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DIREITO

ELEITORAL
Justiça Eleitoral

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marco Carvalhedo

Apresentação . .................................................................................................................................................. 4
Justiça Eleitoral . .............................................................................................................................................. 5
1. Aspectos Gerais da Justiça Eleitoral .................................................................................................. 5
1.1. Breve Histórico . ........................................................................................................................................ 5
1.2. Estrutura Organizacional .................................................................................................................... 5
1.3. Justiça Especializada ............................................................................................................................. 7
1.4. Inexistência de Magistratura Própria . .......................................................................................... 8
1.5. Periodicidade de Investidura dos Membros ................................................................................ 9
1.6. Garantias da Magistratura Aplicadas aos Juízes Eleitorais . ..............................................12
1.7. Divisão Territorial Própria para Fins Eleitorais (Circunscrições, Zonas e
Seções)....13
1.8. Irrecorribilidade de suas Decisões . .............................................................................................. 14
2. Funções da Justiça Eleitoral .................................................................................................................15
2.1. Função Jurisdicional . ............................................................................................................................15
2.2. Função Administrativa . ......................................................................................................................16
2.3. Função Regulamentar . ...................................................................................................................... 18
2.4. Função Consultiva . ..............................................................................................................................20
3. Tribunal Superior Eleitoral . ................................................................................................................. 26
3.1. Sede e Jurisdição do TSE .................................................................................................................... 26
3.2. Composição do TSE ............................................................................................................................. 27
3.3. Alteração da Composição do TSE . .................................................................................................28
3.4. Escolha de Ministros Efetivos do TSE . ....................................................................................... 29
3.5. Escolha de Ministros Substitutos do TSE . .................................................................................34
3.6. Vedações à Escolha de Ministros do TSE . .................................................................................34

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3.7. Quórum de Deliberação do TSE . ..................................................................................................... 36


4. Tribunal Regional Eleitoral – TRE . .................................................................................................... 37
4.1. Jurisdição e Sede do TRE . ................................................................................................................. 37
4.2. Composição do TRE ............................................................................................................................. 37
4.3. Escolha dos Juízes Efetivos do TRE . ............................................................................................ 41
4.4. Escolha de Juízes Substitutos do TRE ........................................................................................49
4.5. Vedações à Escolha dos Juízes do TRE . ..................................................................................... 50
4.6. Quórum de Deliberação do TRE . .................................................................................................... 53
5. Juiz Eleitoral . ..............................................................................................................................................54
5.1. Processo de Escolha do Juiz Eleitoral . .........................................................................................54
5.2. Jurisdição do Juiz Eleitoral . ............................................................................................................. 56
5.3. Temporalidade no Cargo de Juiz Eleitoral ................................................................................. 56
6. Junta Eleitoral . .......................................................................................................................................... 57
6.1. Composição das Juntas Eleitorais . ............................................................................................... 57
6.2. Processo de Escolha dos Membros da Junta Eleitoral . .......................................................58
6.3. Vedações à Escolha de Membros da Junta Eleitoral . ........................................................... 59
7. Competências da Justiça Eleitoral. ...................................................................................................60
7.1. Estudo Comparativo das Competências da Justiça Eleitoral ..............................................61
7.2. Estudo Isolado das Competências da Justiça Eleitoral ....................................................... 78
Resumo . .............................................................................................................................................................82
Questões de Concurso . .............................................................................................................................. 92
Gabarito .............................................................................................................................................................111
Questões Comentadas .............................................................................................................................. 112

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ApresentAção

Caro(a) aluno(a), vamos iniciar nosso curso tratando dos aspectos gerais da Justiça Elei-
toral. Essa primeira parte da aula é importante para que você comece a perceber que a Justiça
Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário Federal com características muito singulares. Desde
a definição de suas competências (funções jurisdicional, administrativa, consultiva e regula-
mentar) até o modelo de sua organização funcional (composição híbrida e não vitalícia), tudo
(ou quase tudo) na Justiça Eleitoral é um tanto diferente.
Após você conhecer os aspectos gerais da Justiça Eleitoral, passaremos, na segunda par-
te da aula, a estudar o modo como ela se organiza, e, na terceira e última parte, finalizaremos
nosso estudo apresentando suas competências.
Vamos lá!!!

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JUSTIÇA ELEITORAL

1. Aspectos GerAis dA JustiçA eleitorAl

Vamos inicialmente estudar os aspectos gerais da Justiça Eleitoral. Vamos conhecer sua

estrutura organizacional, o âmbito de sua atuação, a composição de seus tribunais, as pecu-

liaridades incidentes sobre seus membros, sua organização territorial e, finalmente, a recor-

ribilidade de suas decisões.

1.1. Breve Histórico

Antes de adentrarmos especificamente na matéria, faz-se necessário um breve histórico

deste importante ramo do Poder Judiciário Federal.

A Justiça Eleitoral do Brasil foi criada pelo Decreto n.º 21 076, de 24 de fevereiro de 1932.

Anos depois, foi extinta com a outorga da Constituição de 1937, que não a recepcionou. Res-

surgiu com o fim do Estado Novo e a promulgação da Carta Constitucional de 1946. A partir

do golpe/revolução de 1964, teve sua atuação restrita a organização das eleições para ve-

reador, prefeito, deputado estadual e federal. Em 1982, organizou as primeiras eleições para
Governador depois do golpe/revolução militar de 1964. Em 1989, realizou, finalmente, as pri-

meiras eleições para Presidente.

Hoje tem como função precípua organizar eleições para os cargos eletivos de Presidente,

Vice-Presidente, Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado estadual, Deputado Fede-

ral, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

1.2. estruturA orGAnizAcionAl

Nos termos do art. 118 da CF/1988, a Justiça Eleitoral, integrante da estrutura do Poder

Judiciário da União, é composta pelos seguintes órgãos federais:

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Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.

Em plena compatibilidade com a Constituição Federal, o art. 12 do Código Eleitoral esta-


belece:

Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País;
II – um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do
Tribunal Superior, na Capital de Território;
III – Juntas Eleitorais;
IV – Juízes Eleitorais.

O Tribunal Superior Eleitoral – TSE, os tribunais regionais eleitorais e as juntas eleitorais


são órgãos colegiados, formados por mais de um membro, enquanto os juízes eleitorais são
órgãos monocráticos, personalizados na figura única do magistrado.
Esses órgãos são ordenados em instâncias para o exercício da função jurisdicional. O TSE
compõe a instância especial ou extraordinária; os tribunais regionais eleitorais a 2ª instância;
e os juízes eleitorais e as juntas eleitorais representam a 1ª instância.
Note que os juízes eleitorais e as juntas eleitorais fazem parte do mesmo grau de juris-
dição. Inexiste vinculação jurisdicional entre eles no exercício de suas funções, as quais são
específicas e não se confundem, conforme será visto em momento oportuno.
Composição da Justiça Eleitoral

ÓRGÃO INSTÂNCIA TIPO DE ÓRGÃO

SUPERIOR OU
TSE COLEGIADO
ESPECIAL
TRE 2ª INSTÂNCIA COLEGIADO
JUNTA ELEITORAL 1ª INSTÂNCIA COLEGIADO
JUIZ ELEITORAL 1ª INSTÂNCIA MONOCRÁTICO

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Sem embargo da jurisdição ser una, o legislador constitucional, diretamente ou por ordem
expressa de elaboração de lei complementar, define o conjunto de competências próprias de
cada ramo do Poder Judiciário.
Por opção do legislador constitucional e rompendo a tradição constitucional brasileira
de estabelecer no próprio texto constitucional um núcleo mínimo de atribuições da Justiça
Eleitoral, o atual texto da Carta Magna estabeleceu, no seu art. 121, que Lei complementar
deveria dispor sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das
juntas eleitorais. O diploma legal que satisfaz esse comando constitucional é a Lei n. 4.737,
de 15 de julho de 1945, também conhecida como Código Eleitoral – CE.
Muito embora esse normativo não tenha sido editado como uma Lei complementar,
as matérias relativas à organização e à competência da Justiça Eleitoral nele contidas passa-
ram, por força do disposto no art. 121 da CF/1988, a ter força de Lei complementar. Com isso,
vale notar que qualquer alteração no CE em matéria de organização e competência exige, nos
termos da sistemática própria de alteração das leis complementares, o quórum qualificado de
maioria absoluta, ou seja, os votos de metade mais um do órgão legislativo.
Nos termos do CE, é pacífico o entendimento de que cabe à Justiça Eleitoral a apreciação
de feitos eleitorais, inclusive os de natureza criminal – crimes eleitorais.
Contudo, matéria complexa e que certamente será objeto de questionamento em concur-
sos públicos nos remete ao questionamento sobre o que fazer quando se tem casos cujos
fatos guardam relação entre si, mas que, em razão de sua matéria, deveriam ser julgados
em jurisdições com funções distintas, como por exemplo, crimes comuns, federais ou
estaduais, praticados em conexão com crimes eleitorais. Para alguns doutrinadores a
competência para julgar tais crimes é da justiça comum, estadual ou federal, enquanto
para outros o foro adequando é a Justiça Eleitoral.
Recentemente, em 13 e 14-3.2019, o Supremo Tribunal Federal se pronunciou sobre a

controvérsia, no julgamento do AgR-Inq n. 4435, da relatoria do Ministro Marco Aurélio, oca-

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sião em que manteve sua jurisprudência tradicional e reafirmou que, nesses casos, a compe-
tência é da Justiça Eleitoral.
Segundo o STF, diante de crimes conexos é querido a reunião dos processos em um só
juízo e o julgamento em conjunto, a fim de evitar decisões conflitantes. A regra para definir o
juízo único é a contida no art. 78, IV, do Código de Processo Penal – CPP, cuja redação esta-
belece que no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
Nesse mesmo sentido, lembrou a maioria dos ministros do STF, o art. 35, II, do CE afirma
que cabe aos juízes eleitorais processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe fo-
rem conexos, ressalvada a competência originária dos tribunais regionais.
Ademais, para finalizar, o art. 109, IV, da CF/1988, ao estabelecer a competência criminal
da Justiça Federal, ressalva expressamente os casos de competência da Justiça Eleitoral.
Eis a ementa do julgado da Corte Constitucional.

COMPETÊNCIA – JUSTIÇA ELEITORAL – CRIMES CONEXOS. Compete à Justiça Eleitoral


julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos – inteligência dos artigos
109, inciso IV, e 121 da Constituição Federal, 35, inciso II, do Código Eleitoral e 78, inciso
IV, do Código de Processo Penal.
(AgR-Inq n. 4435, Min. Rel. Marco Aurélio, j. 13 e 14.3.2019)

Não se preocupe com as rápidas linhas agora traçadas, vamos voltar a este tema quando
tratarmos da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral. Aqui foi só uma pílula para subli-
nhara importância do tema, especialmente para concursos públicos.

A Justiça Eleitoral não possui um quadro próprio de membros com mandato vitalício,
como sói ocorrer nos demais órgãos do Poder Judiciário.
Os juízes eleitorais são escolhidos pelos tribunais regionais eleitorais entre os juízes es-
taduais e exercem, durante prazo definido, a função eleitoral concomitantemente com o cargo
estadual de origem.

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Já o TSE e os tribunais regionais eleitorais – são compostos por advogados e juízes de

outros ramos do Poder Judiciário. De igual modo, cumpre informar, que os membros dos

tribunais eleitorais acumulam suas funções: os escolhidos na classe dos advogados podem

continuar o exercício da advocacia, a exceção da atuação na Justiça Eleitoral, e os ministros

do STF e STJ continuam exercendo, nesses tribunais, seu múnus público.

Logo, não se anime, infelizmente não existe concurso público para o cargo de juiz da Jus-

tiça Eleitoral.

1.5. periodicidAde de investidurA dos MeMBros

Os juízes que compõem a Justiça Eleitoral não são vitalícios. Ao contrário, possuem um
mandato fixo.

Na lição de Adriano Soares da Costa (2009, p. 253) o objetivo da norma constitucional é

evitar a captura dos juízes eleitorais pelo poder econômico ou político. Confira a seguir.

Essa alternância nos quadros da Justiça Eleitoral decorre do princípio da temporariedade

e foi instituída com a finalidade de evitar a influência do poder econômico ou do poder político

em sua atuação. No ponto, colhe-se a lição de Andrade Neto:

[...] o modelo de Justiça Eleitoral previne contra desgastes decorrentes de fricções políticas e aten-
de à finalidade de que o exercício do controle seja feito imparcialmente. Com o impedimento de que
a condição de magistrado se prolongue por duas eleições para os mesmos cargos, pretende-se
evitar que se acumulem, de um para outro pleito, sequelas e interesses contrariados.

Vamos explicar isso melhor!

1.5.1. Dos Membros de Tribunais Eleitorais

Nos termos do art. 121, § 2º, da CF/1988, os membros dos tribunais eleitorais devem

servir à Justiça Eleitoral por, no mínimo, dois anos. A esse respeito, veja a prescrição contida

no art. 121, § 2º da CF:

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Art. 121. Omissis


[...]
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo,
e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma oca-
sião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

Segundo o art. 14, §1º, do CE, o biênio será contado ininterruptamente a partir da data
da posse, sem o desconto do tempo de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de
licença, férias, ou licença especial.

Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2012, Antônio se torne juiz efetivo de um TRE. Em
janeiro de 2013, Antônio entre de licença médica e retorne ao Tribunal somente em outubro do
mesmo ano. Considerando que não há, durante o período de sua licença médica, suspensão
da contagem do seu biênio, passados dois meses do seu retorno (novembro e dezembro de
2013), ocorrerá o término do seu 1º biênio (2012-2013).

Existe, no entanto, uma exceção a essa regra. O art. 14, § 3º, do CE, estabelece que da
homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final da eleição, não po-
derão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, parente
consanguíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo
registrado na circunscrição. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4/5/1966).
Nesse caso, aplicável a todos os membros da Justiça Eleitoral, esse período de afasta-
mento dos juízes impedidos não é computado para fins de contagem do biênio.
Os ministros escolhidos para compor a Justiça Eleitoral devem exercer o cargo, obrigato-
riamente, por dois anos. Já a recondução, por igual período, é facultativa, consoante estabe-
lece o art. 1º da Res.-TSE n. 20.958/2001.
Caso haja pedido da dispensa da função eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio,
a apreciação do pedido compete ao tribunal eleitoral a que pertencer o juiz, nos termos do
art. 9º da mencionada resolução do TSE.
A despeito do mandato fixo de dois anos, é possível que haja a recondução de um mem-
bro de tribunal eleitoral para um único biênio subsequente. Um terceiro biênio em sequência
é vedado.

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Inexiste, todavia, proibição para que um determinado juiz que já exerceu o cargo de mem-
bro de tribunal eleitoral por dois biênios consecutivos volte a ocupar o mesmo cargo. Neste
caso, porém, ele somente poderá retornar ao cargo após dois anos do término do segundo
biênio, podendo esse prazo ser reduzido em caso de inexistência de outros juízes que preen-
cham os requisitos legais.

Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2012, João da Silva, Ministro do STF, torne-se Minis-
tro efetivo do TSE. Passados dois anos (2012-2013), finda o seu biênio obrigatório, também
chamado 1º biênio. A partir daí, poderá ele ainda exercer um 2º biênio (2014-2015) sem que
haja qualquer impedimento, desde que o STF o eleja por meio de um escrutínio secreto. Agora,
findos os dois biênios, um 3º biênio (2016-2017) na sequência está vedado.
Não há, contudo, impedimento algum para que, passados dois anos do término do segundo
biênio, o mesmo João da Silva seja eleito pelo STF para exercer novamente o cargo de minis-
tro do TSE.

Ao término de cada biênio, os ministros, sejam eles substitutos ou efetivos, deverão se


submeter ao mesmo processo de escolha originário. Logo, não há recondução automática
para o exercício do cargo.
Continuando. Os tribunais possuem duas classes de membros: os substitutos e os efe-
tivos escolhidos em número igual para cada categoria. Nesse ponto, cumpre informar que a
contagem dos biênios dos ministros substitutos não se confunde com a dos efetivos. Isso
significa que um ministro substituto pode exercer esse cargo por dois biênios e, na sequência,
ser escolhido para o cargo de ministro efetivo e exercê-lo por mais dois mandatos, sem que
com isso viole a regra constitucional.

1.5.2. Dos juízes eleitorais

Embora a regra do art. 121, § 2º, da CF/1988 faça referência expressa aos “juízes dos tri-
bunais eleitorais”, o mandato dos juízes eleitorais também obedece a regra da periodicidade.
Obviamente que esse mandato não é tão rígido quanto os dos juízes de tribunais elei-
torais, notadamente porque em muitos municípios do Brasil há um único juiz em exercício.

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Todavia, na medida do possível, os tribunais regionais eleitorais, responsáveis pela escolha


dos juízes eleitorais, tentam realizar esse rodízio na função eleitoral, a fim de evitar a captura
do juiz eleitoral pelo poder econômico ou político.
Mais adiante vamos estudar como é realizada a escolha de juízes eleitorais e, então, isso
ficará mais evidente.

1.6. GArAntiAs dA MAGistrAturA AplicAdAs Aos Juízes eleitorAis

O art. 121, § 1º, da CF/1988 garante aos membros, titulares e substitutos, de tribunais
eleitorais, aos juízes de Direito e aos integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas
funções e no que lhes for aplicável, plenas garantias e inamovibilidade.
Essas garantias estão elencadas na própria Carta Constitucional, mais precisamente no
seu art. 95, quais sejam: vitaliciedade, irredutibilidade de subsídio e inamovibilidade, previstas
nos seguintes termos:

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:


I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo
a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I.

Não obstante todas essas garantias estejam asseguradas pelo texto constitucional, so-
mente a inamovibilidade se amolda a peculiar situação dos juízes eleitorais. Chega-se a essa
conclusão a partir da seguinte análise:
a) Vitaliciedade – os membros de tribunais eleitorais são escolhidos para exercerem um
mandato de, no mínimo, dois anos e podem ser reconduzidos, por um único período
subsequente (art. 121, § 2º, CF). Passado esse período, esses membros, necessaria-
mente, deixam de compor a Justiça Eleitoral. Trata-se do princípio da temporariedade
do exercício das funções eleitorais. Assim, a garantia da vitaliciedade é incompatível
com o princípio da periodicidade da investidura das funções eleitorais.

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b) Irredutibilidade de subsídios – quem exerce funções de magistrado na Justiça Eleitoral


não recebe um subsídio. Percebe tão somente uma gratificação de representação pela
efetiva participação nas sessões de julgamento do tribunal. Se não participam não
recebem retribuição alguma.
c) Inamovibilidade – essa garantia é compatível com a Justiça Eleitoral e os membros
desta, no exercício de suas funções, são inamovíveis.

1.7. divisão territoriAl própriA pArA Fins eleitorAis (circunscrições,


zonAs e seções)

A circunscrição eleitoral revela a abrangência territorial da eleição. Na eleição presidencial


alcança todo o País; na eleição estadual, o Estado; na eleição municipal, o município.
a) Tribunal Superior Eleitoral – TSE: É o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral. Exerce a
jurisdição eleitoral em todo o País, nos limites de sua competência;
b) Tribunais Regionais Eleitorais – Possuem jurisdição nos limites territoriais de um Es-
tado. A circunscrição eleitoral de um TRE limita-se ao Estado da Federação em que
possui sua sede;
c) Juízes Eleitorais – O Estado é dividido em zonas eleitorais, nas quais os juízes eleito-
rais exercem as funções eleitorais.

Para melhor prestar a jurisdição, a circunscrição eleitoral é dividida em zonas eleitorais.


A depender do número de eleitores, essas zonas eleitorais podem abranger mais de um muni-
cípio e vice-versa. Noutro falar, município com grande número de eleitores comporta mais de
uma zona eleitoral; municípios com reduzido número de eleitores podem compor uma única
zona eleitoral.
Você já percebeu que essa especialíssima forma de organização da Justiça Eleitoral – di-
visão em zonas eleitorais levando em consideração o número de eleitores – não segue a di-
visão em comarcas adotada pela Justiça Comum. Assim, podem existir comarcas com mais
de uma zona e vice-versa.

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No município do Rio de Janeiro, por exemplo, temos várias zonas eleitorais e vários Ju-
ízes Eleitorais, fato este perfeitamente adequado ao grande número de eleitores existentes,

haja vista a impossibilidade fática da organização dessa massa de eleitores por apenas um

magistrado.

Ao contrário, em municípios minúsculos, com uma quantidade muito pequena de elei-

tores, é comum a junção desses municípios em apenas uma zona eleitoral, vinculada a um

único Juiz Eleitoral.

No período 2017/2018, eu, Weslei Machado, atuei como Promotor Eleitoral na 50ª Zona

Eleitoral do Estado do Amazonas, cuja sede do cartório está localizada no Município de Juruá.

Essa zona eleitoral tem 71061 eleitores. Assim, nesse município, há a apenas uma zona elei-
toral em que atuam um juiz eleitoral e um promotor eleitoral.

Por fim, temos a seção eleitoral, que nada mais é do que uma subdivisão da zona. Trata-

-se da menor unidade na divisão eleitoral, onde, na prática, os eleitores votam.

1.8. irrecorriBilidAde de suAs decisões

Os feitos eleitorais são julgados pela Justiça Eleitoral com caráter de definitivi-

dade. Assim, em regra, não cabem recursos das decisões do TSE, salvo aqueles dirigidos ao
STF, nas hipóteses expressamente previstas no art. 121, § 3º da CF.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.

Nota-se, portanto, que o TSE é o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, a quem cabe decidir

definitivamente sobre a matéria eleitoral infraconstitucional. São passíveis de recurso, no en-

tanto, decisões que violam diretamente o texto constitucional – cabe recurso extraordinário

ao STF – ou aquelas proferidas pelo TSE, em sua competência originária, em que denegada

a ordem em mandado de segurança ou habeas corpus – neste caso o apelo a ser dirigido ao

STF é o recurso ordinário.


1
http://www.tre-am.jus.br/eleicoes/eleitorado-do-amazonas, acessado em 14/4/2018, às 15h06

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2. Funções dA JustiçA eleitorAl

A Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário da União que, além da função jurisdi-
cional típica, possui, ainda, de forma típica, as funções administrativa, regulamentar e con-
sultiva.

2.1. Função JurisdicionAl

A função jurisdicional da Justiça Eleitoral se circunscreve ao julgamento de matérias que


estão sob a tutela normativa do Direito Eleitoral.
De acordo com Zilio (p. 37):

A atividade julgadora da Justiça Eleitoral ocorre através da resolução de conflitos na esfera espe-
cializada, precipuamente através do julgamento das ações eleitorais (lato sensu).

Essa regra, contudo, possui exceções. Fique atento(a) a duas delas: a primeira se refere a
questões internas dos partidos políticos e suas relações com os filiados, que tenham reflexos
no pleito eleitoral, como por exemplo, no registro de candidatura.
Muito embora os partidos possuam, nos termos do art. 17, §1º, da CF/1988, autonomia
para definir regras sobre sua organização e funcionamento, e, em regra, a Justiça Comum
Estadual seja a competente para solucionar, por meio da aplicação de regras de Direito Par-
tidário, eventuais litígios no âmbito interno dessas agremiações, o TSE já decidiu que se os
reflexos desses conflitos atingirem o pleito, a competência passa a ser da Justiça Eleitoral.
Confira precedentes:

A Justiça Eleitoral não detém competência para apreciar feitos em matérias respeitan-
tes a conflitos envolvendo partidos políticos e seus filiados, quando estas não tenham
reflexo no prélio eleitoral. (TSE, AgR/AI n. 70-98, Rel. Min. Luiz Fux, DJE de 23/06/2015).
Conquanto as questões envolvendo órgãos partidários constituam matéria interna cor-
poris das agremiações, a Justiça Eleitoral tem competência para examinar os efeitos
daí decorrentes que se relacionam aos processos de registro de candidatura. (REspe n.
183-51, Rel. Min. Dias Toffoli, PSESS de 25.10.2012). É competência de a Justiça Eleito-
ral analisar controvérsias sobre questões internas das agremiações partidárias quando
houver reflexo direto no processo eleitoral, sem que esse controle jurisdicional interfira

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na autonomia das agremiações partidárias, garantido pelo art. 17, § 1º, da CF. (AgR/
REspe n. 26.412, Rel. Min. Cesar Rocha, de 20/9/2006)

A outra exceção refere-se às ações sobre perda de mandato por infidelidade


partidária, regulamentada pela Res.-TSE n. 22.610. Ainda que o instituto infidelidade
partidária não tenha liame algum com o Direito Eleitoral e refira-se ao vínculo entre o candi-
dato eleito (para cargo majoritário) e o seu partido político, no julgamento do MS n. 26.002,
o STF decidiu que essas lides são da competência da Justiça Eleitoral.
Mais adiante vamos estudar com detalhes a competência dos órgãos da Justiça Elei-
toral. Nesse estudo, você verá que, ainda que a matéria seja de competência dessa Justiça
especializada, vez ou outra, a resolução de conflitos exige a aplicação supletiva e subsidiária
de outros diplomas normativos, tais como o Código de Processo Civil, o Código de Processo
Penal, o Código Civil etc.

Sem prejuízo do exercício da função administrativa atípica, comum a todos os ramos do


Poder Judiciário que cuidam da organização e funcionamento dos seus tribunais, a Justiça
Eleitoral exerce a chamada função administrativa típica, que se consiste na administração
das eleições e do cadastro de eleitores no Brasil. Em razão dessa especificidade, esse é o
único ramo do Poder Judiciário que possui função administrativa de forma típica. Segundo
Zilio (p. 36):

A atividade administrativa da Justiça Eleitoral se revela pela organização e administração do pro-


cesso eleitoral (lato sensu). Assim, é atribuição da Justiça Eleitoral a administração do cadastro de
eleitores, procedendo aos atos de alistamento e transferência, revisão do eleitorado, designação
de locais de votação, criação das seções eleitorais e Zonas Eleitorais, nomeação e convocação de
mesários e escrutinadores

Não confunda essa função administrativa típica da Justiça Eleitoral relacionado à organiza-
ção e administração das eleições com:
a) função administrativa atípica – essa função é realizada por todos os órgãos da Admi-
nistração Pública, inclusive os tribunais. Consiste na organização interna dos serviços

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administrativos, como por exemplo a contratação de mão-de-obra de atividades meio,


a concessão de benefícios a servidores etc.
b) função jurisdicional em processos administrativos – trata de função jurisdicional típi-
ca de qualquer tribunal, na qual a matéria de natureza administrativa é submetida ao
crivo do Poder Judiciário, como por exemplo pedido de cancelamento de registro de

partido político.

2.2.1. Poder de Polícia como Manifestação da Atividade Administrativa

O poder de polícia pode ser definido como o poder/dever atribuído aos órgãos da Justiça
Eleitoral para fiscalizar e impedir a continuidade de veiculação de propaganda em desconfor-
midade com a lei (art. 41, §§ 1º e 2º, da Lei n. 9.504/1997). É caracterizado como atividade
tipicamente administrativa da Justiça Eleitoral, prevista no art. 41 da Lei n. 9.504/1997.
Nessa atuação, os juízes eleitorais estão autorizados a notificar os candidatos a retirar de
circulação propagandas eleitorais irregulares, ou a depender da natureza do artefato propa-
gandístico, proceder sua imediata retirada.
Por ser uma atividade administrativa, não cabe ao juiz eleitoral iniciar, de ofício, o procedi-
mento judicial para sancionar o candidato, mas sim encaminhar a notícia do ilícito ao Minis-
tério Público para que este, se assim entender, apresente uma representação por propaganda
irregular junto ao juiz competente.
Mais à frente, na aula de propaganda eleitoral, vamos estudar com mais detalhes o poder
polícia. Por enquanto, note apenas que se trata de uma atividade característica da função
administrativa da Justiça Eleitoral.

2.2.2. Não Submissão em Matéria Administrativa Eleitoral ao Conselho


Nacional de Justiça

A Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário da União que possui, além da função
jurisdicional, as funções regulamentar, consultiva e administrativa. Esta última se revela na
expedição de atos administrativos relacionado à realização das eleições.

