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02/07/2023, 21:22 LITERATURA AMAZÔNICA: SEUS MITOS E SUAS LENDAS - Brasil Escola

LITERATURA AMAZÔNICA: SEUS MITOS E


SUAS LENDAS
Características dos mitos e lendas amazônicos na produção literária regional e sua
aplicabilidade no ambiente escolar como incentivo à produção oral e escrita.

RESUMO
Esta pesquisa de cunho bibliográfico intitulada LITERATURA AMAZÔNICA SEUS MITOS E SUAS LENDAS, que tem por
objetivo Identificar e mostrar as características dos mitos e lendas amazônicos na formação da literatura regional e sua
importância para a construção da produção oral e escrita no âmbito escolar. A pesquisa busca verificar a utilização da
literatura regional no processo de ensino e aprendizagem nas escolas, verificando os livros didáticos dos 6° anos do ensino
fundamental, a partir dos pressupostos de Nair Ferreira e Neusa Santos, Abnael Machado, Antônio Serafim, João de Jesus
Paes Loureiro, Luiz da Câmara Cascudo e Marcia Kupstas, Franco e Moura, Ana Maria Trinconi Borgatto, PCNS referentes
à literatura oral e regional, depois caracterizando os gêneros discursivos lendas e mitos como forma de identidade cultural,
estabelecendo um diálogo entre literatura e história e literatura e sociedade, e verificar com os textos literários regionais
amazônicos se estão sendo aproveitados no âmbito escolar. Para Loureiro, os relatos lendários particular desses mitos
constituem um fator indicativo dessa dinâmica imaginária, essas significações estão contidas na cultura amazônica. Nair
Gurgel do Amaral afirma que a oralidade e, consequentemente a cultura, demostra seu papel ativo e sua singularidade.
Concluiu-se que nos livros didáticos brasileiros utilizados nas escolas, existem vários textos literários, mas poucos são
constantemente trabalhados nas salas de aulas, não dando ênfase para literatura regional amazônica, que implica na
desvalorização da nossa identidade cultural brasileira.

Palavras-chave: Literatura Regional Amazônica. Lendas e mitos. Narrativas.

ABSTRACT

This bibliographic nature of research entitled AMAZON MYTHS AND LEGENDS, which aims to identify and show the
characteristics of myths and legends Amazon in the formation of regional literature and its importance for the construction of
speaking and writing in schools. The research aims to verify the use of regional literature in the process of teaching and
learning in schools by checking the texts for 6th years of primary school, from the assumptions of Nair Ferreira and Neusa
Santos, Abnael ax, Antonio Serafim, João de Jesus Paes Loureiro, Luiz da Cascudo and Marcia Kupstas, Franco and
Moura, Ana Maria Trinconi Borgatto, PCNS, referring to oral and regional literature, after featuring genres legends and myths
as a form of cultural identity, establishing a dialogue between literature and history and literature and society, and check with
the Amazonian regional literary texts are being utilized in schools. To Loureiro, the particular legendary accounts of these
myths is an indicative factor of this imaginary dynamics, these meanings are contained in the Amazonian culture. Nair Gurgel
do Amaral said that orality and consequently the culture and demonstrates its active role and its uniqueness. It was
concluded that the Brazilian textbooks used in schools, there are several literary texts, but few are constantly worked in the
classroom, giving emphasis to regional Amazonian literature, which implies the devaluation of our Brazilian cultural identity.

Keywords: Amazon Regional Literature. Legends and myths. Narratives.

INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por objetivo principal identificar e apresentar as características dos mitos e lendas amazônicos na
produção literária regional, valorizando como identidade local e sua aplicabilidade no ambiente escolar como incentivo à
produção oral e escrita. Como objetivos secundários, verificaremos a utilização da literatura amazônica nas escolas de
ensino fundamental e médio, e sua importância para a valorização da identidade cultural regional. Os estudos tiveram o
interesse de um olhar crítico para pesquisas futuras relacionadas à pouca utilização dos gêneros literários, lendas e mitos
amazônicos nas escolas de nível fundamental e médio, preservando a cultura da região norte, que é rica em narrativas e
faz parte da realidade de vários estudantes das localidades amazônicas, incentivando-o a conhecer, entende e respeitar
sua raízes locais fazendo com que eles se sintam agentes participativos do processo histórico. Os estudos tiveram as
abordagens teóricas nos trabalhos de Nair Ferreira Gurgel do Amaral e Neusa Santos, Abnael Machado, Antônio Serafim,
João de Jesus Paes Loureiro, Luiz da Câmara Cascudo e Márcia Kupstas. Os PCNS auxiliaram nas abordagens da
literatura oral e as culturas da Amazônia.

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O trabalho está dividido em três seções. Na primeira conceitua-se o que é literatura regional, literatura, lenda e mitos para
nortear os estudos dos seguintes gêneros textuais. NA seção II, indicamos as lendas e mitos exclusivos da região
amazônica como forma de identidade cultural. Na seção III, analisamos as provocações culturais e o seu reflexo na
sociedade e na construção da produção oral e escrita no âmbito escolar, o componente curricular da SEDUC, os livros
didáticos dos 6° anos adotados nas escolas estaduais de ensino fundamental e médio das escolas “Brasília” e “Carmela
Dutra” serão os pilares da nossa pesquisa, verificando a utilização das lendas e mitos amazônicos presente na realidade
dos alunos e de que forma eles são abordados. A justificativa da presente monografia é que na vida discente presenciei
poucas leituras e contextualizações a respeitos das lendas e mitos amazônicos, pelas instituições às quais passei, a minha
família é de origem ribeirinha, então eu ficava fascinado com as narrativas contadas por eles. A mística dos contos desperta
meu interesse pelo fato que também faz parte das localidades em que o acesso aos rios e florestas são comuns no
cotidiano das pessoas que moram na região norte. A partir dos estudos de literatura notamos que a cultura amazônica é
pouco valorizada no âmbito escolar. Buscamos proporcionar através deste trabalho a valorização da cultura regional
amazônica nas escolas, resgatar a história e repassar o conhecimento para as gerações seguintes, incentivando a leitura e
a escrita, preservando a identidade cultural amazônica.

