Você está na página 1de 6

Trabalho Avaliativo 1 – TA1

Processo do Trabalho

1 - O advogado da empresa Smurfs Blueberry Ltda, munido do


instrumento de procuração e portando defesa escrita, compareceu a uma
audiência de conciliação, à qual o preposto da reclamada não
compareceu. (2 Pontos)
a) Qual a consequência jurídica-processual?

RESPOSTA: Caso não compareça, este será revel, em conformidade


com o exposto no artigo 844 da CLT, porém aceita-se a contestação e
documentos apresentados quando o advogado da parte estiver presente, assim como
é exposto no art. 844 §5°da CLT.

b) E se, na hipótese, fosse o próprio Reclamante quem não tivesse


comparecido à audiência inaugural?

RESPOSTA: Sendo o reclamante aquele a se fazer ausente na


audiência, incumbirá no arquivamento da reclamação proferida,
restando ao mesmo o pagamento de todas as custas processuais,
mesmo que lhe seja atribuída a gratuidade de justiça. Somente
escapará deste fim, aquele que comprovar que sua ausência se deu
por motivos justificáveis legalmente, como pode ser visto no art.
844 e em seu §2° da CLT uma vez que é necessário que sejam
pagas as custas para a proposição de nova demanda, como visto
no artigo 844, §3° da CLT.
Se o motivo para a ausência for doença ou outro motivo
legalmente aceito, devidamente provado, este pode ser
representado por algum outro funcionário de mesma função ou
sindicato, como exposto no art. 843, §2° da CLT.

ARCABOUÇO LEGAL

“CLT

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o


arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.

(...)
“§ 2o  Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao
pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação,
ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de
quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. 

§ 3o  O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a


propositura de nova demanda.

(...)

§ 5o  Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão


aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.“

2 -Zeca Settepeles laborava no Consultório Místico da Feiticeira da Ilha.


Sofreu acidente de trabalho e ficou afastado do trabalho por 16 dias.
Hipótese que lhe garantiu estabilidade provisória por 12 meses após o
retorno. A Feiticeira, porém, ignorando a indigitada estabilidade, demitiu
Zeca sem justa causa e, por essa razão, ele próprio, no exercício do ius
postulandi, manejou reclamação trabalhista e, em sede de antecipação de
tutela, requereu a sua reintegração no emprego. Ao apreciar a
reclamatória, o Magistrado, primo da Feiticeira da Ilha, indeferiu o pedido
sob o argumento de que o Reclamante não comprovou o recebimento do
benefício previdenciário. Posto isso, indaga-se: (2 Pontos)
a) Qual a medida judicial cabível à espécie, para hostilizar a decisão
do magistrado?

RESPOSTA: Num primeiro momento, o protesto se dá como


medida cabível, sendo este feito em ata, podendo até mesmo ser
escrito nos autos ou verbal em audiência. Caso se tenha urgência,
também é cabível o Mandado de Segurança para recorrer a decisão
interlocutória

b) Zeca poderá continuar exercendo o ius postulandi? Fundamente.

RESPOSTA: O ius postulandi, nada mais é do que a capacidade


postulatória.
O Artigo 791 da CLT atribui tal capacidade, porém, como visto na
súmula 425 do TST, este se limita as varas trabalhistas e aos TRTs,
desta maneira não alcança os recursos do TST, ações cautelares,
Mandados de Segurança e ações rescisórias. Por se tratar de caso
diferente do exposto na súmula do TST, Zeca pode continuar a
exercer o ius postulandi
c) É hipótese de suspeição/impedimento? Explique.
RESPOSTA: Via de regra, conforme art. 144 e 145 do NCPC, grau de
parentesco se mostra como hipótese de impedimento ou
suspeição, porém somente se houver relação consanguínea ou
análoga, seja em linha reta ou colateral, limitada até o terceiro grau.
Em último caso, o juiz pode se declarar suspeito, sem obrigação de
explicar ou demonstrar motivo, sendo este de foro íntimo, como
visto no §1° do artigo 145 do CPC
“CLT

d) Qual a natureza jurídica do “primo”? PARENTESCO

ARCABOUÇO LEGAL

“Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar


pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas
reclamações até o final.