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Nos termos do art. 103-B, §4º, da CF/1988, compete ao Conselho Nacional de Justiça –
CNJ o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento
dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura. Logo, era de se esperar que o TSE se submetesse
ao controle do aludido conselho no exercício de sua função administrativa.
Todavia, o TSE já decidiu que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ não possui compe-
tência em matéria administrativa eleitoral, cuja atribuição é exclusiva da Justiça Eleitoral.
No julgamento do PA n. 2333-74, de 26/8/2010, da relatoria do Ministro Ricardo Lewan-
dowski, que cuidava da legalidade das requisições de pessoal no âmbito da Justiça Eleitora
em face da Resolução n. CNJ 8812009, o eminente relator consignou que:

O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral, ao examinar a atuação do CNJ em face da Jus-


tiça Eleitoral, tem repelido a indevida interferência desse órgão administrativo nos tra-
balhos desta Justiça Especializada. Assento, pois, que o CNJ, ao se imiscuir na adminis-
tração da Justiça Eleitoral, invade, por consequência, a competência privativa, exclusiva,
que o Poder Constituinte Originário confiou aos órgãos desta Justiça Especializada para
dirigir as eleições.
(PA n. 2333-74, Min. Rel. Ricardo Lewandoski, j. 26/8/2010)

No mesmo sentido, o TSE decidiu pela não interferência do CNJ nas seguintes matérias:
a) regulamentação, pelo CNJ, da prestação jurisdicional ininterrupta, por meio de plantão per-
manente dos juízes eleitorais; e b) pagamento de auxílio-alimentação a mesários.
Em todos esses casos, ficou assentado que o conteúdo das resoluções do TSE em ma-
téria administrativa eleitoral não se orienta por àquelas expedidas pelo CNJ, podendo, por
vezes, contrariá-las.

2.3. Função reGulAMentAr

A função regulamentar da Justiça Eleitoral se perfaz na autorização dada ao TSE para ex-
pedir instruções para a fiel execução das leis eleitorais, nos termos do art. 1º e 23, IX, ambos
do CE e art. 105 da Lei n. 9.504/1997, que transcrevemos:

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Lei n. 4.737/1965
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos
políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução.
(...)
Art. 23 – Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
(...)
IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;
Lei n. 9.504/1997
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei,
poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em
audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.

A atuação do TSE pode se dirigir a regulamentar lei eleitoral já editada ou, na omissão do
poder legislativo, excepcionalmente colmatar (preencher) o ordenamento jurídico.
Regulamentando lei existente, o órgão de cúpula da Justiça Eleitoral não pode restringir
direitos ou criar sanções distintas daquelas previstas em lei, conforme proibição expressa
no art. 105 da Lei n. 9.504/1997, razão pela qual devem ser editadas secundum ou praeter
legem. A esse respeito, Marcos Ramayana ensina que (p. 83):

Com efeito, ressalte-se que, no exercício dessa função consultiva, a Justiça Eleitoral não pode
restringir direitos, nem criar obrigações, sob pena de afronta ao princípio da legalidade. Com efeito,
somente lei poderá impor restrições a direitos ou exigir condutas.

No mesmo sentido, a jurisprudência do TSE:

As Instruções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral se destinam a regulamentar a lei ou suprir-
-lhe omissões, não devendo jamais ser interpretadas contrariamente ao que nela se contém.
(INST n. 353/DF, rel. Min. Afrânio Antônio da Costa, PSESS 2/9/1955)

A edição de resoluções pelo TSE que inovem no ordenamento jurídico, pelo seu cará-
ter excepcionalíssimo, devem obrigatoriamente, na linha da jurisprudência do STF, observar
cumulativamente os seguintes requisitos:
a) a matéria seja relevante e urgente;
b) deve haver omissão do Congresso Nacional no exercício de sua função legislativa.

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Nesse caso, em razão do seu caráter substitutivo-temporário, essas resoluções somente


produzirão efeitos até que o Poder Legislativo, titular da função legiferante, cumpra com o seu
dever constitucional de legislar.
Ademais, seus dispositivos normativos podem ser questionados por meio da Ação Di-
reta de Inconstitucionalidade perante o STF, como recentemente ocorreu com a Res.-TSE n.
22.610/2007 e 22.733/2008.

O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento dos Mandados de Segurança 26.602,
26.603 e 26.604 reconheceu a existência do dever constitucional de observância do princípio da
fidelidade partidária. Ressalva do entendimento então manifestado pelo ministro-relator. 4. Não
faria sentido a Corte reconhecer a existência de um direito constitucional sem prever um instru-
mento para assegurá-lo. 5. As resoluções impugnadas surgem em contexto excepcional e tran-
sitório, tão-somente como mecanismos para salvaguardar a observância da fidelidade partidária
enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para resolver as tensões típicas da matéria, não se
pronunciar. 6. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008 do Tribunal Superior
Eleitoral. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente. (ADI n. 3.999,
DJe de 17/4/2009)

Segundo Carlos Mário da Silva Velloso e Walber de Moura Agra (2010, p. 401), as consul-
tas no âmbito eleitoral podem assim ser definidas:

consultar é descrever uma situação, estado ou circunstância de forma genérica, para permitir a sua
utilização posterior de maneira sucessiva e despersonalizada, com o propósito de revelar dúvida
razoável e inespecífica, em face de eventual lacuna ou obscuridade legislativa ou jurisprudencial,
desde que não se configure antecipação de julgamento judicial.

No âmbito da Justiça Eleitoral, o TSE e os tribunais regionais eleitorais são competentes


para, em matéria eleitoral, responder consultas que lhes forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político, nos termos do art. 23, XII, c.c.,
art. 30, VIII, ambos do CE. Confira os dispositivos legais:

Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,


XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político;
(...)

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Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:


VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político;

2.4.1. Finalidade

O objetivo da função consultiva da Justiça Eleitoral é explicitar o entendimento dos tribu-


nais eleitorais – juízes e juntas eleitorais não são competentes para responder consultas –
sobre determinada matéria eleitoral, a fim de esclarecer eventuais dúvidas e, com isso, guiar,
com segurança, o comportamento dos agentes políticos durante o processo eleitoral.
A ideia de esclarecer dúvidas e antecipar comportamentos é a chave para entender a
função consultiva. Isso tanto é verdade que as consultas somente são respondidas pelos tri-
bunais eleitorais até o início do microprocesso eleitoral, ou seja, até o termo inicial para reali-
zação das convenções partidárias. Depois desse prazo, se ainda restar dúvida sobre determi-
nada matéria, a solução se apresentará somente na análise do caso concreto. Nesse sentido:

CONSULTA. FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA (FEFC). RECUR-


SOS. PROPAGANDA ELEITORAL GRATUITA NO RÁDIO E NA TELEVISÃO. TEMPO. DIS-
TRIBUIÇÃO. PROPORCIONALIDADE. CANDIDATURAS POR GÊNERO. ELEIÇÃO MAJORI-
TÁRIA. CHAPA. VICE¿PRESIDENTE DA REPÚBLICA, VICE¿GOVERNADOR, VICE¿PREFEITO
E SUPLENTE DE SENADOR. PROCESSO ELEITORAL. INÍCIO. CONSULTA. NÃO CONHECI-
MENTO.
1. Iniciado o processo eleitoral, com a realização das convenções para escolha de can-
didatos e deliberação sobre coligações, não se conhece de consulta, pois a eventual
resposta à indagação poderá resultar em pronunciamento sobre caso concreto. Prece-
dentes.
2. Consulta não conhecida.
(Cta N. 0600561-39/DF, Rel. Min. Admar Gonzaga, DJE de 25/9/2018)

2.4.2. Objeto

Os tribunais eleitorais respondem somente a consultas realizadas em tese e sobre maté-

ria exclusivamente eleitoral.

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A formulação em tese é exigência que visa impedir que o tribunal se manifeste, sem a ob-

servância do devido processo legal, sobre casos que estão na iminência de serem apreciados

pela Justiça Eleitoral. Confira um precedente:

CONSULTA. VACÂNCIA DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO. MOMENTO EM QUE AS ELEI-


ÇÕES PARA SUPRI-LOS PODERÁ SER FEITA NA FORMA INDIRETA – INTERPRETAÇÃO
DOS ART. 81 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E 224, §§ 3º E 4º, INCISO I, DO CÓDIGO ELEI-
TORAL. MATÉRIA QUE PODERÁ SER ANALISADA NO CASO CONCRETO. NÃO CONHECI-
MENTO.
1. Pretende-se, nas questões formuladas nesta consulta, que este Tribunal se pronuncie,
de forma direta ou indireta, a respeito de matéria a qual poderá ser analisada caso pro-
vidas ações que aqui tramitam.
2. Não se conhece de consulta quando a eventual resposta redundar, em última análise,
em manifestação acerca de conjuntura concreta. Precedente.
3. Consulta não conhecida.
(CTA n. 115-56/DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE de 22/6/2016)

Além da formulação em tese, a Consulta para ser conhecida deve versar sobre matéria

eleitoral e, portanto, afeta à competência da Justiça Eleitoral.

Nesse sentido, o TSE não conheceu de Consulta sobre a fixação do número de Vereadores

por se tratar de matéria de competência da Justiça Comum:

2. De acordo com a jurisprudência do STF, a fixação do número de Vereadores é com-


petência da Câmara Municipal, por intermédio de lei orgânica (AgR-RE 391.827/MG,
Rel. Min. MARCO AURÉLIO, de 22.4.2016). Eventuais impugnações judiciais referentes
à matéria devem, em princípio, ser resolvidas na Justiça Comum, pois a competência
desta Justiça Especializada nesta seara é atraída somente no caso de afetação do pro-
cesso eleitoral. Assim, a matéria, objeto da consulta, é estranha à competência da Jus-
tiça Eleitoral.
3. Consulta não conhecida.

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De igual, o TSE não conheceu do questionamento sobre matéria interna corporis de parti-
do político, matéria de competência da Justiça Comum. Confira:

2. Não compete ao Tribunal Superior Eleitoral responder consulta sobre “a democracia


interna dos partidos políticos”, precisamente acerca da necessidade de distribuição iso-
nômica e proporcional dos recursos do fundo partidário dentro da agremiação, enquanto
matéria interna corporis ao partido político (art. 23, XII, do Código Eleitoral). Precedentes.
3. Matéria não conhecida.

Por meio de Consulta, também não pode ser conhecida matéria administrativo-financeira,

como já decidiu o TSE ao apreciar questionamento sobre o pagamento de auxílio-moradia a


membros da classe dos juristas. Confira:

CONSULTA. PRESIDENTE DE TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL. ILEGITIMIDADE ATIVA.


MATÉRIA ADMINISTRATIVA. PAGAMENTO DE AUXÍLIO MORADIA A MEMBROS DA
CLASSE DE JURISTAS. NÃO CONHECIMENTO.
1. Nos termos do art. 23, XII, do Código Eleitoral, compete ao Tribunal Superior Eleito-
ral responder às consultas formuladas por autoridade com jurisdição federal ou órgão
nacional de partido político sobre matéria eleitoral.
2. No caso dos autos, a consulta foi formulada por Presidente de Tribunal Regional Elei-
toral, o qual não detém legitimidade ativa.
3. Ademais, também não se conhece de consulta que envolva matéria administrativo-fi-
nanceira, tal como na espécie.
4. Consulta não conhecida.
(CTA n. 165-19/DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJE de 10/6/2015)

2.4.3. Legitimidade Ativa

As Consultas eleitorais somente podem ser formuladas perante o TSE por autoridade com
jurisdição federal ou órgão nacional de partido político.
Nesse passo, o TSE já decidiu que devem ser não conhecidas consultas formuladas, entre
outros, por:

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a) Presidente de TRE (CTA n. 165-19/DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJE de
10/6/2015);
b) Presidente de Tribunal de Justiça Estadual (CTA n. 1893-32/DF, Rel. Min. João Otávio
de Noronha, DJE de 9/3/2015);
c) Partido político sem registro no TSE (CTA 1691/DF, Min. Rel. Marcelo Ribeiro, DJE de
21/9/2009)

Contudo, o TSE tem sido flexível na análise deste requisito legal para conhecer, como Pro-
cesso Administrativo, Consultas quando a matéria objeto do questionamento for considerada
de grande importância.
Assim, conheceu, como Processo Administrativo, de Consulta formulada pela Procura-
doria da Fazenda Nacional que formulou questão sobre a recuperação de créditos da União
decorrentes de desaprovação de contas. Confira:

CONSULTA RECEBIDA COMO PROCESSO ADMINISTRATIVO. RECUPERAÇÃO DE CRÉ-


DITOS DA UNIÃO DECORRENTES DE DESAPROVAÇÃO DE CONTAS PARTIDÁRIAS. ILE-
GITIMIDADE DA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL. CARÁTER JURIS-
DICIONAL DO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. PROCEDIMENTO. ART. 61 DA
RESOLUÇÃO-TSE N. 23.464/2015. COMPETÊNCIA DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO.
MATÉRIA DEVIDAMENTE REGULAMENTADA.
1. Consulta feita pelo TRE, recebida como processo administrativo devido à relevância
da matéria.
(CTA n. 116-75/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE de 7/3/2016)

A legitimidade para formular Consulta aos TREs se circunscreve à autoridade pública ou


partido político de qualquer esfera de Poder – municipal, regional ou federal.

2.4.4. Requisitos Jurisprudenciais

Além dos requisitos expressos na norma de regência, a jurisprudência do TSE se con-

solidou no sentido de exigir outros requisitos para o conhecimento de Consultas eleitorais,

as quais devem ser não conhecidas quando:

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a) a questão formulada for inespecífica, de modo a permitir multiplicidades de respostas

(CTA n. 0600193-93/DF, Rel. Min. Edson Fachin, DJE de 9/8/2019);

b) Versar sobre matéria que já foi objeto de pronunciamento do tribunal em caso concreto

(CTA n. 0600288-26/DF, Rel. Min. Edson Fachin, DJE de 29/8/2019)

c) Versar sobre matéria que não vigora no ordenamento jurídico (CTA n. 0602999-72/DF,

Rel. Min. Admar Gonzaga, DJE de 15/3/2018);

d) Versar sobre matéria que estiver sob análise do STF (CTA n. 0602250-55/DF, Rel. Min.

Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 17/8/2017)

2.4.5. Efeito Vinculante

Outro ponto relevante, é saber se as respostas dos tribunais eleitorais em Consultas têm

efeito vinculante, ou seja, se a solução dos casos concretos que se seguirem à resposta dada

pelo tribunal deve necessariamente com ela guardar estreita consonância.

A pacífica jurisprudência do TSE sempre se posicionou no sentido de não atribuir efeito

vinculante às consultas. Ademais, a resposta do tribunal em Consulta é ato normativo em

tese, sem efeitos concretos, por se tratar de orientação desprovida de força executiva com

referência a situação jurídica de qualquer pessoa em particular (MS n. 3710/DF, Rel. Min.
Caputo Bastos, DJ de 16.6.2018). No mesmo sentido:

4. As respostas às consultas não têm caráter vinculante, mas tão somente sinalizam
orientação sobre determinado tema, sem qualquer força executiva, não sendo o meio
adequado para pleitear autorização para prática de ato administrativo.
(CTA n. 0600010-59/DF, Rel. Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, DJE 3.4.2018)

A matéria, contudo, voltou a entrar em ebulição com a edição, em 25.4.2018, da Lei n.


13.655/2018, conhecida como Lei Anastasia, que alterou a Lei de Introdução ao Direito bra-
sileiro.
A redação do art. 30, parágrafo único estabelece que:

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Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em rela-
ção ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. (grifo nosso).

A discussão está em aberto no TSE, mas, atualmente, está mantido o entendimento de


que as Consultas não possuem efeito vinculante. Qualquer alteração atualizaremos imedia-
tamente o material de estudo.

3. triBunAl superior eleitorAl

O Tribunal Superior Eleitoral, órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, é formado por, no mí-
nimo, sete membros e representa a instância especial ou extraordinária da Justiça Eleitoral.

TSE
O TSE possui sede na capital da República. Trata-se de uma determinação do art. 12, inc.
I, do Código Eleitoral. Isso significa que o local físico, o prédio no qual os ministros do TSE se
reúnem para decidir as questões eleitorais, está situado, atualmente, em Brasília.
Caso a capital da República seja mudada, o local da sede do TSE também será alterado,
tendo em vista que o CE dispõe que a sede deve ser na capital da República, e não necessa-
riamente em Brasília. Lembre-se de que até 1960 a sede do TSE era no Rio de Janeiro, pois lá
era a capital da República. Com a mudança da capital para Brasília, mudou-se, por disposição
regimental, também a sede do Tribunal.
Apesar de ter sua sede na capital da República, o TSE exerce sua jurisdição em todo o país.
Inicialmente, esclarecemos que jurisdição nada mais é do que o poder/dever de dizer o
direito.
Ora, então isso significa que o TSE pode apreciar originariamente qualquer matéria eleito-
ral decorrente de fatos relacionados com o Direito Eleitoral ocorridos com qualquer cidadão,
em qualquer lugar do país? É claro que não!
Na verdade, o Código Eleitoral, em seu art. 12, inc. I, dispôs menos do que deveria. A pre-
ocupação do dispositivo legal foi a de não limitar geograficamente a atuação do TSE nas
matérias de sua competência.

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Um candidato a governador pelo Estado do Amazonas pratica atos de captação ilícita de


sufrágio – compra de voto – no município X daquele Estado. A competência originária para
apreciar essa matéria não é do TSE, mas sim do TRE do Estado do Amazonas. O TSE poderá
eventualmente apreciá-la em grau de recurso, mas nunca de forma originária.
No mesmo município X do Estado do Amazonas, um candidato a Presidente da República pra-
tica atos de captação ilícita de sufrágio. De quem é a competência, do TRE ou do TSE? Agora,
você vai entender por que afirmamos que o dispositivo legal de regência disse menos do que
deveria.
O TSE é competente para processar e julgar o registro de candidatos a Presidente e Vice-Pre-
sidente da República (veremos isso com detalhes mais adiante). É também competente para
apreciar quaisquer atos desses candidatos que atentem contra a legislação eleitoral. Desse
modo, se um candidato a Presidente da República compra votos de eleitores, não importa em
que lugar do País, o TSE é o órgão competente para apreciar a matéria.
Com efeito, podemos afirmar que o TSE tem jurisdição em todo país, mas desde que a matéria
seja de sua competência.

TSE

Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o TSE compõe-se de, no mínimo, sete minis-
tros: três escolhidos entre os ministros do STF; dois entre os ministros do STJ; e dois entre
advogados.
O TSE, em votação pelo plenário, escolhe seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
ministros provenientes, e o Corregedor-Geral, dentre os ministros do STJ. do STF. Confira o
dispositivo constitucional:

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
– por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre
os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.

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Note que não há representante do Ministério Público na composição do TSE. Na verdade,


como você verá mais adiante, também nos TREs essa ausência é sentida. Assim, não há falar
em quinto constitucional no âmbito da Justiça Eleitoral.

TSE

A expressão constitucional “no mínimo”, contida no art. 119 da CF/1988, autoriza que se
aumente o número de membros do TSE. Não permite, de outro modo, a sua diminuição.

Mas como e qual instrumento legal deve ser utilizado para modificar a composição
do TSE?

Não será necessária a edição de uma emenda à Constituição, pois se a própria Carta
Magna estabelece que a composição é mínima (art. 119), já há uma permissão para que o
legislador infraconstitucional faça a alteração.
Na legislação infraconstitucional (aquela que é hierarquicamente inferior à Constituição)
temos duas possibilidades: lei ordinária ou lei complementar.
Uma leitura do art. 96, inc. I, alínea “b”, combinado com o art. 121, ambos da Constituição
Federal, revela-nos que essa alteração só pode ser feita por meio de lei complementar de ini-
ciativa privativa do TSE. Veja a redação dos dispositivos referidos:

Art. 96. Compete privativamente: (...)


II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
(...)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes for em vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
(...)
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes
de direito e das Juntas Eleitorais.

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TSE

Existem, além das normas constitucionais, duas resoluções do TSE que tratam da matéria:
a) Res.-TSE n. 20.958/2001, que regula a investidura e o exercício dos membros dos tri-
bunais eleitorais e o término dos respectivos mandatos;
b) Res.-TSE n. 23.517/2017, que dispõe sobre a lista tríplice para preenchimento das va-
gas de juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais, na classe dos advogados.

Note que a primeira delas, a Res.-TSE n. 20.958/2001, cuidava da investidura de membros


dos TREs oriundos de todas as classes. Posteriormente, em 2017, o TSE editou a Res.-TSE
n. 23.517, que tratou especificamente da classe dos advogados e, com isso, revogou pon-
tos específicos a respeito da escolha dos membros dessa classe, contidos na Res.-TSE n.
20.958/2001.
Para fins didáticos, vamos dividir o estudo do processo de escolha dos ministros do TSE
em duas partes. A primeira se refere aos ministros da classe do STF e STJ; a segunda, mira os
ministros da classe dos advogados/juristas.

3.4.1. Ministros Efetivos do TSE das Classes do STF e STJ

Nos termos do art. 119 da CF/1988, na composição do TSE temos três ministros prove-
nientes do STF e dois oriundos do STJ. Todos eles escolhidos em eleição, pelo voto secreto,
nos seus respectivos tribunais. Confira o dispositivo de regência:

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

Nos termos do art. 11, da Res.-TSE n. 20.958/2001, o processo de escolha se inicia em até
vinte dias antes do término do biênio do ministro das classes de magistrado, ou imediatamente
depois da vacância do cargo por motivo diverso. No primeiro ato, o presidente do TSE convocará
o Tribunal competente para a escolha, STJ ou STF, esclarecendo, naquele caso, se se trata de
primeiro ou de segundo biênio.

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Devidamente cientificado da vaga, o tribunal de origem – STJ ou STF – fará a escolha, por
meio de votação, por escrutínio secreto, o que permite, em tese, que qualquer um dos minis-
tros do STF ou STJ, independentemente de ser o mais “novo” ou mais “antigo” (não estou fa-
lando de idade, mas sim de tempo de atuação no Tribunal), pode ser eleito para compor o TSE.
No STJ, há um “acordo de cavalheiros” entre os ministros para que na eleição, por voto
secreto, seja obedecida a ordem de antiguidade do Tribunal.
No STF, a eleição, por voto secreto, tem como parâmetro proposta aprovada, na Sessão
Administrativa de 30.5.2018, nos seguintes termos:

O Ministro Ricardo Lewandowski apresentou proposta de estabelecimento de critérios


objetivos para as eleições que visam o preenchimento de vagas de Ministro Substituto no
Tribunal Superior Eleitoral. Para tanto, propôs a observância dos critérios: i) ineditismo
e ii) quantidade de mandatos exercidos, respeitando-se, em ambos os casos, o critério
da antiguidade dos Ministros a serem considerados para o cargo. O Ministro Celso de
Mello propôs que a votação para o atual cargo vago de Ministro Substituto do Tribunal
Superior Eleitoral seguisse os critérios de costume, sendo que a nova regra proposta
seria aplicada para as eleições subsequentes. O Ministro Dias Toffoli sugeriu acrescer,
ainda, o tempo de afastamento da jurisdição eleitoral, respeitada a antiguidade, como
critério adicional para a votação. A proposta apresentada pelo Ministro Ricardo Lewa-
ndowski, combinada com as achegas apresentadas pelos Ministros Celso de Mello e
Dias Toffoli, foi aprovada, pela maioria. O Ministro Marco Aurélio votou pela manutenção
do sistema tradicional de votação, fazendo juntada de manifestação escrita. O Ministro
Edson Fachin, em que pese ter acompanhado a maioria, deixou consignado que, nos
termos do art. 119 da Constituição da República, as vagas em questão são preenchidas
por um processo de eleição, o que significa um processo de votação que prescindiria de
critério, sendo necessário apenas o entendimento do colegiado.

A despeito de haver um “acordo de cavalheiros” no STJ e uma decisão administrativa a


guiar a escolha do STF, em ambos os tribunais a escolha se dá nos exatos termos do art. 119
da CF: eleição pelo voto secreto. É isso que importa para fins de concurso público.

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Por fim, note que a norma constitucional não prevê a participação do Presidente da Repú-
blica no processo de escolha dos ministros das classes do STF e do STJ.

3.4.2. Ministros efetivos do TSE da classe dos advogados

Compete ao Presidente da República nomear dois ministros do TSE da classe dos advo-
gados, escolhidos dentre seis advogados de notável saber jurídico e reputação ilibada, indi-
cados em lista tríplice pelo STF, nos termos do art. 119 da CF/1988:

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
(...)
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Atente-se, ainda, para o seguinte fato: a CF/1988 não se refere à lista sêxtupla. A menção
a seis advogados se deve ao fato de haver duas vagas para esta classe. Na verdade, para cada
uma dessas vagas, o STF encaminha uma lista tríplice ao Presidente da República, para que
este proceda à nomeação. Ainda que haja simultaneamente duas vagas de ministros em aber-
to, o STF encaminhará duas listas tríplices, independentes entre si, ao Presidente da República,
e não uma lista sêxtupla.

3.4.2.1. Elaboração da Lista Tríplice

Por analogia, deve-se aplicar o art. 2º, da Res.-TSE n. 23.517/2017. Assim, em até noventa
dias antes do término do biênio do juiz a ser substituído, ou imediatamente depois da vacância
do cargo por motivo diverso, o presidente do TSE notificará o STF para a indicação de advoga-
dos em ordem de classificação na lista tríplice.
Cientificado, o STF, por meio de eleição, elabora a lista tríplice de advogados pleiteantes ao cargo
de juiz do TSE, que será levada à apreciação do Presidente da República.
Essa lista é elaborada única e exclusivamente pelo STF, sem qualquer participação da
OAB. Nesse sentido, veja o seguinte julgado:

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Tribunal Regional Eleitoral. Juízes da classe de Advogados. Artigos 120, § 1º, inc. III,
e 94, parágrafo único, da Constituição. Compete exclusivamente ao Tribunal de Justiça
do Estado a indicação de advogados, para composição de Tribunal Regional Eleitoral,
nos termos do art. 120, § 1º, inc. III, da Constituição, sem a participação, portanto, do
órgão de representação da respectiva classe, a que se refere o parágrafo único do art. 94,
quando trata da composição do quinto nos Tribunais Regionais Federais, dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios.
(MS n. 21.060, Min. Rel. Sydney Sanches, DJ de 23.8.1991)

Na sequência, o Presidente da República escolhe entre os nomes listados o membro


do TSE.
Uma vez elaborada a lista tríplice pelo STF, o Presidente da República não poderá recusá-
-la, sendo que sua escolha deve recair, obrigatoriamente, entre um dos advogados que nela
constarem. Trata-se de ato complexo, do qual não cabe qualquer recurso.

3.4.2.2. Requisitos Constitucionais para Participar da Lista Tríplice

Nos termos do art. 119, II, do CE, os requisitos são:


ser advogado;
ter notável saber jurídico;
idoneidade moral.
O indicado deve necessariamente ser advogado. A regularidade da inscrição na OAB se com-
prova pela existência de número de ordem ativo naquela autarquia especial.
A idoneidade moral deve ser deve ser verificada de modo rigoroso, a partir de circunstân-
cias da vida do indivíduo, reveladoras de padrões de comportamento – notadamente ligados
à honestidade, à aptidão e à competência – que permitam a ele se investir no cargo público
pretendido (LT n. 301-79/MT, DJE de 24/11/2017). Na prática, essa comprovação se faz por
meio de certidões, as quais, juntadas aos autos da lista tríplice, comprovam objetivamente o
requisito requerido.

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De outro modo, o notável saber jurídico é um conceito indeterminado, sobre o qual recai
uma análise subjetiva por parte do STF.

