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Sírios favoráveis ao govemo do ditador Bashar al-Assad com bandeiras da Rússia e da Síria, em Damasco, se manifestam contra o presidente americano Trump após ataque dos EUA
'Missão cumprida”, diz Trump sobre Síria
EUA afirmam ter atingido “coração” do programa de armas químicas de Assad; Putin define ataque como “agressão”
Pentágono diz que
próximos passos
militares vão depender
das ações de Bashar
al-Assad e da Rússia
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE WASHINGTON
“Missão cumprida!”. Foi
assim, com ponto de excla-
mação, que o presidente Do-
nald Trump ofen-
siva dos EUA, Reino Unido e
França contra a Síria na noi-
te de sexta-feira (13), quando
105 mísseis foram disparados
em resposta a umataque qui-
mico que a Casa Branca atri-
buiao governodo ditador Ba-
shar al-Assad.
Segundo o Pentágono, a
ação atingiu o “coração” do
programa químicas
do regime de Assad, e deve
representar um forte golpe ao
uso desses materiais pelo go-
vemo sírio no futuro.
Os misseis foram dispara-
dos contra três ativos milita-
resdoregimede Assad, locais
em que haveria armazena-
mento e desenvolvimento de
armas químicas.
Os americanos declararam
que o uso de armas químicas
é “inaceitável”, mas não des-
cartam a possibilidade de is-
so voltar a acontecer já que
outras instalações militares
foram poupadas.
Paraeles, os próximos pas-
sos da estratégia militar vão
ANÁLISE
Cinismo predomina no d iscurso sobre a guerra civil na Síria
DIOGO BERCITO
EM JERUSALÉM
Depois de os celulares ao
redor do mundo vibrarem a
noite toda com alertas de no-
tícias sobre o ataque ameri-
cano à Síria —tratado por al-
guns como uma espécie desi-
nal apocalíptico— o ditador
Bashar ai-Assad apareceu em
vídeo de propaganda cami-
nhando ao trabalho como se
fosse um dia comum em Da-
masco, sua capital.
depender de Assad e da Rús-
sia, um de seus principais ali-
ados, e não se elimina a pos-
sibilidade de contra-ataques.
“O que acontece a seguir
tem tudo aver com oque ore-
gime de Assad decidir fazer,
e com o que o governo russo
decidir permitir”, afirmou a
porta-voz do Pentágono, Da-
na White, neste sábado (14).
“Estamos prontos para qual-
quer coisa”, disse o general
do Estado-Maior do Pentágo-
no, Kenneth McKenzie.
É um tensionamento iné-
dito no relacionamento entre
os EUA e a Rússia, que vem
sendo fiadora do regime de
Assad e que reagiu dizendo
que “haverá
“Toda a responsabilidade
recai sobre Washington, Lon-
dres e Paris”, declarou oem-
baixador da Rússia nos Esta-
dos Unidos, Anatoly Anto-
nov, emreferência aos países
que conduziram o ataque.
Parao presidente Vladimir
Putin, o ataque foi um “ato
de agressão” dos Estados
Unidos e de seus aliados con-
tra um govemo que luta con-
tra terrorismo, Ele afirmou
aérea irá agra-
var a “catástrofe humanitá-
ria” no país.
Assad, que nega o uso de
armas químicas, afirmou em
redes sociais que “almas hon-
radas não podem ser humi-
lhadas”.
Nas ruas de Damasco, síri-
os protestaram contra o ata-
que dos EUA e de seus alia-
Ele é mostrado por oito se-
gundos de terno e gravata e
carregando uma maletinha,
com a legenda de “uma ma-
nhã de resiliência”. As ima-
gens foram publicadas na in-
temet pela Presidência síria
horas depois dos bombardei-
os, mas podem ter sido gra-
vadas em outra ocasião.
A mensagem condiz com o
cinismo predominante em to-
do o discurso sobre a guerra
civil síria, já em seu sétimo
sangrento ano. Assad, apoi-
ONDE FICAM OS ALVOS DE ATAQUE NA SÍRIA
TURQUIA
ÍRIA
Losais dh”
Local do suposto
ataque químico
Centro de Pesquisas
Barzah, que suposta-
mente desenvolve
armas químicas
L Osecretário-geral da Otan
% Locais atingidos por mísseis
dos EUA, França e Reino Unido
MM Forças pró-Assad TE Rebeldes
HM Estado Istâmico E Curdos O im
dos; também houve protes- mana passada, teria deixado
tos em outros países. ao menos 40 mortos, incluin
- eram as provas de que exis-
O governo americano vol- do crianças, o que foi consi-
toua defender a ação militar derado “perverso e vil” por
na Síria neste sábado, e a Donald Trump.
qualificou como “justificada, O americano conversou
