade da década de 2000,
pamentos do tipo “slurry shield”, para execução algumas obras metroviárias executadas pelo
de obras do tipo tubo cravado. Os diâmetros de método NATM passaram a ter o seu revesti-
tubos cravados variavam incialmente entre 500 mento secundário executado em concreto ar-
mm e 1200 mm. Estes equipamentos permitem mado moldado in loco. A adoção de sistemas
a instalação rápida de tubos (produção de 20 a de impermeabilização baseados na utilização
30 m lineares por dia) com interferência peque- de geomembranas poliméricas foi fator deci-
na na superfície. Somente a empresa Passarelli3 sivo para essa mudança de conceito.
executou de 1992 a 2012 em torno de 120 km Os dados publicados não permitem dis-
de túneis de pequeno diâmetro e possui um pá- cutir de forma conclusiva produtividades tí-
tio de equipamentos com 13 tuneladoras com picas associadas aos diversos métodos cons-
diâmetro entre 300 e 2000 mm. A empresa Her- trutivos. No caso da escavação com o TBM
renknecht4, fornecedora de equipamentos, co- tipo EPB da Linha 4, velocidades de avanço
mercializou nos últimos anos 18 equipamentos foram compatíveis com a prática mundial. A
com diâmetro entre 300 e 1500 mm. velocidade média foi de 13,3 m/dia e a ve-
A SABESP realizou, entre 1995 e 2005 locidade máxima de 33 m/dia. No caso de
em torno de 138 km de túneis, com diâmetros túneis escavados pelo NATM, a velocidade
variando entre 300 e 3500 mm de diâmetro de avanço depende de forma importante da
(Durazzo, 2012)5. realização ou não de tratamentos e parciali-
Atualmente, a SABESP tem contratado zações; uma velocidade média de avanço de
mais de 100 km de túneis de pequeno diâ- 1m/dia tem sido utilizada para estimativas
metro, que fazem parte do da 3ª fase do pro- preliminares, mas há registros de velocidades
grama de despoluição do rio Tietê, indicando de avanço da ordem de 10 m/dia. Em Negro
a quantidade elevada de obras deste tipo. In- et al. (1992) são citadas velocidades de avan-
felizmente, não há registro sobre este tipo de ço de até 13 m/dia. É importante ressaltar
obra disponível no meio técnico. que comparações diretas entre velocidades
Nas obras viárias e metroviárias, por sua de avanço não são apropriadas, pois estas de-
vez, o NATM foi o principal método utiliza- pendem de uma série de fatores, tais como:
do. Somente nas Linhas 2 e 4 do Metrô de São
Paulo foram utilizadas tuneladoras. No caso –– Dimensões e seção transversal do túnel;
da Linha 2, na década de 90, utilizaram-se –– Tipo e variabilidade do subsolo;
equipamentos de frente aberta, que escava- –– Extensão do túnel;
ram os túneis principalmente acima do nível –– Cobertura de solo sob o túnel;
d´água (Rocha et al. 2010). Já na Linha 4 foi –– Regime de trabalho na obra (1, 2 ou 3
empregada uma máquina tuneladora do tipo turnos);
EPBS (“Earth Pressure Balanced Shield”) de –– Logística disponível nos canteiros de
aproximadamente 9,5m de diâmetro para es- obra; dentre outros fatores.
cavação do túnel de via entre a Estação Faria
Lima e o Poço de Ventilação e Saída de Emer-
gência João Teodoro no centro da cidade. 5 REGISTROS HISTÓRICOS
Em boa parte dos túneis escavados pelo
NATM o suporte da escavação e o revesti-
A Tabela 1 apresenta um registro das princi-
mento secundário constituíram-se de concreto
pais obras subterrâneas realizadas no período
projetado reforçado com cambotas treliçadas
de 1992 a 2012. Note-se que a lista contem-
e telas metálicas. Em condições semelhan-
pla apenas túneis de utilização rodo-, ferro- e
tes de maciço, seção transversal e pressão de
metroviária e algumas obras de utilidades,
cujos dados foram publicados em Celestino
3
Petrere, V. (2012). Comunicação pessoal. et al. (2006).
4
Peev, E. (2012). Comunicação pessoal.
5
Durazzo, F. (2012). Comunicação pessoal.

