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ESTUDOS DE TARÔ

O QUE É?
“Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chama-lo de
destino”. C.G. Jung

O tarô é um conjunto de cartas com figuras desenhadas que representam arquétipos da


consciência humana. Apresenta as questões do momento, que estão dispostas no
subconsciente. Traduz-se de uma linguagem simbólica para uma linguagem material.
Costumo utilizar a analogia de que o Tarô traz para superfície as informações que
escondemos ou não conseguimos enxergar. Diz o Tarólogo Ozampin Olafajé: “O Tarô é um
monumento minemotécnico. Repositório da Sabedoria Ancestral. Mas é mágico: magia do
Amor do Imanifesto.” Como as figuras enigmáticas que surgem de repente,
inesperadamente, em nossos sonhos, os personagens do Taro parecem estar gritando para
nos chamar a atenção.” (SALLIE NICHOLS, Jung e o Taro - Uma jornada arquetípica).

O Autor Bajo Hanzaff identifica o tarô apenas como um oráculo. Podemos interpretar que
oraculo é a capacidade de transmutar o conhecimento divino para o plano material. Se
assumirmos que somos a imagem e semelhança de Deus, compreendemos que temos uma
consciência divina e é essa consciência que o tarô acessa para realizar as orientações e
previsões. No final das contas nós já sabemos de tudo, apenas não vemos.

O LIVRE ARBÍTRIO

O filósofo Mário Sérgio Cortella traz um pensamento que pode ser utilizado para diferenciar
o livre arbítrio das situações contingenciais. Ele escreve assim: “a escuridão pode me
impedir de enxergar, mas não de querer ver”. Quando viemos a essa existência nos foi
concedido a oportunidade de escolher. Nossas escolhas refletem diretamente no resultado
daquilo que escolhemos. Um oraculo pode mostrar caminhos, mas jamais deverá mostrar a
escolha. Essa é particular e individual para cada um. Nosso futuro não depende dos deuses
ou da nossa sorte, ele depende de nossas escolhas.

Desejo e peço que você nunca, nunca mesmo, justifique uma decisão sua por uma tiragem
de tarô. Muito cuidado em tentar transferir a responsabilidade que é sua ou de seus
consulentes para uma ferramenta tão elevada e iluminada.

DIFERENÇA ENTRE ORÁCULOS


1.Oráculo do Ser: analisam as tendências da vida do indivíduo, sem considerar as alterações
possíveis do livre arbítrio, expressando a potencialidade de eventos (ASTROLOGIA,
NUMEROLOGIA, QUIROMANCIA).
2.Oráculo do Estar: analisam a condição humana sem se preocupar com as tendências da
vida. Tratando de elementos do estado atual do indivíduo (TARÔ, CARTAS CIGANAS, I-
CHING, RUNAS, GEOMANCIA).
As perguntas dependem de como o oráculo vai responder. É importante ter o tipo de
pergunta certa e saber alterar a pergunta do cliente para se adequar ao tipo de oráculo.
1.Qual a tendência de ter filhos? Quando encontrarei luz espiritual? Qual melhor período
para me casar? Qual a minha aptidão profissional?
2.Vou comprar um carro este ano? Vou namorar o João? A religião que professo é meu
caminho? Vou ter um filho este ano?

ESTRUTURA DO TARÔ
1º - ARCANOS MAIORES
Compostos de 21 cartas, são estruturados com símbolos evolutivos, reportam a mente
abstrata, o mundo subjetivo, fazem ligação com a formação da vida, energia ou potencial
de uma situação. Visão mais generalista, um panorama macro da situação. Transitam pelos
quatro planos da existência (espiritual, sentimental, mental e físico).
As imagens remetem a vida e função dos personagens da época da Idade Média.
Do 1 ao 21: Louco, mago, sacerdotisa, imperatriz, imperador, papa, enamorados, carro,
justiça, ermitão, roda da fortuna, força, pendurado, morte, temperança, diabo, torre,
estrela, lua, sol, julgamento e mundo.
2º - ARCANOS MENORES
São 56 cartas, sendo 40 numeradas e 16 cartas de corte.
São divididas em naipes, cada qual representa um plano da existência da mente humana.
PAUS: fogo – espiritual;
ESPADAS: ar – mental;
COPAS: água – sentimental;
OUROS: terra – material.
Cartas de corte: representam as personagens da corte e possuem arquétipos de
personalidade humanas. Usadas também para identificar uma pessoa na jogada. Concordar
com o oráculo que se sair uma carta de corte ela representará uma pessoa, a qual podemos
descrever de acordo com as características da carta.
Cartas numeradas: representam a trajetória de uma ideia. As = início; dois = reflexão; três =
atividade; quatro = estabilidade; cinco = renovação; seis = alteração; sete = progresso; oito =
regeneração; nove = desenvolvimento e dez = realização.
ESTRUTURA DA CARTA
As cartas possuem: nome, ornamento simbólico (características da carta com representação
simbólica), figura (conjunto de ornamentos e nome que forma o significado), atributos e
analogia.
TIPOS DE TARÔ
Clássicos – Marselha.
Transculturais – Maya, egípcio.
Surrealistas – Tarô Zen do Osho

PARA ESCOLHER O DECK DE TARÔ


Ver o que você sente em relação com as cartas, ele te agrada, é macabro demais ou alegre
demais?