LITERATURA
A Literatura originou-se do latim, o significado da palavra é base da escrita onde se registra sua existência. Colomer (2001),
diz que a literatura é a construção de sentidos, contendo ideologias relacionadas à conduta, ética, trabalho e outros
componentes que ajudam na construção do conhecimento entre autor e leitor, contribui para formação do homem perante a
sociedade. A literatura remete um conjunto de habilidades de ler e escrever de forma correta, para que o interlocutor possa
apropria-se do que está escrito de maneira transparente, sem dúvidas perante o que se escreveu e o que se ler. Existem
diversas definições e tipos de literatura; pode ser uma arte, uma profissão, um conjunto de produções. Suas definições
refletem no contexto social criando novas concepções diante da subjetividade dos leitores.

Literatura é a  arte de criar e compor textos, sendo estes em prosa ou em versos e pode não obedecer uma estrutura
textual. Existe um leque de produções literárias; como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura de romance, literatura
médica, literatura técnica, literatura portuguesa, literatura popular, literatura de cordel etc.

A literatura é uma arte pensada e assumida e transposta de forma escrita, recriada de forma subjetiva em diferentes
tempos, lugares e tipos de leituras.

Para Guglielmo Cavallo; Roger Chartier (1998), todos aqueles que leem textos, reproduzem de maneira diferente. A
literatura envolve o leitor de acordo com seu conhecimento e concepção de mundo e sentimento, dando interpretações
singulares, já que cada obra tem características pessoais que possuem suas particularidades na posição antológica.

A literatura também pode ser um conjunto de textos escritos, sejam eles de um país, de uma personalidade ou de uma
época. A literatura expressa conteúdos de ficção ou da imaginação. Kupstas (1988, p, 32) diz que “a literatura é uma
invenção literária, não por parte do nada.” Parte da realidade, a partir dos fatos reais, é que surge a inspiração para trama
das obras, buscando em poucas palavras, o bastante para entender o significado da história artisticamente. As palavras
obtêm muitos sentidos e são interpretadas de forma pessoal, a obra literária possui vida, o sentido depende de quem lê, ou
acrescenta-se, se relacionando com a vida e as vivências cotidianas em uma sociedade de leitores.

A palavra que transforma a linguagem utilizada em meio de expressão. Porém, não se pode pensar ingenuamente que
literatura é um “texto” publicado em um “livro”, porque sabemos que nem todo texto e nem todo livro publicado são de
caráter literário agregado à sua função estética, como exemplo temos os artigos de jornais, as bulas de remédio, que são
textos que apresentam características delimitadas, cuja principal preocupação não é o objetivo linguístico e deve ser
construído de modo objetivo e conciso.

Logo, o que definiria um texto “literário” de outro que não possui essa característica é uma questão que ainda gera
discussão em diversos meios, pois não há um critério formal para definir a literatura, a não ser quando constatada com as
demais manifestações artísticas (evidenciando sua matéria-prima e o meio de divulgação) e textuais (evidenciando um texto
literário de outro não literário). Segundo Nicola (1998, p.24), o que torna um texto literário é a  função poética da
linguagem que “ocorre quando a intenção do emissor está voltada para a própria mensagem, com as palavras carregadas
de significado. Para Kupstas (1988, p.30), a linguagem literária é uma elaboração especial das palavras no texto, a literatura
tem característica subjetiva, ampla, pois não existe fronteiras para imaginação. A linguagem literária não é usada apenas
para passar informação, mas para sensibilizar o leitor com a complexidade de sentidos e significados pela parte de quem lê.

LITERATURA REGIONAL

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No Brasil, o Regionalismo surgiu no final do Séc. XIX. Para Ramos (2011), a obra relaciona-se com mundo rural, ora como
algo ultrapassado, mas também como literatura popular, podendo ser definida também como literatura pitoresca. Para o
dicionário “informal.org” é um lugar ou qualquer coisa simples e especial. Como uma vila de pescadores ou uma
cidadezinha que parou no tempo e tem algo em especial e diferente do geral, como alguma comida que só se faz naquele
lugar, como representação da violência ou até mesmo como uma espécie de nacionalismo, representa a simplicidade de
cada localidade diferindo do meio urbano, sendo diferente ou engraçado um espetáculo para as pessoas que não fazem do
meio rural. Marcada pelas crises político-sociais épicas, o Brasil ainda sofria grande influência da Europa, tanto política
como cultural. Em busca de uma identidade cultural e política, os republicanos preocuparam-se em descobrir os traços
verdadeiros da nacionalidade. Sua primeira manifestação foi o Sertanismo, que, de acordo com Cândido (1975, p. 212-213),
tem como característica os seguintes aspectos:

[...] tende a anular o aspecto humano, em benefício de um pitoresco que se estende também à
fala e ao gesto, tratando o homem como peça da paisagem, envolvendo ambos no mesmo tom
de exotismo. É uma verdadeira alienação do homem dentro da literatura, uma retificação da sua
substância espiritual, até pô-la no mesmo pé que as árvores e os cavalos, para deleite estético do
homem da cidade.

A literatura regionalista passou a valorizar a paisagem e o pitoresco os aspectos humanos e sociais como o sendo o próprio
símbolo das obras. Em termos de formação do sistema literário, o regionalismo exerceu um papel fundamental contribuindo,
inclusive, para a definição do que seria o específico da literatura brasileira na etapa final do processo formativo. As
primeiras manifestações literárias no Brasil caracterizaram-se como escrita regional, pois descrevia a fauna e a flora
brasileiras, os povos e costumes, um paraíso rico e catequisado, ligados aos moldes europeus. Um dos primeiros retratos
da literatura regional foi o índio, que não era retratado mais como um selvagem e sim como um herói nacional, valorizando
a identidade regional cultural brasileira, as descrições ocorridas em determinado tempo, espaço e tudo que se produz em
determinado local, retrata a realidade do meio social às quais as pessoas então inseridas, agregando como fonte de
informação para entender a concepção de mundo de acordo com suas regiões. 