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Máximos
Tipo de Método Diâmetro ou seção Ano de
Nome Cliente / Função Extensão Geologia predominante recalques Cobertura
Obra construtivo transversal Conclusão
apurados
NATM solo 220,0 m²    
Rodoanel Mário Desenvolvimento Rodo- Granito
Rodoviário NATM 2 x 470 m 2002
Covas - Túnel 1 viário S.A. DERSA 180,0 m² Gnaisse     
rocha
Rodoanel Mário Desenvolvimento Rodo- NATM
Rodoviário 2 x 650 m 220 / 180 m² 2002 Milonito
Covas - Túnel 2 viário S. A. DERSA solo/ rocha
Rodoanel Mário Desenvolvimento Rodo- NATM solo
Rodoviário 2x 1730 m 220 / 180 m² 2002 Quartzito
Covas - Túnel 3 viário S. A. DERSA / rocha

67,0 m² Sedimentos Paleógenos   mín. 1,50m


Empresa Municipal de
Cidade Jardim Rodoviário NATM 1.181 m 2004 (“Taguá”) e alterações de
Urbanização - EMURB
130,0 m² rocha   máx. 6,00m
Fernando Vieira Empresa Municipal de Horizonte argiloso (“Ta-   mín. 5,00m
Rodoviário NATM 224 m 62,0 m² 2004
de Mello Urbanização - EMURB guá”)   máx. 8,50m
Tribunal de Justiça Empresa Municipal de Bacia sedimentar de SP
Rodoviário NATM 2 x 342 m 82 a 92 m² 1996
(Santo Amaro) Urbanização - EMURB (BSSP)
Airton Senna Empresa Municipal de

441
Rodoviário NATM 2 x 1069 m 128 m² 1996 BSSP
(Ibirapuera) Urbanização - EMURB
Jânio Quadros &
Empresa Municipal de
Sebastião Camargo Rodoviário NATM 2 x 576 m 82 m² 1995 BSSP
Urbanização - EMURB  
(Pinheiros)
Empresa Municipal de
Maria Maluf Rodoviário NATM 2 x 738 m 115 m² 1994 BSSP
Urbanização - EMURB
Companhia do Metro- Formação Resende - argilas
Zuquim - Jardim Metroferro-
politano de São Paulo NATM 902 m 30,0 m² 1992 siltosas intercaladas por 15 e 20 mm  
São Paulo viários
- CMSP areias argilosas

Jardim São Paulo Companhia do Metro- 30,0 m² Formação Resende, argilas 7 a 23mm mín. 10,00m
Metroferro-
- Ventilação Pedro politano de São Paulo NATM 859 m 1992 siltosas (Taguá), intercala-
viários
Cacunda - CMSP das por areias argilosas
70,0 a 80,0 m² 14 a 53mm máx. 30,00m