legítima e proporcional”. após os ataques aos alvos mi-
O suposto ataque químico litares na Síria com o presi-
naregião de Damasco, na se- dente da França, Emmanuel
adopor Rússia e Irã evencen- prensa. Mas, salvo surpresas,
doadisputa militar, caminha não devem mudar o rumo da
no vídeo pelos corredores de guerra que já destruiu boa
seu palácio com a convicção parte da Síria.
de que (com ou sem bombar- É o mesmo cinismo, aliás,
deio liderado pelos america- do restante dos atores políti-
nos) deve sair impune. cos, que tanto falam de “cru-
Os ataques descritos pelo zar linhas vermelhas” (caso
presidente Donald Trumpco- do presidente francês, Enma-
mo uma “missão cumprida”, nuel Macron). Quase comose
emparceria coma Françaeo dissessem a Assad que por
Reino Unido, foram bastante fim se importam com os civis
limitados. Um espetáculo de massacrados há quase uma
som eluzes, com fotosimpac- década por seu regime, ape-
tantes divulgadas para a im- nas porque agora foram mor-
> DÉJÃvU . clusão desse relatório?”, per-
BUSH TAMBÉM
ANUNCIOU FIM
DE OPERAÇÃO
Em maio de 2003, o então
presidente americanoGeor-
geW.Bushanunciou o“fim
dos conílitos maiores” no
Iraque. O discurso foi pro-
ferido em um porta-aviões
e, ao fundo, uma faixa di-
zia “Missão Cumprida”. Po-
rêm, 97% das baixas mili-
tares americanas na regi-
ão ocorreram após estedia.
Macron, e com a primeira-mi-
nistra britânica, Theresa May,
que afirmaram que a ofensi-
va foi “bem-sucedidae neces-
sária” para prevenir o uso de
armas químicas por Assad.
também expressou apoio à
ofensiva, bem como a alemã
Angela Merkel, que a qualifi-
cou como “apropriada”.
ARMAS QUÍMICAS
Durante a entrevista deste
sábado, repórteres pergunta-
ram diversas vezes quais
tem armas químicas em pos-
se do govemoda Síria, e lem-
braram que uma inspeção da
Organização para Proibição
de Armas Químicas iria visi-
tar o país em breve. “Por que
vocês não aguardaram a con-
tos por armas químicas.
O problema, porém, não é
que morram. Que o ditador
mate sua população com ar-
mas convencionais, como as
bombas lançadas em escolas
ehospitais, não cruza linhas
de cor nenhuma, ou são me-
nos graves, ou são invisíveis.
No discurso público e nas
análises políticas, ossírios de
fato quase não são vistos. Um
conceito abstrato. O suposto
ataque químico de Assad é
descrito em termos de impac-
guntou um jornalista.
Whiteafirmou que não po-
deria compartilhar as provas
por questões de inteligência,
mas que os EUA estão confi-
antes sobre as evidências co-
Ihidas até aqui, e por isso de-
cidiram realizar o ataque.
Não há relatos de mortes
decivis após o ataque de sex-
ta, deacordo como Pentágo-
no, Também não houve bai-
xas militares do lado ameri-
cano e seus aliados.
Orisco deas armas quimi-
cas se dispersarem após a
ofensiva, segundo o Pentágo-
no, foi calculado e minimiza-
do durante a preparação do
evento.
McKenzie destacou, po-
rém, que cerca de 40 mísseis
foram disparados pelos siri-
os logo após o ataque, e que
“provavelmente” muitos de-
les não tinham trajetória de-
finida. “Isso tem que cair em
algum lugar”, afirmou.
A porta-voz do Pentágono
declarou ainda que os EUA
são favoráveis a uma solução
política e negociada na regi-
ão, mas que as vias diplomá-
ticas não foram bem-sucedi-
das até aqui.
Segundo ela, o país não
tem a intenção de mudar sua
estratégia na Síria, nem dese
envolver na guerra civil que
já matou 400 mil pessoas. O
objetivo na região, de acordo
com White, continua sendo
tão somente derrotar o Esta-
do Islâmico.
to nas relações internacio-
nais, e os bombardeios oci-
dentais são apresentados co-
mo preocupação por agravar
o atrito entre EUA e Rússia.
Em Damasco, porém, na
manhã de resiliência da pro-
paganda de Assad, a popula-
ção acordou com o estrondo
de mais explosões, como as
com as quais já se acostuma-
ram há alguns anos.
Escanteados dos debates
que lhes dizem respeito, as-
sistindo a estrangeiros em
mesas redondas versando so-
breseu país, os sírios seguem
sem perspectiva de retomar
suas vidas.
 FOLHA DE S.PAULO DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2018 x x + mundo A15