Movimento literário que caracteriza-se pela recriação ficcional ou poética da linguagem, do meio material ou moral dos tipos
humanos de uma região, O regionalismo pode ser compreendido de várias maneiras: quanto ao assunto, quanto à
linguagem ou quanto o arranjo narrativo que ocorre quando há um grupo particular de elementos linguísticos em uma
localização geográfica delimitada. Geralmente, origina-se de fatores históricos da cultura regional, sendo o dialeto uma de
suas principais formas de expressão.

Os textos regionais possuem narrativas ou acontecimentos sociais de determinada região, criando identidade cultural
através dos fatos ocorridos com pessoas da comunidade, em tempo cronológico que vem sendo repassado ou recriados,
através da oralidade, por pessoas que ouviram ou são autoras dos relatos, que sevem para compreender os fatos, épocas,
cultura e sociedade, assim os acontecimentos de uma sociedade, são refletidas nas manifestações artísticas e literárias,
além de servir como base para o estudo do passado dos povos, relaciona-se também à contemporaneidade em análise da
evolução social no decorrer do tempo.

O regionalismo retrata os feitos dos povos via discurso literário das pessoas que na terra habitam. Nas narrativas
regionalistas a visão de mundo centra-se no indivíduo e no meio em que ele é posto. A exaltação do ambiente como lugar
ideal para se desenvolver uma vida sem rupturas transgressoras dirige a atenção para a vida no campo, vida limitada a uma
rotina rica de experiências e mantenedora de tradições, expressando a realidade social e momentos históricos de
determinada localização.

LENDA

A palavra lenda provém do baixo latim, “legenda”, que significa “o que deve ser lido.” A lenda é uma narrativa oral ou escrita,
vivenciada por pessoas de maneira visual, elas são passadas através da oralidade de forma subjetiva, de caráter
maravilhoso, pois consiste geralmente estória heroicas, em que o real e o fantástico se misturam, tornando quase
impossível saber onde termina a verdade e começa a fantasia, prevalecendo o relato como testemunho do acontecimento
validando a narrativa, definição apresentada por Cascudo (1976). “As lendas são episódio heroicos ou sentimentais, com
elemento maravilhoso ou sobre-humano, transmitido e conservado na tradição oral e popular, localizável no espaço e no
tempo. De origem letrada, lenda, legenda, “legere” possui características de fixação geográfica e pequena deformação e
conserva-se as quatro características do conto popular: antiguidade, persistência, anonimato e oralidade. As lendas têm
como função básica historiar ou explicar fatos como a origem das coisas, fenômenos naturais, figuras sobrenaturais, as
lendas fazem parte da vida social das pessoas. Toda narrativa é um fato histórico e se amplia e se transforma decorrente ao

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tempo e surgem novas lendas, porque o homem é o fator determinante na produção da cultura e do repasse podendo ser
de maneira oral ou escrita.

A lenda, por sua vez, possui referências geográficas do local em ocorre os fatos. É muito comum as ocorrências dos fatos
sobrenaturais serem nas florestas, em águas, principalmente as narrativas amazônicas. Para Lima (2003, p.56), o homem e
a natureza se confundem numa relação de dependência no ato interpretativo da ocorrência de fenômenos naturais. As
lendas se caracterizam diante da dependência da natureza para sobrevivência das pessoas constituídas ao redor das
florestas, tornando os acontecimentos como verdade e crença. Moisés (1978, p. 305), define que “as lendas fazem parte da
realidade das pessoas, as crenças fazem que elas adaptem seus modos de vivência as seus costumes”. Em sua maioria,
as lendas possuem uma localização geográfica e transcorrem em um tempo determinado, muitas vezes ultrapassando as
barreiras locais inserindo-se no meio urbano começando a fazer parte da cultura de outros povos, as lendas buscam de
explicar os fenômenos sobrenaturais ocorridos nas localidades, onde os rios e florestas fazem parte da vida dos moradores.

As Lendas no Brasil são inúmeras, influenciadas diretamente pela miscigenação na origem do povo brasileiro, elas estão
vivas na memória coletiva dos povos e comunidades, são narrativas que evidenciam a realidade da vida local, que é
composta por um mundo de seres que povoam o imaginário local. Devemos levar em conta que uma lenda não significa
uma mentira, nem tão pouco uma verdade absoluta, o que devemos considerar é que uma história para ser criada,
defendida e o mais importante, ter sobrevivido na memória das pessoas, ela deve ter no mínimo uma parcela de fatos
verídicos. Para Pierre (2005, p.8), a lenda é mais verdadeira que a história, é um precioso documento, ela exagera a vida
de um povo, comunica-lhe um ardor de sentimento que nos comove mais que uma rigidez cronológica, de fatos
consignados. As lendas fazem parte da construção dos hábitos sociais, do comportamento das pessoas que crescem
ouvindo as histórias, é muito comum pessoas mais idosas repassarem as narrativas orais, contadas ao final de uma tarde, à
noite ao redor de fogueiras, nas comunidades distantes do meio urbano, relatos anônimos dos quais são passados de
geração para geração, recriando-as, modificando, transformando em tradição, assim valorizando seus ancestrais e sua
cultura, mantendo vivas suas crenças. Para Pierre (2005, p.16), “as lendas históricas fundamentam-se em fotos reais, mas
o narrador altera a verdade a fim de prová-la”.

Nas lendas amazônicas os heróis são seres habitantes da mata, rios, muitos se fundem com características de homens e
animais, esses personagens tornam-se divinos com ações sobrenaturais que estão em sintonia com elementos do mundo
as quais rodeiam como o sol, a lua, os animais, os sons a criação de palavras mágicas e de ritos, o folclore da região.
Através da mitologia indígena explica-se a origem das coisas, os protetores da natureza, como um alerta e até mesmo da
preservação das florestas e animais essa vida mística de encanto que é tão presente na literatura amazônica que rodeia as
pessoas simples que vivem em pleno contato com a natureza.