3.4.2.3. Incompatibilidade com o Exercício do Cargo

Os ministros do TSE da classe dos advogados podem continuar o exercício de suas ati-
vidades advocatícias, vedado apenas a atuação nos tribunais eleitorais. Uma das justifica-
tivas é o fato de tais membros, no exercício da magistratura no TSE, receberem
apenas a gratificação de presença e representação, sendo, portanto, necessário o
exercício de suas atividades para manter seu padrão de vida.
Sobre a possibilidade de os advogados integrantes de tribunais eleitorais poderem exer-
cer a advocacia, salvo na Justiça Eleitoral, veja o seguinte trecho da ementa do acórdão do
STF, no julgamento da ADI n. 1.227:

Art. 20, inciso II – incompatibilidade da advocacia com membros de órgãos do Poder


Judiciário. Interpretação de conformidade a afastar da sua abrangência os membros da
Justiça Eleitoral e os juízes suplentes não remunerados.
(ADI n. 1127 MC /DF. Min. Rel. Paulo Brossard. Tribunal Pleno. DJ 29.6.01)

3.4.2.4. Quarentena

Além de continuarem advogando durante o exercício da atividade judicante, o TSE decidiu,


em 8.6.2010, que seus membros, da classe dos advogados, não precisam cumprir, ao término
de sua atuação no Tribunal, a “quarentena” estabelecida no art. 95, parágrafo único, inc. V, da
CF, segundo a qual:

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: (...)


Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (...)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorrido três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Portanto, esses ex-membros não precisam esperar três anos para atuar no juízo ou tribu-
nal do qual se afastaram.

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QUESTÃO DE ORDEM. MAGISTRADO ELEITORAL. CLASSE JURISTA. ART. 95, PARÁ-


GRAFO ÚNICO, V, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. A restrição prevista no art. 95,
parágrafo único, V, da Constituição não se aplica aos ex-membros de Tribunais Eleito-
rais, oriundos da classe dos juristas.
2. Questão de ordem resolvida. (PET n. 3020, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJE de
4/8/2010)

TSE

Os ministros substitutos são escolhidos pelo mesmo processo e em número igual para
cada categoria.
No TSE, tem-se, portanto, três ministros substitutos da classe do STF e dois ministros
substitutos da classe do STJ.
A escolha dos substitutos em igual número se faz necessária em razão da substituição
dos membros efetivos obedecer a ordem de antiguidade e a categoria a que estão vinculados.
A título de exemplo, o ministro substituto mais antigo da classe do STF ocupará temporaria-
mente o cargo, nos casos de vacância, licença ou afastamento de qualquer um dos ministros
efetivos da classe do STF, até que o efetivo seja escolhido. É o que dispõe o art. 7º da Res.-T-
SE n. 20.958/2001.

Art. 7º Nos casos de vacância do cargo, licença, férias individuais ou afastamento de juiz efetivo,
será obrigatoriamente convocado, pelo tempo que durar o motivo, juiz substituto da mesma classe,
obedecida a ordem de antiguidade.

TSE

As vedações as escolhas de ministro do TSE estão expressas no art. 16 do Código Eleito-


ral – CE.
A primeira delas, constante no art. 16, § 1º, do CE, estabelece que não podem fazer parte
do Tribunal pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau,
excluindo-se, nesse caso, a que tiver sido escolhida por último. Essa vedação se aplica a to-
dos os membros do TSE, não importando a classe do ministro, se jurista, do STF ou do STJ.

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Para você não ter dúvidas, veja as principais relações de parentesco, com o respecti-
vo grau:
RELAÇÕES DE PARENTESCO POR CONSANGUINIDADE

RELAÇÃO DE PARENTESCO GRAU DE PARENTESCO


PAIS E FILHOS 1º GRAU
IRMÃOS 2º GRAU
NETOS E AVÔS 2º GRAU
BISNETOS E BISAVÔS 3º GRAU
TRINETOS E TRISAVÔS 4º GRAU
TIOS E SOBRINHOS 3º GRAU
PRIMOS 4º GRAU

RELAÇÕES DE PARENTESCO POR AFINIDADE

RELAÇÃO DE PARENTESCO GRAU DE PARENTESCO


GENROS E SOGROS(AS) 1º GRAU
NORAS E SOGROS(AS) 1º GRAU
FILHOS E PADRASTOS 1º GRAU
FILHOS E MADRASTAS 1º GRAU
CUNHADOS 2º GRAU

Vamos a um caso prático:

O Ministro A é nomeado para compor o TSE na classe do STJ. Após algum tempo, seu filho B
é nomeado ministro do STF e, por eleição, em escrutínio secreto naquela Corte, é escolhido
para compor o TSE. Isso é possível? Claro que não. Enquanto o Ministro A, da classe do STJ,
estiver no TSE, seu filho B, ministro do STF, não poderá compor o Tribunal.

Caso o parentesco surja no curso do exercício do mandato – casamento de ministros do


TSE –, será excluído do tribunal eleitoral o membro mais moderno. Ou seja, exclui-se o que foi
escolhido por último.
A segunda vedação, expressa no art. 16, §2º, do CE, incide somente sobre os concorren-
tes a membros da classe dos advogados. Segundo o texto normativo, a escolha de ministros
do TSE na classe dos advogados não pode recair sobre aqueles que se enquadrem em uma
das seguintes situações:

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a) ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum – cargo em comissão. Por opor-
tuno, destaque-se que, se for servidor ocupante de cargo efetivo, ainda que investido em
função de confiança, não incide a causa impeditiva. É o caso dos atuais ministros da
classe dos advogados do TSE, que são Procuradores do Distrito Federal.
b) seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção,
c) seja beneficiário de privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a adminis-
tração pública. Também nessa hipótese, merece atenção o fato de que, se o advogado
for sócio, diretor ou proprietário de pessoa jurídica contratada pelo Poder Público após
regular processo licitatório (em que houve igualdade de condições na concorrência),
não incidirá esse impedimento;
d) exerça cargo eletivo federal, estadual ou municipal.

Essas vedações também se referem à escolha de ministros substitutos.

TSE
Consoante estabelece o art. 19 do CE, o TSE delibera por maioria de votos, desde que pre-
sentes a maioria de seus membros. Isso quer dizer que, para a instalação de uma sessão de
julgamento, é imprescindível a presença da maioria absoluta dos membros do TSE, ou seja, 4
membros.
Assim, preenchido o quórum de instalação da sessão (maioria absoluta), o TSE julgará
os pedidos que lhes são apresentados pelo voto da maioria dos presentes (maioria simples).
Entretanto, existem determinadas matérias que exigem a presença de todos os membros
para a discussão e, por consequência, para se julgar dessa ou daquela forma, será exigível a
maioria absoluta dos votos. Quais são essas matérias?
Segundo o parágrafo único do art. 19 do Código Eleitoral, só poderão ser tomadas com a
presença de todos os membros do TSE as decisões sobre:
a) interpretação das leis eleitorais em face da Constituição;
b) cassação de registro de partidos políticos;
c) recursos que importem em anulação geral das eleições;
d) recursos que importem em perda de diplomas.

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TRE
Agora que você já conhece como funciona o TSE, órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, va-
mos estudar como se organiza os tribunais regionais eleitorais, órgão de 2ª instância dessa
Justiça especializada.

TRE
O Tribunal Regional Eleitoral – TRE – é órgão colegiado de 2ª instância da Justiça Elei-
toral. Há um TRE em cada Estado da Federação e no Distrito Federal com jurisdição em todo
o território do respectivo Estado/Distrito Federal na matéria afeta a sua competência, nos
termos do art. 120, da CF.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e no Distrito Federal.

TRE
Nos termos do art. 120, §1º, da CF/1988, o TRE é composto de: i) dois juízes dentre os
desembargadores do TJ; ii) dois juízes, dentre juízes de Direito, escolhidos pelo TJ; iii) um
juiz do TRF, no caso de o Estado possuir sede deste Tribunal, ou não tendo, um juiz federal,
escolhido em qualquer caso pelo respectivo TRF; dois advogados, escolhidos pelo Presidente
da República dos nomes de uma lista tríplice elaborada pelo TJ.
Confira o dispositivo constitucional:

Art. 120. Omissis


§ 1º – Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal res-
pectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

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A composição dos tribunais regionais eleitorais é denominada por Ramayana (2006, p.25)

como mista ou eclética (2006, p. 25), tendo em vista nela há juízes tanto do Poder Judiciário

da União – Juiz Federal -, quanto do Poder Judiciário Estadual – Desembargadores e Juízes

de Direito -, além de advogados.

Esquematicamente, pode-se representar a composição do TRE da seguinte forma:

COMPOSIÇÃO DO TRE

Note que, diversamente da composição do TSE, em que a CF/1988 previu “no mínimo”

sete membros, o legislador constitucional estabeleceu o número exato, e não um número mí-

nimo de juízes, para compor o TRE.

Com efeito, a composição do TSE pode ser acrescida de membros pela legislação infra-

constitucional, no caso por Lei Complementar, enquanto a do TRE, por disposição constitui-

ção, é inalterável, seja para mais, seja para menos.

Sobre essa afirmação, veja a posição do Cespe em um concurso público.

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(CESPE/TRE-BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/2010) A le-


gislação brasileira prevê que o TSE, composto de sete membros, pode ter sua composição
aumentada, ao passo que os TREs, também compostos de sete membros cada um deles, não
podem ter a sua composição aumentada.

Certo.
A expressão “no mínimo”, contida na descrição da composição do TSE, permite que, por meio
de lei complementar, se proceda ao aumento da sua composição. De modo diverso, a taxati-
vidade na descrição da composição do TRE, com a ausência da expressão “no mínimo” impõe
a sua inalterabilidade.

Contudo, essa não foi a posição adotada pela Fundação Carlos Chagas – FCC, no concur-
so do TRE-SP, realizado em 2017. Para essa banca organizadora, nessa matéria, aplica-se a
previsão inscrita no art. 13 do Código Eleitoral, segundo o qual:

Art. 13. O número de juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado até
nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.

Nessa compreensão, embora não se admita proposição legislativa para reduzir o número
de juízes dos tribunais regionais eleitorais, é permitida a apresentação de projeto de Lei Com-
plementar pelo TSE para aumentar a composição daquelas cortes regionais até o número
máximo de 9 juízes.
Todos os TREs possuem a mesma quantidade de juízes. Contudo, alguns diferem dos ou-
tros no que concerne à origem dos juízes que fazem parte de sua composição. Existem TREs
cuja composição possui dois desembargadores do TJ, dois juízes de direito, dois advogados e
um juiz do TRF (2ª instância da Justiça Federal), enquanto em outros, no lugar do juiz oriundo

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do TRF, órgão da 2ª instância da Justiça Federal, haverá um juiz federal, que ocupa um cargo
da 1ª instância da Justiça Federal. E por que isso acontece?
A resposta é muito simples. Sabe-se que existem apenas 5 (cinco) Tribunais Regionais
Federais no Brasil, cada um deles representando uma região.
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS – REGIÕES

REGIÃO SEDE

TRF 1ª REGIÃO BRASÍLIA

TRF 2ª REGIÃO RIO DE JANEIRO

TRF 3ª REGIÃO SÃO PAULO

TRF 4ª REGIÃO PORTO ALEGRE

TRF 5ª REGIÃO RECIFE

Lembre-se agora que o art. 120, § 1º, inc. II, da CF/1988 prescreve que nos Estados onde
houver sede de TRF, um juiz deste Tribunal será escolhido para compor o respectivo TRE.
Logo, os tribunais regionais eleitorais do TRE-DF, do TRE-RJ, do TRE-SP, do TRE-RS e do TRE-
-PE possuem, em suas respectivas composições, um juiz do próprio TRF. De modo diverso,
nos demais TREs, onde não há sede de TRF, esse lugar é ocupado por um juiz federal.
Todavia, atente para o fato de que, havendo ou não sede do TRF no Estado, a escolha do juiz
do TRE, nesta classe, será feita sempre pelo TRF da respectiva região.
No que concerne à organização interna desses Tribunais, os ocupantes dos cargos de
Presidente e Vice-Presidente estão definidos no art. 120, § 2º, da CF.
Segundo esse dispositivo constitucional, o TRE elegerá seu presidente e vice-presidente
dentre os desembargadores do TJ que dele fazem parte.
Considerando que temos dois desembargadores na composição do TRE, um deles sempre
será o Presidente, enquanto o outro, o Vice-presidente.
De modo diverso, não há uma regra única nos TREs para a escolha do Corregedor Regional
Eleitoral, cabendo essa definição ao regimento interno de cada Tribunal.
Veja a seguir um quadro-resumo sobre a matéria.

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CARGO MEMBRO DO TRE

PRESIDENTE DESEMBARGADOR DO TJ

VICE-PRESIDENTE DESEMBARGADOR DO TJ

CORREGEDOR REGIONAL ELEITORAL REGIMENTO INTERNO DE CADA TRE

A título exemplificativo, nos termos do Regimento Interno do TRE/SP, o cargo de Correge-


dor Regional Eleitoral é ocupado pelo Vice-Presidente, que é um dos Desembargadores oriun-
dos do Tribunal de Justiça. Enquanto no TRE/BA, nos termos do art. 9º do seu Regramento
Interno, qualquer juiz poderá ocupar esse cargo.

TRE

Da mesma forma que fizemos ao estudar a escolha de membros do TSE, vamos, didatica-
mente, dividir o estudo da escolha dos juízes do TRE da seguinte forma:
a) escolha de juízes dentre desembargadores e juízes de Direito da Justiça Estadual;
b) escolha de juiz do TRF/Justiça Federal;
c) escolha de juízes dentre advogados ou juristas, como preferem alguns.

4.3.1 Juízes Efetivos do TRE das Classes de Desembargador/TJ e de Juiz de


Direito/JE

Os dois desembargadores do TJ e os dois juízes de Direito da Justiça Estadual que com-


põe o TRE são eleitos, em votação secreta, realizada no TJ do Estado, consoante dispõe o
art. 120, § 1º, inc. I, da CF/1988.

Art. 120. Omissis


§ 1º – Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

Nos termos do art. 11, da Res.-TSE n. 20.958/2001, o processo de escolha se inicia em


até vinte dias antes do término do biênio do ministro das classes de magistrado, ou imediata-

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DIREITO ELEITORAL
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mente depois da vacância do cargo por motivo diverso. No primeiro ato, o presidente do TRE
convocará o TJ, esclarecendo, naquele caso, se se trata de primeiro ou de segundo biênio.
Devidamente cientificado da vaga, o TJ fará a escolha, por meio de votação, por escrutínio
secreto, o que permite, em tese, que qualquer dos desembargadores ou juízes de direito da
Justiça Estadual, independente da escala de antiguidade, pode ser eleito para compor o TRE.
Nos termos da jurisprudência do TSE, a escolha de juízes estaduais para compor o TRE pode
recair sobre qualquer magistrado da Justiça Estadual, ainda que não resida na capital do estado-
-sede do TRE, uma vez que o texto constitucional não faz essa restrição. Confira o precedente:

PROCESSO ADMINISTRATIVO. TRE/MS.RESOLUÇÃO-TSE N. 20.958/2001. PROPOSTA.


ALTERAÇÃO. PEDIDO INDEFERIDO.
1. Contraria o art. 120, § 1º, incisos I, b, e II, da Constituição Federal a proposta de altera-
ção do art. 1º da Resolução-TSE n. 20.958/2001, para restringir a escolha dos membros
da classe de juiz de direito pelo Tribunal de Justiça e de juiz federal pelo Tribunal Regio-
nal Federal a magistrados que residam na capital do estado-sede do Tribunal Regional
Eleitoral.
2. Pedido indeferido.
(PA n. 23.074/MS, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJ de 15.7.2009)

No que se refere aos juízes substitutos, estes são, na mesma ocasião e pelo mesmo pro-
cesso – eleição pelo voto secreto – escolhidos em número igual para cada uma das classes
ou categorias.
A escolha dos substitutos em igual número se faz necessária em razão de a substitui-
ção dos juízes efetivos obedecer à classe/categoria a qual estes estão vinculados. Assim,
membros provenientes do TJ, na qualidade de desembargadores, são substituídos por juí-
zes substitutos escolhidos também entre os desembargadores do TJ, sendo assim para as
demais classes/categorias. A título de exemplo, o ministro substituto mais antigo da classe
do TJ ocupará temporariamente o cargo vago, até que o efetivo seja escolhido, nos casos de
vacância, licença ou afastamento de qualquer um dos ministros efetivos da classe do TJ. É o
que dispõe o art. 7º da Res.-TSE n. 20.958/2001”

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Art. 7º Nos casos de vacância do cargo, licença, férias individuais ou afastamento de juiz efetivo,
será obrigatoriamente convocado, pelo tempo que durar o motivo, juiz substituto da mesma classe,
obedecida a ordem de antiguidade.

Note que não existe previsão legal para a participação do Presidente da República no proces-
so de escolha dos juízes do TRE da classe/categoria do TJ.

4.3.2. Juiz Efetivo do TRE da Classe do TRF/JF

Nos termos do art. 11, da Res.-TSE n. 20.958/2001, o procedimento de escolha do juiz oriun-
do da Justiça Federal também se inicia em até vinte dias antes do término do biênio do ministro
oriundo da Justiça Federal, ou imediatamente depois da vacância do cargo por motivo diverso.
No primeiro ato, o presidente do TRE convocará o TRF, esclarecendo, naquele caso, se se trata de
primeiro ou de segundo biênio.
Daí em diante é preciso observar que existem duas possibilidades quanto à escolha do
membro do TRE na classe do TRF/JF:
a) nos Estados onde houver sede do TRF, é escolhido um desembargador do tribunal;
b) nos Estados onde não houver sede de TRF, é escolhido um juiz federal.

Art. 120. Omissis


§ 1º – Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
(...)
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal res-
pectivo;

A escolha do juiz do TRE pelo TRF/JF não ocorre necessariamente por meio de eleição,
pois a menção à necessidade de realização do escrutínio somente se aplica às alíneas “a” e
“b” do inc. I do referido artigo, ou seja, para juízes provenientes do TJ.
Na realidade, o TRF escolhe o representante da Justiça Federal nos TREs de acordo com o
que dispõe seu Regimento Interno, podendo, inclusive, prescindir da realização de uma elei-
ção entre seus membros, se assim dispuser a regra interna do tribunal.
Nesse sentido, vale lembrar que, nos termos do art. 96 da CF/1988, os tribunais possuem
autonomia para definir, em seu regimento interno, suas regras de funcionamento interno.

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Cumpre informar, ainda, que a escolha do juiz federal para compor o TRE pode recair sobre
magistrado da Justiça Federal, ainda que não resida na capital do estado-sede do TRE, uma
vez que o texto constitucional não faz essa restrição (PA n. 23.074/MS, Rel. Min. Marcelo
Ribeiro, DJ de 15.7.2009).

4.3.3. Juízes Efetivos do TRE da Classe dos Advogados

Compete ao Presidente da República nomear dois juízes do TRE da classe dos advogados
para, escolhidos dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indica-
dos em lista tríplice pelo TJ, nos termos do art. 120, § 1º, inc. III, da CF).

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
(...)
III – por nomeação, pelo presidente da República, de dois Juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ.

No ponto, atente-se, ainda, para o seguinte fato. A CF/1988 não se refere à lista sêxtupla,
a menção a seis advogados se deve ao fato de haver duas vagas para esta classe. Dessa for-
ma, para cada uma dessas vagas, o TJ elabora uma lista tríplice que, após homologada pelo
TSE, é submetida ao Presidente da República, para que este proceda à nomeação.

4.3.3.1. Elaboração da Lista Tríplice

Em até noventa dias antes do término do biênio do juiz a ser substituído, ou imediatamen-
te depois da vacância do cargo por motivo diverso, o presidente do TRE notificará o respectivo
TJ para a indicação de advogados em ordem de classificação na lista tríplice, consoante dis-
põe o art. 2º da Res.-TSE n. 23.517/2017.
Cientificado, o TJ, por meio de eleição, elabora a lista tríplice de advogados pleiteantes ao
cargo de juiz do TRE.
Ausente disposição normativa que determine a prévia publicação de edital para convo-
cação dos interessados ao preenchimento da vaga -, cabe ao TJ, no âmbito de sua atuação
discricionária, a escolha dos advogados que comporão a lista tríplice a ser encaminhada ao

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respectivo TRE, desde que presentes as exigências constitucionalmente impostas, observa-


das na espécie (TSE, 0602074-76, Rel. Min. Rosa Weber, DJE de 14/9/2017).
Questão importante é saber se a escolha dos advogados para compor a lista tríplice pelo
TJ se dá por meio de votação aberta ou por votação secreta.
Esse assunto foi enfrentado pelo Conselho Nacional de Justiça, nos autos do Pedido de
Providência n. 200710000012878, formulado pelo Ministério Público Eleitoral. Na ocasião,
o CNJ decidiu que a votação deve ser aberta. Confira a resposta dada:

A Constituição excepciona, no art. 120, inc. I, o voto secreto no caso de escolha de


magistrado para compor o TRE. Não excepciona no caso de escolha de advogado, con-
forme disposto no inc. III do mesmo artigo. Assim, naquele o voto é secreto, neste o voto
é aberto. É óbvio. Como, aliás, já o faz Tribunal do Pará (...).
Em qualquer dos dois casos — eleição de magistrado ou de advogado — a sessão deverá
ser pública. Não há exceção constitucional neste caso.

A exemplo do que ocorre na escolha de membros do TSE, a lista tríplice levada ao Presi-
dente da República para escolha de juízes do TRE é elaborada única e exclusivamente pelo
tribunal competente, nesse caso, o TJ, sem qualquer participação da OAB. Nesse sentido, veja
o seguinte julgado:

Tribunal Regional Eleitoral. Juízes da classe de Advogados. Artigos 120, § 1º, inc. III,
e 94, parágrafo único, da Constituição. Compete exclusivamente ao Tribunal de Justiça
do Estado a indicação de advogados, para composição de Tribunal Regional Eleitoral,
nos termos do art. 120, § 1º, inc. III, da Constituição, sem a participação, portanto, do
órgão de representação da respectiva classe, a que se refere o parágrafo único do art. 94,
quando trata da composição do quinto nos Tribunais Regionais Federais, dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios.
(MS n. 21.060, Min. Rel. Sydney Sanches, DJ de 23.8.1991)

Publicada a lista tríplice pelo TJ, “a interpretação teleológica do Código Eleitoral conduz à
legitimidade abrangente para impugná-la incluindo aí o cidadão, o Ministério Público, os par-

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lamentares ou os integrantes do Executivo” (LT n. 35096/PI, Rel. Min. Marco Aurélio Mendes
de Farias Mello, DJe de 26/8/2011).
Aprovada a lista tríplice pelo TJ, os nomes seguem para homologação pelo TSE.
Caso o TSE entenda que algum pretenso juiz não preenche as condições estabelecidas
na CF e no CE (ser advogado, notável saber jurídico, idoneidade moral, 10 anos de atividade
advocatícia e não incidência em uma das causas impeditivas), determina o retorno da lista ao
TRE para que faça a substituição do candidato. Feita a substituição, o nome do substituto é
submetido ao crivo do TSE e uma vez aprovado, a lista segue para o Presidente da República
fazer sua escolha.
Se a Corte Suprema Eleitoral entender que todos os candidatos preenchem os requisitos
legais, procede ao encaminhamento da lista tríplice ao Presidente da República, que escolhe
dentre os nomes listados, o juiz do TRE.
Aqui cabe a mesma observação feita anteriormente quanto à lista tríplice para escolha
dos membros do TSE. Uma vez elaborada pelo TJ e homologada pelo TSE, o Presidente da
República não poderá recusar a lista tríplice, sendo que sua escolha deve recair obrigatoria-
mente entre um dos advogados nela constantes. Trata-se de um caso de aplicação da discri-
cionariedade regrada.

COMPETENTE PARA SUA COMPETENTE PARA RESPONSÁVEL PELA NOMEA-


ELABORAÇÃO HOMOLOGAÇÃO ÇÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL PRESIDENTE DA REPÚBLICA

4.3.3.2. Requisitos Constitucionais para Participar da Lista Tríplice

Nem todos os advogados podem compor uma lista tríplice. É necessário preencher alguns
requisitos, quais sejam:
• ser advogado;
• ter, no mínimo, dez anos de atividade advocatícia;
• possuir idoneidade moral e;
• possuir notável saber jurídico.

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Apesar de o art. 25, III, do CE prescrever que “cidadãos” podem compor tribunais eleitorais
nessa categoria, o art. 120, § 1º, III, da CF/1988, ao substituir a expressão “cidadãos” por “ad-
vogados”, foi taxativo e restringiu o acesso a essa classe de membros apenas aos advogados
regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil.
No que concerne à necessidade de comprovar o exercício da advocacia por, no mínimo,
dez anos, nota-se que não tal exigência não consta expressamente no art. 120, § 1º, inc. III,
da Constituição Federal. Na verdade, o texto constitucional elenca somente três requisitos:
ser advogado, ter idoneidade moral e notório saber jurídico.
Entretanto, como esse requisito é exigido para os advogados que postulam ser membros
na vaga reservada ao quinto constitucional de Tribunais de Justiça e de Tribunais Regionais
Federais, órgãos da 2º instância da Justiça Comum estadual e federal, o STF entendeu sê-lo
também aplicável aos TREs. Confira:

Matéria eleitoral. Organização do Poder Judiciário. Preenchimento de vaga de juiz subs-


tituto da classe dos advogados. Regra geral. Art. 94, CF. Prazo de dez anos de exercício
da atividade profissional. TRE. Art. 120, § 1º, III, CF. Encaminhamento de lista tríplice.
A Constituição silenciou-se, tão somente, em relação aos advogados indicados para
a Justiça eleitoral. Nada há, porém, no âmbito dessa justiça, que possa justificar dis-
ciplina diferente na espécie. Omissão constitucional que não se converte em “silêncio
eloquente”. (RMS 24.334, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 26.8.2005)

Essa exigência de prazo mínimo de atividade jurídica, aliás, consta expressamente do


art. 5º, caput, da Res.-TSE n. 23.517/2017, que estabelece, contudo, que o tempo de atividade
advocatícia exigido pode ser consecutivo ou não.
Esse mesmo artigo, nos parágrafos de um a quinto, admite para cômputo de atividade jurí-
dica, além dos atos privativos dos advogados, o exercício de consultoria, assessoria e direção
jurídica, observados os critérios estabelecidos na própria resolução.
E finalmente, em seu §8º, o diploma regulamentar afasta a necessidade de comprovação
desse requisito para os advogados que tiveram seus nomes deferidos pelo Plenário do TSE
em listas tríplices anteriores, ainda que não tenham sido escolhidos para compor o TRE.

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Já a expressão “idoneidade moral” veio com o texto do art. 120, § 1º, III, da CF/1988 em
substituição à antiga expressão “reputação ilibada”. Entretanto, essa alteração não modifica
em nada o conteúdo do texto.
Na verdade, “considera-se detentor de reputação ilibada aquele que desfruta, no âmbito
da sociedade, de reconhecida idoneidade moral, que é a qualidade da pessoa íntegra, sem
mancha, incorrupta”. Foi essa a resposta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ) à consulta formulada pelo então presidente do Senado, senador Antônio Carlos Maga-
lhães, no sentido de se aclarar o conceito constitucional de reputação ilibada. Ou seja, ambas
as expressões cuidam da mesma coisa.
A idoneidade moral deve ser comprovada por meio de certidões, as quais, juntadas aos
autos da lista tríplice, comprovam objetivamente o requisito requerido.
Por último, a necessidade de possuir notável saber jurídico, ou seja, apresentar-se como
profundo conhecedor de toda a matéria jurídica. Trata-se de um conceito indeterminado, so-
bre o qual recai uma análise subjetiva do TJ.
Preenchidos esses requisitos, o advogado pode, se assim entender o TJ estadual, par-
ticipar da lista tríplice enviada ao TSE. Não poderá, contudo, ser indicado simultaneamente
indicado em duas listas tríplices para o preenchimento de dois cargos efetivos ou dois subs-
titutos. Confira:

O mesmo advogado somente poderá ser indicado simultaneamente em duas listas trí-
plices na hipótese de preenchimento de um cargo efetivo e um substituto. Precedente
do TSE.
(LT n. 382-62/AM, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE de 24/2/2016)

4.3.3.3. Incompatibilidade com o Exercício do Cargo

Há permissão para os ministros do TRE da classe dos advogados continuarem exercendo


a advocacia, vedado apenas o seu exercício nos tribunais eleitorais. O motivo é de ordem fi-
nanceira e se revela no fato de tais membros, no exercício da magistratura no TRE, receberem
apenas uma gratificação de presença e representação e mais nada.