FAÇO MINHAS as palavras do pri- pio da crise, até poderia: a rebelião

meiro-ministro turco Binali Yildirim,
após o ataque americano à Síria, com
apoio francês e inglês: “Durante se-
te anos, pessoas foram massacra-
das na Síria. Onde vocês [os países
atacantes) estavam até hoje? Nosso
sistema de crenças e leis não aceita
a matança de pessoas nem por ar-
mas químicas nem pelas normais”.
Só um parênteses: o govemo tur-
co não é hoje precisamente um ba-
luarte do sistema de crenças e leis,
considerando-se a brutal repressão
que vem executando.
Fecho o parêntese para voltar à
Séria: a comunidade internacional
assistiu passivamente à brutal des-
truição de um país. Números do
massacre: 320 mil pessoas mortas,
segundo o Observatório Sírio para
os Direitos Humanos, ou 470 mil,
pelas contas do Banco Mundial (a
Síria tinha23 milhões
de habitantes
COLUNISTAS DA SEMANA segunda: Mathias Alencastro; quinta: Clóvis Rossi; domingo: Clóvis Rossi
Simon DawsonfReuters
Tarde demais para salvar a Síria
ao começar o conflito
em 2011); me-
tade da população original fugiu; o
custo de seis anos de guerra é ava-
liado pelo Banco Mundial em € 200
bilhões (R$ 844 bilhões); estão to-
talmente destruídas 27% das resi-
dências urbanas, 50% dos centros
médicos e 43% das escolas.
Ninguém fez nada. Ou melhor,
um punhado de atores relevantes
meteu-se na guerra, não para bre-
cá-la, mas para derrotar adversá-
rios. Os Estados Unidos, a Rússia,
o Irã, a Turquia estão presentes,
assim como atores não-estatais,
como o Hizbullah libanês, aliado
do Irã, eos curdos.
CLÓVIS ROSSI
Armas químicas são apenas curdas sírias para erradicar o cha-
parte do horror que destruiu mado Estado Islâmico; a ofensiva
o país, ante a inércia da doregimesírio, respaldada pela Rús-
sia, Irã e pelo Hizbullah, contra vá-
comunidade internacional
rios outros a
grupos rebeldes; ofen-
siva da Turquia para evitar que os
Fora países do Oriente Médio que parceiros curdos sírios dos america-
dão apoio a um grupo ou outro, sem nos consigam controle dasfrontei-
necessariamente deslocar tropas. ras fentre Síria e Turquia]; e uma
O intrincado tabuleiro sírio é as- guerra nas sombras de Israel contra
sim descrito por Judah Grunstein, edi- o hãeo Hizhullah que, intermiten-
tor-chefe da World Politics Review: temente emerge à
luz dos holofotes”.
“A guerra civil na Siria é de fato É óbvio que essa complexidade
vários conflitos ao mesmo tempo, al- ajuda a entender a
por que comuni-
gunsóbvios, alguns velados e outros dade intemacional pouco ou nada
escondidos. Há a campanha lidera- fez para conter o massacre.
da pelos EUA em apoio às milícias Poderia ser diferente? No princt-
contra a ditadura de Bashar al.As-
sad começou como um movimento
desarmado da sociedade civil.
Naquele momento, algum tipo de
intervenção intemacional poderia
ter levado a uma mudança de regi-
me, como se fez na Tunísia e, no pri-
meiro momento, no Egito.
Como não se fez nada, outros ato-
res foram entrando em cena e che-
gou-se ao imbróglio atual.
Por mais que o ataque deste sá-
bado (14) tenha se tomado inevitá-
vel ante o horror pelo uso de amas
químicas, fica a avaliação para a
Folha do brasileiro Paulo Sérgio Pi-
nheiro, que monitora a violação aos
direitos humanos na guerra siria:
“Toda escalada por parte de um es-
tado membro influente na guerra da
Síria é sempre desastrosa em pri-
meiro lugar para população civil
contra a qual a guerra é feita”.

Michel Euler/AFP
Pence cobra apoio
da região; Temer
e Macri hesitam

PATRÍCIA CAMPOS MELLO

SYLVIA COLOMBO
ENVIADAS ESPECIAIS A LIMA

O vice-presidente dos EUA,

Mike Pence, instou neste sá-
bado (14) todos os países da
América Latina a apoiarem
publicamente o ataque mili-
tarà Síria liderado pelos EUA.

