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PLANO AÇÃO
AÇÃONACIONAL
NACIONALPARA
PARA
A CONSERVAÇÃO
A CONSERVAÇÃO DADA
FLORA ENDÊMICA
FLORA ENDÊMICA
AMEAÇADA
AMEAÇADA DE DE
EXTINÇÃO
EXTINÇÃODODO
ESTADO DO
RIO DE JANEIRO
PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA
A CONSERVAÇÃO DA
FLORA ENDÊMICA
AMEAÇADA DE EXTINÇÃO DO
ESTADO DO
RIO DE JANEIRO
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Michel Temer
Presidente
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
R
Ministro SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE
Sérgio Mendes
INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO Subsecretário Adjunto de Planejamento
DO RIO DE JANEIRO Secretário Executivo da Câmara de Compensação Ambiental
J
Gustavo Martinelli
Coordenador Geral do Centro Nacional de
Conservação da Flora Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecária Juliana Farias Motta — CRB7 / 5880
© Secretaria de Estado do Ambiente (SEA)
P712
Av. Venezuela, 110 – 5º andar – Saúde
Plano de ação nacional para a conservação da flora endêmica
CEP 20081-312 – Rio de Janeiro – RJ
ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro / Organização: Nina
Pougy... [et al.] - - 1. ed. - - Rio de Janeiro: Secretaria
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada
de Estado do Ambiente (SEA): Andrea Jakobsson Estúdio, 2018.
a fonte.
80 p. : ilustrado ; 21 x 28 cm.
Projeto “Unidades de Conservação do Estado do Rio de Janeiro: análises e
Outros autores: Eline Martins, Marcio Verdi, Eduardo Fernandez, Rafael
estratégias para conservação da flora endêmica ameaçada” desenvolvido
Loyola, Telmo Borges Silveira Filho, Gustavo Martinelli
com recursos da Câmara de Compensação
Ambiental do Estado do Rio de Janeiro. Processo: E-07/001.526/2014
ISBN: 978-85-88742-89-5
Coordenação Geral do Projeto:
Inclui referências
Telmo Borges Silveira Filho, Superintendente de Planejamento Ambiental e
Gestão Ecossistêmica/SEA
1. Botânica – Rio de Janeiro. 2. Recursos naturais – Conservação – Rio
Coordenador Técnico e Científico do Projeto:
de Janeiro (Estado). 3. Bacias hidrográficas – Rio de Janeiro (Estado). I.
Gustavo Martinelli, Centro Nacional de Conservação da Flora/Instituto de
Pougy, Nina... [et al.].II. Título : do estado do Rio de Janeiro
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
CDD 581.981
Coordenadora de Projetos:
Eline Martins, Centro Nacional de Conservação da Flora/Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Índice para catálogo sistemático:
Equipe Técnica:
1. Botânica – Rio de Janeiro
Nina Pougy, Marcio Verdi, Eduardo Fernandez, Melissa Bocayuva, Fernanda
2. Recursos naturais – Conservação – Rio de Janeiro (Estado)
Wimmer, Pedro Ervilha e Polyana Mendes Nogueira
3. Bacias hidrográficas – Rio de Janeiro (Estado)
ESTADO DO
RIO DE
JANEIRO
Realização
Apoio Produção
COLABORAÇÃO NAS AÇÕES DE CONSERVAÇÃO
CONSERVAÇÃO
E MEIO AMBIENTE
4
PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A
CONSERVAÇÃO DA FLORA ENDÊMICA AMEAÇADA
DE EXTINÇÃO DO
ESTADO DO
RIO DE JANEIRO
ORGANIZADORES
Segunda Oficina:
Biovert Florestal e Agrícola Ltda.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa
Escola Nacional de Botânica Tropical – ENBT
Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável – FBDS
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Capa: Parque Estadual da Ilha Grande. Foto: Izar Aximoff
Renováveis – Ibama p. 8: Glaziophyton mirabile Franch. Foto: Eduardo Fernandez
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – p. 10: Terminalia acuminata (Allemão) Eichler no Parque Estadual
ICMBio de Grumari. Foto Lucas Moraes
Instituto Internacional para Sustentabilidade – IIS p. 27: Terminalia acuminata (Allemão) Eichler no Parque Estadual
Instituto Estadual do Ambiente – Inea da Pedra Branca. Foto: Lucas Moraes
Instituto Florestal / SP p. 28: Parque Nacional da Tijuca. Foto: Patricia da Rosa
Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental p. 54.: Rebio Praias do Sul. Foto: Izar Aximoff
CARTAS DA SEA – RJ
O Estado do Rio de Janeiro abrange 0,5% do territó- áreas temáticas, seguindo escalas de prazos e priorida-
rio nacional, abriga 8% da população brasileira e man- des, visando à conservação de espécies endêmicas da
tém preservado em seu território 28% de remanescentes flora do estado do Rio de Janeiro. Além disso, este plano
de um dos biomas mundiais mais ameaçados: a Mata deve ser revisado periodicamente como forma de monito-
Atlântica. É neste pequeno território que se pode obser- rar e avaliar o sucesso das ações executadas e atualizar
var a grandeza da nossa biodiversidade, que concentra as necessidades de conservação da flora endêmica.
aproximadamente 25% da flora brasileira, sendo 2,5% Este é o primeiro plano de ação da flora que compreende
endêmica do estado. Zelar pela proteção e manutenção um território estadual inteiro e foca nas espécies ameaça-
desta riqueza é responsabilidade de todos, porém as das e endêmicas do Estado. Os esforços da área ambien-
iniciativas e medidas a serem adotadas para reverter o tal nos últimos anos para tornar o estado um modelo de
quadro de perda de biodiversidade devem ser tomadas política pública de conservação da biodiversidade tem
de maneira organizada e conjunta. Assim sendo, a união apresentado bons resultados, frente às distintas crises en-
de esforços do governo, sociedade civil e instituições de frentadas, o que consolida um vasto caminho ainda a ser
pesquisa, visando à conservação da nossa biodiversida- percorrido.
de, representa um passo importante nesta jornada. A reunião de especialistas de diferentes instituições pro-
Nos últimos anos, muitos esforços têm sido feitos para porcionou uma ampla discussão sobre a situação das
práticas participativas, ações complementares e geração espécies e medidas necessárias para sua conservação,
de consensos institucionais visando ao desenvolvimento gerando este documento. Mais um relevante produto do
sustentável e ao planejamento territorial no Estado do Rio projeto “Unidades de Conservação do Estado do Rio de
de Janeiro, dos quais podemos citar: o Plano Estadual de Janeiro: análises e estratégias para a conservação da
Recursos Hídricos, o Zoneamento Ecológico Econômico, flora endêmica ameaçada”, coordenado pela Secretaria
e os Planos Municipais de Conservação e Recuperação de Estado do Ambiente em parceria com o Instituto de
da Mata Atlântica. A gestão responsável da biodiversi- Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
dade deve ser compartilhada e ter objetivos sinérgicos Agradecemos a todos os participantes das oficinas pela
para conservação dos ecossistemas essenciais para nos- formulação deste plano em todas as suas fases, bem
sa saúde e bem-estar comum. O elo entre a conservação como, aos articuladores e colaboradores das ações elen-
da biodiversidade e a manutenção dos serviços ecossis- cadas, demonstrando compromisso e interesse na conser-
têmicos fica mais evidente a cada dia. Em períodos de vação da biodiversidade, sob o “guarda-chuva” da flora
mudanças climáticas, eventos climáticos extremos e crise endêmica do Estado do Rio de Janeiro.
hídrica, abre-se uma janela de diálogo e de construção
coletiva para um novo caminho de valorizar, conservar e
promover o uso mais sábio da biodiversidade.
Este plano de ação apresenta informações e propõe uma Antônio Ferreira da Hora
série de medidas a serem implementadas em diversas Secretário de Estado do Ambiente
Esta publicação é um produto gerado a partir de uma e controle visam sobretudo a proteção e perpetuação do
grande e exitosa parceria entre a Secretaria de Estado nosso maior patrimônio natural, garantindo assim a ma-
do Ambiente e o Instituto de Pesquisas do Jardim Botâni- nutenção para as gerações presentes e futuras dos ecos-
co do Rio de Janeiro. sistemas presentes no Bioma Mata Atlântica.
Nas diferentes esferas de governo, mais uma vez é de- Esta obra visa a conscientizar, mobilizar e dar à socieda-
monstrado que os desafios à conservação são muitos e de instrumentos para ações que protejam o meio ambien-
que apenas com a união de esforços será possível vencer te, sobretudo a nossa Mata Atlântica em que vivemos e
esta jornada, minimizando os impactos ambientais e a da qual dependemos.
perda da biodiversidade.
O esforço e os desafios da Secretaria do Ambiente junto
com o Instituto Estadual do Ambiente, de ampliar e im- André Corrêa
plementar as Unidades de Conservação; de fomentar a Deputado Estadual
restauração florestal; somadas às ações de fiscalização Ex-Secretário de Estado do Ambiente 2015-2017
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 9
PARTE I. O CONTEXTO DO PLANO DE AÇÃO NACIONAL NO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO 11
2. Plano de Ação Nacional: uma estratégia para a conservação da flora fluminense endêmica
ameaçada de extinção 29
Fase 1: Apresentação aos especialistas 30
Fase 2: Articulação com colaboradores 30
Fase 3: Detalhamento dos vetores de pressão 31
Fase 4: Planejamento das ações de conservação 35
REFERÊNCIAS 80
8
APRESENTAÇÃO
O Plano de Ação Nacional – PAN para a Con- Após a elaboração do PAN começa a fase mais
servação da Flora Endêmica Ameaçada de Extin- desafiadora, a implementação e o monitoramento
ção do Estado do Rio de Janeiro é fruto do pro- das ações. O custo financeiro e de recurso hu-
jeto “Unidades de Conservação – UCs do Estado mano envolvido em cada ação é, normalmente,
do Rio de Janeiro: análises e estratégias para a o maior desafio para um PAN sair do papel e
conservação da flora endêmica ameaçada” rea- virar ação efetiva. Porém, vale lembrarmos que
lizado pelo Centro Nacional de Conservação da este documento é um instrumento oficial para a
Flora em parceria com a Secretaria de Estado do conservação, elaborado de forma conjunta, e que
Ambiente do Rio de Janeiro – SEA. No âmbito tem como grande objetivo minimizar a sobreposi-
deste projeto também foi avaliado o risco de extin- ção de esforços entre as instituições. Isso amplia
ção das 884 espécies endêmicas do estado com as possibilidades de apoio financeiro, governa-
os resultados publicados no Livro Vermelho da Flo- mental ou não, para a implementação das ações.
ra Endêmica do Estado do Rio de Janeiro (Marti- Ademais, há ações que não têm necessidade de
nelli et al., 2018) que forneceu a base inicial de captação de recurso para a sua implementação
informações para a elaboração deste PAN. por poderem ser executadas dentro das ativida-
des diárias das instituições, ou por terem custo
A elaboração de um PAN é um processo partici- zero. No entanto, o ponto fundamental para as
pativo que deve envolver atores diversos, repre- ações se concretizarem é a comunicação constan-
sentando amplamente os setores da sociedade te entre os atores envolvidos em cada uma delas.
para realizar um diálogo que contemple as dife-
rentes perspectivas e, ao mesmo tempo, promova Esperamos que este PAN oriente as tomadas de
uma atuação complementar para a conservação decisão no estado do Rio de Janeiro e seja utili-
das espécies e seus hábitats. O PAN da flora en- zado como um documento norteador para salvar
dêmica do Rio de Janeiro foi construído por vá- as espécies endêmicas em risco de extinção do
rias mãos que contribuíram para alcançarmos um estado. Um agradecimento especial a todos que
consenso sobre quais são as ações necessárias participaram das oficinas de discussão para a
para conservar as espécies e cessar/mitigar os elaboração deste documento.
vetores de pressão que incidem em suas popula-
ções. Assim, o PAN possui 16 ações transversais,
ou seja, que têm aplicação e impacto na flora
ameaçada de todo o estado do Rio de Janeiro, Centro Nacional de Conservação da
distribuídas em quatro metas temáticas, e possuí Flora – CNCFlora
também 30 ações específicas, direcionadas para Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
as nove Regiões Hidrográficas do estado. Janeiro – JBRJ
9
10
PARTE I.