MITO

Os mitos são narrativas utilizadas pelos povos gregos, para explicar fatos da realidade ou fenômenos da natureza, o que
não era compreendido por eles, acontecimentos que a ciência não explicava na época, como exemplo os raios que cortam
o céu, nomeando Thor como o Deus do trovão. Na mitologia indígena é o Tupã quem controla os raios e trovões, para
explicar o fenômeno natural. Os mitos utilizam muitas simbologia, personagem sobrenaturais, deuses e heróis, os mitos
provém da criatividade e imaginários humano, criado para explicar os acontecimentos na busca humana insaciável pela
verdade que envolve o universo. Assim, Ferreira (1999, pg.1347) compreende que

O mito é um ideal da humanidade, significação simbólica transmitida de geração em geração, é


considerada autêntica dentro do grupo, tem relatos sobre a origem de um determinado fenômeno
pelo qual se postula uma explicação de ordem natural.

O mito é o modo de falar as verdades que aconteceram aos seus arredores, são as formas que as pessoas podem explicar
a realidade em si e da forma como enxergam o mundo. Cascudo (1976), diz que o mito pode ser um sistema de lendas,
gravitando ao redor de um tema central com área geográfica mais ampla e sem exigências de fixação no tempo e no
espaço. Para Pierre (2005, p.11), “os mitos são uma forma de lenda, mas os personagens humanos tornam-se divinos. A
ação então é sobrenatural e irracional”. O tempo nada mais é do que uma ficção. Magalhães (1940) via no mito, assim
como na lenda uma narrativa com intenção de ensinar determinada moral.

Todos os mitos e contos reuniram os pensamentos humanos, as narrativas populares celebram a tradição de um povo, as
histórias reais ou imaginária através da memória do popular é uma forma de comunicar e explorar sabres coletivos,
tornando as regiões ricas pela oralidade, que vem sendo transmitido de gerações, ascendendo a cultura local alienado os
povos as suas crenças, que manifesta-se através das festas e ritos e produções artísticas.

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Os mitos estão entrelaçados com a religião, o sobrenatural, já que as teses religiosas são amplas, através dos ritos,
cerimônias, danças, sacrifícios e orações, geram fascínio, perpetuando os homem em suas crenças, valorizando o
patrimônio imaterial, a espiritualidade acende como forma de imortalidade, para Graves; Patai (2002, p.41) "os mitos são
histórias dramáticas que constituem instrumentos sagrados, quer autorizando a continuação de Instituições, costumes, ritos
e crenças antigas na área em que são comuns aprovando alterações”. Os mitos concebem a verdade do conhecimento,
expressam conceitos morais, filosóficos e religiosos, sendo as projeções dos fatos verdadeiramente acontecidos, pois
procura explicar a realidade pelas suas histórias sagradas. Com essa vertente o homem e as comunidades acolhem para
explicar perguntas a respeito da vida e tudo que existem em torno dela.

Os mitos fazem parte da cultura com histórias diferentes, cada povo relata suas narrativas de acordo com suas vivências ou
realidade, relacionam-se com datas, crenças religiosas ou não.

Os mitos fazem parte da literatura oral, da plena imaginação coletiva que envolve o ser humano e suas localidades, e estão
presentes culturalmente em forma de crenças ou religião, essa literatura popular que manifesta e cria o folclore regional
brasileiro, que revela a alma do povo e reflexo do seu imaginário. Coelho (2010) diz que “a literatura folclórica de sua gente
e conterrâneos, compilaram de boca a ouvido, há gerações”.

Mitologia Indígena

A cultura coletiva indígena confronta as tradições de suas narrativas com as populares advindas do plano etnográfico. A
terra que hoje é chamada de Brasil antigamente era chamada de tupiniquins, quando chegaram outras etnias e culturas, as
coisas nas quais acreditavam foram sofrendo transformações e recebendo novos conceitos e espirações que vieram com
os colonizadores. De acordo com a influência que os indígenas sofreram em contatos com outras culturas, passaram a
interpretar e recriar suas lendas e mitos com forme as histórias que existiam em seus países.

O mundo é repleto de lendas e mitos sobre a existência de tudo que contorna a humanidade, como as plantas e suas frutas,
os rios, o universo e todas as anomalias e fenômenos que a ciência não explica em nossa contemporaneidade, assim a
mitologia indígena tem suas verdades prontas de onde originam várias lendas e mitos, denominado que são fatos reais,
pois não existe prova concreta pela ciência como se formou o universo, assim como ninguém nos tempos de hoje estava
presente para conceituar a vinda de Jesus na Terra a uma legião de seguidores, mas sua existência foi marcada pela
oralidade, posteriormente pela escrita, originando-se assim a bíblia. Na região amazônica os tupis-guaranis acreditavam em
uma força superior, assim como nas religiões que englobam nosso mundo, as crenças indígenas possuem uma origem,
como é citado no site “Continho dos Deuses”.

A figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderu ou Tupã), o
deus Sol é realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua, Araci, Tupã desceu à Terra
num lugar descrito como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo sobre
a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no
céu nesse momento. Tupã então criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos
Guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações
nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da
mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas
humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.

Para muitos indígenas, Nhaderu é a energia cósmica do universo que criou Tupã, o deus do trovão, protetor dos celestes;
para outros, eles são os mesmos. Cascudo afirma que Tupã "é um trabalho de adaptação da catequese". Na verdade o
conceito "Tupã" já existia, não como divindade, mas como conotativo para o som do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana,
golpe/baque estrondeante), na linha significa trovão, isso apavora os índios porque eles não sabiam a causa de tal
fenômeno, mas que existia uma força maior no universo que era superior levando os indígenas a temer e acreditar em seu
poder. .

Na história do cristianismo, Deus fez Adão da terra, depois viu que ele precisava de uma companheira e de sua costela fez
Eva. Como contam os relatos bíblicos e pesquisas, são as primeiras pessoas da face da terra, que reproduziram suas crias,
assim formando a raça humana. Para o site “Morte Súbita”, copilado por Elias e Gustavo, para os indígenas o homem
nasceu da terra, de uma escultura de argila misturada com outros elementos da natureza, depois deu o sopro da vida. São
histórias completamente paralelas, mas possuem semelhanças em alguns aspectos, como sopro da vida, a arte plástica a
qual Deus fez sua imagem e semelhança, que nos leva a refletir sobre a verdade da existência do mundo e das pessoas
nela postas.