Eleagradeceu o premiê ca-

nadense, Justin Trudeau, eo
5
presidente mexicano, Enri-
que Pefia Nieto, por se mani-
Eri festarem a favor da operação.
A maioria dos países presen-
tes na Cúpula das Américas,
porém, preferiu a cautela e

a ES *
condenou o suposto uso de
armas químicas pelo regime
em Damasco sem apoiar ex-
plicitamente a ação militar.
asd “Conclamo todas as nações
=
do hemisfério a apoiarem pu-
blicamente esta ação militar
e condenarem sí-
o regime
rio”, disse Pence em discur-
so na cúpula. “Precisamos
passar a mensagem de união
e determinação.”
O brasileiro Michel Temer
condenou ousode armas qui-
Em sentido horário a partir do alto à esquerda, a primeira-ministra britânica Theresa May, a ministra da Defesa francesa Florence Parly, o general micas mas não apoiou o ata-
americano do Estado-Maior Conjunto Kenneth McKenzie, e o general russo Serguei Rudskoi em seus pronunciamentos sobre os ataques à Síria que conduzido por EUA, Rei-
no Unido e França na sexta
(13). “Não se pode aplicar
apenas a força, a via diplo-

Ocidente e Rússia divergem sobre mática é fundamental. Não é

útil para o mundo, o clima é
muito preocupante.”
Temer pediu uma solução
amparadano direito intena-