§ 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão


fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou
provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.

(...)

§ 3o  A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser
efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado
interessado, com anuência da parte representada. “

“SÚMULA Nº 425 - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO.


ALCANCE. ... 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o
mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do
Trabalho.”

“CPC

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

(...)

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
(...)

§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o


advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.

§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato


conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no
processo.

Art. 145. Há suspeição do juiz:

(...)

§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.”

3 - O Autor foi intimado a se manifestar nos autos no dia 10 do mês


abaixo de 2017. Considere que o dia 12 é feriado nacional.
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
01 02 03
04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30
(2 Pontos)

a) Qual a data fatal para a prática do ato no Processo do Trabalhos?

RESPOSTA: 5 dias úteis quando o juiz não fixar os prazos, contados


a partir do dia seguinte a intimação, segundo o art. 775/CLT caindo
dia 20, segunda-feira. Importante lembrar que a intimação se deu
no dia 10, sendo este um sábado e que a segunda-feira, dia 12, é
um feriado.

b) No dia 19, em razão de uma ameaça de bomba, o diretor do fórum


suspendeu os prazos processuais e determinou o fechamento do
fórum. Nessa hipótese, qual a data fatal?
RESPOSTA: Dia 21, haja vista a suspensão dos prazos processuais,
plenamente cabível neste caso, como evidencia o art. 775, §1°, I e II,
tudo da CLT.

c) Dê um exemplo de prazo peremptório.

RESPOSTA: Um prazo peremptório nada mais é que um prazo fatal,


correspondem aos prazos atribuídos diretamente pela lei.
Ex.: O prazo para impugnação de embargos é de 5 dias , a contar
da intimação para impugnar.

ARCABOUÇO LEGAL
“CLT
Art. 775.  Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis,
com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1o  Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário,
nas seguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;  
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.”

4–
a) Se a Reclamada em sua defesa alegar prescrição, em razão de o
Reclamante ter ajuizado sua reclamatória dois anos e meio após a
sua demissão, e se o juiz acolher a prescrição alegada, a decisão a
ser proferida fará coisa julgada formal ou material? Justifique.

RESPOSTA: Se fará coisa julgada forma, haja vista a existência de


sentença terminativa, uma vez que o juiz extinguirá o processo sem
que seja resolvido o mérito.

b) E se o pedido versasse unicamente sobre o reconhecimento do


vínculo de emprego, qual seria a decisão do magistrado
considerando a mesma alegada prescrição? (2 Pontos)

RESPOSTA: Neste caso, por se tratar de natureza declaratória, ou


seja imprescritível, não será possível ao juízo declarar de ofício a
prescrição, haja vista se tratar de uma ação de conhecimento.

5 - Robin dos Santos, ex empregado da empresa Batman Vigilância


Empresarial, propôs ação trabalhista em face desta e também do Banco
do Brasil S/A. Alegou terceirização fraudulenta, uma vez que foi
contratado para prestar serviços como vigilante, mas que em razão da
falta de agentes administrativos do tomador, desenvolveu habitualmente
a função equivalente, cuidando dos afazeres administrativos do Banco.
Pede o reconhecimento do vínculo de emprego direto com o Banco do
Brasil. A empresa Batman Vigilância não compareceu à audiência
inaugural e não apresentou defesa escrita. O Banco do Brasil, 2ª
Reclamada, apresentou defesa escrita impugnando todos os pedidos
autorais, notadamente quanto ao pedido de vínculo de emprego, haja
vista a flagrante violação ao art. 37 da carta política brasileira. Qual a
consequência jurídico-processual em razão da ausência de defesa da 1ª
Reclamada? Explique.
(2 Pontos)
RESPOSTA: Como é visto no art. 884 da clt, por não comparecer, o
reclamado, este vai a revelia. O parágrafo 5° do mesmo artigo, no
entanto, vem a prestigiar o advogado do reclamado, caso este se faça
presente para representar o reclamado, de maneira a aceitar a defesa
apresentada pelo mesmo, assim como demais documentos apresentados.

ARCABOUÇO LEGAL
“CLT
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da
reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto
à matéria de fato
(...)
§ 5o  Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão
aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.”

Você também pode gostar