Companhia do Metro- Entre sedimentos terciário   mín. 8,00m


Metroferro-
Tucuruvi politano de São Paulo NATM 315 m 85,0 m² 1992 da formação Resende e
viários
- CMSP maciço pré cambriano
  máx. 23,00m
Máximos
Tipo de Método Diâmetro ou seção Ano de
Nome Cliente / Função Extensão Geologia predominante recalques Cobertura
Obra construtivo transversal Conclusão
apurados
Companhia do Metro- 76,0 m² 6 a 45 mm mín. 5,00m
Metroferro- BSSP - Formação São
Consolação - Sumaré politano de São Paulo NATM 1.088 m 1992
viários Paulo
- CMSP 151,0 m² máx. 140mm máx. 15,00m
BSSP com sedimentos máx. distor-
Companhia do Metro- 69,0 m²
Sumaré - Vila Metroferro- Paleógenos a Neógenos ção
politano de São Paulo NATM 1.565 m 1998 máx. 35,00m
Madalena viários das formações São Paulo e
- CMSP 80,0 m² 1:700
Resende
BSSP com sedimentos  
Companhia do Metro-
Metroferro- Paleógenos a Neógenos
Vila Madalena politano de São Paulo NATM 136 m 19 x 9,6 m 1998 máx. 30,00m
viários das formações São Paulo e 64 mm 
- CMSP
Resende
BSSP com sedimentos
Companhia do Metro-
Metroferro- Paleógenos a Neógenos
Itaquera - Pêssego politano de São Paulo NATM 391 m 82,0 m² 1997 máx. 20mm máx. 23m
viários das formações São Paulo e
- CMSP
Resende
BSSP com sedimentos  
Companhia do Metro-
Pêssego - José Metroferro- Paleógenos a Neógenos

442
politano de São Paulo NATM 1.122 m 81,0 m 1997
Bonifácio viários das formações São Paulo e  
- CMSP
Resende
Companhia do Metro- mín. 4,00m
Metroferro- Solo residual de granito
Túnel Guaianazes politano de São Paulo NATM 244 m 1997
viários gnaisse máx. 8,00m
- CMSP
Companhia do Metro-
Túnel Junto Estação Metroferro- Solo residual de granito
politano de São Paulo NATM 240 m 73,6 m2 2000
Largo 13 viários gnaisse
- CMSP
Companhia do Metro-
Linha 2 - Vila Mariana Metroferro-
politano de São Paulo NATM 1124 m 2 x 34,25 m² 2006 BSSP 17 mm 30 m
- Klabin viários
- CMSP
Companhia do Metro-
Linha 2 - Klabin - Metroferro-
politano de São Paulo NATM 1463 m 2 x apr. 30 m² 2006 BSSP 15 mm 5 a 10 m
Imigrantes viários
- CMSP
Companhia do Metro-
Linha 2 - Imigrantes - Metroferro-
politano de São Paulo NATM 430 m 82 m² 2007 BSSP 20 mm 38m
Alto do Ipiranga viários
- CMSP
Máximos
Tipo de Método Diâmetro ou seção Ano de
Nome Cliente / Função Extensão Geologia predominante recalques Cobertura
Obra construtivo transversal Conclusão
apurados
Companhia do Metro-
Linha 2 - Alto do Metroferro-
politano de São Paulo NATM 143 m 86 m² 2010 BSSP 80 mm 15 m
Ipiranga – Sacomã viários
- CMSP
Passagem Paulo Empresa Municipal de
Rodoviário Cut & cover BSSP
Autran Urbanização - EMURB
Companhia do Metro-
Linha 2 - Estação Alto Metroferro-
politano de São Paulo NATM 136 m 260 e 300 m² 2006 BSSP 17 m
do Ipiranga viários
- CMSP
Companhia do Metro-
Linha 2 - Tamanduateí Metroferro-
politano de São Paulo NATM 400 m 2010 BSSP 5 a 15 m
- Vila Prudente viários
- CMSP
Companhia do Metro-
Linha 2 - Estação Vila Metroferro-
politano de São Paulo NATM 2 x 70 m 80 m² 2010 BSSP 15 m
Prudente viários
- CMSP
Interceptor IPI-6
SABESP Esgoto NATM 11.886 m ~13 m² 5 a 10 m
Pinheiros