O CONTEXTO DO PLANO
DE AÇÃO NACIONAL NO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Eduardo Fernandez
Marcio Verdi
Nina Pougy
Eline Martins
Rafael Loyola
Gustavo Martinelli
11
Figura 1. Distribuição original potencial das tipologias vegetacionais do estado do Rio de Janeiro (Fontes: Vegetação Potencial e Limites
Regiões Hidrográficas: Secretaria Estadual do Ambiente – SEA-RJ; Limites Estaduais e Massa D’Água: Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE).
12
gios Vegetacionais, todos mapeados recentemente te após os limites da Floresta Ombrófila Densa
pelos órgãos ambientais do estado (Figura 1). Altomontana. Eles são representados por gramí-
neas e muitas espécies das famílias Asteraceae
1.1.1. Comunidade-relíquia e Poaceae (Vasconcelos, 2011). Também congre-
gam um grande número de espécies endêmicas e
Comunidades-relíquia são aquelas cuja ocorrên- ameaçadas de extinção, como Worsleya procera
cia de espécies restringe-se aos topos de montanha (Lem.) Traub (Amaryllidaceae) e Prepusa connata
(denominados Campos de Altitude). Esse tipo de Gardner (Gentianaceae) (Figura 4; 5), restritas à
ambiente é encontrado, por exemplo, no planalto Serra dos Órgãos (Martinelli e Bragança, 1996),
do Itatiaia, no Campo das Antas, na Serra dos e categorizadas como Em perigo e Criticamente
Órgãos (Figura 2), na Pedra do Desengano, no em perigo de extinção, respectivamente. A vege-
Parque Estadual do Desengano e nos afloramen-
tos rochosos litorâneos (Figura 3) (p. ex., Pão de
Açúcar). Essas formações abrigam comunidades-
-relíquia (também denominadas “refúgios vegeta-
cionais”) por se tratarem de tipologias isoladas
em um contexto completamente distinto da flora
circunvizinha dominante (Veloso et al., 1991).
13
Figura 4 (acima). Subpopulação da imperatriz-do-Brasil, Worsleya procera (Lem.) Traub, endêmica, restrita aos afloramentos rochosos
e Campos de Altitude do município de Petrópolis. Foto: Eduardo Fernandez
Figura 5 (abaixo). A rara Prepusa connata Gardner em uma de suas poucas localidades de ocorrência. Foto: Eduardo Fernandez
14
Figura 6 (acima). O cacto Pilosocereus ulei (K.Schum.) Byles & G.D.Rowley em afloramentos rochosos litorâneos em Armação dos
Búzios, na Região dos Lagos. Foto: Eduardo Fernandez
Figura 7 (abaixo). Fragmento de Floresta Estacional próximo ao município de Cordeiro. Foto: Eduardo Fernandez
15
Figura 8. Floresta de terras baixas em Paraty, Costa Verde fluminense, repleta de epífitas das famílias Bromeliaceae, Cactaceae e
Orchidaceae, principalmente. Foto: Eduardo Fernandez
tação dos Afloramentos Rochosos litorâneos ou Essa vegetação também é subdivida em função
Inselbergs, em contrapartida, é composta predo- da altitude em que ocorre, a saber:
minantemente por espécies rupícolas, isto é, que
vivem diretamente sobre a rocha nua ou em solos Formação das Terras Baixas: Situa-se até
que se formam nesses paredões rochosos. Esses 50 m de altitude. Pequenos remanescentes podem
ambientes são ricos em espécies das famílias Bro- ainda ser encontrados nos municípios de Carape-
meliaceae, Cactaceae (Figura 6), Orchidaceae bus, Quissamã e São Francisco do Itabapoana.
e Velloziaceae, muitas delas consideradas en- As maiores extensões florestais são encontradas
dêmicas e em risco de extinção (Martinelli et al., no nordeste do Estado, na Mata do Carvão, e
2013). encontram-se protegidas pela Estação Ecológica
Estadual de Guaxindiba que abrange os últimos
1.1.2. Floresta Estacional Semidecidual (terras 1.000 ha contínuos dessa vegetação. A Estação
baixas, submontana, montana e altomontana) abriga espécies que outrora foram abundantes
na região, porém hoje estão restritas aos limites
A Floresta Estacional Semidecidual apresenta dessa Unidade Conservação. As espécies co-
como característica importante uma perda acen- muns nessa formação pertencem, entre outros, ao
tuada de folhas condicionada à dupla estaciona- gênero Talisia (Sapindaceae).
lidade climática (um período seco e/ou frio e ou-
tro chuvoso) e, notadamente no estrato arbóreo, Formação Submontana: É ainda pouco co-
é caracterizada por espécies que perdem entre nhecida do ponto de vista científico, pois já qua-
20% e 50% de suas folhas em uma determina- se não é encontrada no estado. Outrora ocorren-
da época do ano. No estado do Rio de Janeiro, do entre 50 m e 500 m de altitude em diversos
os poucos remanescentes dessa vegetação estão pontos do Rio de Janeiro, os remanescentes dessa
esparsamente distribuídos ao longo da baixada tipologia distribuem-se atualmente pelo município
campista e do Vale do Rio Paraíba (Figura 7). de Macaé. Dentre as espécies características,
16
Figura 9. Floresta Submontana no Parque Nacional da Tijuca. Foto: Eduardo Fernandez
destaca-se o araribá, Centrolobium tomentosum 1.500 mm e sem período de estiagem bem defi-
Guillem. ex Benth. (Fabaceae). nido (Veloso et al., 1991). De acordo com a faixa
altitudinal em que se encontram, são delimitadas
Formação Montana: Desenvolvendo-se entre as quatro formações seguintes para o estado do
500 m e 1.500 m de altitude, pode ser conside- Rio de Janeiro:
rada a melhor representada no estado. Ainda é
possível encontrar remanescentes com extensões Formação das terras baixas: Situada até
diversas nos municípios de Cordeiro, Duas Barras, os 50 m de altitude em áreas alagadas ou muito
Trajano de Morais e Bom Jardim. As espécies dos úmidas. Também são conhecidas como matas pa-
gêneros Erythrina (sanandu, Fabaceae), e Lecythis ludosas e caracterizam-se pela rara presença da
(sapucaia, Lecythidaceae) caracterizam essa for- espécie ameaçada pau-de-tamanco ou caxeta,
mação. Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. (Bignoniaceae),
e pela grande profusão de epífitas representan-
Formação Altomontana: Não há mapea- tes das bromeliáceas, orquídeas, cactáceas, ará-
mento disponível para essa formação no estado ceas e piperáceas (Figura 8).
do Rio de Janeiro, apesar de sua ocorrência his-
tórica acima dos limites do domínio da formação Formação submontana: Compreende flores-
montana (Castro, 2015). tas localizadas entre 50 m e 500 m de altitude,
principalmente ao longo da Serra do Mar, nos
1.1.3. Floresta Ombrófila Densa (terras baixas, contrafortes litorâneos e nas ilhas e nos peque-
submontana, montana e altomontana nos arquipélagos próximos ao litoral (Figura 9).
Caracteriza-se pela presença inconspícua de
A Floresta Ombrófila Densa fluminense ocorre embaúbas (Cecropia spp., Urticaceae), carra-
usualmente em áreas que possuem precipitação petas (Guarea spp., Meliaceae), açoita-cavalo
bem distribuída ao longo do ano, em torno de (Luehea spp., Malvaceae) e camboatá (Cupania
17
Figura 10. Palmito-jussara (Euterpe edulis Mart.) na APA Macaé de Cima, Nova Friburgo. Foto: Daniel Maurenza
spp., Sapindaceae). Apresenta dossel contínuo, Formação altomontana: Situa-se acima dos
alcançando muitas vezes 30 m de altura, com 1.500 m de altitude e nela se concentra a maior
proliferação de diversas espécies de epífitas. No parte dos endemismos da flora fluminense. É
sub-bosque encontram-se palmiteiros (Euterpe frequentemente chamada de mata nebular por
edulis Mart., Arecaceae), uma espécie Em perigo estar constantemente recoberta por nuvens (Figu-
de extinção segundo a Lista Nacional Oficial de ra 12). As árvores apresentam altura média e
Espécies Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014) abrigam representantes de importantes famílias
(Figura 10). como Celastraceae (Maytenus spp.), Cunonia-
ceae (Weinmannia spp.), Winteraceae (Drimys
Formação montana: Ainda pode ser encon- spp.) e Ericaceae. Muitas epífitas de Bromelia-
trada entre 500 e 1.500 m de altitude, nos rebor- ceae e Orchidaceae raras e ameaçadas de ex-
dos bastante alterados da Serra do Mar (Figura tinção podem ser encontradas nessa formação.
