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A SELEÇÃO DE GERENTES

Abraham Shapiro
Quando os livros de negócios falam sobre gerentes, eles se referem a todo tipo de
liderança da empresa: do simples encarregado ao diretor. Qualquer cargo de
responsabilidade sobre uma só pessoa ou um grupo delas é de gerência. Estudando a
fundo, concluímos  que qualquer indivíduo deve se autogerir, portanto, todos somos
gerentes potenciais.
Nas organizações, os gerentes recebem muitos nomes.  Quatro deles são: encarregado,
supervisor,  coordenador e gerente. O que eles geralmente fazem? Devem atingir metas,
resolver problemas, superar crises e orientar seus subordinados a entenderem o que é
preciso para que tudo isto aconteça.
Não é fácil escolher quem reúna atributos e competências para desempenhar funções de
gerência. Este, aliás, é um dos obstáculos com que absolutamente todas as empresas se
deparam, desembolsam muito dinheiro em programas de RH e consultorias, porém
dificilmente o transpõem, pois quase sempre os resultados desta seleção são baixos e
ineficientes.
Mas olhemos o problema de frente. Qual a melhor maneira de selecionar um gerente?
Hoje em dia, existem ferramentas de avaliação de personalidade e traços de liderança
bastante interessantes e eficazes. Na prática, entretanto, entendo que a melhor forma de
se escolher alguém competente para a gestão não é por meio de prova de
conhecimentos, entrevista ou outras avaliações. Isto é apenas a parte menos concludente
do processo.
Após anos de vivência em empresas, hoje penso que atividades de superação de desafios
é o que há de melhor. Cheguei a imaginar um modelo. O candidato seria posto dentro de
um labirinto cuja construção tivesse trilhas com ciladas e complicações
surpreendentes.  Sua habilidade em sobrepujar estes empecilhos pela agilidade corporal
e destreza mental é que o faria escolhido.
Detalhe importante: filmagens ponto a ponto – como um realty show – permitiria
avaliar seu estresse frente aos obstáculos, seu nível de autocontrole e outros traços de
psicológicos requeridos no exercício da liderança. Tudo de modo prático.
Em futebol – mais uma vez o futebol como exemplo – é em campo que se conhece o
bom jogador. Um gerente de qualidade se destaca pela capacidade de resolver situações
inesperadas. De nada adianta o sujeito vender a imagem poderosa e apresentável de um
currículo recheado de MBA´s e pós-graduações, se na hora H ele se mostra
desequilibrado, restrito e míope na abordagem das soluções.
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Abraham Shapiro (shapiro@shapiro.com.br) é consultor e coach de líderes.

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