443
6 DESLOCAMENTOS INDUZIDOS Chamam atenção os recalques proporcio-
nalmente elevados do trecho NATM, embora,
Neste capítulo são apresentados os resultados possivelmente, parte destes recalques possa
obtidos da instrumentação de alguns túneis, estar associada a rebaixamentos localizados
em parte obtidos da bibliografia disponível e no lençol freático e à diferença dos tipos de
em parte do banco de dados da Companhia maciços. Por outro lado, os recalques medi-
do Metropolitano de São Paulo. dos ao longo do túnel escavado pelo TBM
Celestino e Ferreira (1996) apresentaram tipo EPB foram relativamente reduzidos.
uma compilação de recalques máximos e dis- A tabela abaixo apresenta um resumo dos
torções provocados pela escavação de todos recalques médios, máximos e mínimos veri-
os túneis escavados por NATM para o Me- ficados para os dois trechos, NATM e TBM,
trô de São Paulo até aquela data, bem como respectivamente escavados principalmente
custos dos reparos aos danos provocados às em solos residuais (SR) e sedimentos Paleó-
edificações lindeiras. Apresentou-se também genos a Neógenos da BSSP (BSSP).
uma proposta de estimativa de danos.
O emprego de curvas gaussianas para Tabela 1 - Recalques medidos na Linha 4 do Me-
representação das bacias de recalques mos- trô de São Paulo (em milímetros)
trou-se inadequado em muitas situações
tanto para previsão de danos a edificações Recalque Recalque Recalque
médio mínimo máximo
como para estimativa da distorção máxima
TBM 9,8 0,2 63,8
no maciço para avaliação da segurança das (BSSP)
escavações. Isto levou à introdução de curvas NATM (SR) 60,4 1,6 276,3
tipo yield density (Celestino e Ruiz, 1998)
que se mostraram muito mais apropriadas. Tabela 2 - Perdas de solo (%) na Linha 4 do Metrô
O desplacamento de um bloco de grandes de São Paulo
dimensões na Extensão Norte em 1996 não
pode ser explicado com base em distorções Perda de Perda de Perda de
de bacias gaussianas. A distorção obtida com solo média solo mínima solo máxima
bacia yield density foi compatível com a dis- TBM 0,28 0,01 1,42
torção crítica do maciço. O procedimento foi (BSSP)
utilizado na avaliação da segurança das esca- NATM (SR) 2,23 0,07 11,72
vações da Estação Vila Madalena (Celestino
e Ferreira, 2000). A Figura 2 apresenta os mesmos resulta-
A Figura 1 apresenta os recalques regis- dos, na forma de perda de solo, assumindo
trados ao longo do traçado da Linha 4 do K=0.5 nas bacias gaussianas.
Metrô de São Paulo, diferenciando-se o tre-
cho escavado pela tuneladora EPB (argilas e
areias terciárias) e pelo NATM (solos residu-
ais de gnaisse).

Figura 2 - Perdas de volume ao longo da Linha 4 do


Metrô de São Paulo
Figura 1 - Recalques ao longo da Linha 4 do Metrô de
São Paulo

444
As Tabelas 3 e 4 apresentam alguns resul- As Figuras 4 e 5 a seguir mostram, iso-
tados obtidos dos túneis de via da Linha 2 do ladamente, as perdas de solo em função da
Metrô de São Paulo, acrescidos de valores da profundidade adimensionalizada.
bibliografia (Negro et al. 1992 e Celestino e
Ferreira, 1996).

Tabela 3 - Recalques medidos na Linha 2 do Me-


trô de São Paulo (em milímetros)

Recalque Recalque Recalque


médio mínimo máximo
Linha 2 14,5 0,3 44,4

Tabela 4 - perdas de solo (%) em solos da BSSP


medidos na Linha 2 do Metrô de São Paulo e de
dados publicados na bibliografia.
Figura 4 - Perdas de solo para solos sedimentares da
Perda de Perda de Perda de BSSP em função da profundidade adimensionalizada.
solo média solo mínima solo máxima
Linha 2 0,38 0,01 1,16
Celestino
e Ferreira 0,89 0 8,7
(1996)
Negro et
0,89 0,3 2,6
al. (1992)