11), e na Serra da Mantiqueira, principalmente
em Itatiaia. Essa formação compartilha muitas es- 1.1.4. Mangue
pécies com a formação submontana, porém ca-
racteriza-se pela presença do jequitibá-rosa (Ca- Os manguezais instalam-se normalmente em águas
riniana estrellensis (Raddi) Kuntze, Lecythidaceae) calmas do interior de baías ou, preferencialmen-
e de espécies arbóreas atualmente muito raras e te, ao longo da foz dos rios (Figura 14). Apesar
ameaçadas de extinção, como a Criticamente em de seu importante papel ecológico como berçá-
perigo tapinhoã (Mezilaurus navalium (Allemão) rio natural para diversas espécies de animais, os
Taub. ex Mez, Lauraceae) (Figura 13) e diversas manguezais são pobres em número de espécies
outras espécies da família das Lauraceae. da flora. Três espécies arbóreas são as principais
18
Figura 11. Remanescente de floresta montana no Parque Estadual Cunhambebe, Mangaratiba. Foto: Thiago Haussig
Figura 12. Floresta nebular a cerca de 1.800 m de altitude na Serra de Araras, Petrópolis. Foto: Eduardo Fernandez
19
20
Figura 13 (à esquerda, no alto). Uma canela tapinhoã (Me- 1.1.5. Restinga
zilaurus navalium (Allemão) Taub. ex Mez), muito utilizada na con-
fecção de cascos de embarcações. Hoje são encontrados poucos As restingas e suas múltiplas expressões em ter-
indivíduos de lenhos não muito grossos nas florestas remanescentes
mos de estrutura e composição da vegetação
da Reserva Biológica do Tinguá. Foto: Pablo Pena
Figura 14 (abaixo). Reserva Biológica Estadual de Guaratiba e ocupavam de forma quase contínua toda a faixa
seu extenso manguezal. Foto: Izar Aximoff litorânea do estado do Rio de Janeiro. Embora
Figura 15 (à esquerda, embaixo). Manguezal na região de grandes extensões já tenham sido eliminadas –
Paraty-Mirim, Costa Verde. Foto: Eduardo Fernandez como a restinga de Copacabana, que abrigava
diversas espécies exclusivas – ainda restam por-
ções representativas ao longo do litoral fluminen-
se. Hoje, as maiores áreas desse tipo de vegeta-
ção concentram-se entre os municípios de Maricá
responsáveis pela estrutura da vegetação predo- e Carapebus, em maior ou menor extensão e
minante: Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae), grau de interferência antrópica (Figura 16). Esses
Avicennia schaueriana Stapf & Leechm. ex Mol- ambientes possuem flora adaptada a condições
denke (Acanthaceae) e Laguncularia racemosa (L.) ambientais extremas, além de ambientes específi-
C.F.Gaertn. (Combretaceae), com a ocorrência de cos que abrigam uma biota particular.
poucas epífitas, principalmente algumas espécies
de bromélias do gênero Tillandsia L. As maiores A complexidade das restingas é expressa pela
áreas de mangue no estado encontram-se na foz sua variação estrutural, que abrange desde cam-
do Rio Paraíba do Sul, no fundo da Baía de Gua- pos de dunas recobertas por vegetação rasteira,
nabara e na região da Costa Verde, entre os muni- passando por moitas esparsas até matas de res-
cípios de Mangaratiba e Paraty (Figura 15). tinga de grande porte (Figura 17). Um grande
21
número de espécies endêmicas e ameaçadas de Figura 16, página à direita (no alto). Vista aérea do Parque
extinção ocorre nas restingas fluminenses, mere- Nacional da Restinga de Jurubatiba (Macaé, Quissamã e Carape-
bus) e de seu complexo mosaico de fitofisionomias. Foto: Michelle
cedoras de atenção especial frente ao acelerado
de Oliveira Ribeiro
processo de descaracterização promovido a par- Figura 17, página à direita (embaixo). Vegetação sobre du-
tir da intensa especulação imobiliária e do turis- nas composta por Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles & Rowley,
mo desordenado (Figura 18). a palmeira-anã, Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze e moitas de
Clusia sp. na APA Massambaba. Foto: Rosário de Almeida Braga
Figura 18, abaixo. Eriocaulaceae em campos arenosos na Res-
tinga de Massambaba, Araruama, RJ. Foto: Rosário de Almeida
Braga
22
23
1.2. A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO tensos ciclos de exploração (ex. pau-brasil, café,
DO RIO DE JANEIRO cana-de-açúcar) e de desenvolvimento de outras
atividades de natureza antrópica (Drummond,
O estado do Rio de Janeiro abrange não mais 1997; Fundação SOS Mata Atlântica, 2015).
que 0,5% do território brasileiro e abriga atual-
mente cerca de 8% da população do país. Essa Embora tenha sofrido algum impacto a partir das
é uma das maiores densidades demográficas do atividades empreendidas por indígenas em tem-
Brasil (365,23 habitantes/km²), ficando atrás so- pos pré-colombianos (Drummond, 1997), foi prin-
mente do Distrito Federal (IBGE Cidades, 2017). cipalmente após o estabelecimento de colônias
Desse total, 96% reside em áreas urbanas (IBGE europeias a partir do início do século XVI que a
Estados, 2017), reflexo direto do histórico de exploração e degradação ambiental do Rio de
ocupação do território e das principais ativida- Janeiro se intensificaram até a configuração do
des econômicas desenvolvidas no estado. Mas cenário atual. Inicialmente, a intensa expansão
nem sempre foi assim: o território fluminense já da indústria naval, no decorrer do século XVI até
foi coberto em sua totalidade por variadas for- meados do século XVIII, levou à redução quase
mações vegetacionais. Entretanto, essa cobertura integral dos estoques madeireiros do estado (Ca-
vegetal original foi suprimida no decorrer dos in- bral, 2012). Durante esse período, a economia
luso-brasileira girou quase que exclusivamente
em torno da exploração do pau-brasil (Paubrasi-
O corte do pau-brasil, em gravura do livro Singularidades da
França Antártica, de André Thevet, publicado na França em
lia echinata (Lam.) E. Gagnon, H.C. Lima & G.P.
1557. Acervo Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro Lewis, Fabaceae), considerado na época um dos
principais produtos florestais brasileiros, ao lado
de outras espécies madeireiras de valor comer-
cial (Buesco, 2011). A exploração excessiva de
espécies madeireiras, como o pau-brasil e outras
igualmente valiosas, levou ao esgotamento desse
recurso florestal e a sua extirpação nas florestas
no estado (Rambaldi, 2003).
24
Acima. A colheita do café nas encostas do Maciço da Tijuca. J.M. Rugendas, 1835
À direita. O Rio de Janeiro visto do Corcovado. M. Gallot,1850. Acervo Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro
tade desse século, tornou-se a cidade mais popu- Essa queda foi consequência, essencialmente, da
losa do Brasil, adquirindo importância fundamen- crise internacional e da carência de mão-de-obra
tal para a perpetuação do domínio colonial em barata após a abolição da escravatura no Brasil
terras brasileiras (Buesco, 2011; Castro, 2015). em 1888 (Bocchi et al., 2000).
No começo do século XIX, com o esgotamento Assim, a degradação da Mata Atlântica fluminen-
das reservas de ouro e a crise no mercado in- se, historicamente, deu-se pela exploração madei-
ternacional do açúcar, iniciou-se uma transição reira e pelo estabelecimento dos diferentes ciclos
econômica por meio do incentivo ao cultivo do agrícolas. Todavia, a partir de meados do século
café, um produto em crescente demanda interna- XX e início do século XXI, o crescimento urbano
cional. A nova commodity, de alto valor agrega- e a especulação imobiliária se tornariam gran-
do e destinada principalmente à exportação, foi des vetores de pressão sobre os remanescentes
a principal responsável pela devastação das flo- florestais do estado. O Rio de Janeiro concentra,
restas nativas da região serrana do estado. Ainda hoje, não somente a maior densidade populacio-
nos anos de 1800, a devastação ambiental no nal do país, como também a maior parte das ati-
Rio de Janeiro tomou um ritmo acelerado e ga- vidades econômicas e da rede de infraestrutura,
nhou considerável escala quando a população no constituindo-se em uma das cidades de maior ex-
estado praticamente dobrou entre 1838 e 1849, pressão cultural, política e econômica do Brasil.
passando de 137.038 para 266.466 habitantes. O crescimento da metrópole carioca extravasou
Após a derrubada das restrições de importação as fronteiras municipais e formou uma contínua e
do café pela Coroa Portuguesa, a cultura cafeeira enorme área urbana, com mais de 11 milhões de
estabeleceu-se como a principal atividade econô- habitantes (Santos et al., 2013).
mica do país, alçando o Vale do Rio Paraíba a
uma das principais regiões produtoras. Apesar do A interiorização do setor industrial e a mudan-
café ter chegado ao Brasil já no século XVIII, foi ça da cultura agrária refletem um novo quadro
apenas no século seguinte que se deu início ao de mudanças no uso alternativo do solo, visando
ciclo da economia cafeeira propriamente dita. Em a atender a crescente demanda imobiliária. O
apenas dois anos, a produção de café no estado padrão de ocupação e uso do solo nas regiões
do Rio de Janeiro atingiu seu ápice e perdurou até litorâneas do estado, por exemplo, é dominado
meados do século XIX, quando entrou em queda. pela especulação imobiliária e afeta sobretudo as
25
áreas de restingas e manguezais (Rocha, 2002), contrava-se legalmente abrangido por 464 UCs
mesmo estas sendo reconhecidas pela legislação de distintas categorias e esferas administrativas.
ambiental brasileira como Áreas de Preservação Cerca de 91% dessas unidades situam-se em ter-
Permanente – APPs. Um estudo recente contabi- ras continentais e os restantes 9% em áreas ma-
lizou o maior desmatamento verificado nos do- rinhas, representando um dos mais abrangentes
mínios da Mata Atlântica nos últimos 10 anos, mosaicos de áreas protegidas do país (Castro,
em que aproximadamente 29.075 ha de vegeta- 2015). Em recente análise de suficiência dessas
ção (ou cerca de 290 km²) foram suprimidos no UCs em relação à efetiva proteção da flora en-
bioma entre 2015 e 2016 (SOS Mata Atlântica dêmica ameaçada de extinção (Loyola et al.,
e INPE, 2016), em decorrência, principalmente, 2018), verificou-se que 85,7% (650 spp.) das
do atual processo de expansão urbana e espe- espécies avaliadas no Livro Vermelho da Flora
culação imobiliária intensa. Apesar de ser con- Endêmica do Estado do Rio de Janeiro (Marti-
siderado um estado com nível de desmatamento nelli et al., 2018) estão “representadas” dentro
zero (SOS Mata Atlântica e INPE, 2016), no Rio de alguma área protegida. Esses autores tam-
de Janeiro, houve um aumento de 37% de área bém constataram que apenas 14,3% das espé-
desmatada em 2016 em relação ao mesmo pe- cies não possuem nenhum material-testemunho
ríodo do ano anterior, alcançando 66 ha/ano de coletado dentro das UCs avaliadas. Essas espé-
redução de florestas. cies com distribuição totalmente fora das áreas
protegidas também são chamadas de “espécies-
Apesar do histórico ambiental, o Rio de Janeiro -lacuna”, e demandam uma atenção especial em
ainda se configura como um excelente modelo relação aos esforços empreendidos em prol da
para o estabelecimento de programas e ações de sua conservação. Dentre as espécies represen-
conservação da biodiversidade. Isso porque o es- tadas nas unidades, a maioria é categorizada
tado apresenta elevada riqueza de espécies e uma como ameaçada (472 spp., 72,6%) ou como
grande proporção de remanescentes de vegeta- Dados insuficientes (171 spp., 26%).