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Sobre a possibilidade de os advogados integrantes de tribunais eleitorais poderem exer-


cer a advocacia, salvo na Justiça Eleitoral, veja o seguinte trecho da ementa do acórdão do
STF, no julgamento da ADI n. 1.227:

Art. 20, inciso II – incompatibilidade da advocacia com membros de órgãos do Poder


Judiciário. Interpretação de conformidade a afastar da sua abrangência os membros da
Justiça Eleitoral e os juízes suplentes não remunerados.
(ADI n. 1127 MC /DF. Min. Rel. Paulo Brossard. Tribunal Pleno. DJ 29/6/2001)

4.3.3.4. Quarentena

Conforme decidiu o TSE, na questão de ordem resolvida na PET n. 3020, Rel. Min. Aldir
Passarinho Junior, DJE de 4/8/2010, aos juízes do TRE da classe dos advogados/juristas não
se aplica a chamada “quarentena” estabelecida no art. 95, parágrafo único, inc. V, da CF, que
proíbe o advogado de exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorrido três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

AÇÃO DE DECRETAÇÃO DE PERDA DE CARGO ELETIVO EM RAZÃO DE DESFILIAÇÃO PAR-


TIDÁRIA SEM JUSTA CAUSA. QUESTÃO DE ORDEM. MAGISTRADO ELEITORAL. CLASSE
JURISTA. ART. 95, PARÁGRAFO ÚNICO, V, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE.
A restrição prevista no art. 95, parágrafo único, V, da Constituição não se aplica aos
ex-membros de Tribunais Eleitorais, oriundos da classe dos juristas.
2. Questão de ordem resolvida.
(Pet questão de ordem n. 3020/DF, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJE de 4/8/2010)

TRE
Na mesma ocasião e pelo mesmo processo são escolhidos os respectivos juízes substi-
tutos, em número igual para cada classe.
No TRE, tem-se, portanto, dois juízes substitutos escolhidos entre os Desembargadores
do TJ, dois entre os juízes de Direito da Justiça Estadual, um proveniente do TRF/JF e dois
escolhidos entre advogados.

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A escolha dos substitutos em igual número se faz necessária em razão da substituição


dos membros efetivos obedecer a ordem de antiguidade e a categoria a que estão vincula-
dos. A título de exemplo, os juízes substitutos mais antigo da classe dos advogados ocupará
temporariamente o cargo, nos casos de vacância, licença ou afastamento de qualquer um dos
ministros efetivos dessa classe, até que o efetivo seja escolhido. É o que dispõe o art. 7º da
Res.-TSE n. 20.958/2001.

Art. 7º Nos casos de vacância do cargo, licença, férias individuais ou afastamento de juiz efetivo,
será obrigatoriamente convocado, pelo tempo que durar o motivo, juiz substituto da mesma classe,
obedecida a ordem de antiguidade.

Segue o quadro-resumo do nosso estudo.


JUÍZES DE TRE (Processo de escolha)

ESCOLHIDOS QUEM ESCOLHE FORMA DE ESCOLHA

02 DESEMBARGADORES DO TJ TJ ELEIÇÃO PELO VOTO SECRETO


02 JUÍZES DE DIREITO TJ ELEIÇÃO PELO VOTO SECRETO
ESCOLHA DE ACORDO COM O REGI-
01 JUIZ DO TRF/JF TRF
MENTO INTERNO DO TRF
PRESIDENTE DA
02 ADVOGADOS LISTA TRÍPLICE ELABORADA PELO TJ
REPÚBLICA

TRE

As vedações à escolha dos juízes do TRE são as mesmas aplicadas à escolha dos mem-

bros do TSE.
As vedações expressas no Código Eleitoral aplicáveis aos juízes do TRE estão elencadas

no art. 25, §§§ 2º, 6º e 7º, do CE.

O art. 25, § 6º, do CE, afirma que não podem fazer parte do TRE pessoas que tenham entre

si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se, nesse caso, a que tiver

sido escolhida por último. Essa vedação se aplica a todos os juízes do TRE, não importando a

classe/categoria do juiz.

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Caso você ainda não tenha gravado os graus de relação de parentesco, reveja as princi-
pais relações de parentesco explicitadas nos quadros “Relação de Parentesco por Consan-
guinidade” e “Relação de Parentesco por Afinidade”.
Para não termos dúvidas acerca da ocorrência desse impedimento, vamos a um caso
prático.

O Desembargador “A” é nomeado para juiz do TRE. Após algum tempo, seu cunhado “B” é
nomeado juiz do TRF e escolhido para compor o mesmo TRE. Isso é possível? CLARO QUE
NÃO. Enquanto o juiz “A”, da classe dos desembargadores do TJ, estiver no TRE, seu cunhado
“B”, juiz do TRF, não poderá compor o TRE.

Nos termos do art. 25, § 2º do Código Eleitoral, a escolha de juízes da classe dos advoga-
dos não pode recair sobre membro do Ministério Público ou magistrado aposentado, sob pena
de se violar a divisão das classes desenhada pela Constituição Federal, com o consequente
desequilíbrio de forças.
Sobre a aplicabilidade desse dispositivo, uma vez que havia discussão sobre sua recep-
ção ou não pela CF/1988, o STF consignou que:

Composição de Tribunal Regional. Lista tríplice que encaminha para vaga de advogado
o nome de magistrado aposentado, inscrito na OAB. Exclusão do mesmo pelo TSE –
art. 25, § 2º do Código Eleitoral. A Lei 7.191/1994 não revogou o § 2º do art. 25 do CE,
com a redação dada pela Lei 4.961/1966. O dispositivo foi recepcionado pela CF. Impug-
nação procedente para manter a decisão do tribunal. A análise da instituição, Justiça
eleitoral, parte de um determinado princípio e de um determinado espírito informador,
para que se integre ao tribunal, aquele que se produziu na profissão, por longos anos,
escolhido não pela corporação, mas pelos membros do tribunal, que conhecem quem
está exercendo a profissão e realmente tem condição de trazer a perspectiva do advo-
gado ao debate das questões eleitorais.
(RMS n. 23.123, rel. min. Nelson Jobim, DJ de 12-3-2004.)

A essa lista de impedidos de almejar uma vaga no TRE, o art. 7º da Res.-TSE n. 23.517/2017
acrescentou os advogados filiados a partidos políticos.

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A outra vedação estabelece que a escolha dos membros da classe dos advogados de ju-
ízes do TRE da classe dos advogados não poderá recair naqueles que estejam nas seguintes
situações (art. 25, § 7º, do CE):
a) ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (cargo em comissão). Aqui é
importante observar que a comprovação da desincompatibilização não precisa ocorrer
até a formação da lista tríplice, mas até a posse do indicado no TRE (LT n. 0600016-32/
BA, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, DJE de 15/8/2019);
b) seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio,
isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública;
c) exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.

Uma importante observação, que pode inclusive ser objeto de questionamento em provas
subjetivas e orais.
Ao regulamentar o art. 25 do CE, a Res.-TSE n. 23.517/2017, no seu art. 9º, estabeleceu
a necessidade de, no procedimento de formação de lista tríplice, ser observada a resolução
do CNJ n. 7/2005, que versa sobre nepotismo no âmbito do Poder Judiciário, ou seja, o TSE
vedou a indicação na lista tríplice de cônjuges e parentes até o terceiro grau de membros dos
respectivos tribunais de justiça.
Após idas e vindas da jurisprudência do TSE, ficou assentado a necessidade de obser-
vância da citada resolução do CNJ, inclusive para os casos de recondução de juízes que já
ocupam cargos no TRE. Confira o precedente:

II – APLICAÇÃO DA VEDAÇÃO AO NEPOTISMO EM CASO DE “RECONDUÇÃO”


6. Os requisitos dos arts. 120, §1º, III, da Constituição Federal e 25, III, do Código Eleito-
ral, regulamentados pela Res.–TSE n. 23.517/2017, para preenchimento das listas trí-
plices, devem ser aferidos a cada nova indicação. Precedentes. A denominada “recon-
dução” para o cargo de Juiz de TRE não implica direito adquirido ou o afastamento dos
requisitos legais e jurisprudenciais. Na realidade, trata–se de nova escolha sem qual-
quer preferência de indicação sobre os demais componentes da lista.
(LT n. 0600016-32/BA, Re. Min. Luís Roberto Barroso, DJE de 15/8/2019)

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Para finalizar, cumpre informar que essas vedações se aplicam ao procedimento de esco-
lha de juízes efetivos e de substitutos.

TRE
Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presen-
ça da maioria de seus membros.
Será exigível a presença de todos os membros do TRE, quando o tema em julgamento for:
a) ações que importem em cassação de registro;
b) ações que importem em anulação geral das eleições;
c) ações que gerem a perda do diploma.

Em qualquer caso, se um dos membros efetivos estiver impedido ou suspeito, deve-se


convocar o membro suplente de igual classe. Assim, por exemplo, se um juiz do TRE, da clas-
se dos desembargadores do TJ, estiver impedido de participar do julgamento, deve-se con-
vocar um dos substitutos da respectiva classe.
Entretanto, o que fazer quando um tribunal eleitoral for julgar, seja em processo originário,
seja em recurso, um caso que exija o quórum completo, e, por razões intransponíveis, não seja
possível se fazer presente a composição completa do Tribunal?

Vamos exemplificar. Imagine, por hipótese, que, no dia do julgamento de um processo cujo
resultado possa ensejar a cassação de um candidato eleito, os dois membros da classe dos
advogados do Tribunal se deem por suspeitos e um dos substitutos da classe esteja de licen-
ça médica. Nesse cenário, em que apenas um dos advogados pode ser substituído, porquan-
to a substituição deve necessariamente obedecer à classe do substituído, os seis membros
aptos a compor o quórum do Tribunal podem julgar o feito?

Segundo o TSE, a resposta é sim. Confira o precedente:

Embargos de declaração. Omissão. Ausência.


1. Segundo a jurisprudência deste Tribunal, “a insuficiência de quórum que decorre da even-
tual declaração de impedimento ou de suspeição dos ministros juristas não impede o julga-

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mento do processo. Configurada a impossibilidade material e jurídica na indicação de minis-


tro substituto, a entrega da prestação jurisdicional não pode ser omitida pelo Estado-Juiz.
Precedentes: RCED n. 739/RO, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe de 20/5/2010; RCED n. 612/DF,
Rel. Min. Carlos Mário da Silva Velloso, DJ de 16.9.2005” (ED-AgR-REspe n. 81-97, relª. Minª.
Nancy Andrighi, PSESS em 17/12/2012).
(RESPE n. 159389. Relator(a) Min. Henrique Neves Da Silva. DJe de 4/2/2014)

5. Juiz eleitorAl

Como visto, a Justiça Eleitoral não possui um corpo próprio de magistrados. Desse modo,
as funções Eleitorais em qualquer instância da Justiça Eleitoral – instância superior (TSE), 2ª
instância (TRE) e 1ª instância (Juiz Eleitoral) –, são exercidas por um corpo de juízes “em-
prestado” de outros Tribunais e da advocacia.
Especificamente na 1ª instância, um juiz de direito da Justiça Estadual exerce, de forma
cumulativa, a função de juiz eleitoral. Assim, temos, na Justiça Eleitoral.
JUSTIÇA ELEITORAL (Órgãos e origem dos membros)

ÓRGÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL ORIGEM DOS MEMBROS

TSE STF, STJ e ADVOCACIA

DESEMBARGADORES E JUÍZES da JUSTIÇA ESTA-


TRE
DUAL, TRF/JF e ADVOCACIA

JUIZ ELEITORAL JUIZ DE DIREITO DA JUSTIÇA ESTADUAL

5.1. processo de escolHA do Juiz eleitorAl

A designação do juiz de direito responsável pelas funções eleitorais na comarca é atribui-


ção do TRE, nos termos do art. 32, parágrafo único, do CE.
Essa escolha para o cargo deverá recair obrigatoriamente em um juiz de direito da Justiça
Estadual esteja em pleno exercício de suas atividades e manifeste interesse em ocupá-lo,
conforme orientação contida no art. 3º, §3º, da Res.-TSE n. 21.009/2002.

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Na linha da jurisprudência do TSE, não há a possibilidade de juiz federal exercer a função


eleitoral na 1ª instância. Confira:

Jurisdição e competência eleitoral. Exercício da jurisdição eleitoral de primeiro grau.


Justiça Estadual ou Justiça Federal. Juízes de direito. Pretensão ao exercício da jurisdi-
ção eleitoral de primeiro grau por juízes federais.
Caráter federal e nacional da Justiça Eleitoral. Designação, expressa na Constituição, de
juízes de direito escolhidos pelos Tribunais de Justiça estaduais para a composição dos
Tribunais Regionais Eleitorais.
Participação dos Juízes Federais na composição dos Tribunais Regionais.
Interpretação razoável de que os juízes de direito mencionados são os Juízes Estaduais,
valendo essa inteligência para os Tribunais Regionais assim como para a Justiça Elei-
toral de primeiro grau.
Exclusão parcial dos Juízes Federais que se revela compatível com o regime e o sistema
constitucional eleitoral.
Pedido indeferido, sem prejuízo das eventuais proposições da Comissão de Juristas
constituída pelo Senado Federal para a elaboração de anteprojeto de Código Eleitoral.
(PET n. 332-75/DF, Rel. Min. Gilson Dipp, DJE de 9/5/2012)

Definido que cabe exclusivamente ao juiz de direito da Justiça Estadual o exercício da


função eleitoral, vale lembrar que vimos no início da aula: pode não haver correspondência
entre as comarcas da Justiça Estadual e as zonas eleitorais da Justiça Eleitoral, ocorrendo
hipóteses nas quais uma comarca abrange mais de uma zona eleitoral e vice-versa.
Se houver correspondência, a escolha do juiz eleitoral recairá sobre o magistrado da Jus-
tiça Comum responsável pela comarca, que passa a exercer cumulativamente os dois cargos.
Consoante dispõe o art. 3º da Res.-TSE n. 21.009/2002, caso a zona eleitoral abranja mais
de uma comarca e, consequentemente, mais de um juiz de direito da Justiça Comum, o TRE
deverá designar o juiz eleitoral observando o critério da antiguidade, apurada entre os juízes
que não haja exercido a titularidade de zona eleitoral, e atendendo ao sistema de rodízio.
O TRE pode, contudo, pelo voto de cinco dos seus membros, afastar esse critério por conveni-

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ência objetiva do serviço eleitoral e no interesse da administração judiciária, observando-se,

então, o critério de merecimento.

O TRE poderá escolher magistrado vitalício ou não no cargo de Juiz de Direito para o exer-

cício da função eleitoral. Desse modo, mesmo que o juiz estadual esteja em estágio probató-

rio no seu cargo, isso não o impedirá de ser escolhido e assumir as funções eleitorais. É o que

afirma a jurisprudência da Corte Suprema Eleitoral:

Eleitoral. Juiz. Garantias.


A Lei Complementar 35 continua em vigor na parte em que não haja incompatibilidade
com a Constituição, como sucede com seu artigo 22, § 2º. Assim, podem atuar como
juízes eleitorais os magistrados que, em virtude de não haver decorrido o prazo previsto
no artigo 95, I da Constituição, não gozam de vitaliciedade.
Recurso especial. Inviabilidade em relação a temas não prequestionados e para ree-
xame de matéria de fato.
(REspe n. 15277/AM, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJ de 14.5.1999)

Uma vez escolhido, o Juiz Eleitoral atenderá todos os dias na sede de sua zona eleitoral,
consoante dispõe o art. 34, do CE.

5.2. Jurisdição do Juiz eleitorAl

Já vimos no início da aula, vimos que a zona eleitoral é a área geográfica em que o juiz
eleitoral exerce suas funções jurisdicionais.
Aqui, não há segredo: cada juiz eleitoral é, então, responsável por uma zona eleitoral.

5.3. teMporAlidAde no cArGo de Juiz eleitorAl

Embora não se tenha uma regra expressa para se definir o período em que o juiz de direito
deva exercer as funções eleitorais, segue-se a mesma lógica definida para os juízes dos Tri-
bunais, constante no art. 121, § 2º, da CF

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Assim, o juiz eleitoral designado pelo TRE deverá servir por dois anos, havendo rodízio
sempre que possível.
Não é senão por esse motivo que havendo mais de uma vara na comarca e estando a
titularidade da zona ocupada há mais de dois anos pelo mesmo juiz, o TRE providenciará a
designação e posse do novo titular, conforme dispõe o art. 7º da Res.-TSE n. 21.009/2002.
A regra de contagem dos biênios do juiz eleitoral segue a regra geral de contagem de bi-
ênios da Justiça Eleitoral, contida no art. 14, § 1º, do CE. Os biênios devem ser contados a
partir da posse, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o
decorrente de licença, férias, ou licença especial.
O art. 14, § 1 c/c § 3º, do CE, traz a única exceção à regra ininterrupta de contagem. Se-
gundo esse dispositivo, o afastamento dos Juízes Eleitorais em decorrência do registro de
candidatura, na sua circunscrição, de seu cônjuge, parente consanguíneo legítimo ou ilegíti-
mo, ou afim, até o segundo grau, que se inicia na data da convenção partidária que escolheu
o candidato e termina na apuração final da eleição, não é computado para fins de contagem
de biênio.

6. JuntA eleitorAl

A junta eleitoral é um órgão colegiado, de caráter temporário, que compõe a 1ª instância


da Justiça Eleitoral.
QUADRO COMPARATIVO (Juízes e Juntas Eleitorais)

JUIZ ELEITORAL JUNTA ELEITORAL

1ª INSTÂNCIA 1ª INSTÂNCIA

ÓRGÃO MONOCRÁTICO ÓRGÃO COLEGIADO

ÓRGÃO PERMANENTE ÓRGÃO TRANSITÓRIO

6.1. coMposição dAs JuntAs eleitorAis

A junta eleitoral é composta por um juiz de direito, que atua como presidente, e dois ou
quatro cidadãos de notória idoneidade. O presidente da junta eleitoral não precisa ser um juiz

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de direito no exercício das funções eleitorais, ou seja, não precisa ser um Juiz Eleitoral. Basta,

para tanto, ser um juiz de direito da Justiça Estadual que goze das garantias da magistratura,

conforme estabelecem os arts. 36 e 37 do CE.

A seu turno, em face da expressão “dois ou quatro cidadãos” contida na definição de sua

composição, podemos, em tese, encontrar juntas eleitorais com apenas três integrantes, sen-

do um juiz de direito na qualidade de presidente e mais dois cidadãos; ou com cinco integran-

tes: um juiz de direito como presidente e mais quatro cidadãos.

No exercício das funções eleitorais, os membros da junta eleitoral gozam de plenas ga-

rantias da magistratura, no que for aplicável.

No que concerne ao número de juntas eleitorais, pode haver uma ou várias em uma zona

eleitoral. Na verdade, o limite do número desses órgãos está relacionado apenas com o nú-

mero de juízes de direito que gozem das garantias asseguradas à magistratura e que estejam,

assim, aptos a presidi-las.

6.2. processo de escolHA dos MeMBros dA JuntA eleitorAl

Após aprovação dos nomes pelo TRE, o Presidente deste Tribunal, até 60 dias das elei-

ções, nomeia os integrantes da junta eleitoral.


Até 10 dias da nomeação pelo presidente do TRE, os nomes das pessoas indicadas para

compor as juntas eleitorais serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer

partido, no prazo de 3 dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações, conforme

dispõe o art. 36, §2º, do CE.

PROCEDIMENTO PARA A ESCOLHA DOS MEMBROS DA JUNTA ELEITORAL

1º) Publicação no órgão oficial do Estado dos nomes das pessoas indicadas a compor a junta eleito-
ral até 10 dias antes do prazo fatal para nomeação – 60 dias antes da eleição;
2º) A partir da publicação, inicia-se o prazo de 3 dias para impugnação por qualquer partido polí-
tico;
3º) Não havendo impugnação, ou julgada improcedente, haverá a nomeação dos escolhidos pelo
Presidente do TRE;

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6.3. vedAções à escolHA de MeMBros dA JuntA eleitorAl

Assim como vimos nos demais órgãos da Justiça Eleitoral, existem algumas vedações a
serem observadas na escolha de membros de junta eleitoral.
Nos termos do art. 36, § 3º, do CE, não podem ser nomeados membros das juntas:

4.6 Os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem
assim o cônjuge.

CIDADÃOS QUE NÃO PODEM COMPOR JUNTA ELEITORAL

RELAÇÃO DE PARENTESCO COM CANDIDATO GRAU DE PARENTESCO

POR CONSANGUINIDADE

AVÓS 2º GRAU

PAIS 1º GRAU

FILHOS 1º GRAU

NETOS 2º GRAU

POR AFINIDADE

GENROS 1º GRAU

NORAS 1º GRAU

SOGRA 1º GRAU

SOGRO 1º GRAU

PADRASTO 1º GRAU

MADRASTA 1º GRAU

CUNHADOS 2º GRAU

4.7 Os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham
sido oficialmente publicados;
4.8 As autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de
confiança do Executivo. Nesse ponto, aponta-se que os ocupantes de cargos em comissão no Po-
der Legislativo, no Poder Judiciário e no Ministério Público não estão proibidos de serem indicados
para compor as Juntas Eleitoral, na classe dos cidadãos;
4.9 Os que pertencerem ao serviço eleitoral.

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Acrescente, ainda, a essas vedações a participação de parentes em qualquer grau ou


de servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma Junta Eleitoral
(art. 64, da Lei n. 9.504/1997).
Para que não reste nenhuma dúvida, vamos a uma hipótese didática:

Imagine, por hipótese, que João, servidor do STF, seja pai de Antônio, funcionário de um Sho-
pping Center. Suponha ainda que não tenham eles nenhum tipo de parentesco, seja por con-
sanguinidade ou afinidade, com os candidatos aos cargos de uma determinada eleição e não
sejam membros de diretorias de partidos políticos.
Em razão de suas qualidades pessoais, João e Antônio são nomeados para compor a mesma
Junta Eleitoral. Isso é possível?
CLARO QUE NÃO. Apesar de não incidirem individualmente em nenhuma das vedações para
integrar uma Junta Eleitoral, os dois – pai e filho – não podem compor a mesma Junta Eleito-
ral (art. 64 da Lei n. 9.504/1997).

7. coMpetênciAs dA JustiçA eleitorAl

A Justiça Eleitoral é um ramo especializado do Poder Judiciário que exerce funções espe-
cíficas e próprias, não encontradas nos demais. Vamos relembrar rapidamente essas funções:
• função administrativa – função relacionada à administração das eleições;
• função consultiva – função de responder as perguntas que lhe forem feitas sobre ma-
téria eleitoral em tese;
• função jurisdicional – função de prestar a jurisdição com caráter de definitividade em
litígios eleitorais.
• função regulamentar – função atribuída ao TSE para editar normas regulamentares a
fim de viabilizar a fiel aplicação do Código Eleitoral.

Além disso, cumpre informar que a CF, no seu art. 121, deixou a cargo de lei complementar
a definição da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral.
Na verdade, para a definição da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral não houve
a edição de nenhuma lei complementar, e sim a recepção da Lei Ordinária n. 4.737/1965 –

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Código Eleitoral – com status de lei complementar, especificamente na parte que trata da
definição de competência dos órgãos da Justiça Eleitoral.
Portanto, o estudo da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral revela-se no estudo do
Código Eleitoral, mais precisamente nos quatro títulos da sua “PARTE SEGUNDA”.

7.1. estudo coMpArAtivo dAs coMpetênciAs dA JustiçA eleitorAl

Estudar as competências da Justiça Eleitoral é, em suma, conhecer as competências de


cada um de seus órgãos.
Por uma questão didática, vamos fazer, na medida do possível, um estudo comparado das
competências afetas à Justiça Eleitoral. Temos certeza de que dessa forma a apreensão do
conteúdo ficará muito mais fácil.
Vamos lá!

7.1.1. Datas das Eleições

Segundo o art. 23, VII, do CE, compete privativamente ao TSE fixar as datas para as elei-
ções de Presidente e Vice-Presidente da República, Senadores e Deputados federais, quando
não o tiverem sido por lei. Ou seja, o TSE fixa a data de realização das eleições presidenciais
e federais.
De modo similar, compete privativamente ao TRE, nos termos do art. 30, IV, do CE, fixar a
data das eleições de Governador e Vice-Governador, Deputados estaduais, Prefeitos, Vice-
-Prefeitos, Vereadores e Juízes de paz, quando não determinada por disposição constitucio-
nal ou legal. Ou seja, o TRE fixa a data das eleições estaduais e municipais.
Da análise desses dispositivos legais, conclui-se, de imediato, que a competência dos
órgãos da Justiça Eleitoral – TSE e TRE – para fixar datas de eleições para cargos eletivos
é residual. Isso significa que se tais datas estiverem fixadas em lei, ficam sem aplicação os
dispositivos legais que conferem aos órgãos da Justiça Eleitoral essa tarefa.
Atualmente, em face da existência dos arts. 28 e 29, II, da CF, e arts. 1º e 2º da Lei n.
9.504/1997, que fixam as datas das eleições para os referidos cargos eletivos, não se faz ne-
cessária a atuação dos órgãos da Justiça Eleitoral.

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Note-se, entretanto, que os dispositivos do CE que conferem essa competência aos ór-
gãos da Justiça Eleitoral não estão revogados, mas apenas momentaneamente sem aplica-
ção. Caso os dispositivos legais que hoje regem a matéria sejam revogados, os órgãos da
Justiça Eleitoral estão autorizados a atuar no vazio legislativo.
A autorização legal dirigida ao TSE e aos TREs autoriza também esses órgãos a definir as
datas de eleições suplementares, que normalmente ocorrem quando os eleitos são cassados
e a legislação determina a necessidade de novo pleito, como se pode observar na disposição
do art. 224 do CE. Nesses casos, como não há disposição legal definindo essas datas, a com-
petência da Justiça Eleitoral está em pleno vigor.
Os Juízes e as Juntas Eleitorais não possuem competência para estabelecer datas para a
realização das eleições.
Para facilitar seu estudo, vamos a um quadro esquemático.
FIXAÇÃO DE DATAS DE CARGOS ELETIVOS (competência residual)

CARGOS ÓRGÃO
ELETIVOS COMPETENTE

Presidente e Vice-Presidente da República Senadores Deputados federais TSE


Governador e Vice-Governador Deputados estaduais
Prefeitos e Vice-Prefeitos Vereadores TRE
Juízes de paz

7.1.2. Registro de Candidatura

O registro de candidatura é o procedimento destinado à verificação do preenchimento das


condições de elegibilidade e da inexistência de inelegibilidade dos cidadãos que queiram se
candidatar a um cargo público.
A definição da competência para o registro de candidatura na Justiça Eleitoral é definida
em função da circunscrição da eleição.
Com efeito, o TSE é responsável pelo registro dos candidatos nas eleições presidenciais,
cuja circunscrição é todo o País. O TRE, por sua vez, cuida do registro das eleições no âmbito
do Estado. E, finalmente, o juiz eleitoral é responsável pelo registro no pleito municipal.
As Juntas Eleitorais não têm competência para atuarem no registro de candidaturas.

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COMPETÊNCIA: REGISTRO DE CANDIDATO

CIRCUNSCRIÇÃO DO ÓRGÃO
CARGO BASE LEGAL
CARGO ELETIVO COMPETENTE

Presidente Vice-Presidente País TSE Art. 22, I, a, CE


Governador Vice-Governador Depu-
tado Federal
Estado TRE Art. 29, I, a, CE
Senador
Deputado Estadual
Prefeito Vice-Prefeito
Município Juiz Eleitoral Art. 35, XII, CE
Vereador

7.1.3. Expedição de Diplomas

O diploma expedido pela Justiça Eleitoral é um documento declaratório da validade da

eleição e da aptidão do candidato. Trata-se, portanto, de documento essencial para que o

eleito possa assumir o cargo.

Na Justiça Eleitoral, o TSE é responsável pela expedição dos diplomas dos eleitos aos car-

gos de Presidente e Vice-Presidente da República; aos TREs cabe a emissão de diplomas dos

cargos de Governador, Vice-Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador; e

às Juntas Eleitorais, a expedição de diploma dos cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

Os Juízes Eleitorais são os únicos que não possuem competência para a expedição de

diplomas.

EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS

CARGOS ELETIVOS ÓRGÃO COMPETENTE


PRESIDENTE DA REPÚBLICA VICE-PRESIDENTE DA
TSE
REPÚBLICA
GOVERNADOR VICE-GOVERNADOR DEPUTADO
FEDERAL
TRE
SENADOR
DEPUTADO ESTADUAL
PREFEITO VEREADOR JUNTA ELEITORAL

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7.1.4. Registro e Cancelamento de Diretório de Partido Político

O TSE cuida do cancelamento e registro dos diretórios nacionais, enquanto o TRE, dos

diretórios regionais, estaduais e municipais.

Note que a competência para registro e cancelamento de diretório de partido político é

restrita aos tribunais eleitorais. Assim, seja qual for o diretório, seu cancelamento ou registro

não pode ser feito por Juiz Eleitoral, muito menos ainda por Junta Eleitoral.

COMPETÊNCIA: CANCELAMENTO E REGISTRO DE DIRETÓRIO DE PARTIDO POLÍTICO

ÓRGÃO
DIRETÓRIO BASE LEGAL
COMPETENTE

DIRETÓRIO NACIONAL TSE Art. 22, I, a, CE

DIRETÓRIO REGIONAL DIRETÓRIO ESTA-


TRE Art. 29, I, a, CE
DUAL DIRETÓRIO MUNICIPAL

7.1.5. Conflito de Jurisdição

O conflito de jurisdição, tecnicamente denominado pela doutrina de conflito de competên-

cia, é matéria muito cobrada em concursos públicos, pedimos a você especial atenção neste

tópico.

Conflito de jurisdição ou de competência é o choque entre autoridades jurisdicionais que

se supõem competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para funcio-

nar num mesmo processo, em relação aos mesmos atos.

Veja a seguir um quadro-resumo, no qual estão dispostos os possíveis conflitos de juris-

dição envolvendo órgãos da Justiça Eleitoral, bem assim o órgão competente para solucio-

ná-los:

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COMPETÊNCIA: CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENVOLVENDO TRIBUNAIS DA JUSTIÇA


ELEITORAL

CONFLITO DE COMPETÊNCIA ÓRGÃO COMPETENTE

A relação funcional entre o TSE e os TREs não


TRE X TSE
admite o conflito de jurisdição
TRE DO ESTADO A X TSE
TRE DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)
TRE DO ESTADO A X TSE
JUIZ ELEITORAL DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)
TRE X
STF
TRIBUNAL SUPERIOR (COM EXCEÇÃO
(art. 102, I, o, da CF)
DO TSE)
TRE X
OUTRO TRIBUNAL QUE NÃO SEJA UM TRI- STJ
BUNAL SUPERIOR (art. 105, I, d, da CF/1988)
(POR EXEMPLO: TJ)

ENVOLVENDO JUÍZES ELEITORAIS

CONFLITO DE JURISDIÇÃO ÓRGÃO COMPETENTE

TRE DO ESTADO A X Não há conflito de jurisdição. A relação do Juiz Eleito-


JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A ral é de subordinação funcional ao TRE
TRE DO ESTADO A X TSE
JUIZ ELEITORAL DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)

JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A X TSE


JUIZ ELEITORAL DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)
JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A TRE DO ESTADO A
X – JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A (art. 29, I, b, do CE)
JUIZ ELEITORAL
STJ
X – JUIZ DE OUTRO TRIBUNAL NÃO ELEITORAL
(art. 105, I, d, da CF/1988)
(POR EXEMPLO: JUIZ FEDERAL)

7.1.6. Suspeição ou Impedimento

Em síntese, as exceções instrumentais de suspeição e impedimento são formas esta-


belecidas em lei com o propósito de afastar aquele que não possui capacidade subjetiva ou

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compatibilidade com a causa. Ou seja, trata-se de mecanismo para a garantia e efetivação da

imparcialidade, característica da atividade jurisdicional.

Na Justiça Eleitoral, a competência para julgar as exceções e impedimentos fica restrita

aos tribunais – TRE e TSE.

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO (COMPETÊNCIA DO TSE)

)

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7.1.7. Afastamento do Exercício do Cargo Efetivo de Juiz Eleitoral

Os membros que compõem os órgãos da Justiça Eleitoral, com exceção dos componen-
tes das Juntas Eleitorais, servem, salvo motivo justificado, por dois anos, no mínimo, e nunca
por mais de dois biênios consecutivos.
A regra geral, então, é o exercício por no mínimo dois anos. Entretanto, a expressão “salvo
motivo justificado” permite, como exceção à regra, que mesmo antes de completar dois anos
de efetiva prestação jurisdicional na seara eleitoral, venham os membros da Justiça Eleitoral
a se afastar do cargo.
Nesse processo de pedido de afastamento dos seus membros, a atuação dos tribunais
eleitorais se dá da seguinte forma:
AFASTAMENTO DE MEMBROS DA JUSTIÇA ELEITORAL

BENEFICIADO QUEM CONCEDE QUEM APROVA

JUIZ ELEITORAL TRE TRE

JUIZ DO TRE TRE TSE

MINISTRO DO TSE TSE TSE

Aqui, gostaria que você notasse, em especial, que o pedido de afastamento dos membros
de TREs é concedido pelo próprio tribunal regional (art. 30, III, CE), mas somente após apro-
vação do TSE.
Nos demais casos, é intuitivo o processo: o TRE concede e aprova o afastamento dos ju-
ízes eleitorais a ele vinculados; e o TSE, como órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, concede,
após deliberação própria, o afastamento de seus próprios membros (art. 23, III, CE).

7.1.8. Crimes Cometidos por Membros da Justiça Eleitoral

Inicialmente, é importante esclarecer que, para fins de definição da competência do STJ e


STF (e somente para fins de competência), crime eleitoral é uma espécie do gênero crime co-
mum. Segundo o STF, para fins de definição da competência dos Tribunais Superiores, a ex-

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pressão crime comum abrange todo e qualquer delito, inclusive os crimes eleitorais, sendo
utilizada em contraposição aos impropriamente denominados crimes de responsabilidade,
cuja sanção se situa na esfera política (STF, CJ n. 6.971/92). A esse respeito, veja o seguinte
julgado:

A expressão ‘crime comum’, na linguagem constitucional, é usada em contraposição


aos impropriamente chamados crimes de responsabilidade, cuja sanção é política,
e abrange, por conseguinte, todo e qualquer delito, entre outros, os crimes eleitorais.
Jurisprudência antiga e harmônica do STF [...].
(CJ n. 6.971, Rel. Min. Paulo Brossard. DJ de 21.2.92)

Feito esse esclarecimento inicial, cumpre informar que o art. 22, I, d, CE, que afirma a com-
petência do TSE para julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometi-
dos pelos seus próprios juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais, está revogado
pelos arts. 102, I, “c”, e 105, I, “a”, ambos da CF/1988.
No que se refere aos membros do TSE, a competência para julgá-los nos crimes penais
comuns, incluindo aí os crimes eleitorais, é do STF. A esse respeito:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente: (...)
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Co-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os mem-
bros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomá-
tica de caráter permanente;

Quanto aos crimes comuns, incluindo também os eleitorais, cometidos pelos membros
dos TREs, a competência para o julgamento é do STJ.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I – processar e julgar, originariamente:


a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de res-
ponsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribu-
nais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

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No que se refere aos crimes cometidos pelos juízes eleitorais, mantém-se a distinção
entre crimes eleitorais e comuns, mesmo para fins de competência. Os juízes eleitorais, nos
crimes eleitorais e conexos, são julgados pelo respectivo TRE, como estabelece o art. 29, I,
“d” do referido código, enquanto nos crimes comuns a competência é do TJ.
Na verdade, a distinção na definição da competência para o julgamento dos crimes eleito-
rais cometidos pelos membros dos tribunais (TSE e TREs) e pelos juízes eleitorais decorre da
forma da previsão constitucional inscrita no art. 96, III da CF. Com efeito, o art. 96, inc. III, da
CF, ao estabelecer o foro por prerrogativa de função dos juízes de Direito (e os Juízes Eleito-
rais são juízes de Direito), previu que são julgados, nos crimes comuns e de responsabilidade,
no Tribunal de Justiça, “ressalvada a competência da Justiça Eleitoral”.
Veja a redação do art. 96, inc. III da CF:

Art. 96. Compete privativamente:


III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral.

Feitas essas considerações, vamos ao quadro esquemático:


CRIMES COMETIDOS POR MEMBROS DA JUSTIÇA ELEITORAL (crimes comuns e eleito-
rais)

MEMBRO CRIME COMPETÊNCIA


MEMBRO DO TSE COMUM (INCLUINDO O ELEITORAL) STF
MEMBRO DO TRE COMUM (INCLUINDO O ELEITORAL) STJ
JUIZ ELEITORAL ELEITORAL TRE
JUIZ ELEITORAL COMUM TJ

7.1.9. Remédios Constitucionais: Mandado de Segurança e Habeas Corpus

Vamos estudar este assunto usando uma metodologia um pouco diferente da que usual-
mente vínhamos usando.
Primeiro, vamos tratá-lo no âmbito dos tribunais eleitorais – TSE e TRE –, depois, ao final,
no Juiz Eleitoral.

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Inicialmente, tenha em mente que para que o mandado de segurança seja impetrado na Justiça

Eleitoral, deverá ele guardar afinidade com questões eleitorais, ou seja, deverá atacar ato de autori-

dades eleitorais ou afetas a elas no âmbito do processo eleitoral.

A esse respeito, veja a ementa do seguinte julgado proferido pelo Tribunal Superior Elei-

toral:

AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESIDENTE. COMISSÃO EXECU-

TIVA ESTADUAL. DESTITUIÇÃO. DIRETÓRIO NACIONAL. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA

ELEITORAL.

1. A Justiça Eleitoral só é competente para conhecer de mandado de segurança em matéria

eleitoral relativa a atos das autoridades indicadas na letra e do inciso I do art. 22 do Código

Eleitoral e, excepcionalmente, de órgãos de partidos políticos, quando possam afetar direitos

estritamente ligados a condições de elegibilidade.

2. Foge da competência desta Corte especializada o julgamento de mandado de segu-

rança contra ato de presidente de diretório nacional que destituiu presidente de comis-

são executiva estadual.

3. Agravo regimental desprovido.

(MS n. 3890. Relator Min. Marcelo Henriques Ribeiro De Oliveira. DJE de 7/4/2009)

Além disso, saiba que a competência para julgar o mandado de segurança é determinada

pela órbita a que pertence a autoridade coatora e pela sua localização territorial, à exceção

dos casos expressamente estabelecidos na Constituição e nas leis infraconstitucionais.

Em sede de mandado de segurança, em matéria eleitoral, o TSE deixou de ser o órgão

competente para apreciá-lo quando impetrado contra atos do Presidente da República e de

Ministros de Estado. Assim, restou revogado o art. 22, I, e, do CE.

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Para esses casos, as novas competências acerca do mandado de segurança em matéria

eleitoral passaram a ser do STF contra atos do presidente da República (art. 102, I, d, da CF)

e do STJ contra atos de Ministros de Estado (art. 105, I, b, da CF).

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente: (...)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o man-
dado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da Re-
pública e do próprio Supremo Tribunal Federal;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I – processar e julgar, originariamente:
(...)
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandan-
tes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 23, de 1999)

A competência para julgar mandado de segurança contra atos dos membros dos TREs é

do próprio Tribunal. Essa afirmação é válida tanto para atos de natureza eleitoral quanto para

atos administrativos relacionados ao funcionamento do respectivo tribunal. Nesse sentido,

a jurisprudência do TSE:

A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que compete ao TRE o julgamento de

mandado de segurança contra atos de seus membros (Precedentes: AgR-MS n. 4.139/

PR, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 17/3/2009; AgR-MS n.3.370/BA, Rel. Min. Eros

Grau, DJ de 24.6.2008). (MS 4279, DJe 14/4/2010)

Por sua vez, quando o ato impugnado via mandado de segurança for do colegiado do TRE

(e não apenas de um de seus membros) há que se fazer uma distinção: para atos de natureza

administrativa – atos pertinentes ao funcionamento do próprio tribunal –, o competente é o

próprio TRE; para atos de natureza eleitoral, a competência é do TSE.

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A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que os TREs são competentes

para julgar mandado de segurança contra seus atos de natureza administrativa. (MS

3370, DJ 24/6/2008).

No que se refere aos mandados de segurança contra atos de Juízes Eleitorais, a com-

petência para julgá-los é do TRE ao qual está vinculado o Juiz Eleitoral cujo ato tenha sido

impugnado.

QUADRO DE COMPETÊNCIAS (mandado de segurança)

ÓRGÃO/AUTORIDADE COATORA COMPETÊNCIA


ATO DE MINISTRO DE ESTADO STJ
ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA STF
ATO DE MEMBRO DO TRE (ELEITORAL E ADM.) TRE
ATO DE TRE (membro ou colegiado) (ADM) TRE
ATO DE TRE (membro) (ELEITORAL) TRE
ATO DE TRE (colegiado) (ELEITORAL) TSE
ATO DE JUIZ ELEITORAL TRE

No que concerne à ação de habeas corpus, em matéria eleitoral, houve também substan-
cial alteração no órgão competente para sua apreciação. A partir da Constituição de 1988,
transferiu-se do TSE para o STF a competência em matéria eleitoral para processar e julgar
o habeas corpus quando for paciente o presidente da República e os Ministros de Estados
(art. 102, I, d, CF). Lembre-se que, para fins de competência no STF e STJ, o crime eleitoral é
uma espécie de crime comum.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente: (...)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Co-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os mem-
bros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomá-
tica de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)

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d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o man-
dado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da Re-
pública e do próprio Supremo Tribunal Federal;

QUADRO DE COMPETÊNCIAS (habeas corpus em matéria eleitoral)

PACIENTE EM HABEAS CORPUS COMPETÊNCIA


PRESIDENTE DA REPÚBLICA STF
MINISTRO DE ESTADO STF

A competência do Juiz Eleitoral para decidir habeas corpus e mandado de segurança, em


matéria eleitoral, é residual, ou seja, cabe a ele julgar tais ações quando a competência não
estiver atribuída privativamente à instância superior.

Imagine, por hipótese, que o Secretário de Educação de um município do Estado de São Paulo
emita, ex officio, dentro do período de três meses que antecedem a eleição, um ato transfe-
rindo professores para uma unidade de ensino de difícil acesso, em razão de tais professores
não manifestarem apoio à candidatura de determinado candidato. Esse ato ilegal, pela sua
correlação com o processo eleitoral, é passível de mandado de segurança pelos prejudicados
perante a Justiça Eleitoral, sendo competente para julgá-lo o Juiz Eleitoral da respectiva cir-
cunscrição. Essa competência é definida primeiro em razão da órbita de atuação da autorida-
de coatora ser municipal, e segundo, pelo fato de não haver determinação legal dispondo de
forma taxativa a autoridade competente para apreciar a matéria.

7.1.10. Pedido de Desaforamento

Em síntese, o pedido de desaforamento é utilizado na Justiça Eleitoral para requerer que o

processo seja submetido a julgamento por um órgão diverso daquele inicialmente competen-

te, em razão da demora deste no seu julgamento.

Ultrapassado trinta dias da conclusão do feito ao juiz eleitoral, é possível a realização do

pedido de desaforamento por partidos políticos, por candidatos, pelo Ministério Público ou

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por parte legitimamente interessada, perante o TRE a que subordinado o magistrado em atra-

so (art. 29, I, g, do CE).

Caso o atraso de mais de 30 dias da conclusão do feito ocorra nos TREs, os mesmos le-

gitimados podem apresentar um pedido de desaforamento perante o TSE (art. 22, I, h, do CE).

Diferentemente dos processos de competência originária dos juízes eleitorais e TREs, em

que é possível o pedido de desaforamento, o atraso no julgamento de processos originários

do TSE por mais de 30 dias da conclusão ao relator é passível de reclamação, e não de desa-

foramento, sendo competente para julgamento a própria Corte Suprema Eleitoral (art. 22, I,

i, CE).

É óbvio que se trata de um instrumento processual pouco utilizado, pois é fato que o ex-

cesso de demanda no Poder Judiciário tornou regra e não exceção a demora no julgamento

de feitos judiciais. Isso, contudo, não é suficiente para afastar a aplicação dos dispositivos

legais a respeito da matéria.

PEDIDOS DE DESAFORAMENTO

COMPETENTE PARA
MATÉRIA
JULGAMENTO
FEITOS NÃO DECIDIDOS PELOS TRIBUNAIS REGIONAIS EM 30 DIAS
TSE
DA CONCLUSÃO PARA JULGAMENTO
FEITOS NÃO DECIDIDOS PELOS JUÍZES ELEITORAIS EM 30 DIAS DA
TRE
CONCLUSÃO PARA JULGAMENTO

7.1.11. Divisão ou Criação de Zonas Eleitorais

O processo de divisão ou criação de zonas eleitorais nos Estados pode ser dividido em
duas etapas: na primeira, os TREs elaboram e encaminham a proposta de criação ou alteração
ao TSE (art. 30, IX, CE); na segunda, a Corte Suprema Eleitoral aprova a proposta das cortes
regionais (art. 23, VIII, CE).
Esquematicamente, esse processo pode ser assim representado:

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Uma vez criada a zona eleitoral, é possível ainda que esta seja objeto de divisão em se-
ções eleitorais. A competência para proceder a essa divisão é do Juiz Eleitoral, e não do TRE
a que ele esteja vinculado (art. 35, X, CE).
Por último, vale ressaltar ainda que, criadas as seções, cabe ao Juiz Eleitoral designar, até
60 dias antes das eleições, os locais onde elas serão efetivamente instaladas para funcionar
no dia das eleições (art. 35, XIII, CE).

7.1.12. Requisição de Força Federal

A requisição de força federal é ato dirigido ao Poder Executivo para garantir o cumprimen-
to da lei, de decisão judiciária ou para garantir a lisura do pleito eleitoral.
Trata-se de uma prerrogativa privativa do TSE no âmbito da Justiça Eleitoral. Assim, mes-
mo quando um tribunal regional dela pretende fazer uso, essa requisição deve, necessaria-
mente, ser dirigida ao TSE para que este então encaminhe o pedido ao Poder Executivo.
Vamos a um esquema didático para facilitar o estudo.

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7.1.13. Afastamento de Juízes Eleitorais dos Cargos da Justiça Comum

Nos termos do art. 94 da Lei n. 9.504/1997, “os feitos eleitorais, no período entre o registro

das candidaturas até cinco dias após a realização do segundo turno das eleições, terão priori-

dade para a participação do Ministério Público e dos Juízes de todas as Justiças e instâncias,

ressalvados os processos de habeas corpus e mandado de segurança”.

A matéria está regulamentada pela Res.-TSE n. 23.486/2016. Segundo esse normativo,

se evidenciado o expressivo aumento no volume dos serviços eleitorais, fica autorizada a

concessão de afastamento do juiz de Direito, Desembargador do TJ ou juiz federal/TRF das

funções da Justiça Comum, para exercer, por tempo determinado, prioritariamente a função

eleitoral, sem prejuízo do julgamento de habeas corpus e mandado de segurança.

O afastamento poderá ocorrer apenas no período entre a data de início das convenções

para escolha de candidatos até cinco dias após a realização do segundo turno das eleições,

se houver. Esse afastamento não alcança os juízes substitutos dos tribunais eleitorais.

A proposta de afastamento ficará condicionado ao voto favorável de cinco dos membros

do TRE e deverá ser submetido, para aprovação, ao TSE, onde o processo será distribuído ao

Ministro Presidente.

Por fim, cumpre informar que não compete à Justiça Eleitoral decidir sobre afastamento

de juiz da classe de jurista de Tribunal Eleitoral na hipótese de ocupar eventual cargo público.

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7.1.14. Consultas Eleitorais

A função consultiva é uma das funções peculiares da Justiça Eleitoral. Tem como finali-

dade esclarecer dúvidas sobre a matéria eleitoral a partir de questionamentos elaborados, em

tese, aos tribunais eleitorais.

O Código Eleitoral atribui somente aos tribunais eleitorais – TSE (art. 23, XIII) e TRE

(art. 30, VIII) – a competência para responder consultas. Assim, os Juízes Eleitorais e as Jun-

tas Eleitorais não podem, em hipótese alguma, se pronunciar por meio delas.

A definição de qual tribunal eleitoral é competente para responder a Consulta não se dá

em razão da matéria consultada, mas sim do consulente (aquele que faz a consulta).

Perante o TSE, somente podem formular consultas autoridade pública com jurisdição fe-

deral, tais como o Presidente e o Vice-Presidente da República, um Deputado federal, um

Senador, um Ministro de Estado, entre outras, ou partido político, por meio de seu órgão de

direção nacional.

De outro modo, ao TRE podem se dirigir quaisquer autoridades públicas, in- dependente-

mente do âmbito de sua jurisdição, se federal, estadual ou municipal, tais como o Presidente

da República, um Deputado federal, um Deputado estadual, um Prefeito, um Vereador, um

Secretário de governo estadual ou municipal, um promotor eleitoral etc. e órgão de direção


estadual/regional de partido político.

CONSULTAS ELEITORAIS
COMPETÊNCIAS

COMPETENTE PARA
LEGITIMADOS
RESPONDER
ÓRGÃO DE DIREÇÃO NACIONAL DE PARTIDO POLÍTICO AUTORIDADE
TSE
PÚBLICA COM JURISDIÇÃO NACIONAL
ÓRGÃO DE DIREÇÃO ESTADUAL/
REGIONAL DE PARTIDO POLÍTICO TRE
AUTORIDADE PÚBLICA

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7.1.15. Recursos na Justiça Eleitoral

A estrutura básica de recorribilidade de decisões na Justiça Eleitoral obedece à seguinte


sistemática:
a) Os recursos dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e Juntas Eleitorais são jul-
gados pelos tribunais regionais eleitorais. Aqui, cabe um esclarecimento. Os recursos
das decisões das juntas eleitorais são dirigidos ao juiz eleitoral para que este faça o
seu processamento (art. 266, CE). Assim que instruído, o Juiz Eleitoral, então, o enca-
minha ao TRE competente para que este proceda ao seu julgamento.
b) Os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais são julgados
pelo TSE.

Quanto às decisões do TSE, temos que, em regra, tais decisões são irrecorríveis. No en-
tanto, como exceção, é possível impugná-las quando contrariarem a Constituição e as dene-
gatórias de habeas corpus ou mandado de segurança, sendo o STF o órgão competente para
julgamento dos recursos (Art. 121, § 3º, CF).
É claro que essa matéria está intimamente relacionada com as espécies de recurso no
âmbito da Justiça Eleitoral, mas não vamos nos esquecer que a matéria a ser tratada aqui é
de competência, então, vamos nos ater a esse assunto e, no momento oportuno, ou seja, num
tópico específico de recursos, trataremos com mais detalhes de cada um dos possíveis meios
de impugnação previstos no âmbito da Justiça Eleitoral.
Existem outras competências que achamos melhor estudar de forma isolada. É o que va-
mos fazer agora na 2ª parte deste subtítulo.

7.2. estudo isolAdo dAs coMpetênciAs dA JustiçA eleitorAl


Nesta 2ª parte, que vamos iniciar agora, existem algumas competências que são próprias
de um ou outro órgão, o que torna necessário seu estudo de forma isolada. Mas não se pre-
ocupe, vamos sistematizar esse estudo trazendo primeiro as principais competências do TSE
para, em seguida as do TRE, depois as dos juízes eleitorais e, finalmente, as das juntas eleito-
rais.

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7.2.1. Competências do TSE

As competências do TSE que estudaremos a seguir são privativas e se relacionam grande


parte com a sua organização administrativa, nos termos do art. 23 do CE. Vamos ao estudo de
algumas delas, fazendo, quando necessário, algum esclarecimento.
a) Elaborar seu regimento interno (art. 23, I, do CE);
b) Organizar sua Secretária e a Corregedoria-Geral (art. 23, II, do CE);
c) Conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento do exercício
dos cargos efetivos (art. 23, III, do CE);
d) Propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer Tribunal
Eleitoral, indicando a forma desse aumento (art. 23, VI, do CE) – Lembre-se que para
a FCC é possível, a despeito do texto constitucional em sentido contrário, o aumento
do número de juízes dos TREs, até o máximo de nove. Neste caso, a competência para
propor a alteração legislativa é do TSE.
e) Expedir as instruções que julgar conveniente à execução do Código Eleitoral (art. 23,
IX, do CE) – já sabemos que a Justiça Eleitoral apresenta funções múltiplas, não se
restringindo à atividade-fim de prestar a jurisdição. Eis aqui uma dessas funções pe-
culiares, a chamada função normativa da Justiça Eleitoral.
f) Fixar a diária do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligên-
cia fora da sede – observe que a competência para fixação de diária por parte do TSE
alcança até mesmo as dos Corregedores Regionais (art. 23, X, do CE).
g) Processar e julgar o registro e a cassação de registro de partidos políticos – O pro-
cesso de registro de partido político possui duas fases. A primeira é realizada junto
ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal,
enquanto a segunda se consubstancia no pedido de registro do partido perante o TSE.
Essa segunda fase é de competência do TSE (art. 22, I, CE). Nenhum outro órgão da
Justiça Eleitoral está autorizado a registrar um novo partido. Do mesmo modo, o pro-
cesso de cassação de registro também é de competência do TSE, sendo que os demais
órgãos da Justiça Eleitoral não estão legalmente autorizados a apreciar pedidos de
cancelamento de registro de partidos políticos.

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7.2.2. Competências do TRE

Continuando nosso estudo, temos ainda algumas competências dos TREs, inscritas no
art. 30 do CE, que merecem uma especial atenção. Vamos a elas, fazendo algum esclareci-
mento quando necessário.
a) Elaborar seu regimento interno (art. 30, I, do CE);
b) Organizar sua Secretaria e a Corregedoria Regional (art. 30, II, do CE);
c) Propor ao Congresso Nacional, por intermédio do TSE, a criação ou supressão de car-
gos e a fixação dos respectivos vencimentos (art. 30, II, do CE) – Nota-se que o TRE
não pode enviar diretamente ao Congresso Nacional o projeto de lei de criação ou
supressão de seus cargos. O TRE interessado encaminha sua proposta ao TSE, que a
remete então ao Poder Legislativo.
d) Constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição (art. 30, V, do
CE) – é sabido por nós que as juntas eleitorais são órgãos colegiados de 1ª instância
da Justiça Eleitoral, cuja existência se restringe ao período eleitoral. É comum os con-
cursandos acharem erroneamente que compete ao juiz eleitoral a constituição desses
órgãos, quando, na verdade, tal competência é do TRE.
e) Indicar ao TSE as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva ser
feita pela mesa receptora (art. 30, VI, do CE);
f) Designar, onde houver mais de uma vara, aquela ou aquelas a que incumbe o serviço
eleitoral (art. 30, X, do CE);
g) Aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até trinta dias aos juízes
eleitorais (art. 30, XV, do CE)

7.2.3. Competências do Juiz Eleitoral

Agora veremos algumas competências do Juiz Eleitoral (art. 35 do CE), as quais não devem
ser esquecidas.
a) Processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada
a competência originária do TSE e dos TREs (art. 35, II, do CE);

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b) Indicar, para aprovação do TRE, a serventia de justiça que deve ter o anexo da escriva-
nia eleitoral (art. 35, VI, do CE);
c) Dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores (art. 35,
VIII, do CE);
d) Expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor (art. 35, IX, do CE);
e) Nomear, 60 dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com, pelo menos,
5 dias de antecedência, os membros das mesas receptoras (art. 35, XIV, do CE) – Em
cada seção eleitoral temos uma mesa receptora de votos composta por um presidente,
um primeiro e um segundo mesários, dois secretários e um suplente, sendo que todos
são nomeados pelo Juiz Eleitoral competente.
f) Fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispen-
sados do alistamento, um certificado que os isente das sanções legais (art. 35, XVIII,
do CE).