A Figura 3 apresenta dados da bibliografia,


acrescida de alguns resultados da instrumenta-
ção dos recalques na superfície das Linhas 2 e
4 do Metrô de São Paulo, divididos de acordo
com o tipo de solo preponderante existente
acima da calota do túnel. Os dados da biblio-
grafia foram obtidos de Celestino e Ferreira Figura 5 - Perdas de solo para solos residuais em função
(1996), Parreira e Levada (1998) e Ré e Rocha da profundidade adimensionalizada.
(1999), Sozio et al. (1998) e Teixeira (1999).
A Figura 6 apresenta uma avaliação dos
máximos recalques observados em função
da cobertura do túnel, adimensionalisados
pelo diâmetro de escavação. Foram utiliza-
dos dados dos túneis da Linha 4 - Amarela,
da Linha 2 - Verde do Metrô de São Paulo,
os publicados por Parreira e Levada (1998) e
os dados publicados Negro et al. (1992). Os
dados também foram classificados de acordo
com a geologia escavada. Conforme pode ser
observado, em solos Paleógenos a Neóge-
nos, a magnitude dos recalques tende a ser
menor conforme aumenta-se a profundidade
Figura 3 - Perdas de solo em função da profundidade adi-
de escavação. Em contrapartida, em solos re-
mensionalizada (BSSP - solos sedimentaras de Bacia Sedi- siduais de gnaisse, este comportamento não
mentar de São Paulo; SR - Solo Residual; AL - aluviões). foi tão característico. A figura também indica
curvas de igual perda de solo. As Figuras 7
É interessante notar que, de maneira ge- e 8 a seguir apresentam os mesmos dados,
ral, as perdas de solo de túneis escavados em separando-se os valores medidos para os so-
solos da BSSP são inferiores aos dos túneis los Paleógenos a Neógenos e para os solos
escavados em solos residuais. residuais. Nota-se valores limite significati-
vamente maiores para os solos residuais.

445
globam um banco de dados maior, com
solos da BSSP, porém de outras compaci-
dades e consistências;
–– Nos solos residuais, as perdas de volumes
foram muito variáveis, mas, de maneira
geral, superiores às dos solos da BSSP.
O valore médio do túnel da Linha 4 foi
2,23%. No túnel Guaianazes, as perdas de
volume médias foram da ordem 3%, de
acordo com Celestino e Ferreira. Negro et
al. (1992) relatam perdas de solo de 5,4%
Figura 6 - Recalques em função da cobertura. no túnel do Sanegran.

Apesar desta aparente diferença, existem


casos de recalques significativos em solos da
BSSP, como é o caso recente da escavação
da Estação Paulista da Linha 4 do Metrô, re-
latado por Duarte et al. (2008): segundo estes
autores, ocorreram recalques de mais de 190
mm e perdas de solo superiores a 3%. Estes
recalques elevados são atribuídos pelos au-
tores à “degradação do solo por saturação”.
Também vale a pena destacar a distinção
Figura 7 - Recalques em função da cobertura, analisan- de escavações subterrâneas em maciços mui-
do-se somente dados obtidos de túneis escavados em to rígidos e maciços mais deformáveis. Em
solos Paleógenos a Neógenos. geral, quanto mais rígido o maciço, menores
as deformações e maior a tendência de uma
ruptura do tipo frágil, ou seja, sem aviso
prévio. Conforme discutido por Sozio et al.
(1998), a ruptura ocorrida em um túnel esca-
vado em argilas terciárias rijas a duras, ocor-
reu de forma brusca e rápida, com recalques
Figura 8 - Recalques em função da cobertura, analisan- bastante reduzidos, se comparados a túneis
do-se somente dados obtidos de túneis escavados em em outros maciços.
solos residuais. Consequentemente, a instrumentação geo-
técnica destinada ao monitoramento de esca-
Embora a quantidade de dados seja limi- vações em maciços muito rígidos deve estar
tada, são possíveis algumas conclusões pre- ajustada a pequenas magnitudes de deforma-
liminares: ção e, principalmente, ser instalada em tem-
po hábil para que não se percam importantes
–– As perdas de volume para o túnel escava- informações durante o período de escavação.
do com o TBM-EPB nos solos da BSSP Adicionalmente, os projetos devem ser
foram, em média, 0,28%. desenvolvidos adotando soluções robus-
–– As perdas de volume nas obras do Metrô tas, nas quais a instrumentação é ferramenta
das Linhas 2, escavados pelo NATM em comprobatória de desempenho. A utilização
solos da BSSP, foram em média inferio- do método observacional, ou seja, o método
res a 0,5%. Estes valores são inferiores NATM conforme sua concepção original, com
aos valores da bibliografia publicados por decisão sobre aplicação ou não de determina-
Negro et al. (1992) e Celestino e Ferreira da técnica de suporte ou tratamento, é mais
(1996), onde as perdas de solo médias fo- usual em túneis não urbanos. Em túneis urba-
ram de 0,89%. Possivelmente, esta dife- nos, esta prática, se aplicada, requer cuidados
rença decorre do fato dos túneis da Linha adicionais entre outros aspectos porque bai-
2 terem sido escavados, em sua grande xas coberturas costumam resultar em falta de
maioria, em argilas duras da Formação aviso da instrumentação superficial. Isto não
Resende. Já os dados de bibliografia en- significa que a utilização da solução de cons-