ção em bom estado de conservação contemplados
por áreas protegidas, resguardando amostras dos Com a finalidade de garantir a integração en-
mais variados hábitats dentro de seus limites. tre as diversas áreas protegidas, a definição dos
sítios constituintes das Reservas da Biosfera re-
1.3. O QUE VEM SENDO FEITO PARA A presenta mais um mecanismo legal de proteção
CONSERVAÇÃO DA FLORA FLUMINENSE? eficiente e de grande visibilidade. Essa iniciativa
estabelece uma categoria internacional de prote-
O Rio de Janeiro é coberto por um mosaico de ção, reconhecida e incorporada ao SNUC. No
áreas protegidas, integrantes, em sua grande estado do Rio de Janeiro, a Reserva da Biosfera
maioria, do Sistema Nacional de Unidades de foi homologada pela Unesco em 10 de outubro
Conservação – SNUC (Lei Federal nº 9.985 de de 1992, abrangendo todas as UCs e os rema-
2000). Porém, iniciativas que garantam ações nescentes da Mata Atlântica da época. Em 1994,
específicas de proteção, como a criação/am- foi produzido um mapa com os limites e as defi-
pliação de UCs, o estabelecimento e a conso- nições das zonas, das UCs e dos ecossistemas
lidação de mosaicos de áreas protegidas por abrangidos pela Reserva da Biosfera da Mata
meio de corredores, a restauração ecológica Atlântica – RBMA no estado. Em 2002, houve
e a proteção de hábitats pouco representados a última alteração da área de abrangência da
em iniciativas de conservação in situ, ainda RBMA no estado do Rio de Janeiro, tendo sido
precisam ser mais efetivas. O SNUC é um me- ampliada a área de influência e incorporada a
canismo legal que, apesar de todos os proble- porção marinha, totalizando 2.765.373 hectares
mas inerentes, tem se mostrado bastante eficaz que perfazem cerca de 42% do território esta-
na conservação da biodiversidade do estado. dual (Rambaldi, 2003).
Além de auxiliar na consolidação dos mosaicos
de áreas protegidas, vem contribuindo decisi- O Inventário Florestal do Estado do Rio de Janeiro
vamente para a preservação da biodiversidade também é uma iniciativa que vem agregar novas
fluminense e da Mata Atlântica em geral. Em informações para as políticas florestais do estado,
2016, cerca de 20% do território estadual en- por meio da avaliação da estrutura, composição
26
e conservação dos seus remanescentes florestais. lação e execução das políticas públicas. Dessa
O projeto possui um plano amostral de 277 pon- forma, considerando o atual e complexo cenário
tos para realização do levantamento, incluindo político e econômico do estado do Rio de Janei-
regiões de manguezais, restingas e demais for- ro, assim como a elevada riqueza de espécies en-
mações florestais. Assim, a partir dessas informa- dêmicas e ameaçadas de extinção e o crescente
ções, será possível gerar uma base de dados sóli- impacto das atividades antrópicas sobre a biodi-
da sobre a vegetação para o desenvolvimento do versidade, é necessário traçar e executar estraté-
conhecimento e de novas políticas públicas. gias que estabeleçam o diálogo com os demais
esforços conservacionistas já em andamento, e
É possível afirmar, portanto, que ações voltadas que contribuam efetivamente para a conservação
para a conservação da biodiversidade fluminen- da flora fluminense.
se vêm sendo implementadas ainda que de forma
pouco articulada, com recursos limitados e com
estrutura administrativa pequena para a formu-
27
28
2. PLANO DE AÇÃO NACIONAL: UMA de esforços e recursos, uma vez que a execução
ESTRATÉGIA PARA A CONSERVAÇÃO das ações abrange, além das espécies ameaça-
DA FLORA FLUMINENSE ENDÊMICA das de extinção, aquelas ainda desconhecidas
AMEAÇADA DE EXTINÇÃO pela ciência ou para as quais existe uma lacuna
no conhecimento científico, bem como as espécies
O Plano de Ação Nacional – PAN é um instru- da fauna e os recursos naturais. Essa abordagem
mento para a gestão de ações voltadas à con- também permite considerar as peculiaridades
servação de espécies ameaçadas de extinção e regionais no que se refere aos aspectos socioe-
quase ameaçadas, instituído no Programa Na- conômicos e aos vetores de pressão, bem como
cional de Conservação das Espécies Ameaçadas envolver atores locais na elaboração e, posterior-
de Extinção – Pró-Espécies, por meio da Portaria mente, na execução das ações de conservação.
nº 43/2014 do Ministério do Meio Ambiente. A Assim, o resultado é a elaboração de ações de
elaboração de um PAN pressupõe definir, organi- conservação factuais, exequíveis e coerentes com
zar e orientar ações necessárias para reverter ou a realidade local, o que torna o PAN um instru-
mitigar a incidência dos fatores responsáveis por mento relevante e estratégico para a conservação
provocar efeitos deletérios (vetores de pressão) às de espécies ameaçadas de extinção.
espécies e/ou ao seu hábitat, estabelecendo as
prioridades para a execução de cada ação em As diferentes etapas para a elaboração dos PANs
curto prazo. O caráter versátil dessa ferramenta para a conservação da flora ameaçada de extin-
para a conservação permite a adequação e a ção (ver Pougy et al., 2015a para mais detalhes
atualização de seu conteúdo diante de novas in- sobre essas etapas) envolvem, em suma: 1) defi-
formações, atribuindo-lhe uma dinamicidade pe- nição dos alvos de conservação (espécies e terri-
culiar. Além de contribuir com a produção de co- tório), 2) compilação e análise de dados sobre
nhecimento sobre as espécies-alvo e seu hábitat, os alvos de conservação, 3) validação de dados
o PAN é uma ferramenta importante que auxilia e informações por especialistas ou atores locais,
na tomada de decisão em prol da conservação, 4) expedição a campo, 5) realização de análises
orienta as políticas públicas e integra outras ini- espaciais para identificar áreas prioritárias para
ciativas de conservação em andamento. As ações execução das ações de conservação, 6) elabora-
previstas no PAN são elaboradas por meio de um ção de ações de conservação, 7) consolidação
processo participativo que envolve especialistas de todo o conteúdo para a publicação do PAN
(pesquisadores com notório conhecimento das es- por meio de um instrumento legal.
pécies ou do ambiente), representantes das comu-
nidades locais, dos diversos segmentos do gover- Em PANs com abordagem territorial, os alvos de
no (analistas ambientais e gestores públicos), das conservação se definem pelo elevado número de
organizações não-governamentais – ONGs, das espécies ameaçadas de extinção cujos registros
empresas (ex. mineração, florestal, energética, de ocorrência concentram-se em uma determina-
agronegócio e turismo) e outras partes interessa- da região. Neste PAN, a flora endêmica ameaça-
das de maneira a conciliar os interesses socioe- da de extinção e, consequentemente, o território
conômicos e a conservação da biodiversidade. fluminense são os alvos de conservação. Essa de-
finição foi norteada pela oportunidade de reali-
Considerando a realidade de um país que apre- zação do projeto “Unidades de Conservação do
senta território extenso, número de espécies eleva- Estado do Rio de Janeiro: análises e estratégias
do e crescente (consequentemente, muitas espé- para a conservação da flora endêmica ameaça-
cies ameaçadas de extinção e ainda com lacunas da”, aprovado junto à Câmara de Compensação
no conhecimento científico), recursos humanos e Ambiental e em parceria com a Secretaria do Es-
financeiros escassos para atuar e investir, respec- tado e Ambiente – SEA, a partir da assinatura
tivamente, na implementação de ações voltadas do Termo de Cooperação Técnica entre o Jardim
à conservação, a abordagem territorial tem sido Botânico do Rio de Janeiro, a SEA e o Fundo Bra-
priorizada pelo CNCFlora na elaboração dos sileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).
PANs para a conservação da flora (ver Pougy et
al., 2015a,b). As vantagens na elaboração dos Nesse contexto, realizamos as etapas de compila-
PANs territoriais estão relacionadas à otimização ção e análise de dados dos alvos de conservação
29
FASE 1: APRESENTAÇÃO AOS ESPECIALISTAS
30
entendimento abrangente a respeito dos fatores
que incidem negativamente sobre a flora. Assim,
reunimos 31 representantes de 17 instituições (1a
oficina) para detalhar os vetores de pressão. O
evento fez parte da programação da Semana de
Conservação da Biodiversidade, promovida pelo
JBRJ com o apoio financeiro do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
31
Grupos de trabalho realizados durante oficina de detalhamento dos principais vetores de pressão que incidem sobre a flora endêmica
ameaçada do estado do Rio de Janeiro. Fotos: Marcio Verdi
32
Expansão Urbana
- Crescimento imobiliário
Pecuária
desordenado.
- Especulação imobiliária.
PRÓXIMOS
- Modelo extensivo de criação.
- Cultivo de espécies exóticas invasoras
- Desenvolvimento industrial. PASSOS
- Ampliação da infraestrutura urbana.
(ex. Urochloa spp.).
- Turismo excessivo. De talhamento dos ve tores
- Bosqueamento e impedimento
- Invasão de espécies por Região Hidrográfica.
OFICINA DE PLANEJAMENTO: da regeneração natural.
ornamentais exóticas.
- Supressão da vegetação nativa.
VETORES DE
Oficina de planejamento
- Manejo com uso de fogo. das ações de conser vação.
PRESSÃO
- Assoreamento e compactação do solo.
Consolidação e
publicação do PAN.
DATA:
22 de junho 2016
Fogo
LOCAL: Escola Nacional de
Botânica Tropical - Manejo para práticas agropecuárias.
- Atividades religiosas e culturais.
VETORES
Rio de Janeiro - RJ
- Atividades turísticas, de caça e pesca.
HORÁRIO: DE PRESSÃO - Conflitos com unidades de conser vação.
- Limpeza de terrenos ou resíduos sólidos.
Das 9h às 18h
- Controle de incêndios e sinalização em
estradas ou rodovias.
PARCEIROS:
BNDES, CBLAB, JBRJ,
CNCFLORA, SEA-RJ
Agricultura
RESULTADOS
- Uso de agrotóxicos e
insumos agrícolas.