números e eficácia dos ataques cional para guerra: “O Brasil

Pentágono afirma que os mísseis atingiram objetivo; Rússia diz que 70% foram interceptados
Ausência de modernos
sistemas antiaéreos
russos $-300 e $-400
reforça a versão
Ocidental da ação
IGOR GIELOW
DE SÃO PAULO
Além da inexistência de ve-
rificação independente de
que Bashar al-Assad condu-
ziu o ataque químico que jus-
tificou a operação liderada
pelos EUA na sexta (13), a pró-
pria eficácia militar do bom-
bardeio é alvo de polêmica
entre Ocidente e Rússia.
O Pentágono afirmou que
105 mísseis e bombas usados
por forças americanas, britã-
nicas e francesas atingiram
seus objetivos.
Jãa Rússia, patrona de As-
sad, eo govemnosfrioafirmam
que 70% de 103 mísseis lan-
çados foram interceptados.
Como americanos e russos
foram enfáticos em dizer que
os sofisticados sistemas anti-
aéreos que Moscou opera nas
suas duas bases na Síria des-
de 2015 não foram emprega-
dos, a verdade tende a estar
mais do lado ocidental,
Isso porque Assad tem à
sua disposição sistemas mais
antigos fornecidos pela então
União Soviética, como o
$-200 eo Buk, menos eficien-
tes do queos modernos S-300
e 5-400 que as forças de Vla-
dimir Putin operam.
Além disso, recentemente
Israel bombardeou boa par-
te da infraestrutura de defe-
saantiaérea síria.
“Estou confiante de que os
alvos foram destruídos e a de-
fesa aérea síria, ineficiente”,
disse o general Kenneth Mc-
Kenzie, do Estado-Maior Con-
junto americano.
Ele disse que os sírios ati-
raram 40 mísseis ar-terra,
mas depois que os alvos já
haviam sido destruídos e
sem risco a aviões ociden-
tais. Não há relatos, disse, de
vítimas. Os sírios falam em
trêscivis feridos. Eleapresen-
tou fotos de satélite que mos-
tram queseriaa destruição
de alvos, supostamente liga-
dos ao programa de armas
químicas que cOcidente acu-
sa Assad de ter.
Foram bombardeados um
centro de pesquisa em Da-
masco e dois depósitos, um
deles subterrâneo, em Homs.
Confrontada por repórte-
res se havia provas de que as
instalações realmente tinham
armas químicas, a porta-voz
do Pentágono, Dana White,
apenas disse que “confiava
disponível.
Além disso, o jornal The
New York Times afirmou que
integrantes do Departamen-
to de
Defesa disseram que
tal-
vez Assad tenha retido parte
de seu suposto arsenal qui-
mico, parte admissão de fra-
casso, parte abertura para
ações à frente
A falta de confiabilidade
nos relatos deverá pautar O
tom do debate entre Ociden-
te e Rússia daqui em diante.
Mas ficou evidente o cui-
dado dos EUA e aliados em
não atingir nenhum dos cer-
ca de 5.000 soldados russos
que apoiam Assad.
Moscou havia dito que
qualquer baixa seria respon-
dida, e enviou os cerca de 15
navios que tem estacionados
no porto sírio de
Tartus. Além
de protegê-los de uma posi-
ção fixa exposta, garantia o
risco de contra-atacar.
Osrussos insistiram em di-
zer que seus sistemas antiaé-
reos não foram acionados. É
um xadrez complexo, mas
mostra que ninguém procu-
ra uma escalada direta entre
as duas maiores potências
nucleares do mundo.
O homólogo de McKenzie
na Rússia, general Serguei
Rudskoi, afirmou em Moscou
que 71 dos mísseis haviam si-
do disparados teriam sido
atingidos pela defesa síria.
Se isso fosse verdade, seria
uma derrota sem preceden-
tes para o padrão de ataque
» NAÇÕES
UNIDAS
RESOLUÇÃO
DA RUSSIA E
DERROTADA
Em reunião do Conselho de
Segurança, Moscou queria
aprovar texto condenando
oataque na Síria coordena-
dopor Washington, Londres
e Paris como violação da lei
intemacional. Mas sô Rús-
sia, Chinae Bolívia votaram
a favor da resolução -oito
países foram contra e qua-
tro seabstiveram.
aéreo adotado pelos EUA e
seus aliados desde o fim da
Guerra Fria. Mas parece alta-
mente improvável.
Rudskoi também afirmou
que osistema S-300, que atin-
a até 300 km de dis-
tância, poderá ser fornecido
a Assad. O ditador tentou re-
ceber a arma no começo da
guerra civil, em 2011, mas a
pressão ocidental sobre Mos-
cou evitou a entrega.
Segundo o Pentágono, a
maior parte doataque ocorreu
com mísseis de cruzeiro To-
mahawk, que voama baixa al-
titude e velocidades subsôni-
cas, usando GPS para se gui-
há muito tempo repudia ouso
de armas químicas, mas es-
sas questões devem ser resol-
vidas baseadas no direito in-
ternacional, então é impor-
tante que a ONU entre nessa
are atingiro alvo. Desde a pri- questão pra logo resolver o
meira Guerra do Golfo, em conflito da Siria”, afirmou.
1991, eles simbolizam o mo- “Já é passada a horade se
do americano de conduzir encontrarem soluções dura-
guerras à distância. douras para uma guerra que
Segundo o Pentágono, as
armas foram disparadas de
já dura tempo demais e teve
enorme custo humano.”
navios americanos no Medi- Amesmalinha foi adotada
terrâneo oriental e também pelo argentino Mauricio Ma-
do Mar Vermelho. cn, que pediu maior coorde-
Os americanos também nação da comunidade inter-
usaram mísseis de cruzeiro nacional para “preservar a
AGM-158 JASSM, lançados no paz e a segurança, evitando
ar por dois bombardeiros BIB
ações que gerem escalada de
Lancer oriundos da base ame- tensão, e que sigam diálogo
ricana Al Udeid, Qatar. Um por meio dos compromissos
número indeterminado
de ca- internacionais existentes”,
ças, provavelmente F-22, tam- E a Chancelaria do Peru,
bém participou pelos EUA. país anfitrião e dono de uma
Já os britânicos lançaram vaga rotativa do Conselho de
mísseis de cruzeiro Storm Segurança na ONU, pediu
Shadow a partir de quatro moderação a todas as partes
aviões de ataque a solo Tor- com vistas à saída política.
nado, baseados no Chipre. O CS da ONU tem tentado
A França disparou 12 mis- repetidamente impor sanções
seis Scalp, sua versão do contra o regime de Bashar al-
Storm Shadow, de caças Ra- Assad, mas sofre o veto da
fale e Mirage que voaram a Rússia, que apoia o ditador.
partir de bases francesas per- Emlinha com Pence, oca-
to da costa mediterrânea. A nadense Trudeau abriu seu
fragata Aquitaine disparou discurso chamando a ação
versão marítima do Scalp. dos aliados de “resposta ne-
Umnúmero não divulgado cessária” econdenando ouso
de aviões de reabastecimen- dearmas químicas. “É preci-
to e de vigilância eletrônica so punir os responsáveis.”
participou da operação. Ecoou o colombiano Juan
Dado o alcance dos mísseis Manuel Santos: “Sempre
empregados, nenhuma das apoiaremos ações para punir
aeronaves ocidentais teve de o uso e buscar a erradicação
entrar em espaço aéreo sírio das armas químicas, mas
ese expor a fogo de defesa. também apelamos à paz”.