446
trução de túneis convencionais (ITA, 2009), O tratamento com jet grouting em parti-
tecnologia muitas vezes também chamada de cular vem sendo empregado de maneira sis-
NATM, não seja aplicável. Pelo contrário, a temática, inclusive para aplicações fora da
técnica vem sendo utilizada com sucesso em engenharia de túneis, conforme descrito em
muitos projetos, de diversos diâmetros na ci- diversas publicações e resumido em Koshi-
dade de São Paulo e em todo o mundo. ma e Guatteri (2008) e Guatteri et al. (2010).
A utilização de instrumentação de preci- Um aspecto particularmente importante
são, com sistema de aquisição de dados au- neste tratamento é a resistência à compressão
tomatizada e transmissão “on line” tem sido simples que o solo cimento resultante do jet
uma tendência mundial e, no entendimento grouting alcança.
dos autores, é uma necessidade que deve ser A Figura 9 apresenta dados obtidos es-
suprida nos próximos anos, para que a segu- pecificamente na cidade de São Paulo, bem
rança deste tipo de obra seja incrementada. como dados publicados em testes realizado
Neste ponto vale a pena destacar a di- no Rio de Janeiro e publicados por de Mello
ferença entre os recalques observados em et al. (2001). Nota-se claramente que existe
maciços rígidos e não tão rígidos. A obra da uma faixa de variações bastante elevada e que
Estação Alto do Ipiranga da Linha 2 - Verde o tipo de solo e, em particular, a presença de
do Metrô de São Paulo, cuja seção máxima matéria orgânica afeta de forma importante os
de escavação é de 300 m², teve a maior parte resultados. Os dados publicados não explici-
escavada em solos argilosos extremamente tam a quantidade de cimento empregada; en-
sobreadensados da Formação Resende e uma tretanto usualmente se utilizam consumos de
pequena parte em solos argilosos da Forma- cimento de 400 a 500 kg/m³ de solo tratado.
ção São Paulo, apresentando recalques má- Outro dado importante apresentado por
ximos da ordem de 20 milímetros. Demais Mello et al. (2001) é o fato de não ter sido
informações a respeito podem ser observadas possível estabelecer uma relação entre a re-
em Silva et al. (2008 e 2009). Por outro lado, sistência à compressão simples de corpos de
as obras das Estações Oscar Freire, Paulista e prova moldados do refluxo do solo tratado
Higienópolis, todas da Linha 4 - Amarela do com a resistência à compressão simples de
Metrô de São Paulo, com seção de escava- corpos de prova extraídos do solo tratado.
ção da ordem de 240 a 260 m², apresentaram Existem outros tipos de tratamentos dis-
recalques máximos da ordem de 200 milíme- poníveis no mercado mundial, entretanto sua
tros, sendo escavadas em solos sedimentares aplicação no Brasil e, em específico, em São
da Formação São Paulo. Boa parte da dife- Paulo, tem sido muito limitada. Por exemplo,
rença de comportamento pode ser creditada uma experiência de pequeno porte de utiliza-
aos contextos geológicos observados. ção de congelamento, segundo informações
verbais, teve sucesso limitado e não pode ser
considerada prática comum.
7 CONDICIONAMENTO DO MACIÇO