APRESENTAÇÕES - Cultivo de espécies exóticas
- Mapa com detalhamento
dos vetores de pressão.
TÉCNICAS e monocultura florestal (Eucalyptus spp.).
- Supressão da vegetação nativa.
Sérgio - Regiões Hidrográficas definidas
Eline Martins Nina Pougy Rafael Loyola - Extrativismo de
Besserman Daniela Zappi CNCFlora CNCFlora CBLab plantas ornamentais. como unidade de planejamento
JBRJ JBRJ André Corrêa das ações de conser vação.
- Hibridação entre populações
SEA-RJ
naturais e cultivares.
Gustavo Martinelli
CNCFlora
ABERTURA Moderação, facilitação gráfica
Figura 21. Síntese dos principais resultados obtidos na oficina de detalhamento dos vetores de pressão que incidem sobre a flora endê-
mica ameaçada do estado do Rio de Janeiro
Abaixo. Trecho da travessia Petrópolis–Teresópolis no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Foto: Bruno Aguiar
33
Acima. Apresentações realizadas durante a oficina de detalhamento dos principais vetores de pressão que incidem sobre a flora endêmica
ameaçada do estado do Rio de Janeiro. Fotos: Daniel Maurenza e Marcio Verdi
Acima. Oficina de detalhamento dos vetores de pressão que incidem sobre a flora endêmica ameaçada do estado do Rio de Janeiro.
Fotos: Daniel Maurenza e Marcio Verdi
34
de 2002-2013). Esses dados são provenientes,
respectivamente, das bases do Instituto Estadual
do Ambiente – INEA/RJ, do Departamento Na-
cional de Produção Mineral – DNPM e do Labo-
ratório de Processamento de Imagens e Geopro-
cessamento – LAPIG/UFG. Além disso, os dados
espaciais do Atlas de Remanescentes Florestais
da Mata Atlântica para o período 2013-2014
(https://www.sosma.org.br) e as informações do
Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do
Rio de Janeiro (http://www.inea.rj.gov.br/zeerj)
foram utilizados para a elaboração de um docu-
mento síntese de caracterização de cada RH. O
documento contendo as informações relevantes
de cada RH para a conservação da flora endêmi-
ca ameaçada e os seus vetores de pressão é utili- Figura 22. Participantes da oficina de planejamento das ações de
zado na fase seguinte para nortear as discussões conservação do PAN Endêmicas do Rio. Foto: Marcio Verdi
35
A Natividade
ES
Cambuci
MG
Petrópolis Macaé
Itatiaia
Rio de Janeiro
Niterói
Paraty
SP
0 30 60
Km
B ES
Prioridade
Natividade
E xtremamente alta
Cambuci Muito alta
São João da Barra
Alta
MG
Muito relevante
SP
Paraty
L imite estadual
0 30 60
Km
Munic ípios
C D
D ES
ES ES
Natividade
Cambuci
MG
MG
MG
Petrópolis Macaé
Itatiaia
SP
SP
Rio de Janeiro
Niterói
Paraty
SP Km
0 25 50 100
0 30 60
Km
Figura 23. Áreas prioritárias para a execução de ações direcionadas à conservação da flora endêmica do estado do Rio de Janeiro.
(A-C) microbacias prioritárias e (D) áreas prioritárias no interior das Unidades de Conservação – UCs para a implementação de ações de
conservação. As microbacias e áreas prioritárias foram classificadas de acordo com seu nível de prioridade para conservação: A – priori-
dade extremamente alta (5% da área total do estado), muito alta (10%) e alta (17%), para além das áreas já cobertas por UCs; B – áreas
com prioridade extremamente alta a muito relevante (25%), para além das UCs; C – áreas com prioridade extremamente alta a relevante
(50%), para além das UCs e; D – áreas prioritárias no interior das UCs. As prioridades são aninhadas e o nível de prioridade das demais
áreas não é apresentado nestes recortes (regiões em cor cinza claro)
Após a oficina de elaboração das ações de con- ca ameaçada do estado do Rio de Janeiro. Após
servação, iniciamos a etapa de consolidação do a publicação deste livro, o PAN será oficializado,
documento do PAN. Nessa etapa são organiza- por um dispositivo legal, como um instrumento de
das as ações e confirmados os articuladores e co- conservação da flora ameaçada e seu grupo de
laboradores de cada uma delas. O produto final, assessoramento técnico, responsável pelo monito-
portanto, é o resultado consensual sobre as ações ramento do andamento das ações, também será
necessárias para a conservação da flora endêmi- publicado e oficializado.
36
Oficina de planejamento das ações de conservação do PAN Endêmicas do Rio. Foto: Marcio Verdi
37
REGIÕES HIDROGRÁFICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - RJ
TOTAL DE AÇÕES
10 5 3 4
OFICINA DE PLANEJAMENTO:
Rio de Janeiro - RJ
RH VII
Rio Dois Rios
HORÁRIO:
Das 9h às 18h RH III RH IV
Médio Paraíba do Sul Piabanha RH VIII
Macaé e
das Ostras
VETORES DE PRESSÃO
RH V
FOGO
RH II Baía de Guanabara RH VI
AGRICULTURA Guandu Lagos PRINCIPAIS VETORES
São João
PECUÁRIA
EXPANSÃO URBANA
RH I AÇÕES DE CONSERVAÇÃO
Baía da 3 2 0 2
Ilha Grande
EIXOS TEMÁTICOS DAS AÇÕES
PRINCIPAIS VETORES PRINCIPAL VETOR
LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
AÇÕES DE CONSERVAÇÃO AÇÕES DE CONSERVAÇÃO
CAPACITAÇÃO, CONCIENTIZAÇÃO, 1 0 1 4 0 1 2 1
DESENVOLVIMENTO E DIVULGAÇÃO
Moderação, facilitação gráfica
MANEJO DE ESPÉCIES E DE AMBIENTES
Figura 24. Síntese dos principais resultados obtidos na oficina de planejamento das ações de conservação do PAN Endêmicas do Rio
de Janeiro
38
Figura 25. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica da Baía da Ilha Grande – RH-I
Abaixo. Reserva Biológica Praia do Sul, Ilha Grande, Angra dos Reis. Foto: Thiago Haussig
39
Figura 26. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica Guandu – RH-II
Abaixo. Pastagem nos municípios de Miguel Pereira e Petrópolis. Foto: Eduardo Fernandez
40
Figura 27. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica Médio Paraíba do Sul – RH-III
Abaixo. Plantações de Eucalyptus spp. na região do Médio Paraíba. Foto: Michelle de Oliveira Ribeiro
41
42
À esquerda. Pico do Paiá e entorno, APA Macaé de Cima. Foto: Lucas Moraes. Acima. Parque Estadual do Desengano. Foto: Daniel
Maurenza. Abaixo. Vales no Parque Estadual do Desengano. Foto: Letícia Lutke Riski
43
Figura 28. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica de Piabanha – RH-IV
Abaixo. Produção de hortaliças no Vale dos Frades, Parque Estadual dos Três Picos. Foto Bruno Aguiar
44
Figura 29. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica da Baía de Guanabara – RH-V
Abaixo. Área urbana no entorno do Parque Estadual da Pedra Branca. Foto: Izar Aximoff
Embaixo. Incêndio na Reserva Biológica de Araras, Petrópolis. Foto: Bruno Aguiar
45
46
Figura 30. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica Lagos São João – RH-VI
Abaixo. Vista aérea da Lagoa de Juturnaíba. Foto: Michelle de Oliveira Ribeiro
À esquerda. Manguezal na APA de Guapimirim. Foto: Nilo Lima
47
Figura 31. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica Rio Dois Rios – RH-VII
Abaixo. Pequena Central Hidrelétrica-PCH na RH Rio dois Rios. Foto: Michelle de Oliveira Ribeiro
48
Figura 32. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica Macaé e de Ostras – RH-VIII
Abaixo. Área de pastagem com espécie exótica invasora em Quissamã. Foto: Acervo IFN-RJ / SEA
49
Acima. Praia Brava, Parque Estadual da Costa do Sol. Foto: Patrícia Rosa
Abaixo. Vegetação de restinga no Parque Estadual da Costa do Sol. Foto: Patrícia Rosa
50
Figura 33. Ocorrência das espécies endêmicas ameaçadas na Região Hidrográfica Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana RH-IX
Abaixo. Plantações de cana-de-açúcar no Baixo Paraíba. Fotos Michelle de Oliveira Ribeiro
51
Acima. Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Foto: Bruno Aguiar
Abaixo. Parque Estadual da Pedra Branca. Foto: Thiago Haussig
52
Acima. Morro das Antas no Parque Estadual dos Três Picos. Foto: Thiago Haussig
Abaixo. Açude do Camorim no Maciço da Pedra Branca. Foto: Felipe Tubarão
53
54
PARTE II. AÇÕES PARA
A CONSERVAÇÃO DA
FLORA ENDÊMICA
AMEAÇADA DE
EXTINÇÃO DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
As ações de conservação aqui apresentadas fo- e em “específicas”, que serão direcionadas para
ram propostas durante a oficina de elaboração cada Região Hidrográfica do Rio de Janeiro (ARH
do Plano de Ação Nacional – PAN para conser- – ações para regiões hidrográficas).
vação da flora endêmica ameaçada de extinção
do estado do Rio de Janeiro, que contou com As ações foram elaboradas contemplando quatro
a participação de diversos atores. As informa- diferentes metas temáticas. Para facilitar o enten-
ções e discussões realizadas nas quatro etapas dimento, criou-se uma coluna (ID) com um iden-
de trabalho contidas na Parte I deste livro, além tificador composto de letras e de dois números.
do conhecimento de cada um dos participantes, Para as ações transversais, o identificador será
foram a base para a concepção dessas ações. “AT” seguido de dois números e, para as ações
Também foram elaborados a visão e o objetivo de cada região hidrográfica, será “ARH” seguido
geral do PAN, que nortearam os encaminhamen- do número em romano correspondente à referida
tos das ações de conservação propostas. A visão RH e de dois números. O primeiro número identi-
descreve o estado ideal a ser alcançado para a fica a que meta pertence a ação e o segundo cor-
flora ameaçada e seus hábitats, ao passo que o responde à ordenação numérica das ações. Para
objetivo geral redefine a visão do que deve ser cada ação proposta, foram indicados produtos,
alcançado ao longo de dez anos. prazo para início e término, articulador responsá-
vel e grupo de colaboradores e ações relaciona-
As ações foram propostas para serem específicas, das. Também foi definido um grau de prioridade
mensuráveis, atingíveis e realísticas, além de exe- para cada ação, que variou de 1 a 3, sendo 1
cutáveis em, no máximo, cinco anos. Direta ou in- a ação com maior prioridade para ser implemen-
diretamente, contribuirão para melhorar o estado tada, ou seja, que confere resultados diretos e
de conservação das espécies e seus hábitats. As urgentes e urgentes em relação à conservação
ações foram organizadas em “transversais” (AT – das espécies endêmicas ameaçadas, e 3 a ação
ações transversais), ou seja, que terão impacto so- menos prioritária.
bre a flora endêmica ameaçada de todo o estado;
55
VISÃO
ESPÉCIES DA FLORA ENDÊMICA
AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO PROTEGIDAS E
CONSERVADAS POR MEIO DE AÇÕES
INTEGRADAS E DE POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA CONSERVAÇÃO
OBJETIVO
MITIGAR OS IMPACTOS DIRETOS
E INDIRETOS SOBRE AS ESPÉCIES
ENDÊMICAS AMEAÇADAS DO RIO DE
JANEIRO, AUMENTAR O CONHECIMENTO
SOBRE ESSA FLORA E MELHORAR SEU
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
56
AÇÕES DE CONSERVAÇÃO TRANSVERSAIS PARA O ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
Meta 1. Formular e fortalecer políticas públicas para o manejo e a conservação de espécies endê-
micas ameaçadas de extinção do estado do Rio de Janeiro.