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Todas as civilizações tiveram ou têm a sua cosmogonia, através da qual interpretam a realidade e se relacionam com ela.
São as explicações para a origem do universo, da vida e da natureza como um todo que são recheadas de lendas e mitos.
Os indígenas acreditam que existe um protetor de tudo no universo, criado por Tupã, que é representando pela simbologia,
como deus do trovão cujo morada é o Sol, daí podemos ter uma prévia explicação para origem das lendas e mitos
amazônicos. Como afirma o site “Morte Súbita”, Algumas tribos acreditam que Tupã, depois de criar o universo, criou os
semideuses, o homem e outras criaturas com as quais povoou a Terra. Tupã criou também o Mundo Superior, onde habitam
os deuses e os bons, e o Inferior; onde ficam os maus e os seres demoníacos. Por exemplo, Anhangá, que é um deus
maldito, cheio de ódio em seu coração, enviado para o mundo Inferior. Entre as criaturas que Tupã espalhou pela Terra
estão o Curupira, um semideus que protege as florestas e a natureza da ação destrutiva dos homens; que também é
relatado por padre Anchieta. Cascudo (2014, p.21-22) relatou

Acrescentarei poucas palavras acerca dos espectros noturnos ou outros demônios com que
costumam os índios aterrar-se. É cousas sabida e pela boca de todos corre que há certos
demônios, que os brasileiros chamam CURUPIRA, que dão-lhes de açoites, machucam-os e
matam-os, são testemunho disto os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por ele.

Nas religiões é muito comum a existência do céu, onde é a morada divina, e o inferno, onde a morada demoníaca, a qual as
pessoas que fazem mal ou cometem atrocidade perante a vida encanada pagam suas pendências, assim crendo na
imortalidade da alma. Na mitologia indígena não existe um ser demoníaco supremo, na antologia do folclore brasileiro de
Cascudo (2014, p.47), há vários demônios que atormentam as pessoas após a morte e são chamados de ANHANGÁ,
IURUPARÍ, CURUPIRA, TAGUÁIBA, TEMOTÉ, TAUBIMAMA; como em outras religiões, os índios temem os espíritos maus,
seres sobrenaturais que vivem no plano material atormentando os homens, levando o imaginário ao súbito terror.

LENDAS AMAZÔNICAS
O CURUPIRA

O curupira é considerado um ser mitológico presente nas florestas amazônicas. Segundo relatos e crenças populares, ele
possui os calcanhares voltados para frente e os dedos dos pés para trás. Sendo mito difundido no Brasil, suas
características variam bastante. Em algumas versões das histórias, o Curupira possui pelos vermelhos e dentes verdes. Em
outras versões tem enormes orelhas ou é totalmente calvo. Pode ou não portar um machado e em uma versão chega ser
feito do casco de jabuti, de acordo com o site “Cantinho dos Deuses” (2011).

Há muitos relatos da aparência física dele e da sua personalidade. Para muitos, ele é um pequeno homem da floresta
bondoso, para outros, um negrinho cabeça-seca, pretensioso e mau. Para Machado (1987, p.41) “o curupira arranca de
suas vítimas os dentes para ornamentar o seu colar, confeccionados de ossos e dentes humanos”, mas para a crença
indígena, ele é um espírito mau, cheio de ódio no coração, então tupã criou o mundo inferior, a terra onde eles estão
espalhados. No site “Morte Súbita”, Elias Gustavo diz que

"Bons caçadores", aqueles que vão à caça para matar a fome. Os "maus", no entanto, que matam
para ser divertir, ou indiscriminadamente, fêmeas e filhotes, acabam caindo nas armadilhas do
Curupira. Aliás, para os bons, ele nem aparece. E quem o viu, conta a lenda, está correndo até
hoje. Seu truque predileto é se transformar em caça, uma paca, um tatu, onça ou qualquer outro
bicho que atraia os caçadores para o meio da floresta. E lá eles ficam perdidos para sempre.
Mesmo sabendo que matar animais, abater árvores para a subsistência não é alvo da ira do
Curupira, os índios entram na mata cheios de respeito e termos. Eles costumam levar sempre
presentes, para agradar ao protetor da floresta, como fumo, comida, flechas e objetos que deixam
nas trilhas.

Machado (1987, p.41), diz que o Curupira é protetor da floresta, só permitindo aos caçadores matarem os animais
necessários para a sua subsistência. Ele não gosta que maltratem os animais, vive em prol da preservação da floresta e
tudo que está presente nela; é o guardião sobrenatural, usa seus poderes místicos para adivinhar os pensamentos dos
outros, para castigar as pessoas quando elas as fazem maldade com a mata, é um ser traquino. O Curupira defende e
deixa os caçadores perdidos. Assim como na sociedade, na mata a punição para quem infringir as regras é servir como
exemplo e lição de moral que não deve maltratar as árvores e os amimais, pois existe um dono e com ele, sues
encantamento e poderes, que castigam caçadores que infringem suas regras.

Os relatos de suas aparições são contadas por pessoas que trabalhavam e viviam nos seringais, há relatos no livro de
Serafim (2001, p.17), “para muitos seringueiros da Amazônia de alguns anos atrás, o Curupira não só existe de fato e

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morava na floresta, como era seu dono absoluto”; muitos dizem já ter visto ou relatam as características dos seus feitos na
mata, ele não é mais visto como ser imaginário, e sim, como uma realidade de suas vidas.

No livro “O boto e broto”, o Curupira é generoso com as pessoas que habitam as margens dos rios e florestas, pois quando
os habitantes estavam com forme e saíam para calçar, ele nunca os deixa voltar sem alimento; ele não é um inimigo dos
homens ou um demônio como as pessoas costumam dizer, mas um anjo protetor. Há relatos que ele usa animais para
indicar onde estão os alimentos, assim como a saída da floresta.

