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Direito eleitoral
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em outras palavras, o Direito Eleitoral dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que
organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça
a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental.
A lei eleitoral é exclusivamente federal por disposição constitucional (Art. 22, I, da CF), não podendo,
desta forma, os estados e municípios disporem sobre regras de cunho eleitoral, nem mesmo
supletivamente.
As Medidas Provisórias não podem conter disposições com conteúdo eleitoral e/ou partidário (Art.
62, I, “a”, da CF).
Vigora no Direito Eleitoral o Princípio da Anualidade da Lei Eleitoral, ou seja, embora entrando em
vigor na data de sua publicação, a lei somente será aplicada se a eleição acontecer após 1 (um) ano da
data de sua vigência (Art. 16, da CF).
Índice
Fontes
Justiça Eleitoral
Funções da Justiça Eleitoral
Órgãos da Justiça Eleitoral
Princípios do Direito Eleitoral
Introdução
Princípios do Direito Eleitoral Material
Ligações externas
Referências
Fontes
As principais fontes formais do direito eleitoral brasileiro são:
Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral, criada em 1932, é o ramo do Poder Judiciário que cuida do processo eleitoral,
sendo responsável pela organização das mesas de votação, pelo alistamento eleitoral, pela apuração
dos votos e pelo reconhecimento e proclamação dos candidatos eleitos em todo o território nacional,
tanto na esfera federal, quanto nas esferas estaduais e municipais, tendo como principal objetivo
assegurar a normal apuração da vontade popular e o exercício dos direitos políticos. A Justiça
Eleitoral apresenta certas características peculiares:
A Justiça Eleitoral brasileira não possui um quadro exclusivo de magistrados eleitorais, sendo que
sua composição é formada por juízes e advogados de diferentes áreas do direito. Todo juiz eleitoral
vem para a Justiça Eleitoral como um empréstimo de outros ramos do Poder Judiciário.
A competência da justiça eleitoral alcança a tudo e a todos que se relacionem com o pleito, incluindo
o alistamento eleitoral, a campanha e a propaganda eleitoral, a organização administrativa do pleito,
o registro das candidaturas, a votação, as impugnações, os cancelamentos e outros, mas cessa com a
diplomação dos eleitos e o julgamento dos recursos interpostos. Importante salientar que há o
Ministério Público Eleitoral, cujo chefe é o Procurador-geral Eleitoral, também o Procurador Geral da
República, os Procuradores Regionais Eleitorais, e os Promotores Eleitorais, que atuam nas zonas
eleitorais, e são promotores estaduais cedidos no serviço da Justiça Eleitoral.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_eleitoral 2/5
26/12/2020 Direito eleitoral – Wikipédia, a enciclopédia livre
Introdução
Em uma tentativa de diferenciar as regras dos princípios, podemos afirmar que enquanto estes
possuem um espectro de incidência muito mais amplo, aquelas se destinam a casos concretos,
previstos, e por essa razão, específicos. Por isso, não há antinomia jurídica entre os princípios e as
regras, pois estas agem sobre a concreção daqueles.
Dworkin[2] enfatiza essa concepção quando explica que as regras são espécies normativas que
carregam um grau de abstração mais limitado se comparada aos princípios, possuindo uma estrutura
de tudo ou nada, pois diante de uma situação, podem estar presentes ou não os pressupostos para sua
subsunção. Esta por sua vez é outra característica que os diferencia: enquanto a aplicação dos
princípios se faz pela ponderação, a das regras se faz pela da subsunção. Dessa forma, não raras às
vezes as regras entram em conflito produzindo uma antinomia, enquanto os princípios se
complementam e se somam.
Todavia, ponderoso considerar que por terem naturezas diferentes, é que normas e princípios se
integralizam no tocante à interpretação da legislação quando da aplicação ao caso concreto. Assim,
importante é mostrar a coesão entre as fontes do Direito, de forma que o ordenamento jurídico
mostre-se sempre harmônico e coerente. Luis Roberto Barroso em sua obra Interpretação e aplicação
da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora[3] abaliza que os
princípios constitucionais são o conjunto de normas eleitas pelo legislador que refletem a ideologia da
Carta, e que, portanto seus postulados basilares e finalísticos funcionam como fundamentos
primordiais da ordem jurídica.
Nesse sentido vale ressaltar que no chamado Pós-Positivismo, os princípios deixaram de ser apenas
comandos gerais abstratos, assumindo a função de normas jurídicas, apresentando um conteúdo
axiológico e possuindo eficácia direta. Nesse mesmo sentido entra em cena a partir da segunda
metade do século XX o constitucionalismo contemporâneo, mais conhecido como
“neoconstitucionalismo”, fenômeno que implicou em um novo modo de enxergar a Constituição e seu
papel na interpretação do ordenamento jurídico, colocando-a no centro do sistema atribuindo-lhe
imperatividade e superioridade.
A Constituição então passa a possuir não apenas supremacia formal, mas também relevância material
e axiológica, de forma a não ser mais somente encarada como paradigma ou carta de recomendações,
mas passando a ter caráter vinculativo e obrigatório de seus enunciados, aplicáveis pelo juiz ao caso
concreto.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_eleitoral 3/5
26/12/2020 Direito eleitoral – Wikipédia, a enciclopédia livre
Entretanto, como afirma José Armando Ponte Dias Júnior em seu livro Elegibilidade e Moralidade[4],
reconhecer o caráter jurídico e a imperatividade da Constituição é navegar por águas tranquilas e
continua:
Ocorre que apesar de toda essa corrente, o Direito Eleitoral vem caminhando um pouco na
contramão e por isso é necessário muita atenção. Enquanto todos os outros ramos buscam cada vez
mais fortalecimento nos preceitos constitucionais, a legislação eleitoral infraconstitucional passou
por inúmeras mudanças e atualizações e tem ganhado maior estudo e expressão. As leis promulgadas
após 1988, bem como as próprias Resoluções emitidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
trataram de modificar substancialmente aspectos do Direito Eleitoral. Com isso, a importância da
aplicação dos princípios se fez veemente.[5]
São inúmeros os princípios aplicáveis ao direito material eleitoral. Segue uma relação, não exaustiva,
de tais princípios: a) Proporcionalidade e razoabilidade; b) Estado Democrático de Direito; c)
Soberania Popular; d) Republicano; e) Federativo; f) Legitimidade; g) Moralidade; h) Probidade; i)
Igualdade ou Isonomia; j) Anualidade da lei eleitoral; k) Liberdade de propaganda.
Ligações externas
Tribunal Superior Eleitoral (Brasil) (http://www.tse.jus.br)
Bibliografia Brasileira de Direito Eleitoral (http://biblioteca2.senado.gov.br:8991/F/?func=find-c&cc
l_term=wyr+%3D+1988+-%3E+2020&adjacent=N&local_base=BDE&x=-11&y=-296&filter_code_
4=WMA&filter_request_4=&filter_code_1=WLN&filter_request_1=&filter_code_2=WYR&filter_req
uest_2=&filter_code_3=WYR&filter_request_3=) (1988 — 2020) — Rede Virtual de Bibliotecas
(RVBI)
Tratado de Direito Eleitoral (Instituto Novo Eleitoral) (http://novoeleitoral.com/tratado/index.php/
P%C3%A1gina_principal)
Referências
1. MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Elementos de direito administrativo. São Paulo. Revista
dos Tribunais. 1991.
2. DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2002. (Tradução
de Talking rights seriously).
3. BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma
dogmática constitucional transformadora. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 147
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_eleitoral 4/5
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