57
AT1.5 Submeter projetos Reunião com a Fevereiro Agosto Luiz Fer- Nina Pougy 1
buscando apoio finan- CERF realizada 2018 2018 nando Duarte (CNCFlora/
ceiro para a imple- para identificar de Moraes JBRJ), Renato
mentação de ações prioridades na (Embrapa Crouzeilleis
de restauração da elaboração de Agrobiolo- (IIS), Rafael
Mata Atlântica flumi- projetos de restau- gia) Loyola (CB-Lab/
nense, considerando ração UFG), Antônio
as áreas prioritárias Carlos Andrade
Projetos elabora- Agosto Dezem-
para conservação das (JBRJ), Jerônimo
dos e submetidos 2018 bro 2022
espécies endêmicas Boelsums (UFR-
para editais de
RJ), Nicholas
apoio
Locke (Reserva
Ecológica de
Guapiaçu)
AT1.6 Incluir as áreas Reunião para ve- Junho Dezem- Rafael Fer- Natalie Chagas 3
prioritárias para con- rificar quais áreas 2018 bro 2018 reira (SEA) (Inea), Roberta
servação das espécies identificadas Brasileiro (Inea),
endêmicas no “Projeto como prioritárias Nina Pougy
Olho no verde” do devem ser incluí- (CNCFlora/
governo estadual, a das no “Projeto JBRJ), Telmo
fim de aumentar a fis- Olho no verde” Borges (SEA)
calização em relação realizada
ao desmatamento e
Áreas inseridas no Dezem- Julho
às queimadas nessas
“Projeto Olho no bro 2018 2019
áreas
verde”
Documento com Janeiro Julho
a proposta de 2019 2019
inclusão dessas
áreas e justifica-
tiva elaborado e
encaminhado ao
órgão estadual
58
AT2.2 Ministrar cursos e Conteúdo dos Maio Dezem- Silvia Ziller Eline Martins 2 AT3.3
palestras, principal- cursos e palestras 2018 bro 2018 (Instituto (CNCFlora/
mente para analistas elaborado Hórus) JBRJ), Telmo
e gestores de UCs, Borges (SEA),
Pelo menos 3 Julho Julho
abordando o manejo Polyana
cursos realiza- 2018 2020
de Espécies Exóticas Mendes (SEA),
dos e atores
Invasoras (EEI) Antônio Carlos
capacitados nas
Andrade (JBRJ),
localidades mais
Márcia Botelho
impactadas por
(Seconserma)
EEI no estado
AT2.3 Elaborar conteúdo Instituições que Janeiro Dezem- Gabriela Nina Pougy 3
de educação e trabalham com 2018 bro 2018 Tavares (Tran- (CNCFlora/
conscientização educação ambi- secto) JBRJ), Telmo
ambiental com foco ental contatadas Borges (SEA),
na conservação de para a elabora- Claudia Lopes
espécies endêmicas ção conjunta do (JBRJ), Áurea
ameaçadas de conteúdo Rachel de
extinção para ser França Pereira
Conteúdo Março Dezem-
aplicado em escolas, (Sustentarte),
elaborado e 2019 bro 2019
preferencialmente em Lucia Glat
submetido à
articulação com a (Moleque
Secretaria de
Secretaria de Educa- Mateiro),
Educação
ção do estado Renata Carijó
Conteúdo dissemi- Janeiro Dezem- (Carpe Projetos
nado em pelo 2020 bro 2022 Socioambien-
menos 5 escolas tais), Fernanda
Saleme (BrBio),
Eline Martins
(CNCFlora/
JBRJ)
AT2.4 Elaborar e distribuir Material elabora- Março Dezem- Rodrigo Ba- Patricia Rosa 2
material informativo do e distribuído 2018 bro 2018 cellar Mello (CNCFlora/
sobre as espécies em pelo menos (ICMBio) JBRJ), Telmo
endêmicas ameaça- 10 UCs Borges (SEA),
das de extinção com Caio Baez
ocorrência nas UCs (CNCFlora/
JBRJ), Lucia
Glat (Moleque
Mateiro), Liane
Moreira (Inea)
AT2.5 Incluir dados e ori- Levantamento das Julho Setembro Nina Pougy Polyana 2
entações relevantes UCs com previsão 2018 2018 (CNCFlora/ Mendes (SEA),
sobre as espécies de elaboração/ JBRJ) Telmo Borges
endêmicas ameaça- revisão de planos (SEA)
das de extinção nos de manejo no
planos de manejo período 2018-
que estão em fase de 2020
elaboração/revisão
Documento Setembro Março
contendo dados 2018 2018
e orientações
sobre as espé-
cies endêmicas
ameaçadas de
extinção elab-
orado e enviado
para inclusão nos
Planos de Manejo
em elaboração/
revisão
59
Meta 3. Desenvolver pesquisas sobre as espécies endêmicas ameaçadas de extinção e sobre os
impactos dos vetores de pressão que incidem nas populações dessas espécies.
AT3.3 Identificar as Espé- Lista e mapeamen- Março Setem- Polyana Silvia Ziller 2 AT2.3
cies Exóticas Inva- to de ocorrência 2018 bro Mendes (Instituto Hórus),
soras (EEI), mapear das EEI no estado 2018 (SEA) Nina Pougy
seu impacto sobre elaborados (CNCFlora/
a flora endêmica JBRJ), Telmo
Indicação das Junho Junho
ameaçada de Borges (SEA)
localidades 2018 2019
extinção e definir
prioritárias para
as localidades
manejo dessas es-
prioritárias para o
pécies realizada
manejo
60
Meta 4. Realizar ações diretas ou indiretas para o manejo de populações de espécies ameaçadas
de extinção endêmicas do estado do Rio de Janeiro e seus hábitats.
61
AÇÕES DE CONSERVAÇÃO DIRECIONADAS ÀS REGIÕES HIDROGRÁFICAS
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ARHI.4.3 Restaurar as áreas degra- Detalhamento Maio Dezem- Nina Polyana 1 AT1.5
dadas da RH, consideran- dos locais-alvo 2018 bro Pougy Mendes (SEA)
do as áreas prioritárias para as ações 2018 (CNCFlo-
para a conservação da de restauração ra/JBRJ)
flora endêmica, buscando dentro das áreas
a conectividade entres prioritárias para
os remanescentes de a conservação da
vegetação e a substitu- flora endêmica
ição de espécies exóticas
20% das áreas Janeiro Dezem-
invasoras
identificadas como 2019 bro
alvo com ações 2022
de restauração em
andamento
62
RH II. Região Hidrográfica Guandu
ID Ação Produtos Início Término Articula- Colabora- Priori- Ação
dor dores dade relacio-
nada
ARHII.4.1 Restaurar as áreas Áreas para serem Maio Dezem- Flávio Nathália 1
localizadas em zonas de alvo de restaura- 2018 bro Valente Alves
captação de água da RH, ção identificadas 2018 (Inea) (ICMBio),
principalmente aquelas Liane Moreira
20% das áreas Janeiro Dezem-
relacionadas ao Sistema (Inea), Gabri-
identificadas como 2019 bro
Guandu, visando à mel- ela Tavares
alvo com ações 2022
horia na qualidade e no (Transecto),
de restauração em
abastecimento de água e Elton Luis Abel
andamento
à conectividade entres os (CEDAE)
remanescentes de vegeta-
ção. Obs: Articular junto
ao Programa de PSA do
Comitê Guandu
ARHII.2.2 Capacitar viveiristas para Cursos de viveiris- Junho Junho Tiago Zuleica Maria 2 AT3.2;
a coleta de sementes e a tas realizados 2018 2019 Breier Moreira AT4.2
produção de mudas de (UFRRJ) (Inea), Gus-
Sementes e mudas Setem- Dezem-
espécies endêmicas amea- tavo Wyse,
sendo produzidas, bro bro
çadas, com variabilidade (UFRRJ),
comercializadas e 2018 2022
genética, para cultivo no Juliana
distribuídas
Jardim Botânico da UFRRJ, Freire Muller
na Embrapa Agrobiologia (Embrapa
e em viveiros locais Agrobiologia),
Luís Fernando
(Embrapa
Agrobiologia),
Elton Luís Abel
(CEDAE),
Milena Alves
da Silva (Inea)
63
RH III. Região Hidrográfica Médio Paraíba do Sul
ID Ação Produtos Início Término Articula- Colabora- Priori- Ação
dor dores dade relacio-
nada
ARHIII.4.1 Restaurar áreas, buscando Detalhamento dos Dezem- Dezem- Nina Polyana 1
a conectividade entres locais-alvo para as bro bro Pougy Mendes (SEA)
os remanescentes de ações de restaura- 2018 2019 (CNCFlo-
vegetação, considerando ção identificadas ra/JBRJ)
as áreas prioritárias para dentro das áreas
a conservação da flora prioritárias para
endêmica. Obs: Alinhar a conservação da
com o Projeto de PSA flora endêmica
da RH
ARHIII 3.3 Realizar/fortalecer ações Ações necessárias Julho Julho Nina Andrea de 2
de prevenção, fiscaliza- para prevenção, 2018 2019 Pougy Nobrega
ção e combate às queima- fiscalização (CNCFlo- Ribeiro (IC-
das na RH, principalmente e combate às ra/JBRJ) MBio), Marco
no entorno do Parque queimadas identi- Aurélio Paes
Nacional do Itatiaia ficadas (Inea)
Ações elencadas Janeiro Julho
como críticas 2020 2022
implementadas
64
ARHIII 3.4 Pesquisar o impacto do Experimentos para Janeiro Janeiro Izar Axi- Marcelo Motta 3
fogo sobre as espécies avaliar os efeitos 2019 2021 moff (JBRJ) (ICMBio)
endêmicas e ameaçadas do fogo nas
com ocorrência nessa RH espécies endêmi-
cas ameaçadas
realizados
Trabalhos técnico- Janeiro Dezem-
científicos com 2020 bro
resultados experi- 2022
mentais sobre a
resiliência das
espécies endêmi-
cas com fogo
publicados
65
ARHIV.4.3 Realizar/fortalecer Ações para pre- Julho Julho Marco Flávio Viana 2
ações de prevenção, venção, fiscaliza- 2018 2019 Aurélio (Ibama), Sara
fiscalização e combate ção e combate Paes (Inea) Martins
às queimadas na RH, às queimadas (Ibama), Bár-
principalmente no entorno identificadas, bara Pellegrini
e dentro das Unidades de considerando a (Viveiro Muda
Conservação ocorrência das Tudo)
espécies endêmi-
cas ameaçadas de
extinção
Ações elencadas Setem- Dezem-
como críticas bro bro
implementadas 2019 2022
66
RH VI. Região Hidrográfica Lagos São João
ID Ação Produtos Início Fim Articula- Colabora- Priori- Ação
dor dores dade relacio-
nada
ARHVI.6.1 Emitir uma recomendação Recomenda- Março Dezem- Liane Prefeituras, 2
formal para incluir ações ção elaborada 2018 bro Moreira André Caval-
e orientações sobre a enviada ao gestor 2018 (SEA) canti (Inea),
conservação das espécies da UC e às institu- Cyl Farney
ameaçadas de extinção ições envolvidas (JBRJ), Harol-
no Plano de Manejo do do Cavalcante
Parque Estadual da Costa de Lima (JBRJ),
do Sol Antônio Car-
los Andrade
(JBRJ)
ARHVI.6.2 Apoiar a SEA e o Inea Reunião com Janeiro Maio Renata Luiz Paulo 1
com o aporte de dados a SEA, Inea e 2018 2018 Lopes Ferraz (Ass.