TARÔ DIVINATÓRIO X TARÔ TERAPÊUTICO


Entender a diferença para compreender a bibliografia que se vai procurar.
DIVINATÓRIO (foco na trajetória)
Foca em prever o futuro, em conceitos ritualísticos e místicos do tarô e não tem foco no
aconselhamento.
TERAPÊUTICO (foco no indivíduo)
Foca no autoconhecimento, busca entender a situação atual, apresenta aconselhamentos e
tendências, não se preocupa em prever o futuro, mas pode ser que ocorra.

TERMOS IMPORTANTES
TARÓLOGO = estudante e professor de tarô;
TAROTISTAS = profissional que trabalha dando consultas;
TAROLOGIA = estudo dos símbolos, relações e história do tarô;
TAROMANCIA = estudo divinatório das cartas do tarô.
CÓDIGO DE ÉTICA DO TARÔ
NÓS ORIENTAMOS, OS CLIENTES DECIDEM: não tirar o livre arbítrio da pessoa, apresentar as
possibilidades, mas NUNCA dar as respostas;
CONFIDENCIALIDADE: o que se fala na mesa do tarô, fica na mesa do tarô;
RESPONSABILIDADE: acertar o preço das consultas antes da leitura (o universo pede uma
troca energética) e DEIXAR CLARO QUE É AS DECISÕES DA PESSOA QUE VAI ALTERAR SEU
FUTURO.
RECOMENDAÇÕES: Deixar claro = somos interpretes e não videntes, colocar as perguntas de
forma clara, o tarô marca eventos e não datas, o futuro é consequência de nossos atos, o
futuro é definido por cada um pelo seu livre arbítrio, quem leva a pessoa a optar pelas
cartas é seu próprio inconsciente.
PARA O TARÓLOGO: Sua primeira motivação é prestar um serviço, lembrar ao consulente
que não deve temer o que aparecer, enfatizar que se pode mudar o futuro (perguntar uma
dica para o tarô de como mudar a situação), ao invés de focar na traição/ infidelidade ou
colocar a culpa em outras pessoas, concentrando-se em ver o que não funciona na relação e
se isso tem solução (saber como passar as informações, as vezes a pessoa não sabe lidar
muito bem com aquilo). Não devemos diagnosticar a pessoa. Não podemos realizar a
consulta sem a permissão de uma terceira pessoa. Ensinar ao consulente que nem sempre
seus problemas resultam de magia negra (as vezes é auto sabotagem mesmo).

A diferença entre o tarô de Marselha e os outro é que o primeiro não vêm com livro de
explicação, enquanto o segundo aparenta ter suas simbologias representadas posterior a
verbalização da mesma.
Para a nossa maneira de pensar, é a diferença que existe entre ler um livro ilustrado e percorrer uma
galeria de arte. Ambas são experiências valiosas, mas diferem muito em seus efeitos. O livro
ilustrado estimula o intelecto e a empatia, ligando-nos às introvisões e sentimentos de outros. A
galeria de arte estimula a imaginação, forçando-nos a mergulhar fundo em nossa própria
criatividade e experiência de amplificação e compreensão.

Mas essa camada profunda da psique, que C. G. Jung denominou o inconsciente, por definição, não
é consciente. Suas imagens não nascem do nosso intelecto ordenado mas, antes, apesar dele. Elas
não se apresentam de maneira lógica. Cada sistema filosófico é mera tentativa, da parte do
intelecto, de criar uma ordem lógica no aparente caos de imagens nascidas do inconsciente.

As figuras nos Trunfos do Taro contam uma história simbólica. À semelhança dos nossos sonhos, elas
nos vêm de um nível que a consciência não alcança, e muito distante da nossa compreensão
intelectual. Parece apropriado, portanto, comportar-nos em relação a esses personagens do Taro de
maneira muito parecida com a que usaríamos se eles nos tivessem aparecido numa série de sonhos
que retratassem uma terra desconhecida e longínqua, habitada por estranhas criaturas.

Podemos fazer melhor a conexão com o seu significado através da analogia com mitos, contos de
fadas, dramas, quadros, acontecimentos históricos, ou qualquer outro material com motivos
similares, que evocam universalmente grupos de sentimentos, intuições, pensamentos ou
sensações.
psique mostra tendências hereditárias. Está claro que não podemos ver essas forças arquetípicas,
como, de fato, não podemos ver os instintos; mas experimentamo-las em nossos sonhos, visões e
pensamentos de vigília onde aparecem como imagens.

Mas o ponto está em que o ser tocado por um arquétipo sempre evocará uma reação emocional de
alguma espécie. Explorando essas reações inconscientes, podemos descobrir o arquétipo que nos
está manipulando e livrar-nos, até certo ponto, da sua compulsão. Em resultado disso, da próxima
vez que encontrarmos essa figura arquetípica na realidade externa, a nossa resposta não precisará
ser tão irracional quanto a acima descrita.