7.2.4. Competências da Junta Eleitoral

Para finalizar esta exposição, vamos tratar aqui das quatro competências das Juntas Elei-
torais, elencadas no art. 40 do CE.
a) Apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua ju-
risdição (art. 40, I, do CE);
b) Resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos de
contagem e da apuração (art. 40, II, do CE) – é isso mesmo! Os incidentes verificados
durante os trabalhos de contagem e apuração dos votos são resolvidos pelas Juntas
Eleitorais e não pelos Juízes Eleitorais.
c) Expedir os boletins de apuração (art. 40, III, do CE);
d) Expedir diploma aos eleitos para cargos municipais (art. 40, IV, do CE) – nós já tra-
tamos dessa competência no início deste tópico, mas não custa nada reiterar que a
expedição dos diplomas dos eleitos para os cargos municipais (Prefeito, Vice-Prefeito
e Vereador) é de competência da Junta Eleitoral. Não se esqueça! Não cabe ao Juiz
Eleitoral a expedição de diplomas, nem mesmo dos diplomas relativos aos cargos mu-
nicipais.

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RESUMO
Aspectos Gerais da Justiça Eleitoral
• A Justiça Eleitoral, especializada na análise de feitos eleitorais, integra a estrutura do
Poder Judiciário da União.
• São órgãos da Justiça Eleitoral: o TSE (instância especial), os TREs (2ª instância), os ju-
ízes eleitorais e as juntas eleitorais (1ª instância).
• Apesar de ser um ramo especializado do Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral não possui
um quadro próprio de magistrados. Os juízes eleitorais são escolhidos pelos tribunais
regionais eleitorais entre os juízes estaduais. Já os membros de tribunais eleitorais –
TSE e tribunais regionais eleitorais – são provenientes da advocacia e de outros ramos
do Poder Judiciário
• Os membros dos tribunais eleitorais podem servir à Justiça Eleitoral por dois anos, no
mínimo, sendo possível sua recondução para um único biênio subsequente.
• A Constituição Federal garante aos membros de tribunais eleitorais, aos juízes de Di-
reito e aos integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções e no que lhes
for aplicável, plenas garantias e inamovibilidade.
• A garantia da vitaliciedade é incompatível com o princípio da periodicidade da investi-
dura das funções eleitorais.
• A circunscrição eleitoral revela a abrangência territorial da eleição. Na eleição presi-
dencial alcança todo o País; na eleição estadual, o Estado; na eleição municipal, o mu-
nicípio.
• Os litígios eleitorais são julgados pela Justiça Eleitoral com caráter de definitividade.

Funções da Justiça Eleitoral


• A Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário da União que, além da função juris-
dicional típica, possui, ainda, de forma típica, as funções administrativa, regulamentar
e consultiva
• A função jurisdicional se dá por meio da resolução de conflitos na esfera especializada,
precipuamente através do julgamento das ações eleitorais (lato sensu).

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• A função administrativa típica consiste na administração das eleições e do cadastro de


eleitores no Brasil.
• O TSE já decidiu que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ não possui competência
em matéria administrativa eleitoral, cuja atribuição é exclusiva da Justiça Eleitoral.
• A função regulamentar da Justiça Eleitoral se perfaz na autorização dada ao TSE para
expedir instruções para a fiel execução das leis eleitorais.
• A função consultiva, exercida exclusivamente pelos tribunais eleitorais – TREs e TSE
– consiste em responder, sobre matéria eleitoral, consultas que lhe forem feitas em
tese, a fim de guiar, com segurança, o comportamento dos agentes políticos durante o
processo eleitoral.
• Podem formular consultas ao TSE autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional
de partido político. Aos TREs, as consultas podem ser realizadas por autoridade pública
ou partido político em nível regional.
• A Justiça Eleitoral é a responsável pela realização das eleições no Brasil
• O Tribunal Superior Eleitoral é o órgão máximo da Justiça Eleitoral. Sua sede é em Bra-
sília e, nas matérias de sua competência, exerce jurisdição em todo o território nacional.

Tribunal Superior Eleitoral (TSE)


• O TSE possui sede na capital da República e representa a instância especial ou extra-
ordinária da Justiça Eleitoral.
• O TSE compõe-se de, no mínimo, sete ministros: três escolhidos entre os ministros do
STF; dois entre os ministros do STJ; e dois entre advogados.
• O TSE, em votação pelo plenário, escolhe seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
ministros provenientes do STF, e o Corregedor-Geral, dentre os ministros do STJ.
• A composição do TSE pode ser alterada por meio de Lei Complementar de sua iniciativa
privativa.
• Os ministros do TSE nas classes do STF e STJ são escolhidos em eleição, pelo voto
secreto, realizada nos seus respectivos tribunais.
• Os ministros do TSE na classe de advogado/jurista são escolhidos pelo Presidente da
República, dentre seis advogados de notável saber jurídico e reputação ilibada, indica-
dos em lista tríplice elaborada pelo STF.

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• Não podem fazer parte da composição do TSE pessoas que tenham entre si paren-
tesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se, neste caso, a que tiver sido
escolhida por último.
• Para ser escolhido pelo STF para integrar a lista tríplice a ser encaminhada ao Presi-
dente da República, o cidadão deve: i) ser advogado; ii) ter notável saber jurídico; iii)
idoneidade moral.
• A OAB não participa da elaboração da lista tríplice de advogados encaminhada ao Pre-
sidente da República para a escolha de ministro do STF na classe de jurista. A lista é
elaborada exclusivamente pelo STF.
• O Presidente da República não pode recusar a lista e sua escolha deve recair, obrigato-
riamente, entre um dos advogados nela indicados.
• Os ministros do TSE da classe dos advogados podem continuar o exercício de ativida-
des advocatícias, vedado apenas o seu exercício nos Tribunais eleitorais.
• Os ministros do TSE na classe dos advogados não precisam observar a chamada “qua-
rentena” – prazo de três anos -, ou seja, podem exercer a advocacia na Corte Suprema
Eleitoral no momento seguinte ao término do seu mandato.
• Os ministros substitutos são escolhidos pelo mesmo processo e em número igual para
cada categoria.

Tribunais Regionais Eleitorais


• Na capital de cada Estado e no Distrito Federal haverá um TRE, que atua como órgão da
2ª instância da Justiça Eleitoral.
• O TRE compõe-se de sete juízes: i) dois juízes escolhidos entre os Desembargadores
do TJ; ii) dois juízes escolhidos pelo TJ dentre juízes de Direito da Justiça Comum; iii)
um juiz do TRF nos Estados que tenham sede deste Tribunal, ou, não havendo, um juiz
federal, escolhido, em qualquer caso, pelo TRF respectivo; iv) dois advogados escolhi-
dos pelo Presidente da República de lista tríplice elaborada pelo TJ.
• O TRE, em votação pelo plenário, escolhe seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
juízes ministros provenientes da classe dos Desembargadores do TJ, e o Corregedor-
-Geral, nos termos de seu regimento interno.

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DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marco Carvalhedo

• Os juízes do TRE nas classes dos Desembargadores e dos juízes de Direito são esco-

lhidos em eleição, em votação aberta, realizada no TJ do Estado.

• O juiz do TRE da classe do TRF/JF é escolhido nos termos do regimento interno do

respectivo TRF.

• Os juízes do TRE na classe de advogado/jurista são escolhidos pelo Presidente da Re-

pública, dentre seis advogados de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados

em lista tríplice elaborada pelo TJ do Estado.

• A OAB não participa da elaboração da lista tríplice de advogados encaminhada ao Pre-

sidente da República para a escolha de juiz do TRE na classe de jurista. A lista é elabo-

rada exclusivamente pelo TJ.

• O Presidente da República não pode recusar a lista e sua escolha deve recair, obrigato-

riamente, entre um dos advogados nela indicados.

• Para ser escolhido pelo TJ para integrar a lista tríplice a ser encaminhada ao Presidente

da República, o cidadão deve: i) ser advogado; ii) ter, no mínimo dez anos de atividade

advocatícia (requisito afirmado na jurisprudência do STF); iii) ter notável saber jurídico;

iv) idoneidade moral.

• Aplica-se à escolha de juízes do TRE a Resolução n. 7 do CNJ, que versa sobre nepo-

tismo no âmbito do Poder Judiciário, ou seja, não poderá ser indicado, na lista tríplice

elaborada pelo TJ, advogado que seja cônjuge ou parente até o terceiro grau de mem-

bros deste Tribunal.

• Os juízes do TRE da classe dos advogados podem continuar o exercício de atividades

advocatícias, vedado apenas o seu exercício nos Tribunais eleitorais.

• Os juízes do TSE na classe dos advogados não precisam observar a chamada “quaren-

tena” – prazo de três anos -, ou seja, podem exercer a advocacia na Corte Regional no

momento seguinte ao término do seu mandato.

• Os juízes substitutos são escolhidos pelo mesmo processo e em número igual para

cada categoria.

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DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marco Carvalhedo

Juiz Eleitoral
• a Justiça Eleitoral não possui um corpo próprio de magistrados, de modo que o juiz de
direito da Justiça Estadual exerce, de forma cumulativa, a função de juiz eleitoral na 1ª
instância.
• A designação do juiz de direito responsável pelas funções eleitorais na comarca é atri-
buição do TRE.
• A escolha do juiz eleitoral recairá sobre o magistrado da Justiça Comum responsável
pela comarca, que passa a exercer cumulativamente os dois cargos. Caso a zona elei-
toral abranja mais de uma comarca e, consequentemente, mais de um juiz de direito
da Justiça Comum, o TRE deverá designar o juiz eleitoral observando o critério da anti-
guidade, apurada entre os juízes que não haja exercido a titularidade de zona eleitoral,
e atendendo ao sistema de rodízio.
• O TRE pode, contudo, pelo voto de cinco dos seus membros, afastar esse critério por
conveniência objetiva do serviço eleitoral e no interesse da administração judiciária,
observando-se, então, o critério de merecimento.
• O TRE poderá escolher magistrado vitalício ou não no cargo de Juiz de Direito para o
exercício da função eleitoral.
• Cada juiz eleitoral é responsável por uma zona eleitoral.
• O juiz eleitoral designado pelo TRE deverá servir por dois anos, havendo rodízio sempre
que possível.
• Os biênios devem ser contados a partir da posse, ininterruptamente, sem o desconto de
qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial.
• Há uma única exceção à regra da contagem ininterrupta de biênios: o afastamento dos
Juízes Eleitorais em decorrência do registro de candidatura, na sua circunscrição, de
seu cônjuge, parente consanguíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau,
que se inicia na data da convenção partidária que escolheu o candidato e termina na
apuração final da eleição.

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Justiça Eleitoral
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Junta Eleitoral
• A Junta Eleitoral é um órgão colegiado, de caráter temporário, que compõe a 1ª instân-

cia da Justiça Eleitoral.

• A Junta Eleitoral é composta por um juiz de direito, que atua como presidente, e dois ou

quatro cidadãos de notória idoneidade.

• O presidente da Junta Eleitoral não precisa ser um juiz de direito no exercício das fun-

ções eleitorais, ou seja, não precisa ser um Juiz Eleitoral. Basta, para tanto, ser um juiz

de direito da Justiça Estadual que goze das garantias da magistratura.

• No exercício das funções eleitorais, os membros da Junta Eleitoral gozam de plenas

garantias da magistratura, no que for aplicável.


• No que concerne ao número de Juntas Eleitorais, pode haver uma ou várias em uma

zona eleitoral.

• Após aprovação dos nomes pelo TRE, o Presidente deste Tribunal, até 60 dias das elei-

ções, nomeia os integrantes da Junta Eleitoral.

• Até 10 dias da nomeação pelo presidente do TRE, os nomes das pessoas indicadas

para compor as juntas eleitorais serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo

qualquer partido, no prazo de 3 dias, em petição fundamentada, impugnar as indica-


ções.

• Não podem ser nomeados membros das juntas eleitorais: i) os candidatos e seus pa-

rentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge; ii)

os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes

tenham sido oficialmente publicados; iii) as autoridades e agentes policiais, bem como

os funcionários no desempenho de cargos de confiança do Poder Executivo, na classe

dos cidadãos; iv) os que pertencerem ao serviço eleitoral.

• Não podem compor a mesma junta eleitoral os parentes em qualquer grau ou de servi-

dores da mesma repartição pública ou empresa privada.

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Justiça Eleitoral
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Competências da Justiça Eleitoral


• Compete privativamente ao TSE fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-
-Presidente da República, Senadores e Deputados federais, quando não o tiverem sido
por lei.
• compete privativamente ao TRE fixar a data das eleições de Governador e Vice-Go-
vernador, Deputados estaduais, Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores e Juízes de paz,
quando não determinada por disposição constitucional ou legal.

• Os Juízes e as Juntas Eleitorais não possuem competência para estabelecer datas para
a realização das eleições.
• o TSE é responsável pelo registro dos candidatos nas eleições presidenciais, cuja cir-
cunscrição é todo o País. O TRE, por sua vez, cuida do registro das eleições no âmbito
do Estado. O juiz eleitoral é responsável pelo registro no pleito municipal. As Juntas
Eleitorais não têm competência para atuarem no registro de candidaturas.
• o TSE é responsável pela expedição dos diplomas dos eleitos aos cargos de Presidente
e Vice-Presidente da República; aos TREs cabe a emissão de diplomas dos cargos de
Governador, Vice-Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador; e às
Juntas Eleitorais, a expedição de diploma dos cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vere-
ador. Os Juízes Eleitorais são os únicos que não possuem competência para a expedi-
ção de diplomas.
• O TSE cuida do cancelamento e registro dos diretórios nacionais, enquanto o TRE, dos
diretórios regionais, estaduais e municipais.
• Não se admite conflito de competência entre TSE e os TREs e entre juízes eleitorais e os
TREs a que estão subordinados.
• O TRE do Estado é competente para resolver conflito de competência entre juízes elei-
torais de sua circunscrição.

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Justiça Eleitoral
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• O TSE é competente para resolver conflito de competência entre: TRE A x TRE B; TRE A
e juiz eleitoral do TRE B; juiz eleitoral do TRE A x juiz eleitoral do TRE B.
• O STJ é competente para resolver conflito de competência entre: TSE x outro Tribunal
que não seja eleitoral (TJ); juiz eleitoral x juiz de tribunal não eleitoral.
• O STF é competente par resolver conflito entre TRE x Tribunal Superior (menos, é claro
o TSE).
• Na Justiça Eleitoral, a competência para julgar as exceções e impedimentos fica restri-
ta aos tribunais – TRE e TSE.
• O pedido de afastamento dos membros de TREs antes de terem completado no mínimo
dois anos de efetivo exercício, é concedido pelo próprio tribunal regional, mas somente
após aprovação do TSE.
• A competência para julgar os membros do TSE pelo cometimento de crimes penais
comuns, incluindo aí os crimes eleitorais, é do STF.
• Quanto aos crimes comuns, incluindo também os eleitorais, cometidos pelos membros
dos TREs, a competência para o julgamento é do STJ.
• Os juízes eleitorais, nos crimes eleitorais e conexos, são julgados pelo respectivo TRE,
como estabelece o art. 29, I, “d” do referido código, enquanto nos crimes comuns a
competência é do TJ.
• O julgamento de mandado de segurança em matéria eleitoral contra atos do presidente
da República é da competência do STF, e contra atos de Ministros de Estado, do STJ.
• A competência para julgar mandado de segurança contra atos dos membros dos TREs
é do próprio Tribunal.
• A competência para julgar mandado de segurança contra decisões colegiadas do TRE
cabe: i) ao próprio TRE para atos de natureza administrativa; ii) ao TSE para atos de
natureza eleitoral.
• A partir da Constituição de 1988, transferiu-se do TSE para o STF a competência em
matéria eleitoral para processar e julgar o habeas corpus, sendo paciente, dentre ou-
tros, o presidente da República e os Ministros de Estados.

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• Ultrapassado trinta dias da conclusão do feito ao juiz eleitoral, é possível a realização


do pedido de desaforamento por partidos políticos, por candidatos, pelo Ministério Pú-
blico ou por parte legitimamente interessada, perante o TRE a que subordinado o ma-
gistrado em atraso.
• Caso o atraso de mais de 30 dias da conclusão do feito ocorra nos TREs, os mesmos
legitimados podem apresentar um pedido de desaforamento perante o TSE.
• o atraso no julgamento de processos originários do TSE por mais de 30 dias da conclu-
são ao relator é passível de reclamação, e não de desaforamento, sendo competente
para julgamento a própria Corte Suprema Eleitoral.
• O processo de divisão ou criação de zonas eleitorais nos Estados pode ser dividido em
duas etapas: na primeira, os TREs elaboram e encaminham a proposta de criação ou
alteração ao TSE; na segunda, a Corte Suprema Eleitoral aprova a proposta das cortes
regionais.
• A requisição de força federal é ato dirigido ao Poder Executivo para garantir o cumpri-
mento da lei, de decisão judiciária ou para garantir a lisura do pleito eleitoral.
• O pedido de força federal é prerrogativa privativa do TSE. Mesmo quando um tribunal
regional dela pretende fazer uso, essa requisição deve, necessariamente, ser dirigida ao
TSE para que este então encaminhe o pedido ao Poder Executivo.
• Se evidenciado o expressivo aumento no volume dos serviços eleitorais, fica autorizada
a concessão de afastamento do juiz de Direito, Desembargador do TJ ou juiz federal/
TRF das funções da Justiça Comum, para exercer, por tempo determinado, prioritaria-
mente a função eleitoral, sem prejuízo do julgamento de habeas corpus e mandado de
segurança.
• O afastamento poderá ocorrer apenas no período entre a data de início das convenções
para escolha de candidatos até cinco dias após a realização do segundo turno das
eleições, se houver.
• A proposta de afastamento ficará condicionado ao voto favorável de cinco dos mem-
bros do TRE e deverá ser submetido, para aprovação, ao TSE, onde o processo será
distribuído ao Ministro Presidente.

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• O Código Eleitoral atribui somente aos tribunais eleitorais – TSE e TRE – a competência
para responder consultas. Assim, os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais não podem,
em hipótese alguma, se pronunciar por meio delas.
• Perante o TSE, somente podem formular consultas autoridade pública com jurisdição
federal, tais como o Presidente e o Vice-Presidente da República, um Deputado federal,
um Senador, um Ministro de Estado, entre outras, ou partido político, por meio de seu
órgão de direção nacional.
• ao TRE podem se dirigir quaisquer autoridades públicas, in- dependentemente do âm-
bito de sua jurisdição, se federal, estadual ou municipal, tais como o Presidente da
República, um Deputado federal, um Deputado estadual, um Prefeito, um Vereador, um
Secretário de governo estadual ou municipal, um promotor eleitoral, entre outras, e ór-
gão de direção estadual/regional de partido político.
• Os recursos dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e Juntas Eleitorais são
julgados pelos tribunais regionais eleitorais.
• Os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais são julgados
pelo TSE.

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QUESTÕES DE CONCURSO
(CESPE/TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) A principal função da justiça elei-
toral é garantir
a) o respeito à soberania popular e à cidadania.
b) a classificação das informações de ordem estatal.
c) a auditoria das contas públicas.
d) o cumprimento dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publici-
dade e da eficiência.
e) a guarda da Constituição Federal.

(CESPE/TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) De acordo com o Código Eleitoral,


são órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

(CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) A Constituição Federal de 1988


elenca como órgãos da justiça eleitoral
a) o CNJ, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
b) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
c) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
d) o TSE, o CNJ, os TREs e os colégios eleitorais.
e) o TSE, o CNJ, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.

(CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Determinado tribunal regional


eleitoral foi provocado a se manifestar, em ação correspondente, a respeito de cassação de
registro de candidato em determinada região de sua competência. Presentes todos os seus
membros, o tribunal, em decisão aprovada por unanimidade, se pronunciou pelo deferimento
do pleito de cassação.

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Nessa situação hipotética, a validade da decisão está relacionada


a) à homologação pelo TSE.
b) à presença de todos os membros do tribunal.
c) à inaplicabilidade do efeito suspensivo dos recursos.
d) à avocação de competência.
e) à unanimidade da decisão.

(CESPE/TRE-BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) No transcorrer do processo elei-


toral, será designado, para cada zona eleitoral, um juiz de direito em efetivo exercício e cum-
primento de suas competências. A legislação pertinente determina que, entre outras atribui-
ções, compete a esses magistrados
a) designar os locais das seções eleitorais até trinta dias antes das eleições.
b) ordenar o registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais, além de comunicar tal
fato, por ofício, à zona eleitoral de cada candidato.
c) fornecer, aos que não votarem por motivo justificado, certificado de ciência e da guia de
recolhimento de multa no patamar mínimo legal.
d) receber a lista dos membros das mesas receptoras indicados pelo respectivo TRE, assim
como nomeá-los definitivamente pelo menos cinco dias antes da eleição.
e) cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e do respectivo TRE.

(CESPE/TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Quanto aos tribunais regionais


eleitorais (TREs), assinale a opção correta.
a) Os TREs não têm competência para responder às consultas em tese sobre matéria eleitoral
feitas por partido político.
b) Compete aos TREs requisitar diretamente força federal, se isso for necessário ao cumpri-
mento de suas decisões.
c) As decisões dos TREs sobre ações que importem cassação de registro, anulação geral de
eleições ou perda de diplomas somente serão tomadas com a presença de todos os seus
membros.

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d) As atribuições do corregedor-regional serão fixadas pelo TRE perante o qual servir e, su-
pletivamente, pelo TSE.
e) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença de dois terços
de seus membros.

(CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) No que se refere às competências


originária e privativa para processar e julgar ações junto aos tribunais eleitorais e à compe-
tência dos Juízes Eleitorais e das Juntas Eleitorais, assinale a opção correta.
a) Compete aos Juízes Eleitorais a expedição do diploma de candidatos eleitos para ocupar
cargos municipais.
b) Caberá ao presidente do tribunal regional eleitoral, em razão de sua competência privativa,
encaminhar à assembleia legislativa estadual proposição de aumento do número de seus
Juízes Eleitorais.
c) A competência originária para processar e julgar ação de cancelamento do registro de can-
didatos a cargos eletivos será do TSE.
d) Em se tratando de disputa de competência para o julgamento de crime eleitoral praticado
na divisa de dois municípios, o conflito de jurisdição será processado e julgado originaria-
mente pelo TSE.
e) As competências das Juntas Eleitorais incluem a nomeação, em audiência pública, nos
respectivos prazos legais, dos membros das mesas receptoras.

(CESPE/TRE-PI/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2016) Com base


no disposto na Lei n. 4.737/1965, assinale a opção correta.
a) A guarda da urna eleitoral é da competência exclusiva, pessoal, intransferível e indelegável
do presidente da Junta Eleitoral.
b) Havendo uma única Junta Eleitoral no município, esta será responsável pela expedição dos
diplomas dos vereadores.
c) Compete às Juntas Eleitorais a apuração das eleições, que deve ser processada até o pri-
meiro dia útil posterior à realização do pleito eleitoral.

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d) Cabe ao TRE a expedição dos diplomas aos eleitos no pleito de chefe do Poder Executivo
municipal.
e) As Juntas Eleitorais compõem-se por um juiz de direito e por quantos cidadãos de notória
idoneidade o juiz desejar convocar para a sua formação.

(CESPE/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Com base no que dispõe o Códi-


go Eleitoral (CE), assinale a opção correta.
a) As Juntas Eleitorais serão compostas por seis membros: um juiz de direito, um promotor
de justiça, dois advogados, dois cidadãos de notória idoneidade.
b) Agentes policiais e funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo po-
dem ser nomeados membros das juntas, escrutinadores ou auxiliares.
c) O partido político pode indicar um membro de seu diretório para servir como escrivão elei-
toral nas zonas eleitorais.
d) Ocorrendo falta ou impedimento do escrivão eleitoral, o juiz, de ofício, determinará sua
substituição pelo diretor da Junta Eleitoral.
e) Cabe ao presidente do tribunal regional eleitoral aprovar e nomear, no prazo de sessenta
dias antes das eleições, os membros das Juntas Eleitorais.

(CESPE/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RS/2015) Para


que os governos se sucedam pacificamente, deve ser racionalmente estruturada uma técnica
que assegure a normal apuração da vontade popular, com rigorosa probidade. Três sistemas
se apresentam para realizar essa operação: o da verificação de poderes, a cargo dos órgãos
legislativos; o sistema eclético de um tribunal misto, com composição dúplice — política e
jurisdicional; e o do controle por um tribunal eleitoral, tipicamente judiciário.
(Fávila Ribeiro. Direito eleitoral. Rio de Janeiro: Forense, 1997.)

A partir dessas informações, é correto afirmar que, no caso brasileiro,


a) vigora o sistema eclético de um tribunal misto, com composição dúplice, política e jurisdi-
cional.
b) é facultada aos tribunais eleitorais a subdivisão em câmaras ou turmas, para deliberação
de caráter administrativo, normativo ou jurisdicional.

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c) para o bom cumprimento de suas finalidades, é competência da justiça eleitoral


impugnar o registro de candidatos.
d) são competências da justiça eleitoral, entre outras: o registro e a cassação dos partidos,
bem como a fiscalização de suas atividades financeiras; a organização do processo eleitoral;
e o fornecimento de transporte e alimentação para eleitores das áreas rurais.
e) a justiça eleitoral dispõe de um quadro misto de magistrados: uma parte integra um quadro
próprio permanente, enquanto a outra é originada, periodicamente, de outros órgãos judiciá-
rios.

(CESPE/TRE-MT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2015) Acerca


dos órgãos da justiça eleitoral, assinale a opção correta.
a) Deve haver, em cada estado e no Distrito Federal, um tribunal regional eleitoral (TRE), for-
mado por sete membros, sendo dois deles advogados indicados pela Ordem dos Advogados
do Brasil e nomeados pelo governador do respectivo estado.
b) Caso ocorra conflito de jurisdição entre tribunais regionais e Juízes Eleitorais de estados
diferentes, o processamento e o julgamento desse conflito caberão originariamente ao Tribu-
nal Superior Eleitoral (TSE).
c) A jurisdição de cada uma das zonas eleitorais deve ser atribuída a um Juiz Eleitoral da cir-
cunscrição, responsável por constituir as juntas, que são divididas em zonas eleitorais.
d) As Juntas Eleitorais, compostas de um Juiz Eleitoral e de dois ou quatro cidadãos de no-
tória idoneidade, têm a atribuição de expedir títulos eleitorais e conceder transferências de
eleitor.
e) Em princípio, as decisões dos tribunais regionais eleitorais são irrecorríveis, mas admite-se
recurso, excepcionalmente, caso a decisão seja contrária a dispositivo expresso na CF e em
lei federal.

(CESPE/TRE-GO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) Considerando a jurisprudência


do Supremo Tribunal Federal, julgue o item que se segue, acerca do processo eleitoral, da
composição dos tribunais regionais eleitorais e de cabimento recursal.

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Exige-se dos advogados que integrarão os tribunais regionais eleitorais o exercício efetivo de,
no mínimo, dez anos de atividade profissional, não estando prevista na Constituição Federal a
participação do órgão de representação da classe dos advogados nesse processo de escolha.

(CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Em relação à organização e ao


funcionamento da justiça eleitoral, julgue o próximo item.
Competem ao Juiz Eleitoral tanto o registro quanto a cassação do registro de candidato a
prefeito.

(CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Em relação à organização e ao


funcionamento da justiça eleitoral, julgue o próximo item.
O advogado que estiver regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil poderá ser-
vir como Juiz Eleitoral de primeira instância.

(CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Em relação à organização e ao


funcionamento da justiça eleitoral, julgue o próximo item.
Participa da composição dos tribunais regionais eleitorais um representante do MP.

(CESPE/TRE-MS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2013) A res-


peito da composição de competências e atribuições dos órgãos da justiça eleitoral, assinale
a opção correta.
a) Compete ao TRE processar e julgar originariamente os crimes eleitorais cometi- dos pelos
Juízes Eleitorais.
b) Compete privativamente ao TSE responder às consultas sobre matéria eleitoral que lhe
forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político.
c) As zonas eleitorais são compostas de um juiz de direito, que ocupa a respectiva presidên-
cia, e de dois a quatro cidadãos de notória idoneidade.
d) O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eleito entre os ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF), exerce a função de corregedor-geral eleitoral.
e) Membro do Ministério Público (MP) pode integrar a lista tríplice destinada à com- posição
de tribunal regional eleitoral (TRE).