e orientações sobre as órgãos municipais (Inea) Mico-Leão-
espécies ameaçadas de realizada Dourado),
extinção e as áreas priori- Juliana Muller
Documento com Junho Contínuo
tárias para conservação (Embrapa
os dados e as 2018
na implementação dos Agrobiologia),
orientações
planos municipais de Antônio Car-
sobre as espécies
conservação da Mata los Andrade
ameaçadas e
Atlântica dos municípios (JBRJ), Ananda
áreas prioritárias
no entorno do PECS de Aguiar
encaminhado
(Embrapa),
para SEA e Inea
Miguel Luiz
Freitas (Insti-
tuto Florestal
de São Paulo),
Renato Lorza
(Fundação Flo-
restal de São
Paulo), Renato
Crouzeilles
(IIS)
ARHVI.6.3 Estruturar/criar viveiro Proposta de Março Agosto Zu- Fernanda 2
com foco na produção criação de viveiro 2018 2018 leica Maria Saleme
de espécies endêmicas e para produção de Moreira (BrBio), Bruno
ameaçadas de extinção. mudas de espécies (Inea) Kurtz (JBRJ),
Obs: Investir na produção nativas e ameaça- Antônio Car-
de espécies de restinga das de extinção los Andrade
elaborada (JBRJ), Milena
Alves da Silva
Criação/estrutu- Agosto Agosto
(Inea), Luiz
ração do viveiro 2018 2020
Zamith (UFF)
iniciada
ARHVI.6.4 Realizar o manejo e a Planejamento para Julho Julho André Polyana 3
substituição das casuari- manejo e substitu- 2018 2019 Cavalcanti Mendes
nas no Parque Estadual ição realizado (Inea) (SEA), Silvia
da Costa do Sol e entorno Ziller (Instituto
Atividades de Julho Julho
Hórus), Telmo
manejo e substitu- 2019 2019
Borges (SEA),
ição iniciadas em
Marcia Tava-
pelo menos duas
res (Inea)
áreas do PECS
67
RH VII. Região Hidrográfica Rio Dois Rios
ID Ação Produtos Início Fim Articula- Colabora- Priori- Ação
dor dores dade relacio-
nada
ARHVII. Realizar a substituição de Mapeamento das Agosto Março Telmo Polyana 3
7.1 espécies exóticas invaso- espécies exóticas 2018 2021 Borges Mendes
ras em áreas protegidas invasoras que (SEA) (SEA), Silvia
e em áreas urbanas precisam ser Ziller (Instituto
próximas a remanescentes substituídas Hórus), Már-
florestais cia Botelho
30% dos indi- Agosto Março
(Seconserma)
víduos de espécies 2018 2021
exóticas invasoras
identificadas no
mapeamento
substituídos por
espécies nativas
ARHVII. Restaurar áreas buscando Detalhamento dos Janeiro Junho Marie Flávio Valente 1 AT1.5
7.2 a conectividade entres locais-alvo para as 2018 2018 Ikemoto (Inea),
os remanescentes de ações de restaura- (DIBAP- Nina Pougy
vegetação, considerando ção identificadas Inea) (CNCFlora/
as áreas prioritárias para dentro das áreas JBRJ), Polyana
a conservação da flora prioritárias para Mendes
endêmica a conservação da (SEA), Rafael
flora endêmica Loyola (CB-
Lab/UFG),
20% das áreas Setem- Dezem-
identificadas como bro bro
alvo com ações 2018 2020
de restauração
iniciadas
ARHVII. Realizar/fortalecer ações Ações para pre- Julho Julho Nina Sara Martins 1
7.3 de prevenção, fiscaliza- venção, fiscaliza- 2018 2019 Pougy (Ibama),
ção e combate às queima- ção e combate (CNCFlo- Flávio Viana
das na RH, considerando às queimadas ra/JBRJ) (Ibama)
as áreas prioritárias para identificadas,
a conservação das espé- considerando a
cies endêmicas ocorrência das es-
pécies endêmicas
ameaçadas
Ações elencadas Janeiro Dezem-
como críticas 2020 bro
implementadas 2021
68
RH VIII. Região Hidrográfica Macaé e das Ostras
ID Ação Produtos Início Fim Articula- Colabora- Priori- Ação
dor dores dade relacio-
nada
ARHVIII. Estruturar/criar viveiro Proposta de Março Agosto Antônio Zuleica Maria 2 Ação
8.1 com foco na produção criação de viveiro 2018 2018 Carlos Moreira AT1.1
de espécies endêmicas e para produção de Andrade (Inea), Luiz
ameaçadas de extinção mudas de espécies (JBRJ) Zamith (UFF),
Obs: Investir na produção nativas e ameaça- Milena Alves
de espécies de restinga das de extinção da Silva
elaborada (Inea), Janie
Garcia da
Criação/estrutu- Agosto Dezem-
Silva (UFF)
ração do viveiro 2018 bro
iniciada 2019
Setem- Dezem-
bro bro
2018 2022
ARHVIII. Restaurar áreas buscando Detalhamento Janeiro Janeiro Renato- Ananda 2 AT1.5
8.2 a conectividade entres dos locais-alvo 2018 2019 Crouzeilles de Aguiar
os remanescentes de para as ações (IIS) (Embrapa),
vegetação, considerando de restauração Miguel Luiz
as áreas prioritárias para dentro das áreas Freitas (Institu-
a conservação da flora prioritárias para to Florestal de
endêmica a conservação da São Paulo),
flora endêmica Renato Fari-
identificadas nazzo Lorza
(Fundação
Florestal de
São Paulo),
Luiz Paulo
Ferraz (Ass.