Da próxima vez que sair dirigindo o automóvel por aí, compreenderá que não está sentado sozinho
no assento do motorista. Saberá que forças misteriosas estão em atividade dentro dele, capazes de
guiar-lhe o destino e absorver-lhe a energia de maneiras imprevistas.

A TEMPERANÇA, surge uma figura prestimosa. É um anjo ocupado em deitar o líqüido de um vaso
em outro. Nesse ponto, as energias e esperanças do herói voltam a fluir, numa nova direção.
Antigamente, ele estivera empenhado em libertarse da compulsão dos arquétipos na medida em
que eles o afetavam pessoalmente no mundo dos seres e eventos humanos, e em estabelecer um
status para o ego no mundo externo. Agora ele está pronto para voltar suas energias mais
conscientemente na direção do mundo interior. Ao passo que antes buscava o desenvolvimento do
ego, sua atenção volta-se agora para um centro psíquico mais amplo, que Jung denominou o eu.

Pela confrontação dos arquétipos e pela relativa liberação da sua compulsão, tornamo-nos cada vez
mais capazes de responder à vida de maneira individual. Como vimos, o comportamento dos que
têm pouca percepção dos arquétipos é predeterminado por forças invisíveis. É quase tão
rigidamente programado quanto o comportamento instintivo dos pássaros e das abelhas, que
sempre reagem a certos estímulos de modo pré-ordenado, de modo que o acasalamento, a
edificação, a migração, etc, são levados a cabo em padrões idênticos através das gerações. Mas
quando um ser humano adquire determinado grau de autopercepção, é capaz de fazer escolhas
diferentes das da multidão e de expressar-se de um jeito só seu. Tendo contato com o seu próprio e
verdadeiro eu, já não será presa da tagarelice de outros eus, interiores e exteriores. O que "eles"
estão fazendo e dizendo influirá menos na sua vida. Será capaz de examinar costumes sociais e
idéias correntes e adotá-los ou não, como bem entender. Estará livre para agir conforme as
necessidades mais profundas e o mais verdadeiro eu. Releva notar aqui que, assim como uma
pessoa ganha independência para ser não-conformista, assim também ganha confiança para ser
conformista.

Dir-se-ia que tudo nela - as roupas, os gestos, o jeito de sentar-se ou de ficar de pé - lhe pertence.
Nada é sobreposto. Tudo o que diz ou faz parece provir do seu centro mais profundo, de modo que
até a sua observação mais corriqueira se reveste de um novo sentido. Se permanece em silêncio, o
seu silêncio também parece pertencer-lhe. É um silêncio confortável tanto para ela quanto para nós.
Muitas vezes, uma pessoa assim em silêncio parece mais presente e mais ativa do que as que
participam de maneira mais evidente. Por se achar ela em contato com o seu eu mais profundo, o
nosso eu profundo lhe responde, de sorte que o fato de estarmos sentados em silêncio com esse
tipo de ser humano pode abrir-nos novas perspectivas de percepção. Estando à vontade consigo
mesmo, ela está instantaneamente à vontade conosco - e nós com ela. Temos a impressão de
conhecê-la desde sempre. A comunicação entre nós é tão aberta e tão fácil que nós a
compreendemos; e, no entanto, ela nos intriga. De um lado, é a pessoa mais incomum que já
conhecemos e, de outro, é exatamente como nós. É um paradoxo.

É axiomático que os símbolos e sentimentos ou intuições que eles inspiram não trazem os rótulos
de "certo" ou "errado". Como será repetidamente demonstrado neste estudo, é característico do
material simbólico abarcar muitos opostos e incluir aparentes paradoxos. Vivendo como vivemos
a maior parte do tempo num mundo de Ou/Ou de opostos fixos, talvez nos conforte saber que, no
mundo dos sentimentos, das intuições, das sensações e das idéias espontâneas em que estamos a
pique de ingressar, podemos perfeitamente desfazer-nos da medida Ou/Ou que geralmente
utilizamos para fazer escolhas práticas na vida de todos os dias. Vamos entrar na terra da
imaginação, o mundo mágico cujas palavras-chave são Ambos/E. Em nossa reação a determinado
Trunfo do Taro podemos estar "certos" se o tentarmos - e pelo mesmo sinal não podemos estar
"errados". Por conseguinte, seja-nos permitido reagir ao Taro da maneira que bem entendermos,
com o coração leve e a mão livre. Dêem espaço a tudo; não esperem nada. Deixem folgar a
imaginação. Divirtam-se - divirtam-se.

Cada pessoa precisa descobrir o próprio caminho para chegar ao mundo não-verbal do Taro. as
próprias cartas, como vimos, não são sinais; são símbolos. Não se pode dar-lhes definições precisas.
São expressões pictóricas que apontam para lá de si mesmas, para forças que nenhum ser humano
chega a compreender completamente. Hoje, o homem está, pelo menos, começando a
compreender que quanto menos consciência tiver das forças arquetípicas, tanto maior poder terão
elas para governar-lhe a vida.

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