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(CESPE/TRE-MS/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Assinale a opção correta acerca


da organização e competência da justiça eleitoral.
a) Não podem ser nomeados membros das Juntas Eleitorais, escrutinadores ou auxiliares na
mesma circunscrição eleitoral dois parentes em qualquer grau.
b) Nos municípios onde haja mais de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas aos elei-
tos para cargos municipais é feita pela junta presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo.
c) Compete ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) processar e julgar originariamente os crimes
eleitorais e os comuns a eles conexos, cometidos pelos seus próprios ministros e pelos juízes
dos tribunais regionais.
d) Nas eleições municipais, compete ao corregedor regional eleitoral apurar e punir as trans-
gressões pertinentes à origem de valores pecuniários e abuso do poder econômico ou políti-
co, em detrimento da liberdade de voto.
e) A arguição de inelegibilidade de um candidato a prefeito é feita perante o tribunal regional
eleitoral do respectivo estado da Federação.

(CESPE/TRE-MS/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2013) A res-


peito de composição, competências e atribuições dos órgãos da justiça eleitoral, assinale a
opção correta.
a) Dois funcionários de uma mesma empresa privada podem integrar uma mesma Junta Elei-
toral.
b) Servidores do Poder Executivo são impedidos de compor Junta Eleitoral.
c) Compete aos juízes criminais processar e julgar os crimes eleitorais cometidos por quais-
quer indivíduos que já alcançaram a maioridade.
d) Aos tribunais regionais eleitorais compete dividir as zonas eleitorais em seções eleitorais.
e) O presidente do tribunal regional eleitoral nomeia os membros das Juntas Elei- torais so-
mente após a aprovação dos nomes pelo tribunal regional eleitoral.

(CESPE/TRE-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Os tribunais regionais eleitorais


(TREs) são órgãos da justiça federal presentes nos estados e no Distrito Federal.
Acerca da competência desses tribunais, julgue o item subsequente.
Compete privativamente aos TREs a elaboração de seus próprios regimentos in- ternos.

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Justiça Eleitoral
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(CESPE/TRE-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Os tribunais regionais eleitorais


(TREs) são órgãos da justiça federal presentes nos estados e no Distrito Federal.
Acerca da competência desses tribunais, julgue o item subsequente.
Compete ao TRE processar e julgar, originariamente, conflitos de jurisdição entre
Juízes Eleitorais do respectivo estado.

(CESPE/TRE-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2012) A res-


peito dos órgãos da justiça eleitoral, julgue o item subsequente.
A presidência do TSE cabe a todos os ministros do tribunal, que se revezam no cargo.

(CESPE/TRE-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2012) A res-


peito dos órgãos da justiça eleitoral, julgue o item subsequente.
Compete à Junta Eleitoral a apuração das eleições realizadas nas zonas sob a sua jurisdição.

(CESPE/TRE-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2012) A res-


peito dos órgãos da justiça eleitoral, julgue o item subsequente.
As Juntas Eleitorais devem ser compostas, necessariamente, por, pelo menos, um Juiz Elei-
toral.

(CESPE/TRE-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2012) A res-


peito dos órgãos da justiça eleitoral, julgue o item subsequente.
Não pode haver mais de uma Junta Eleitoral por zona.

(CESPE/TRE-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2012) A res-


peito dos órgãos da justiça eleitoral, julgue o item subsequente.
A nomeação dos membros das Juntas Eleitorais deve ocorrer sessenta dias antes das elei-
ções, e a escolha desses membros deve ter sido aprovada pelo tribunal regional eleitoral.

(CESPE/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2011) Julgue os


itens seguintes, referentes à composição e às atribuições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Um vereador que seja advogado não pode ser nomeado ministro do TSE para uma
das vagas destinadas a tais profissionais.

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(CESPE/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2011) Compete aos


TREs aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos de seus juízes.

(CESPE/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2011) O sobrinho-


-neto de um ministro do TSE na ativa não pode ser nomeado ministro da mesma corte devido
ao parentesco.

(CESPE/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2011) O número de


Juntas Eleitorais que podem ser organizadas é igual ao número de juízes de direito que gozam
das garantias constitucionais inerentes à magistratura, mesmo que estes não sejam Juízes
Eleitorais.

(CESPE/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2011) As Juntas


Eleitorais, compostas de um juiz de direito, a quem compete presidi-la, e de dois ou quatro
cidadãos de notória idoneidade, são nomeadas antes da eleição, depois de aprovação do tri-
bunal regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede.

(UFG/PROCURADOR/2015) O controle do processo eleitoral, a fiscalização das


eleições e a proclamação dos eleitos é incumbência dos poderes Judiciário, Legislativo e
Executivo.

(VUNESP/ADVOGADO/2015) A Justiça Eleitoral exerce exclusivamente as fun-


ções jurisdicional, normativa e consultiva.

(MP-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2015) A Justiça Eleitoral exerce funções ad-


ministrativas, normativas, consultivas e jurisdicionais.

(VUNESP/JUIZ DE DIREITO/2014) A competência para que dois partidos discu-


tam determinada pretensão na via judicial é exclusiva da Justiça Eleitoral pela natureza da
causa.

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(CESPE/TER-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) O número de


juízes de tribunal regional eleitoral poderá ser elevado para até nove ou reduzido ao mínimo
de seis, mediante proposta do TSE.

(CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Caberá ao presidente do tribunal


regional eleitoral, em razão de sua competência privativa, encaminhar à assembleia legislati-
va estadual proposição de aumento do número de seus juízes eleitorais.

(FUNRIO/AL-RR/PROCURADOR/2018) Sobre o Código Eleitoral, é CORRETO afir-


mar que os/o juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoria-
mente por três anos, e nunca por mais de dois triênios consecutivos.

(CESPE/TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Não há a garantia de vitalicieda-


de aos juízes dos tribunais eleitorais, que servirão por dois anos, no máximo, e nunca por mais
de uma investidura.

(UFG/AL-GO/PROCURADOR/2015) A Justiça Eleitoral é o ramo do Poder Judici-


ário criado em 1932, responsável por todos os trabalhos eleitorais – do alistamento à procla-
mação dos eleitos. Nos termos de sua organização, composição e competências, a Justiça
Eleitoral não tem magistrados investidos de forma permanente em sua jurisdição, que é exer-
cida por juízes de direito designados pelo período máximo de 2 (dois) anos.

(FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO/2017) O Código Eleitoral impede de servir como


juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo
ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição. Esse
impedimento alcança
a) do início da campanha eleitoral até a apuração final da eleição.
b) apenas os feitos decorrentes do processo eleitoral em que seja interessado o respectivo
candidato ou o partido político em que está filiado.
c) do início da campanha eleitoral até a apuração final da eleição e os feitos decorrentes do
processo eleitoral em que seja interessado o respectivo candidato.

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d) da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e os feitos decor-


rentes do processo eleitoral.
e) da homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final da eleição.

(FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO/2015) Os juízes afastados por motivo de licença


de suas funções na Justiça Comum não ficam automaticamente afastados da Justiça Eleito-
ral no mesmo período.

(CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO/2013) Advogado ocupante de cargo comissio-


nado pode ser ministro do TSE, desde que indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil.

(FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO/2015) Não podem integrar o Tribunal Superior


Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau,
seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por
último.

(FUNRIO/AL-RR/PROCURADOR/2018) Sobre o Código Eleitoral, é CORRETO afir-


mar que os/o Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu presidente um dos ministros do
Superior Tribunal de Justiça, cabendo ao outro a vice-presidência, e para Corregedor Geral da
Justiça Eleitoral, um dos seus membros.

(FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO/2015) Os provimentos emanados da Corregedo-


ria-Geral da Justiça Eleitoral vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar ime-
diato e preciso cumprimento.

(CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO/2013) A perda de diploma pode ser decidida


ainda que estejam ausentes integrantes do TSE, desde que as ausências sejam justificadas.

(CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO/2013) Qualquer interessado pode arguir a sus-


peição de ministro do TSE por parcialidade partidária.

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(MP-SC/PROMOTOR/2014) Segundo dispõe o Código Eleitoral, a competência


para o registro de candidatura a presidente e vice-presidente da República, senador, governa-
dor e vice-governador, e deputado federal é o Tribunal Superior Eleitoral.

(PGR/PROCURADOR/2017) Deputado federal, que se licencia para exercer o car-


go de secretário de estado-membro da federação, é denunciado pela prática de crime eleito-
ral. O julgamento compete:
a) ao Tribunal Superior Eleitoral;
b) ao Supremo Tribunal Federal;
c) ao Tribunal de Justiça do Estado respectivo;
d) ao Tribunal Regional Eleitoral.

(FCC/TJ-RJ/JUIZ/2014) Em face da disciplina legal e constitucional que rege a


organização da Justiça Eleitoral, NÃO cabe ao Tribunal Superior Eleitoral julgar mandado de
segurança, em matéria eleitoral, contra atos do Presidente da República, do Tribunal de Con-
tas da União e do Procurador-Geral da República.

(VUNESP/TJ-RJ/JUIZ/2013) Em matéria eleitoral, é correto afirmar que a ação


rescisória é cabível
a) apenas no Tribunal Superior Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de dois anos
a contar do trânsito em julgado, podendo versar exclusivamente sobre inelegibilidade.
b) no Tribunal Superior Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de cento e vinte dias
a contar do trânsito em julgado, e tem cognição restrita às hipóteses de inelegibilidade.
c) nos Tribunais Regionais Eleitorais, contra decisões de primeiro grau, desde que a matéria
tenha sido conhecida pelo Tribunal em grau de recurso, e a ação seja proposta no prazo de
dois anos a contar do trânsito em julgado.
d) em qualquer Tribunal Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de cento e vinte
dias a contar do trânsito em julgado.

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(MP-GO/PROMOTOR/2013) Em devoção à estabilidade das relações sociais e


ao princípio constitucional da segurança jurídica, a ação rescisória, no âmbito da Justiça
Eleitoral, tem serventia apenas para desconstituir julgados que versem sobre causa de ine-
legibilidade, não se prestando, verbi gratia, para desconstituir decisão de desaprovação de
contas de campanha.

(FMP CONCURSOS/MP-AM/PROMOTOR/2015) Por ser inerente à Justiça Elei-


toral, a função consultiva pode ser exercida pelos Juízes Eleitorais.

(VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2015) A Justiça Eleitoral, no exercício de suas atribui-


ções legais e constitucionais, não pode emitir opiniões, respondendo a consultas partidárias
a respeito de situações apresentadas.

(FCC/TJ-AL/JUIZ/2015) NÃO cabe ao Tribunal Superior Eleitoral requisitar força


federal necessária ao cumprimento de decisão proferida por Tribunal Regional Eleitoral.

(CESPE/TJ-MA/JUIZ/2013) Na hipótese de indicação de duas pessoas que te-


nham parentesco entre si para integrar tribunal regional eleitoral, deve-se proceder à exclusão
do primeiro indicado.

(FUNRIO/AL-RR/PROCURADOR/2018) Sobre o Código Eleitoral, é CORRETO afir-


mar que os/o Tribunais Regionais deliberam por maioria absoluta de votos, em sessão públi-
ca, com a presença da maioria simples de seus membros.

(CESPE/TJ-MA/JUIZ/2013) É da competência exclusiva do MP arguir a suspei-


ção de membro de tribunal eleitoral.

(UEG/PC-GO/DELEGADO/2018) Os crimes eleitorais cometidos por juízes elei-


torais serão processados e julgados
a) por juiz eleitoral de outra zona eleitoral.
b) pelo Tribunal Superior Eleitoral, após instrução realizada pela Corregedoria Regional Eleito-
ral à qual esteja vinculado o magistrado processado.

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c) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que o magistrado processado exerce a sua
jurisdição.
d) pelo Tribunal de Justiça, se o juiz eleitoral processado for Juiz de Direito, e pelo Tribunal
Regional Federal, se o juiz eleitoral processado for Juiz Federal.
e) pelo Conselho Nacional de Justiça, cabendo recurso ao Supremo Tribunal Federal.

(UEG/PC-GO/DELEGADO/2018) Compete aos Tribunais Regionais Eleitorais


apurar os resultados finais e expedir os respectivos diplomas nas eleições para:
a) Vereadores.
b) Prefeito Municipal.
c) Presidente da República.
d) Vice-Presidente da República.
e) Membros do Congresso Nacional.

(VUNESP/TJ-AL/JUIZ/2015) NÃO cabe ao Tribunal Superior Eleitoral exercer,


em caráter privativo, a competência para regulamentar as disposições da legislação eleitoral.

(CONSULPLAN/TJ-MG/JUIZ/2018) No primeiro grau de jurisdição a Justiça


Eleitoral fica a cargo do Juiz de Direito designado pelo Tribunal Regional Eleitoral (Resolução
TSE 21.009/02).

(FCC/TJ-CE/JUIZ/2014) Em face da disciplina legal e constitucional que rege a


organização da Justiça Eleitoral, NÃO cabe ao juiz de direito substituto exercer as funções de
juiz eleitoral antes de transcorrido o prazo para aquisição da vitaliciedade.

(FMP CONCURSOS/MP-AM/PROMOTOR/2015) A jurisdição eleitoral de primei-


ro grau não pode ser exercida por juízes federais.

(CONSULPLAN/TJ-MG/JUIZ/2018) A competência do Juiz Eleitoral está previs-


ta no art. 35 do Código Eleitoral e no tratamento ao tema conferidos pela Lei das Eleições e
pela Lei das Inexigibilidades.

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(MPE-BA/PROMOTOR/2018) Sobre a competência exclusiva da Justiça Eleito-


ral, no primeiro grau de jurisdição, é correto afirmar que julga tão somente os crimes eleitorais
próprios, como tais previstos no Código Eleitoral.

(MPE-BA/PROMOTOR/2018) Sobre a competência exclusiva da Justiça Eleito-


ral, no primeiro grau de jurisdição, é correto afirmar que processa e julga os crimes eleitorais
e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior
e dos Tribunais Regionais.

(FMP CONCURSOS/TJ-MT/JUIZ/2014) Em caso de cometimento dos crimes


conexos de aliciamento violento de eleitor e homicídio doloso, as regras de competência para
o processo judicial determinam que o julgamento seja realizado:
a) atentando para a fixação da competência na Justiça Eleitoral por força do art. 364 do Có-
digo Eleitoral.
b) respeitando a competência da Justiça Eleitoral para o julgamento do crime de aliciamento
violento de eleitor e do Tribunal do Júri para o crime de homicídio doloso.
c) com a apreciação dos dois delitos pelo Tribunal do Júri, por força da atração de competên-
cia pela regra do art. 78, inc. I, do CPP.
d) com a possibilidade de facultativa separação dos processos.
e) pelo Tribunal do Júri se a prova do cometimento de um delito influir na prova da outra in-
fração.

(FCC/TJ-CE/JUIZ/2014) Em face da disciplina legal e constitucional que rege


a organização da Justiça Eleitoral, NÃO cabe ao juiz eleitoral julgar vereador pela prática de
crime eleitoral, ante disposição normativa da Constituição Estadual que atribui ao Tribunal de
Justiça do Estado a competência para julgar vereadores pela prática de crimes comuns e de
responsabilidade.

(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal no


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais são competentes para expedir títulos elei-
torais, conceder transferência de eleitores e determinar a inscrição ou exclusão de eleitores.

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(CESPE/PC-PE/DELEGADO/2016) As competências das juntas eleitorais in-


cluem a nomeação, em audiência pública, nos respectivos prazos legais, dos membros das
mesas receptoras.

(CESPE/TJ-CE/JUIZ/2018) As juntas eleitorais são competentes para decidir


habeas corpus em matéria eleitoral.

(CESPE/TJ-CE/JUIZ/2018) As juntas eleitorais são órgãos de primeiro grau de


jurisdição da justiça eleitoral, sendo seu presidente o único membro com garantia de inamo-
vibilidade.

(CESPE/TJ-CE/JUIZ/2018) As juntas eleitorais são órgãos de primeiro grau de


jurisdição da justiça eleitoral, compostos por três ou cinco membros, sendo um deles, o pre-
sidente, um juiz de direito.

(UEG/PC-GO/DELEGADO/2018) A respeito das juntas eleitorais, as autoridades


e agentes policiais
a) não podem ser nomeados como membros, escrutinadores ou auxiliares.
b) têm prioridade na nomeação como membros, escrutinadores ou auxiliares.
c) só podem atuar como membros se expressamente autorizados pelo superior hierárquico
imediato.
d) atuam como membros desde que haja requisição da Justiça Eleitoral.
e) não podem ser nomeados como membros, salvo deliberação do Juiz Eleitoral, após parecer
do Ministério Público Eleitoral.

(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal n.


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais serão sempre presididas por um juiz eleito-
ral, não podendo haver mais de uma junta por Zona Eleitoral.

(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal no


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais têm como atribuição apurar, no prazo de 2
(dois) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob sua jurisdição.

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(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal n.


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais não mais são competentes para expedir
os diplomas nas eleições municipais, desde o advento do voto eletrônico em substituição ao
voto manual.

(CESPE/TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) A principal função da justiça elei-


toral é garantir
a) o respeito à soberania popular e à cidadania.
b) a classificação das informações de ordem estatal.
c) a auditoria das contas públicas.
d) o cumprimento dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publici-
dade e da eficiência.
e) a guarda da Constituição Federal.

(CESPE/TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) De acordo com o Código Eleitoral,


são órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

(CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) A Constituição Federal de 1988


elenca como órgãos da justiça eleitoral
a) o CNJ, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
b) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
c) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
d) o TSE, o CNJ, os TREs e os colégios eleitorais.
e) o TSE, o CNJ, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.

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(CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Determinado tribunal regional


eleitoral foi provocado a se manifestar, em ação correspondente, a respeito de cassação de
registro de candidato em determinada região de sua competência. Presentes todos os seus
membros, o tribunal, em decisão aprovada por unanimidade, se pronunciou pelo deferimento
do pleito de cassação.
Nessa situação hipotética, a validade da decisão está relacionada
a) à homologação pelo TSE.
b) à presença de todos os membros do tribunal.
c) à inaplicabilidade do efeito suspensivo dos recursos.
d) à avocação de competência.
e) à unanimidade da decisão.

(CESPE/TRE-BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) No transcorrer do processo elei-


toral, será designado, para cada zona eleitoral, um juiz de direito em efetivo exercício e cum-
primento de suas competências. A legislação pertinente determina que, entre outras atribui-
ções, compete a esses magistrados
a) designar os locais das seções eleitorais até trinta dias antes das eleições.
b) ordenar o registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais, além de comunicar tal
fato, por ofício, à zona eleitoral de cada candidato.
c) fornecer, aos que não votarem por motivo justificado, certificado de ciência e da guia de
recolhimento de multa no patamar mínimo legal.
d) receber a lista dos membros das mesas receptoras indicados pelo respectivo TRE, assim
como nomeá-los definitivamente pelo menos cinco dias antes da eleição.
e) cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e do respectivo TRE.

(CESPE/TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Quanto aos tribunais regionais


eleitorais (TREs), assinale a opção correta.
a) Os TREs não têm competência para responder às consultas em tese sobre matéria eleitoral
feitas por partido político.

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b) Compete aos TREs requisitar diretamente força federal, se isso for necessário ao cumpri-
mento de suas decisões.
c) As decisões dos TREs sobre ações que importem cassação de registro, anulação geral de
eleições ou perda de diplomas somente serão tomadas com a presença de todos os seus
membros.
d) As atribuições do corregedor-regional serão fixadas pelo TRE perante o qual servir e, su-
pletivamente, pelo TSE.
e) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença de dois terços
de seus membros.

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GABARITO
1. a 29. C 57. E
2. e 30. C 58. E
3. b 31. E 59. c
4. b 32. E 60. e
5. e 33. C 61. E
6. c 34. E 62. C
7. d 35. E 63. E
8. b 36. E 64. E
9. e 37. E 65. C
10. d 38. E 66. b
11. b 39. E 67. C
12. C 40. d 68. b
13. C 41. E 69. E
14. E 42. E 70. E
15. E 43. C 71. E
16. a 44. E 72. E
17. b 45. C 73. E
18. e 46. E 74. C
19. C 47. C 75. a
20. C 48. E 76. E
21. E 49. b 77. E
22. C 50. C 78. E
23. E 51. b 79. a
24. E 52. C 80. e
25. C 53. E 81. b
26. C 54. E 82. b
27. E 55. E 83. e
28. C 56. E 84. c

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QUESTÕES COMENTADAS
    (UFG/PROCURADOR/2015) O controle do processo eleitoral, a fiscalização das

eleições e a proclamação dos eleitos é incumbência dos poderes Judiciário, Legislativo e


Executivo.

Errado.
A Justiça Eleitoral possui função administrativa de executar as leis eleitorais, devendo, no
exercício dessa missão, executar o processo eleitoral, fiscalizar as eleições e proclamar os
eleitos.

(VUNESP/ADVOGADO/2015) A Justiça Eleitoral exerce exclusivamente as fun-


ções jurisdicional, normativa e consultiva.

Errado.
A Justiça Eleitoral possui as funções administrativa, regulamentar (normativa), consultiva e
jurisdicional.

(MP-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2015) A Justiça Eleitoral exerce funções ad-


ministrativas, normativas, consultivas e jurisdicionais.

Certo.
A Justiça Eleitoral possui as funções administrativa, regulamentar (normativa), consultiva e
jurisdicional.

(VUNESP/JUIZ DE DIREITO/2014) A competência para que dois partidos discu-


tam determinada pretensão na via judicial é exclusiva da Justiça Eleitoral pela natureza da
causa.

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Errado.
De acordo com o entendimento do TSE, “a Justiça Eleitoral não detém competência para apre-
ciar feitos em matérias respeitantes a conflitos envolvendo partidos políticos e seus filiados,
quando estas não tenham reflexo no prélio eleitoral”. (TSE, AgR/AI n. 7098, Rel. Min. Luiz Fux,
DJE de 23/06/2015)

(CESPE/TER-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) O número de


juízes de tribunal regional eleitoral poderá ser elevado para até nove ou reduzido ao mínimo
de seis, mediante proposta do TSE.

Errado.
O art. 120, § 1º da CF/1988 estabelece que os TREs possuem sete juízes membros. Inexiste,
nessa norma constitucional para o aumento da composição desse tribunal eleitoral. Diver-
samente, em relação à composição do TSE, o art. 119 da CF/1988 prevê um quadro mínimo,
motivo pelo qual pode ser aumentada por meio de lei complementar.
Apesar da ausência de permissão de modificação da composição, de forma expressa, na
CF/1988, o art. 13 do CE prevê a possibilidade de aumento do número de juízes dos TREs para
até nove membros, por proposta do TSE.
Entretanto, de acordo com a posição adotada pelo CESPE, a disposição legal do art. 13 do CE
não foi recepcionada pela CF e não se admite o aumento da composição dos TREs.

(CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Caberá ao presidente do tribunal


regional eleitoral, em razão de sua competência privativa, encaminhar à assembleia legislati-
va estadual proposição de aumento do número de seus juízes eleitorais.

Errado.
A competência legislativa para tratar de Direito Eleitoral é da União, não tendo os Estados-
-membros possibilidade de legislar sobre essa matéria. Na edição de leis sobre a organização
e a composição dos órgãos da Justiça Eleitoral, será exigível a edição de lei complementar,
nos termos do art. 121, caput da CF/1988.

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DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marco Carvalhedo

(FUNRIO/AL-RR/PROCURADOR/2018) Sobre o Código Eleitoral, é CORRETO afir-


mar que os/o juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoria-
mente por três anos, e nunca por mais de dois triênios consecutivos.

Errado.
Na Justiça Eleitoral, em detrimento da garantia da vitaliciedade, aplica-se o princípio da tem-
porariedade do exercício das funções eleitorais, ou seja, todos os seus membros – integran-
tes do TSE ou TRE, Juiz Eleitoral ou componente de Junta Eleitoral – exercem a função eleito-
ral por um período determinado. Com efeito, os juízes do TRE são escolhidos para exercerem
as funções eleitorais por um período de, no mínimo, 2 anos (um biênio), somente podendo se
afastar antes do término do mandato em razão de um motivo justificado.

(CESPE/TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Não há a garantia de vitalicieda-


de aos juízes dos tribunais eleitorais, que servirão por dois anos, no máximo, e nunca por mais
de uma investidura.

Errado.
Em razão do princípio da temporariedade da investidura nas funções eleitorais, a garantia da
vitaliciedade não se aplica à Justiça Eleitoral.

(UFG/AL-GO/PROCURADOR/2015) A Justiça Eleitoral é o ramo do Poder Judici-


ário criado em 1932, responsável por todos os trabalhos eleitorais – do alistamento à procla-
mação dos eleitos. Nos termos de sua organização, composição e competências, a Justiça
Eleitoral não tem magistrados investidos de forma permanente em sua jurisdição, que é exer-
cida por juízes de direito designados pelo período máximo de 2 (dois) anos.

Errado.
Os membros da Justiça Eleitoral, uma vez escolhidos, exercem as funções eleitorais por um
mandato de dois anos, podendo, ao final do mandato, serem reconduzidos para mais um

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DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marco Carvalhedo

período de dois anos. Ao final do segundo mandato, veda-se o exercício do terceiro mandato
consecutivo.

(FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO/2017) O Código Eleitoral impede de servir como


juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo
ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição. Esse
impedimento alcança
a) do início da campanha eleitoral até a apuração final da eleição.
b) apenas os feitos decorrentes do processo eleitoral em que seja interessado o respectivo
candidato ou o partido político em que está filiado.
c) do início da campanha eleitoral até a apuração final da eleição e os feitos decorrentes do
processo eleitoral em que seja interessado o respectivo candidato.
d) da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e os feitos decor-
rentes do processo eleitoral.
e) da homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final da eleição.

Letra d.
Os membros da Justiça Eleitoral, em razão da necessidade da garantia da imparcialidade e
da lisura dos pleitos, ficaram impedidos de exercer as funções eleitorais nas situações em
que seus parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau, desde o momento em que
eles sejam escolhidos em convenção partidária. Nesses casos, ficarão afastados das funções
eleitorais desde o momento da realização das convenções partidárias até a diplomação, sen-
do o período de afastamento descontado da contagem do tempo de exercício de mandato na
Justiça Eleitoral.

(FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO/2015) Os juízes afastados por motivo de licença


de suas funções na Justiça Comum não ficam automaticamente afastados da Justiça Eleito-
ral no mesmo período.

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Justiça Eleitoral
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Errado.
Nos tribunais eleitorais, há membros oriundos de órgãos do Poder Judiciário, tais como, no
TSE, os ministros do STF e do STJ, nos TREs, os desembargadores do TJ, os juízes de direito
e o juiz federal. Esses membros dos TRE, originários da classe dos magistrados, ficam au-
tomaticamente afastados de suas funções eleitorais nos casos em que fiquem afastados de
suas funções na Justiça Comum, seja em razão de férias ou licenças. Entretanto, esse perío-
do de afastamento não interfere no cômputo do período de dois anos de mandato na Justiça
Eleitoral.

(CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO/2013) Advogado ocupante de cargo comissio-


nado pode ser ministro do TSE, desde que indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil.

Errado.
O TSE compõe-se de sete membros, os quais são oriundos de três classes: a) ministros do
STF; b) ministros do STJ; e c) advogados, de notável saber jurídicos e idoneidade moral.
Os ministros oriundos do STF e do STJ são eleitos por meio de eleição, voto secreto, pelos
seus respectivos tribunais. Já os advogados são indicados em lista tríplice pelo STF e nome-
ados pelo Presidente da República, sem a participação da OAB. Com efeito, a regra do quinto
constitucional inscrita no art. 94 da CF sobre a participação da OAB no processo de escolha
dos advogados não é aplicável à Justiça Eleitoral (MS MS 21.060, DJ de 23.8.1991)

(FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO/2015) Não podem integrar o Tribunal Superior


Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau,
seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por
último.

Certo.
No processo de escolha de membros do TSE, aplica-se uma série de causas impeditivas, den-
tre elas, algumas aplicáveis a todos os membros e outros, apenas aos advogados. Com efeito,

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Justiça Eleitoral
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entre os ministros do TSE não pode existir relação de parentesco de até quarto grau e, caso
o parentesco surja durante o exercício da função eleitoral, deve ser excluído da corte eleitoral
o mais novo (o que foi escolhido por último). Por sua vez, a escolha dos advogados não pode
recair entre: a) ocupantes de cargos em comissão; b) diretor, proprietário ou sócio de pessoa
jurídica beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a
administração pública; c) ocupantes de cargos eletivos.