Mico-Leão-
20% das áreas Janeiro Dezem-
-Dourado),
identificadas como 2019 bro
Juliana Muller
alvo com ações 2021
Freire (Embra-
de restauração em
pa), Antônio
andamento
Carlos Andra-
de (JBRJ)
ARHVIII. Estimular a criação de Reunião com as Agosto Agosto Andrei Denise 1
8.3 RPPNs em fragmentos prefeituras, órgãos 2018 2019 Veiga Rambaldi
que abrigam populações ambientais e (Inea) (Inea), Ricardo
de espécies endêmicas e atores-chave para Voivodic
ameaçadas identificar as pos- (Inea)
síveis áreas para
criação de RPPN
realizada
Proposta de Setem- Setem-
criação de pelo bro bro
menos uma RPPN 2019 2020
elaborado e
enviado ao órgão
ambiental
69
RH IX. Região Hidrográfica Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana
70
ARH- Fortalecer os bancos Espécies que Fever- Dezem- Zu- Antônio Car- 1
VIX.9.4 de sementes existentes serão produzidas eiro bro leica Maria los Andrade
no Horto Santos Lima listadas 2018 2018 Moreira (JBRJ), Jean
e no Horto da Floresta (Inea) Moraes (Inea),
Espécies listadas Agosto Dezem-
Estadual José Zago para Nina Pougy
com a produção 2018 bro
a produção e o arma- (CNCFlora/
iniciada 2021
zenamento de espécies JBRJ), Angelo
endêmicas e ameaçadas Zago (Inea),
de extinção Marcio Verdi
(CNCFlora/
JBRJ)
ARH- Realizar/fortalecer ações Ações necessárias Julho Julho Nina Flávio Viana
VIX.9.5 de prevenção, fiscaliza- para prevenção, 2018 2019 Pougy (Ibama),
ção e combate às queima- fiscalização (CNCFlo- Sara Martins
das na RH, considerando e combate às quei- ra/JBRJ) (Ibama)
as áreas prioritárias para madas identifica-
a conservação das espé- das, considerando
cies endêmicas a ocorrência das
espécies endêmi-
cas ameaçadas
Ações elencadas Janeiro Julho
como críticas 2020 2022
implementadas
71
CUSTO DAS AÇÕES POR ANO E CUSTO TOTAL EM R$
72
ID Ações de Priori- Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total
conservação dade 2018 2019 2020 2021 2022
transversais
AT1.6 Incluir as áreas 3 sem custo
prioritárias para
conservação das
espécies endêmicas
no “Projeto Olho no
verde” do governo
estadual, a fim de
aumentar a fiscaliza-
ção em relação ao
desmatamento e às
queimadas nessas
áreas
AT2.1 Capacitar e instruir 1 750,00 750,00 1.500,00
o corpo técnico dos
órgãos licenciadores
para uso dos dados
do CNCFlora/JBRJ
sobre as espécies
endêmicas amea-
çadas de extinção
e sobre as áreas
prioritárias
AT2.2 Ministrar cursos e 2 10.000,00 2.500,00 2.500,00 15.000,00
palestras, principal-
mente para analistas
e gestores de
UCs, abordando o
manejo de Espécies
Exóticas Invasoras
(EEI)
AT2.3 Elaborar conteúdo 3 10.000,00 5.000,00 5.000,00 20.000,00
de educação e
conscientização
ambiental com foco
na conservação de
espécies endêmicas
ameaçadas de
extinção para ser
aplicado em esco-
las, preferencialmen-
te em articulação
com a Secretaria de
Educação do estado
AT2.4 Elaborar e distribuir 2 sem custo
material informativo
sobre as espécies
endêmicas ameaça-
das de extinção com
ocorrência nas UCs
AT2.5 Incluir dados 2 sem custo
e orientações
relevantes sobre as
espécies endêmicas
ameaçadas de extin-
ção nos planos de
manejo que estão
em fase de elabora-
ção/revisão
73
ID Ações de Priori- Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total
conservação dade 2018 2019 2020 2021 2022
transversais
AT3.1 Realizar expedições 1 10.000,00 15.000,00 15.000,00 40.000,00
científicas para a
coleta de material
botânico, marcação
de matrizes e levan-
tamento de informa-
ções sobre espécies
endêmicas ameaça-
das de extinção e
espécies com Dados
insuficientes (DDs),
não se restringindo
aos remanescentes
dentro de UCs
AT3.2 Pesquisar técnicas 2 20.000,00 15.000,00 15.000,00 10.000,00 60.000,00
de germinação,
propagação e con-
servação ex situ das
espécies endêmicas
ameaçadas de
extinção do estado
do Rio de Janeiro
AT3.3 Identificar as 2 7.500,00 7.500,00 15,000.00
Espécies Exóticas
Invasoras (EEI),
mapear seu impacto
sobre a flora endê-
mica ameaçada de
extinção e definir as
localidades prioritá-
rias para o manejo
AT4.1 Aumentar a repre- 1 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 60.000,00 80.000,00
sentatividade das
espécies endêmicas
ameaçadas nas
coleções ex situ dos
jardins botânicos
e hortos, incluindo
aquelas com uso e
de interesse econô-
mico
AT4.2 Identificar espécies 1 7.500,00 7.500,00 15.000,00
ameaçadas de
extinção com poten-
cial de produção
e fornecer técnicas
para tal
ARHI.2.1 Estruturar, fortalecer 1 10.000,00 25.000,00 25.000,00 60.000,00
e capacitar pelo me-
nos um horto/viveiro
para a produção e
comercialização de
espécies nativas e
endêmicas amea-
çadas visando ao
uso no paisagismo
e em projetos de
restauração
74
ID Ações de Priori- Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total
conservação dade 2018 2019 2020 2021 2022
transversais
ARHI.2.2 Elaborar material de 2 5.000,00 5.000,00 10.000,00
educação ambiental
em parceria com o
Inea, com foco nos
turistas e visitantes
da região, para
a divulgação de
informações sobre
as espécies endê-
micas ameaçadas
de extinção e com
orientação para
minimizar o impacto
do turismo no seu
hábitat
ARHI.4.3 Restaurar as áreas 1 10.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00 100.000,00
degradadas da RH,
considerando as
áreas prioritárias
para a conservação
da flora endêmi-
ca, buscando a
conectividade entres
os remanescentes de
vegetação e a subs-
tituição de espécies
exóticas invasoras
ARHII.4.1 Restaurar as áreas 1 10.000,00 40.000,00 40.000,00 10.000,00 100.000,00
localizadas em zo-
nas de captação de
água da RH, prin-
cipalmente aquelas
relacionadas ao
Sistema Guandu,
visando à melhoria
na qualidade e no
abastecimento de
água e à conecti-
vidade entres os
remanescentes de
vegetação
ARHII.2.2 Capacitar viveiristas 2 10.000,00 10.000,00 20.000,00
para a coleta de
sementes e a pro-
dução de mudas de
espécies endêmicas
ameaçadas, com
variabilidade gené-
tica, para cultivo no
Jardim Botânico da
UFRRJ, na Embrapa
Agrobiologia e em
viveiros locais
ARHIII.4.1 Restaurar áreas 1 10.000,00 40.000,00 40.000,00 10.000,00 100.000,00
buscando a conec-
tividade entres os
remanescentes de
vegetação, consi-
derando as áreas
prioritárias para
a conservação da
flora endêmica
75
ID Ações de Priori- Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total
conservação dade 2018 2019 2020 2021 2022
transversais
ARHIII 2.2 Fomentar a implan- 3 20.000,00 30.000,00 30.000,00 20.000,00 100.000,00
tação de Sistemas
Agroflorestais (SAFs)
nas propriedades
privadas como cor-
redores ecológicos
entre remanescentes
de vegetação, con-
siderando as áreas
prioritárias para
a conservação da
flora endêmica
ARHIII 3.3 Realizar/fortalecer 2 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 80.000,00
ações de preven-
ção, fiscalização
e combate às
queimadas na RH,
principalmente no
entorno do Parque
Nacional do Itatiaia
ARHIII 3.4 Pesquisar o impacto 3 20.000,00 30.000,00 30.000,00 80.000,00
do fogo sobre as
espécies endêmicas
e ameaçadas com
ocorrência nessa RH
ARHIV.4.1 Promover projeto 3 10.000,00 10.000,00 10.000,00 30.000,00
piloto de capaci-
tação para guias
e condutores de
ecoturismo com foco
na conservação de
espécies endêmicas
e ameaçadas de
extinção no Parque
Nacional da Serra
dos Órgãos
ARHIV.4.2 Fomentar a implan- 3 20.000,00 30.000,00 30.000,00 20.000,00 100.000,00
tação de Sistemas
Agroflorestais (SAFs)
nas propriedades
privadas, como cor-
redores ecológicos
entre remanescentes
de vegetação, con-
siderando as áreas
prioritárias para
a conservação da
flora endêmica
ARHIV.4.3 Realizar/fortalecer 2 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 80.000,00
ações de preven-
ção, fiscalização
e combate às
queimadas na RH,
principalmente no
entorno e dentro
das Unidades de
Conservação
76
ID Ações de Priori- Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total
conservação dade 2018 2019 2020 2021 2022
transversais
ARHV.5.1 Articular a amplia- 1 sem custo
ção de ações de
recuperação de
áreas degradadas
para a Região Hi-
drográfica da Baía
de Guanabara, nas
áreas prioritárias
para a conservação
da flora endêmica
ARHV.5.2 Implementar junto à 2 5.000,00 10.000,00 15.000,00
Trilha Transcarioca
atividades de edu-
cação ambiental,
como a instalação
de placas informati-
vas e a distribuição
de material de
divulgação sobre as
espécies ameaçadas
de extinção
ARHV.5.3 Realizar a substi- 3 10.000,00 25.000,00 25.000,00 20.000,00 80.000,00
tuição de espécies
exóticas invasoras
em áreas protegidas
e em áreas urbanas
próximas a remanes-
centes florestais.
ARHVI.6.1 Emitir recomenda- 2 sem custo
ção formal para
incluir ações e
orientações sobre
a conservação das
espécies ameaça-
das de extinção no
Plano de Manejo do
Parque Estadual da
Costa do Sol
ARHVI.6.2 Apoiar a SEA e o 1 sem custo
Inea com o aporte
de dados e com
orientações sobre as
espécies ameaçadas
de extinção e as
áreas prioritárias
para conservação
na implementação
dos planos munici-
pais de conservação
da Mata Atlântica
dos municípios no
entorno do PECS
ARHVI.6.3 Estruturar/criar um 2 15.000,00 15.000,00 30.000,00
viveiro com foco
na produção de
espécies endêmicas
e ameaçadas de
extinção
77
ID Ações de Priori- Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total
conservação dade 2018 2019 2020 2021 2022
transversais
ARHVI.6.4 Realizar o manejo 3 5.000,00 15.000,00 20.000,00
e a substituição
das casuarinas no
Parque Estadual
da Costa do Sol e
entorno
ARHVII.7.1 Realizar a substi- 3 10.000,00 25.000,00 25.000,00 20.000,00 80.000,00
tuição de espécies
exóticas invasoras
em áreas protegidas
e em áreas urbanas
próximas a remanes-
centes florestais
ARHVII.7.2 Restaurar áreas 1 10.000,00 40.000,00 40.000,00 10.000,00 100.000,00
buscando a conec-
tividade entres os
remanescentes de
vegetação, consi-
derando as áreas
prioritárias para
a conservação da
flora endêmica
ARHVII.7.3 Realizar/fortalecer 1 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 80.000,00
ações de preven-
ção, fiscalização
e combate às
queimadas na RH,
considerando as
áreas prioritárias
para a conserva-
ção das espécies
endêmicas
ARHVIII.8.1 Estruturar/criar 2 15.000,00 15.000,00 30.000,00
viveiro com foco
na produção de
espécies endêmicas
e ameaçadas de
extinção
ARHVIII.8.2 Restaurar áreas 2 10.000,00 40.000,00 40.000,00 10.000,00 100.000,00
buscando a conec-
tividade entres os
remanescentes de
vegetação, consi-
derando as áreas
prioritárias para
a conservação da
flora endêmica
ARHVIII.8.3 Estimular a criação 1 sem custo
de RPPNs em frag-
mentos que abrigam
populações de
espécies endêmicas
e ameaçadas
78
ID Ações de Priori- Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total
conservação dade 2018 2019 2020 2021 2022
transversais
ARHVIX.9.1 Fomentar a 2 20.000,00 30.000,00 30.000,00 20.000,00 100.000,00
recuperação das
áreas degradadas
em propriedades
privadas por meio
da implantação de
Sistemas Agroflores-
tais (SAFs) e criação
corredores ecológi-
cos, considerando
as áreas prioritárias
para a conservação
da flora endêmica
ARHVIX.9.2 Elaborar propos- 1 sem custo
tas de criação ou
ampliação das UCs
a partir das áreas
prioritárias para
conservação das
espécies endêmicas
ameaçadas no esta-
do do Rio de Janeiro
ARHVIX.9.3 Pesquisar o impacto 3 20.000,00 30.000,00 30.000,00 80.000,00
do fogo sobre as
espécies endêmicas
e ameaçadas de
extinção com ocor-
rência nessa RH
ARHVIX.9.4 Fortalecer os 1 20.000,00 15.000,00 15.000,00 50.000,00
bancos de sementes
existentes no Horto
Santos Lima e no
Horto da Floresta
Estadual José Zago
para a produção e
armazenamento de
espécies endêmicas
e ameaçadas de
extinção
ARHVIX.9.5 Realizar/fortalecer 2 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 80.000,00
ações de preven-
ção, fiscalização
e combate às
queimadas na RH,
considerando as
áreas prioritárias
para a conserva-
ção das espécies
endêmicas
Custo total - - 198.750,00 586.250,00 556.500,00 380.000,00 200.000,00 1.921.500,00
79
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