Os moradores das regiões dos seringais e florestas são muito supersticiosos; segundo eles, há a Lei da Selva, determinada
pelo próprio Curupira, que nos dias de domingo a tarde é proibido caçar, e quem quebra a regra está azarado a conseguir
qualquer tipo de caça e outras formas de alimento que a selva oferece; caçar com alimento em casa também é infringir as
regras das leis do Curupira, e o castigo costuma ser físico, com várias lapadas de galhos. Ele se aproxima fazendo um som
imenso em velocidade extrema, com muita raiva sem piedade. Com seus poderes ele não deixa marcas nas pessoas, mas
a dor física é real, através desses e outros relatos de pessoas que obtiveram contato com natureza, torna-se real sua
existência.

O MAPINGUARI

Na mitologia indígena, o Mapinguari seria um índio, um pajé que descobriu o segredo da imortalidade, mas o preço que
pagou por isso, foi ser transformado em um animal horrível e fedorento. O Mapinguari é considerado um monstro devorador
de pessoas. Para Machado (1987, p.33) “ele vaga pelos castanhais, e quando surpreende um homem, apanha-o com
facilidade, coloca-o de baixo do braço, devora-o vivo, arrancando-lhe pedaço por pedaço”.

Conta a história que o Mapinguari é um macacão enorme e peludo chamado de coatá. É um animal que habita em cavernas
nos lugares altos em terra firme, e vive nas densas florestas. É de porte muito alto, possui o corpo coberto de pelos
mesclado entre o castanho escuro, preto e branco. Seus pés eram iguais das mãos de pilão. Há relatos que suas marcas
deixadas nas florestas são similares às de um ouriço de castanha, o seu marco é a existência de um único olho localizado
no meio da testa, e sua boca é de orelha a orelha. É um ser metamorfo com característica de homem e animal; dizem que o
monstro passa no local uma vez ao ano, de modo a atacar as pessoas. Serafim (2001, p.24), diz que “primeiramente ele
usa gritos aterrorizantes e ensurdecedores que até as árvores parecem temer de pavor, para paralisar as vítimas e em
seguida esquartejá-las e comê-las,”. Diferentes das outras lendas, ele é irracional, causa pavor e destruição por onde
passa, tornando temível e assustador para homens e animais. Para Machado (1987, pg.34)

O manpinguarir, provavelmente, é um urso oriundo dos Andes e adaptado à floresta amazônica.


Por trata-se de uma animal raro e desconhecido dos habitantes da imensa planície, criaram-se as
histórias e lendas a seu respeito. Colabora com essa teoria o domínio geográfico de suas
aparições: o Alto Solimões, Negros, Purus, Juruá, Madeira, pontos de intersecção com a planície
com os Andes.

O blog “O amanhecer” (2013), explica que “o biólogo norte-americano David Oren, pesquisador do museu paraense Emílio
Goëldi, cujos estudos à TV japonesa se baseou, andou bem perto de dar uma explicação científica dos relatos de
seringueiros e índios. Eu o entrevistei em 1996 em Macapá, no Amapá, e ele disse estar convencido de que o Mapinguari é
uma preguiça terrestre que viveu há 10 mil anos em várias regiões do planeta e que ainda pode ser encontrada em lugares
isolados e impenetráveis da Amazônia, que havia 8 espécies de preguiça, aqui na Amazônia que andavam somente no
chão. Uma dessas espécies era maior que um elefante”.

Os relatos no livro “Boto e broto”, diz que das localidades onde ele vivia, em determinadas épocas percorria parte da
Amazônia entre os rios Madeira e Purus. Dizem os mais antigos que a única forma de matar o Mapinguari é usar cartuchos
envolvidos em cera de abelhas. Muitas pessoas dessa região tentaram caçar ele, sempre em tentativas frustradas. Ainda
sobre o livro supracitado, Serafim (2001, p.25) que

Um rapaz valente, em dia santo, decidiu caçar o Mapinguari. Ao adentrar na mata, rumo à Serra
dos Encantados, onde vivia ele, o rapaz ouviu o estrondo, mas não ficou paralisado. Então
iniciou-se a perseguição da fera ao caçador; o rapaz perdeu a arma, os gritos estavam ficando
cada vez mais fortes, então ele chegou perto do lago e subiu em uma árvore e viu o bicho entrar
no lago e beber bastante água. Quando o Mapinguari avistou o rapaz pelo reflexos dos seu rosto
na água, ele foi morto por uma cobra grande que lá habitava, e não se viu mas relatos de
aparição dele na região.

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Esse conto é caracterizado como lenda e ninguém sabe até onde é verdade ou imaginação. É uma verdade pronta que o
rapaz afirma ter vivido. Ainda não foi comprovado cientificamente a existência desse animal pré-histórico nos dias de hoje,
não se sabe também se o Mapinguari é esse animal, mas os caboclos acreditam que seja um ser sobrenatural habitantes
das florestas, onde constitui em sua realidade, com tantas narrativas que são repassadas ao longo do tempo. O que
sabemos é que o Mapinguari é um importante personagem do folclore amazônico, cujas narrativas a respeito da sua
aparição em diferentes regiões proporcionam um marco de realidade junto à ficção.

HONORATO COBRA GRANDE

A Cobra Grande é um rapaz encantado, que vive no fundo do rio. Como descreve Machado (1987, p.34), a Cobra Grande
pode ser uma cobra comum ou um encantado, isto é, pessoa que foi seduzida por botos ou eram levadas para o fundo das
águas; o seu tamanho é superior ao de qualquer cobra vista já na Amazônia, as suas aparições nos rios deixam medo e
temor, como descrito no livro de Machado (1987, p.34)

Quando querem ver o mundo, tomam forma de gigantescas cobras que passeiam a torna d´agua,
cujo olhos, na escuridão, imitam focos de luz iguais aos faróis dos automóveis ou tomam forma
de um navio todo iluminado, que desaparece momentaneamente e reaparece mais adiante,
enganando os incautos.