(FUNRIO/AL-RR/PROCURADOR/2018) Sobre o Código Eleitoral, é CORRETO afir-


mar que os/o Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu presidente um dos ministros do
Superior Tribunal de Justiça, cabendo ao outro a vice-presidência, e para Corregedor Geral da
Justiça Eleitoral, um dos seus membros.

Errado.
O parágrafo único do art. 119 da CF revogou tacitamente a parte final do caput deste artigo 17
do CE, já que o cargo de Corregedor-Geral não pode ser ocupado por qualquer dos membros
do TSE, como fala essa disposição legal. Na verdade, o TSE deve escolher, dentre os ministros
oriundos do STJ, aquele que ocupará a vaga de Corregedor-Geral.

(FCC/TJ-RR/JUIZ DE DIREITO/2015) Os provimentos emanados da Corregedo-


ria-Geral da Justiça Eleitoral vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar ime-
diato e preciso cumprimento.

Certo.
O Corregedor-Geral Eleitoral pode editar regras sobre a atuação das corregedorias regionais,
sobre o exercício da atividade correcional (fiscalização, orientação e punição) e sobre o alis-
tamento eleitoral. Nessa situação, os Corregedores Regionais ficam vinculados às normas
editadas pela Corregedoria-Geral e devem dar a elas cumprimento imediato.

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(CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO/2013) A perda de diploma pode ser decidida


ainda que estejam ausentes integrantes do TSE, desde que as ausências sejam justificadas.

Errado.
A instalação (início) de uma sessão de julgamento exige a presença da maioria absoluta dos
ministros, ou seja, a presença de, pelo menos, quatro juízes do TSE (maioria absoluta). Por
sua vez, iniciada a sessão de julgamento, os feitos são julgados por maioria dos presentes
(maioria relativa). Entretanto, nas situações descritas nessa disposição, dentre elas, os pro-
cessos em que se discuta a perda de diplomas (cassação de diploma ou de mandato), exige-
-se a presença de todos os ministros do TSE (quórum completo).

(CESPE/TJ-RN/JUIZ DE DIREITO/2013) Qualquer interessado pode arguir a sus-


peição de ministro do TSE por parcialidade partidária.

Certo.
A oposição da exceção de suspeição ou de impedimento (instrumento processual utilizado
para a arguição da suspeição e do impedimento) pode ser feita por qualquer interessado (par-
tes, assistentes e Ministério Público, por exemplo).

(MP-SC/PROMOTOR/2014) Segundo dispõe o Código Eleitoral, a competência


para o registro de candidatura a presidente e vice-presidente da República, senador, governa-
dor e vice-governador, e deputado federal é o Tribunal Superior Eleitoral.

Errado.
O TSE possui competência para processar e julgar o pedido e a impugnação ao registro de
candidatos a Presidente e de Vice-Presidentes da República, apenas. Deveras, o TSE não tem
competência para julgar os processos sobre registro de candidaturas ao Senado Federal e à
Câmara dos Deputados.

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(PGR/PROCURADOR/2017) Deputado federal, que se licencia para exercer o car-


go de secretário de estado-membro da federação, é denunciado pela prática de crime eleito-
ral. O julgamento compete:
a) ao Tribunal Superior Eleitoral;
b) ao Supremo Tribunal Federal;
c) ao Tribunal de Justiça do Estado respectivo;
d) ao Tribunal Regional Eleitoral.

Letra b.
O CE dispõe que o TSE possui competência para julgar os crimes eleitorais e conexos co-
metidos pelos seus próprios juízes e pelos magistrados dos TRE. Entretanto, a CF revogou
essa competência do TSE, sendo os Ministros do TSE julgados pelo STF (art. 102, I, c da CF)
e os membros dos TREs, pelo STJ (art. 105, I, a da CF). A partir da promulgação da CF, o TSE
não possui competência criminal originária. Aliás, as pessoas com foro com prerrogativa de
função no STF e STJ, ainda que pratiquem crimes eleitorais e comuns conexos, não serão
processados e julgados perante os órgãos da Justiça Eleitoral.

(FCC/TJ-RJ/JUIZ/2014) Em face da disciplina legal e constitucional que rege a


organização da Justiça Eleitoral, NÃO cabe ao Tribunal Superior Eleitoral julgar mandado de
segurança, em matéria eleitoral, contra atos do Presidente da República, do Tribunal de Con-
tas da União e do Procurador-Geral da República.

Certo.
Em sede de mandado de segurança, em matéria eleitoral, o TSE deixou de ser o órgão compe-
tente para apreciá-lo quando impetrado contra atos do presidente da República e de Ministros
de Estado. Assim, restou revogado o art. 22, I, e, do CE. Para esses casos, as competências
acerca do mandado de segurança em matéria eleitoral, passaram a ser do STF, contra atos
do presidente da República (art. 102, I, d, da CF), e do STJ, contra atos de Ministros de Estado
(art. 105, I, b, da CF).

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(VUNESP/TJ-RJ/JUIZ/2013) Em matéria eleitoral, é correto afirmar que a ação


rescisória é cabível
a) apenas no Tribunal Superior Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de dois anos
a contar do trânsito em julgado, podendo versar exclusivamente sobre inelegibilidade.
b) no Tribunal Superior Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de cento e vinte dias
a contar do trânsito em julgado, e tem cognição restrita às hipóteses de inelegibilidade.
c) nos Tribunais Regionais Eleitorais, contra decisões de primeiro grau, desde que a matéria
tenha sido conhecida pelo Tribunal em grau de recurso, e a ação seja proposta no prazo de
dois anos a contar do trânsito em julgado.
d) em qualquer Tribunal Eleitoral, contra suas próprias decisões, no prazo de cento e vinte
dias a contar do trânsito em julgado.

Letra b.
Admite-se a propositura da ação rescisória eleitoral apenas no TSE, não tendo os demais ór-
gãos da Justiça Eleitoral competência para o julgamento dessa ação. Ainda que cabível, esse
instrumento processual somente poderá ser ajuizado para rescindir os acórdãos do próprio
TSE e desde que preenchidos os demais requisitos: a) a ação rescisória deve ser proposta
no prazo decadencial de cento e vinte dias; b) o acórdão a ser rescindido deve tratar sobre a
aplicação ou interpretação de inelegibilidades

(MP-GO/PROMOTOR/2013) Em devoção à estabilidade das relações sociais e


ao princípio constitucional da segurança jurídica, a ação rescisória, no âmbito da Justiça
Eleitoral, tem serventia apenas para desconstituir julgados que versem sobre causa de ine-
legibilidade, não se prestando, verbi gratia, para desconstituir decisão de desaprovação de
contas de campanha.

Certo.
Sobre a restrita hipótese de cabimento da ação rescisória, houve a edição da Súmula n. 33 do
TSE, com o seguinte teor:

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Súmula 33 – Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleito-


ral que versem sobre a incidência de causa de inelegibilidade.

(FMP CONCURSOS/MP-AM/PROMOTOR/2015) Por ser inerente à Justiça Elei-


toral, a função consultiva pode ser exercida pelos Juízes Eleitorais.

Errado.
Apenas o TSE e os TREs possuem competência para responder perguntas sobre o direito elei-
toral, não tendo sido esta atribuição deferida aos juízes eleitorais e às juntas eleitorais.

(VUNESP/TJ-SP/JUIZ/2015) A Justiça Eleitoral, no exercício de suas atribui-


ções legais e constitucionais, não pode emitir opiniões, respondendo a consultas partidárias
a respeito de situações apresentadas.

Errado.
O TSE possui competência para responder perguntas sobre a aplicação e a interpretação de
normas sobre Direito Eleitoral, desde que formuladas por autoridade pública federal ou órgão
nacional de partido político. Entretanto, no exercício dessa competência, o TSE não pode se
manifestar sobre casos concretos (situações reais que possam ou estejam sob julgamento),
sendo que o entendimento firmado no julgamento dessas perguntas não tem caráter vincu-
lante, mas apenas orientadora. Destaque-se, ainda, que a função consultiva foi atribuída ao
TSE e aos TREs, não tendo os juízes e as juntas eleitorais atribuição para o exercício da fun-
ção consultiva.

(FCC/TJ-AL/JUIZ/2015) NÃO cabe ao Tribunal Superior Eleitoral requisitar força


federal necessária ao cumprimento de decisão proferida por Tribunal Regional Eleitoral.

Errado.
Na Justiça Eleitoral, apenas o TSE tem competência para requisitar o envio de força federal
para garantir a execução das leis eleitorais, das decisões proferidas pela Justiça Eleitoral ou

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para garantir a liberdade do voto e a normalidade das eleições. Em caso de necessidade local
ou regional, os TRE`s devem apresentar a situação justificadora do envio de força federal e, se
for o caso, o TSE requisita-a ao Poder Executivo federal.

(CESPE/TJ-MA/JUIZ/2013) Na hipótese de indicação de duas pessoas que te-


nham parentesco entre si para integrar tribunal regional eleitoral, deve-se proceder à exclusão
do primeiro indicado.

Errado.
Entre os juízes dos TREs não pode existir parentesco, por consanguinidade ou afinidade, de
até quarto grau e, se o parentesco surgir durante o exercício da função eleitoral, exclui-se o
mais novo no TRE.

(FUNRIO/AL-RR/PROCURADOR/2018) Sobre o Código Eleitoral, é CORRETO afir-


mar que os/o Tribunais Regionais deliberam por maioria absoluta de votos, em sessão públi-
ca, com a presença da maioria simples de seus membros.

Errado.
Exige-se a presença da maioria absoluta dos membros dos TREs para que possa ser iniciada
uma sessão de julgamento (ou seja, pelo menos, 4 juízes). Esse é o quórum de instalação. Por
sua vez, para o julgamento dos feitos, exige-se a maioria simples (maioria dos presentes), em
um ou em outro sentido. Assim, para a procedência/improcedência de um pedido, para o pro-
vimento/não provimento de um recurso, será necessária a formação de maioria dos membros
presentes à sessão de julgamento. Esse é o quórum de julgamento.

(CESPE/TJ-MA/JUIZ/2013) É da competência exclusiva do MP arguir a suspei-


ção de membro de tribunal eleitoral.

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Errado.
A arguição da existência de situação de configuradora de suspeição de membro de TRE pode
ser feita por qualquer interessado nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil e por
parcialidade partidária (identificação ideológica de membro da Justiça Eleitoral com uma
agremiação partidária).

(UEG/PC-GO/DELEGADO/2018) Os crimes eleitorais cometidos por juízes elei-


torais serão processados e julgados
a) por juiz eleitoral de outra zona eleitoral.
b) pelo Tribunal Superior Eleitoral, após instrução realizada pela Corregedoria Regional Eleito-
ral à qual esteja vinculado o magistrado processado.
c) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que o magistrado processado exerce a sua
jurisdição.
d) pelo Tribunal de Justiça, se o juiz eleitoral processado for Juiz de Direito, e pelo Tribunal
Regional Federal, se o juiz eleitoral processado for Juiz Federal.
e) pelo Conselho Nacional de Justiça, cabendo recurso ao Supremo Tribunal Federal.

Letra c.
Os juízes eleitorais são juízes de direito (membros do Poder Judiciário estadual). Logo, se
praticarem crimes, são processados e julgados pelos Tribunais de Justiça ao qual estão vin-
culados (art. 96, III da CF). Entretanto, se cometerem crimes eleitorais e os crimes conexos
praticados pelos juízes eleitorais são processados pelo TREs do Estado em que exerça suas
funções jurisdicionais.

(UEG/PC-GO/DELEGADO/2018) Compete aos Tribunais Regionais Eleitorais


apurar os resultados finais e expedir os respectivos diplomas nas eleições para:
a) Vereadores.
b) Prefeito Municipal.
c) Presidente da República.

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d) Vice-Presidente da República.
e) Membros do Congresso Nacional.

Letra e.
Os TREs expedem diplomas aos eleitorais nas mesmas situações em que atua no registro e
na cassação de registro de candidatura. Logo, compete ao TRE a expedição do diploma aos
eleitos para os cargos eletivos federais e estaduais: membros do Congresso Nacional (Se-
nador da República e Deputado Federal), Governador, Vice-Governador e Deputado Estadual.

(VUNESP/TJ-AL/JUIZ/2015) NÃO cabe ao Tribunal Superior Eleitoral exercer,


em caráter privativo, a competência para regulamentar as disposições da legislação eleitoral.

Errado.
Os TREs também possuem o poder para regulamentar as leis eleitorais, em especial, para
disciplinar a realização de eleições suplementares municipais e estaduais. Nessa situação,
as resoluções para a regulamentação da aplicação das leis eleitorais para a realização desse
pleito específico serão editadas pelos TREs. Logo, os TREs também possuem função regula-
mentar.

(CONSULPLAN/TJ-MG/JUIZ/2018) No primeiro grau de jurisdição a Justiça


Eleitoral fica a cargo do Juiz de Direito designado pelo Tribunal Regional Eleitoral (Resolução
TSE 21.009/02).

Certo.
No primeiro grau de jurisdição da Justiça Eleitoral, há a atuação de juízes eleitorais, cargo
ocupado por um juiz de direito, membro da Justiça Comum Estadual. O juiz eleitoral exerce as
suas funções em um espaço geográfico denominado de zona eleitoral e, nas zonas em que
houver mais de um juiz de direito aptos ao exercício da jurisdição eleitoral, a designação do
juiz eleitoral será feita pelo TRE do respetivo Estado.

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(FCC/TJ-CE/JUIZ/2014) Em face da disciplina legal e constitucional que rege a


organização da Justiça Eleitoral, NÃO cabe ao juiz de direito substituto exercer as funções de
juiz eleitoral antes de transcorrido o prazo para aquisição da vitaliciedade.

Errado.
Segundo o TSE, admite-se o exercício das funções de juiz eleitoral por juiz de direito ainda não
vitalício (RESPE n. 19260, DJ de 5.6.2001). Ou seja, independentemente da aquisição da vita-
liciedade, os juízes de direito substitutos estão aptos para o ocupar o cargo de juiz eleitoral.

(FMP CONCURSOS/MP-AM/PROMOTOR/2015) A jurisdição eleitoral de primei-


ro grau não pode ser exercida por juízes federais.

Errado.
Os juízes federais apenas podem ocupar cargo de juiz membro de TRE, não se admitindo que
sejam designados para serem juízes eleitorais (TSE, Pet n. 332-75.2011, DJe de 9/5/2012).

(CONSULPLAN/TJ-MG/JUIZ/2018) A competência do Juiz Eleitoral está previs-


ta no art. 35 do Código Eleitoral e no tratamento ao tema conferidos pela Lei das Eleições e
pela Lei das Inexigibilidades.

Certo.
As competências do juiz eleitoral estão definidas no art. 35 do Código Eleitoral, além de pre-
vistas, ainda, na Lei das Eleições (art. 96 a Lei n. 9.504/97) e na Lei das Inelegibilidades (art. 2º
da Lei Complementar n. 64/1990).

(MPE-BA/PROMOTOR/2018) Sobre a competência exclusiva da Justiça Eleito-


ral, no primeiro grau de jurisdição, é correto afirmar que julga tão somente os crimes eleitorais
próprios, como tais previstos no Código Eleitoral.

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Errado.
Os juízes eleitorais são competentes para processar e julgar os crimes eleitorais, ou seja,
aqueles definidos nas eleitorais. Além disso, os crimes comuns conexos aos crimes eleitorais
também são processados e julgados pelos juízes eleitorais, em razão da vis atractiva exerci-
da pela Justiça Eleitoral, já que, em caso de concurso entre a jurisdição comum e a especial
(Justiça Eleitoral), prevalecerá esta (art. 78, IV do CPP).

(MPE-BA/PROMOTOR/2018) Sobre a competência exclusiva da Justiça Eleito-


ral, no primeiro grau de jurisdição, é correto afirmar que processa e julga os crimes eleitorais
e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior
e dos Tribunais Regionais.

Certo.
Os juízes eleitorais julgam os crimes eleitorais e os crimes comuns conexos, salvo quando
praticado por autoridade com foro por prerrogativa de função, durante o mandato e desde o
ato praticado tenha relação com o mandato (STF, AP 937, Rel. Min. Roberto Barroso, Julgado
em 2 e 3 de maio de 2018). Atente-se para o fato de cidadãos pleiteantes a cargos não pos-
suem foro por prerrogativa de função.

(FMP CONCURSOS/TJ-MT/JUIZ/2014) Em caso de cometimento dos crimes


conexos de aliciamento violento de eleitor e homicídio doloso, as regras de competência para
o processo judicial determinam que o julgamento seja realizado:
a) atentando para a fixação da competência na Justiça Eleitoral por força do art. 364 do Có-
digo Eleitoral.
b) respeitando a competência da Justiça Eleitoral para o julgamento do crime de aliciamento
violento de eleitor e do Tribunal do Júri para o crime de homicídio doloso.
c) com a apreciação dos dois delitos pelo Tribunal do Júri, por força da atração de competên-
cia pela regra do art. 78, inc. I, do CPP.
d) com a possibilidade de facultativa separação dos processos.

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e) pelo Tribunal do Júri se a prova do cometimento de um delito influir na prova da outra in-
fração.

Letra b.
Os juízes eleitorais são competentes para o processo e julgamento dos crimes eleitorais e
comuns conexos. Entretanto, se o crime comum conexo ao crime eleitoral for doloso contra
a vida, a doutrina aponta as seguintes soluções: a) ambos são julgados pela Justiça Eleitoral
(art. 78, IV do CPP); b) ambos são julgados pelo Tribunal do Júri (art. 78, II, a do CPP), pois
o crime doloso contra a vida é mais grave que o crime eleitoral; c) há uma cisão processual,
situação em que o crime eleitoral será processado e julgado pela Justiça Eleitoral e o crime
doloso contra a vida pelo tribunal do júri.

(FCC/TJ-CE/JUIZ/2014) Em face da disciplina legal e constitucional que rege


a organização da Justiça Eleitoral, NÃO cabe ao juiz eleitoral julgar vereador pela prática de
crime eleitoral, ante disposição normativa da Constituição Estadual que atribui ao Tribunal de
Justiça do Estado a competência para julgar vereadores pela prática de crimes comuns e de
responsabilidade.

Errado.
A despeito da competência do Tribunal de Justiça para o julgamento de vereador nos crimes
comuns e de responsabilidade, tal como previsto na Constituição Estadual do Rio de Janeiro,
não há na Constituição Federal previsão de foro privilegiado para vereador. Não há, pois, como
aplicar o princípio do paralelismo constitucional, como pretende o impetrante, para se con-
cluir pela competência originária do Tribunal Regional Eleitoral para o julgamento de vereador
nos crimes eleitorais. (HC n. 316-24.2011, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJe de 17/5/2011)

(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal no


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais são competentes para expedir títulos elei-
torais, conceder transferência de eleitores e determinar a inscrição ou exclusão de eleitores.

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Errado.
Os juízes eleitorais atuam no alistamento eleitoral, expedindo os títulos eleitorais, decidindo
os pedidos de transferência eleitoral e, nas hipóteses legais, de cancelamento da inscrição
eleitoral, determinando a instauração do processo de exclusão. Essa competência constitui
manifestação do exercício da função administrativa pela Justiça Eleitoral.

(CESPE/PC-PE/DELEGADO/2016) As competências das juntas eleitorais in-


cluem a nomeação, em audiência pública, nos respectivos prazos legais, dos membros das
mesas receptoras.

Errado.
Os juízes eleitorais são competentes para, no prazo de até sessenta dias antes da data das
eleições, nomear, em uma audiência pública, os membros de mesas receptoras de votos e
designar o local em que as seções eleitorais serão instaladas.

(CESPE/TJ-CE/JUIZ/2018) As juntas eleitorais são competentes para decidir


habeas corpus em matéria eleitoral.

Errado.
A competência do Juiz Eleitoral para decidir habeas corpus e mandado de segurança, em
matéria eleitoral, é residual, ou seja, cabe a ele julgar tais ações quando a competência não
estiver atribuída privativamente à instância superior.

(CESPE/TJ-CE/JUIZ/2018) As juntas eleitorais são órgãos de primeiro grau de


jurisdição da justiça eleitoral, sendo seu presidente o único membro com garantia de inamo-
vibilidade.

Errado.
As juntas eleitorais são órgãos colegiados, temporários (constituídos apenas para as elei-
ções) da Justiça Eleitoral e integram o primeiro grau de jurisdição. Por pertencerem à Justiça

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Eleitoral, todos os membros das Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções e no que lhes
for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis (art. 121, § 1º da CF).

(CESPE/TJ-CE/JUIZ/2018) As juntas eleitorais são órgãos de primeiro grau de


jurisdição da justiça eleitoral, compostos por três ou cinco membros, sendo um deles, o pre-
sidente, um juiz de direito.

Certo.
As juntas eleitorais são compostas um juiz de direito, que será o seu presidente, (presidente)
e por dois ou quatro cidadãos, de notória idoneidade, motivo pelo qual esse órgão da Justiça
Eleitoral possui três ou cinco membros.

(UEG/PC-GO/DELEGADO/2018) A respeito das juntas eleitorais, as autoridades


e agentes policiais
a) não podem ser nomeados como membros, escrutinadores ou auxiliares.
b) têm prioridade na nomeação como membros, escrutinadores ou auxiliares.
c) só podem atuar como membros se expressamente autorizados pelo superior hierárquico
imediato.
d) atuam como membros desde que haja requisição da Justiça Eleitoral.
e) não podem ser nomeados como membros, salvo deliberação do Juiz Eleitoral, após parecer
do Ministério Público Eleitoral.

Letra a.
As juntas eleitorais, primordialmente, atuam no processo de apuração e totalização dos vo-
tos, motivo pelo qual o Código Eleitoral estabeleceu um conjunto de circunstâncias impedi-
tivas para que determinados cidadãos integrem as juntas eleitorais. Tais proibições tem a
finalidade de garantir a legitimidade e a lisura das eleições, as quais são: a) os candidatos e
seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau ou por adoção; b) os membros de
diretórios de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido oficial-

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mente publicados; c) as autoridades e agentes policiais, bem como os ocupantes de cargos


em comissão no Poder Executivo; d) os que pertencerem ao serviço eleitoral.

(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal n.


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais serão sempre presididas por um juiz eleito-
ral, não podendo haver mais de uma junta por Zona Eleitoral.

Errado.
Em uma zona eleitoral, em caso de necessidade (seja pelo volume de eleitores, seja pela com-
plexidade do processo de apuração), será possível a organização de diversas juntas eleito-
rais. Com efeito, admite-se a constituição de tantas juntas eleitorais quantos forem o número
de juízes de direito disponíveis em uma determinada circunscrição eleitoral.

(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal no


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais têm como atribuição apurar, no prazo de 2
(dois) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob sua jurisdição.

Errado.
As juntas eleitorais possuem competência para apurar as eleições, o prazo de dez dias, nas
zonas de suas respectivas jurisdições.

(VUNESP/PC-BA/DELEGADO/2018) De acordo com o previsto na Lei Federal n.


4.737/1965 (Código Eleitoral), as juntas eleitorais não mais são competentes para expedir
os diplomas nas eleições municipais, desde o advento do voto eletrônico em substituição ao
voto manual.

Errado.
As juntas eleitorais são competentes para a expedição dos diplomas para os candidatos elei-
tos para os cargos municipais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador), sendo que, naquelas zonas
em que houver a constituição de mais de uma junta eleitoral, os diplomas são expedidos pela
que for presidida pelo juiz eleitoral mais antigo.

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(CESPE/TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) A principal função da justiça elei-


toral é garantir
a) o respeito à soberania popular e à cidadania.
b) a classificação das informações de ordem estatal.
c) a auditoria das contas públicas.
d) o cumprimento dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publici-
dade e da eficiência.
e) a guarda da Constituição Federal.

Letra a.
A Justiça Eleitoral é o ramo especializado no julgamento dos litígios eleitorais (Direito Eleito-
ral), bem como tem atribuições administrativas para garantir a aplicabilidade das leis eleito-
rais. Por essa razão, o principal papel dos órgãos da Justiça Eleitoral é garantir o livre exercí-
cio da soberania popular e da cidadania.

(CESPE/TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) De acordo com o Código Eleitoral,


são órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

Letra e.
Conforme o art. 118 da CF, são órgãos da Justiça Eleitoral: o TSE, os TREs, os juízes e as jun-
tas eleitorais. Assim, dentre as alternativas, a que indica apenas órgãos da Justiça Eleitoral é
a letra E.

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(CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) A Constituição Federal de 1988


elenca como órgãos da justiça eleitoral
a) o CNJ, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
b) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
c) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
d) o TSE, o CNJ, os TREs e os colégios eleitorais.
e) o TSE, o CNJ, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.

Letra b.
Nos termos do art. 118 do Código Eleitoral, a Justiça Eleitoral compõe-se do TSE, dos TREs,
dos juízes eleitoral e das juntas eleitorais;
Assim, a alternativa correta é a letra B.

(CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Determinado tribunal regional


eleitoral foi provocado a se manifestar, em ação correspondente, a respeito de cassação de
registro de candidato em determinada região de sua competência. Presentes todos os seus
membros, o tribunal, em decisão aprovada por unanimidade, se pronunciou pelo deferimento
do pleito de cassação.
Nessa situação hipotética, a validade da decisão está relacionada
a) à homologação pelo TSE.
b) à presença de todos os membros do tribunal.
c) à inaplicabilidade do efeito suspensivo dos recursos.
d) à avocação de competência.
e) à unanimidade da decisão.

Letra b.
De acordo com o art. 28, § 4º do Código Eleitoral, as decisões dos tribunais regionais sobre
quaisquer ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de
diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros.

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(CESPE/TRE-BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) No transcorrer do processo elei-


toral, será designado, para cada zona eleitoral, um juiz de direito em efetivo exercício e cum-
primento de suas competências. A legislação pertinente determina que, entre outras atribui-
ções, compete a esses magistrados
a) designar os locais das seções eleitorais até trinta dias antes das eleições.
b) ordenar o registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais, além de comunicar tal
fato, por ofício, à zona eleitoral de cada candidato.
c) fornecer, aos que não votarem por motivo justificado, certificado de ciência e da guia de
recolhimento de multa no patamar mínimo legal.
d) receber a lista dos membros das mesas receptoras indicados pelo respectivo TRE, assim
como nomeá-los definitivamente pelo menos cinco dias antes da eleição.
e) cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e do respectivo TRE.

Letra e.
Vamos à análise das assertivas:
 a)compete aos juízes eleitorais designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições, os locais
das seções eleitorais.
 b)compete aos juízes eleitorais ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos
cargos eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional.
 c) compete aos juízes eleitorais fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos
não alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das sanções le-
gais;
 d) compete aos juízes eleitorais nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência
pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas
receptoras
e) a alternativa E está correta porque reproduz a literalidade do art. 35, I do Código Eleitoral.

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(CESPE/TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Quanto aos tribunais regionais


eleitorais (TREs), assinale a opção correta.
a) Os TREs não têm competência para responder às consultas em tese sobre matéria eleitoral
feitas por partido político.
b) Compete aos TREs requisitar diretamente força federal, se isso for necessário ao cumpri-
mento de suas decisões.
c) As decisões dos TREs sobre ações que importem cassação de registro, anulação geral de
eleições ou perda de diplomas somente serão tomadas com a presença de todos os seus
membros.
d) As atribuições do corregedor-regional serão fixadas pelo TRE perante o qual servir e, su-
pletivamente, pelo TSE.
e) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença de dois terços
de seus membros.

Letra c.
Vamos à análise da incorreção ou correção das assertivas:
 a) Os TREs têm competência para responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe
forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político.
 b)Compete aos TREs solicitar ao Tribunal Superior a requisição de força federal.
 c) Essa é a alternativa correta, pois reproduz a literalidade da disposição contida no art. 28,
§ 4º do Código Eleitoral, com a redação dada pela Lei n. 13.165/2015.
 d) As atribuições do corregedor regional serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em
caráter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual servir.
e) Os tribunais regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença
da maioria de seus membros.

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