O condicionamento / tratamento de maciços,


de acordo com a bibliografia disponível, ge-
ralmente é realizado de três formas principais:

–– Drenagem por poços instalados na super-


fície ou por DHP´s e ponteiras filtrantes
a vácuo, instalados no interior do túnel;
–– Reforço do maciço, em específico, na re-
gião da abóboda, através de:
–– Enfilagens metálicas por vergalhões,
cravados ou inseridos em pré-furo
preenchido com calda de cimento;
–– Enfilagens tubulares, injetadas ou não; Figura 9 - Resistência à compressão simples de solo tra-
Jet grouting horizontal, armado ou não. tado com jet grouting. Dados de resistência à compres-
–– Pregagens de frente, constituídas de bar- são simples fornecidos por Koshima6.
ras de aço, fibra de vidro ou PVC.
6
Koshima, A. (2012). Comunicação pessoal.

447
8 REVESTIMENTO PRIMÁRIO, IM- vencional somente nas regiões destinadas ao
PERMEABILIZAÇÃO E REVESTI- desmonte dos mesmos. Além do próprio re-
MENTO SECUNDÁRIO vestimento, os anéis segmentados foram pro-
vidos de gaxetas de neoprene ao longo das
Boa parte dos túneis estudados apresentam faces para garantir sua vedação. Gonçalves
revestimento primário, ocasionalmente tam- et al. (2009) apresentam as características
bém denominado de “suporte”, em concreto desses anéis.
projetado e o revestimento secundário tam- Com relação às espessuras do revestimen-
bém em concreto projetado em contato direto to, a Figura 10 apresenta uma relação entre as
com o revestimento primário. Nestes túneis, espessuras empregadas e o diâmetro de esca-
a estanqueidade do sistema foi idealizada vação adotado, com indicação de duas retas
para ser garantida através do próprio concre- que relacionam a espessura do revestimento
to projetado. Eventuais infiltrações deveriam com o diâmetro equivalente do túnel, para 2
ser sanadas com tratamento do próprio con- e 7,5%. Nos túneis onde a geomembrana não
creto projetado, injeções ou condução até o foi empregada foi considerada a espessura
sistema de drenagem. do revestimento primário e do revestimento
No entanto, os túneis em NATM da Li- secundário.
nha 4 - Amarela e os da expansão Leste da
Linha 2 - Verde do Metrô de São Paulo foram
impermeabilizados com geomembranas poli-
méricas, e o revestimento secundário execu-
tado em concreto moldado não aderido ao
suporte da escavação.
Na Linha 4 - Amarela, os túneis foram
revestidos segundo o conceito de estanquei-
dade total, com a aplicação da geomembrana
ao longo de toda a seção de escavação. Já nos
túneis de Estação e nos destinados ao posi-
cionamento dos equipamentos de mudança Figura 10 - Espessuras de revestimento em função do
de via da Expansão Leste da Linha 2 - Verde, diâmetro do túnel. Nota: P = revestimento primário, S =
somente a calota do túnel foi revestida com revestimento secundário.
geomembrana polimérica, tirando partido
da baixa permeabilidade verificada princi-
palmente nos solos Paleógenos a Neógenos 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
argilosos.
Demais informações a respeito dos con- Este capítulo apresentou um breve resumo
ceitos de impermeabilização adotados no sobre projetos e obras de túneis na cidade de
Metrô de São Paulo podem ser verificadas São Paulo nos últimos 20 anos. Infelizmen-
em Rocha et al. (2004, 2005). te, não há registro de informações técnicas a