Os antigos contam que Honorato e sua irmã são filhos de boto, e foram abandonadas às margens do rio, que as crianças
foram pegas pela mãe-da-água que encantou e transformou em cobra grande. Para Câmara, no Paranã do Cachoeirí, entre
o amazonas e o rio Trombetas, nasceram Honorato e sua irmã, Maria Caninana, a mãe sentiu-se grávida quando banhava-
se no rio Claro, os filhos eram gêmeos e vieram ao mundo na forma de duas serpentes escuras, Honorato, o menino,
transformou-se em uma cobra grande que ajuda as pessoas que estavam em perigo, sua irmã, Maria Nargita, ao contrário
dele, era cruel impiedosa, adorava virar as embarcações por onde passa deixava seu rastro de destruição e maldade. Ela
tinha prazer em ver as pessoas sendo tragadas pelas águas dos rios. A diferença de pessoalidade é marcante em suas
lenda, a qual teve uma tragédia familiar envolvendo os dois irmãos.

A maldade Maria Nargita fez com que seu irmão a matasse, depois de percorrer vários rios da Amazônia, atrás dela,
Honorato encontrou-a no momento que ela iria virar uma embarcação cheia de passageiros, então eles travaram uma
imensa luta até resultar na morte de sua irmã. Como diz Serafim Antônio (2001, p.57) a luta foi renhida durante muitas e
muitas horas, mas enfim, Honorato conseguiu matar a fera e livrar-se da fúria da endiabrada Maria Zargida; dizem que João
Honorato, filho de boto, onde havia festas ele estava bebendo, dançando levava uma vida boêmia, possuía o poder de
transformar-se em homem por ser filho de boto; outra lenda amazônica que se agrega à de cobra grande, explicando sua
origem, dizia que seu encanto de homem durava até meia-noite, por isso vivia adulando um e outro para desencantá-lo.

O feitiço foi retirado por um rapaz que atirou em seu olho direito à meia- noite, onde passou os restos dos seus dias
trabalhando como prático de navegação. Sabe-se que o Cobra Grande deu muitas outras origens a contos e crenças,
espalhado na região amazônica. Dizem que na fábrica de bitar tem uma cobra muito grande; a filha cobra sai, mas se a
mãe sair, a fábrica desaba. E, em Belém do Pará, dizem que tem uma cobra que o rabo dela está no mercado e outro na
igreja, são muitas as histórias relatando de cobras gigantescas, tornando a de Honorato Cobra Grande a mais popular,
mantendo a essência da cultura regional.

O BOTO

O boto é um mamífero que vive nos rios da Amazônia, é um ser encantado. Muitos ribeirinhos dizem que o boto cor-de-rosa
é malvado, já o de cor preta ajuda as pessoas, principalmente dentro dos rios, para não morrerem afogados. Os contos das
pessoas que vivem às margens do rio é que o boto se transforma em um homem bonito. Para Machado (1987, p.29) essa
metamorfose ocorre, de preferência, nas noites enluaradas, passeando na vizinhança das barracas ribeirinhas, em busca
de romances, ou comparecendo às festa dançantes para exibir as suas qualidades de exímio dançarino; usa terno branco e
chapéu na cabeça, que nas noites de festas ribeirinhas bebe cachaça, e encanta as mulheres, levando-as para o fundo do
rio e engravidando-as, logo trazendo para a superfície. Tornando os filhos das moças órfãos de pai, sem dúvida ele é
responsável pela gravidez de muitas donzelas nas noites de festanças.

As narrativas que são transmitidas a respeito dos botos, em diversos lugares da região norte, muitas vezes vêm com várias
superstições e simpatias, como descreve Machado (1987, p.29), onde diz que o boto é inveterado perseguidor de mulheres,
especialmente se estiverem menstruadas, quando redobra seu assédio. Estas, para atravessarem os rios e lagos, levam
alho machucado, jogando na água para afugentar o galante e importunar o sedutor. Existem outras simpatias como colocar
a faca enfiada de ponta na madeira de canoa para espantá-lo; essas místicas e simpatias fazem parte da cultura ribeirinha,

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aprendizado que são transmitidos decorrentes do tempo, fortificando suas crenças e ampliando as narrativas, refazendo
decorrente ao espaço e meio de suas vivências e experiências. São muitos relatos sobre aparições de moço elegante,
principalmente no meio da noite, no livro “Boto e broto” de Serafim (2001, p.30) as histórias no baixo madeira na região do
lago do Cuniã dizem que

Na casa de Firmino, um grande feiticeiro da região, periodicamente realizavam-se festanças que


acabaram por se tornarem famosas, pela variedade de comida e o grande número de moças
bonitas que ali apareciam, e também era infalível a presença do homem de branco com chapéu
na cabeça. Ninguém sabia de onde vinha nem para onde ia quando a festa terminava. Certo
ninguém sabia sua procedência, porém muitos tinham quase certeza que tratava-se de um boto
tucuxi, do grande lago do Ácara. Então a filha de Firmino engravidou em uma dessas festanças, e
disse à sua mãe Chiquinha, “eu estou assim por causa boto”, e o velho por não crer, duvidou, “se
for filho do boto eu conheço”, mas dona Chiquinha fez os exames, neles constatou-se que era
mesmo filho do boto. É isso que dá convidadar qualquer um para sua festa.

Essas narrativas repassadas pela oralidade fazem parte da vida do povo e passam a ser realidade de suas vidas, não se
sabe até onde vai a veracidade dos fatos, mas que o boto está na crença das comunidades ribeirinhas é fato. É uma das
mais famosas lendas da cultura regional na Amazônia, tornando-a patrimônio da literatura brasileira, preservando os valores
culturais regionais, cujo tempo transforma mas seu legado, vive através dos tempos na memória popular coletiva.