A discussão acerca das vantagens e des- respeito de túneis de pequeno diâmetro, em-
vantagens dos diversos tipos de solução de bora estes tenham sido utilizados em grande
revestimento e impermeabilização fogem do escala para obras de saneamento. Para estes
alcance deste capítulo, além de não existir um túneis, o método de escavação mecanizado
consenso técnico sobre a solução “ideal”. Vale foi o mais empregado.
citar que o uso de membranas projetadas, que Com relação aos túneis de grande diâme-
permitiriam impermeabilização sem abrir mão tro, importantes obras foram executadas pelo
da aderência entre o revestimento primário e método do NATM neste período, além da uti-
secundário, tem sido divulgadas pelos seus lização da máquina tuneladora para a Linha
fabricantes. Entretanto, sua aplicação, com ou 4 - Amarela do Metrô de São Paulo.
sem sucesso, em específico na cidade de São Para a próxima década, existe uma tendên-
Paulo, não foi comprovada ou publicada. cia de maior utilização desses equipamentos,
No túnel de via da Linha 4 executado principalmente nas obras metroviárias. Con-
com a máquina tuneladora, foram emprega- tudo, existem importantes projetos ora em
dos anéis de concreto reforçado com fibras andamento ou em estudo cuja metodologia
de aço e anéis armados com armadura con- empregada ou a ser empregada é a do NATM.
448
Com relação à instrumentação, faz-se um do Metrô de São Paulo: Análise Numérica Tri-
alerta para a aparente pouca importância que dimensional dos Poços de Grande Diâmetro”.
se tem dado ao tema, com pouco volume de XV COBRAMSEG, Gramado, RS.
dados e, quando disponíveis, de qualidade Celestino, T.B.; Ferreira, A.A. (1996) Building
Damage Associated To Recent Tunnels Exca-
questionável.
vated For The São Paulo Subway. In: Inter-
Finalmente, as informações técnicas pu- national Conference On North American Tun-
blicadas sobre acidentes e rupturas são escas- neling´96, 1996, Washington. Proceedings.
sas, o que dificulta sua análise e consequente Rotterdam: Balkema. v. 1. p. 81-87.
aprendizado associado. Celestino, T.B. ; Ruiz, A.P.T. (1998). Shape of
Settlement Troughs Due To Tunnelling Trou-
gh Different Types of Soft Ground, Felsbau,
v2, p. 118-121.
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Shallow tunnel excavation safety evaluation
Os autores gostariam de manifestar seus based on ground distortion measurements. In:
agradecimentos à Companhia do Metropo- Word Tunnel Congress 2000 p. 79-83.
litano de São Paulo e seus colaboradores, e Celestino, T.B., Koshima, A., Telles, R.C.D., As-
principalmente aos amigos tuneleiros que sis, A. (2006). “Túneis do Brasil”. CBT.
contribuíram com o fornecimento de dados Celestino, T.B., Rocha, H.C., Gonçalves, F.L.
(2009a). “Geotechnical Aspects of Shaft
para a elaboração deste capítulo. Adicio-
Design and Construction in São Paulo City
nalmente, gostariam de manifestar especial Urban Area”. In: ITA–AITES World Tunnel
agradecimento aos Eng. Flávio Durazzo, da Congress, 2009, Budapest, Hungary.
SABESP, ao Eng. Vlamir Petrere, da empresa Celestino, T.B., Mitsuse, C.T., Casagrande, F.,
Passarelli, e ao Eng. Edson Peev, da empresa Harada, T., Leme, S.R.A. (2009b). “Design
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