IARA

Havia um homem-peixe que devorava suas vítimas e as levava para o fundo do rio, chamado Ipupiara, que vira a sedutora
Iara. Como cita Machado (1987, p.35) é uma belíssima mulher que habita os lagos igarapés e rios da Amazônia, no fundo
do rio tem seu reino encantado, de onde emerge nas horas calmas e silenciosas do dia, especialmente ao anoitecer; Iara é
uma palavra de origem indígena que significa (aquela que mora na água), Na opinião Cascudo, Iara é simplesmente uma
forma literária brasileira para representar a lenda mediterrânea da sereia sedutora ou da Mãe D'Água do folclore africano, e
não um mito autenticamente brasileiro. Em outras parte do mundo ela é inimiga humana, principalmente das pessoas que
vivem da pesca, é uma devoradora de carne humana. Na versão amazônica, segunda a lenda indígena, a Iara era uma
mulher guerreira, a melhor da tribo, e recebia muitos elogios do seu pai, o pajé. Os irmãos de Iara tinha muita inveja e
resolveram matá-la à noite, enquanto dormia. Iara, que possuía uma audição bastante aguçada, os escutou e os matou.
Com medo da reação de seu pai, Iara fugiu. Seu pai realizou uma busca implacável e conseguiu encontrá-la, sua punição
era a pena de morte. Seu corpo fora jogado no encontro dos rios Negro e Solimões. Alguns peixes levaram a moça até a
superfície e a transformaram em uma linda sereia. Habitantes dos rios e lagos da Amazônia a descrevem como uma mulher
repleta de beleza e encantamento ocasionados pela morte dos seus irmãos.

Sua forma física é de uma mulher com caudas de peixe (uma sereia), ela possui cabelos negros e olhos castanhos, muito
conhecida também como a mãe-d’água, dizem que ela costuma passar seu tempo admirando sua beleza no reflexo da
água, banhando-se nos rios no final da tarde, cantando uma melodia irresistível, assim os homens que a ouvem não
conseguem resistir aos seus desejos e entram na água. Ela pode cegar de desejo qualquer homem e levar para o fundo do
rio no seu reino encantado onde se casam. Conta a lenda que quando eles conseguem voltar, acabam enlouquecendo por
causa dos encantamentos da sereia, e só o pajé, consegue quebrar o feitiço.

A Iara é uma importante personagem do folclore amazônico e brasileiro. Os índios tem tanto medo que evitam tomar banho
no rio ao final da tarde, e quando entram, pedem permissão a ela para que nenhum mal aconteça; em alguns lugares fazem
até o sinal da cruz, respeitando a rainha das águas amazônicas e todo seu poder sobrenatural, valorizando os
conhecimentos transmitidos pelos seus antepassados em temor às sua crendices.

BOITATÁ

É um Monstro com olhos de fogo enormes. Durante o dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma
espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Desde então anda pelos campos em
busca de restos de animais. As  lendas mestiças ou caboclas do folclore, segundo as quais, o Boitatá  é o espírito das
pessoas que não foram batizadas, ou ainda é visto como almas penadas, ou mesmo o filho da união de irmãos ou
compadres, são crenças religiosas que se juntam às indígenas e buscam explicar a lenda e origem com novos conceitos da
anomalia sobrenatural.

Algumas vezes assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça, perseguindo os
viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. A

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ciência confirma que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos,
sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, que vistos de longe, se assemelham a grandes tochas em movimento.

O Boitatá é de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era
a mais temível assombração; para muitas tribos, é a origem do fogo. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de
um ser que habitava as águas profundas, que saía à noite para caçar, seu nome era Bia tatá, em outra versão dizem que
“Boitatá” foi inversão de padre José de Anchieta, que o denominou com o termo tupi Mbaetatá – coisa de fogo. A ideia era
de uma luz que se movimentava no espaço, daí, “veio à imagem da marcha ondulada da serpente”. Foi essa imagem que
se consagrou na imaginação popular, a qual descreve o Boitatá como uma serpente com olhos que parecem dois faróis,
couro transparente que brilha nas noites em que aparece deslizando nas campinas, nas beiras dos rios. Conta a lenda que
houve um período de noite sem fim nas matas. Dizem que quem encontra esse animal na mata pode ficar louco ou até
morrer. Para evitar desastres maiores os homens acreditam que devem ficar parado, sem respirar de olhos fechados,
porque o Boitatá pode imaginar que é a fuga de alguém que atirou fogo na mata. Em algumas regiões é visto como protetor
das florestas, e não deixa de ser um grande personagens do folclore.

CAIPORA

É conhecida também como caiçara, pelos índios e os jesuítas, sendo conhecida como mãe da mata, a protetora da mata e
dos animais. Assim como o curupira ela costuma agredir os caçadores que matam animais por prazer, aqueles que têm
alimento em sua casa mas saem para caçar. A caipora tem seus pés voltados para trás, fazendo com que os caçadores
percam o rastro e fiquem perdidos na floresta. Ela às vezes costuma atrair as pessoas com grito e imita a voz humana; para
os índios, eles são o demônio da floresta, às vezes são vistos montados em um pouco do mato.

Dentre outras, a descrição desse mito mais frequente na Amazônia é de um índio de pele escura, com o corpo coberto de
pelos e cabelos longos. Vive montado numa espécie de porco-do-mato, carregando sempre uma vara para uns, ou um
arpão para outros. Para os habitantes das florestas é o guardião da vida animal. Sua missão é proteger a caça. De acordo
com os relatos, a caipora e o Mapinguari são índios muito idosos que somem das tribos e se transformam nos personagens
lendários.

Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os
atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante".

Os índios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores. De acordo com a crença, ao entrar na
mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ela. Nomes comuns: Caipora,
Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc. Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi. No
site “Assombrados”, a menina conta a historia;

Dois compadres entram na mata, um com oferenda e outro sem. Então ouviu-se uma voz grossa
e pesada dizendo:  "CAIPOOOORA... CAIPOOOORA". O ser se aproximava dizendo seu nome.
Ao chegar bem perto dos dois homens, que no momento já estavam petrificados, o Caipora
cobrou dos dois o seu fumo, o compadre temeroso havia levado o fumo e o entregou ao Caipora,
já o descrente estava boquiaberto e não sabia o que fazer diante daquele ser que parecia
homem, mas tinha o corpo coberto por pelos, era da altura das árvores e fumava um cachimbo
enorme! O Caipora então pegou o fumo do compadre temeroso e logo se virou para cobrar o seu
fumo do outro, como este não havia levado nada o Caipora se enfureceu tanto que pegou o
homem, arrancou sua cabeça e fumou o seu corpo! O outro, ao ver tamanha barbaridade pegou
seu terço nas mãos e rezando disparou correr em direção à sua casa.

Há vários relatos sobre ele, dos tupis-guaranis, que existia outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno
que causava doenças ou matava os índios. O Caipora usa todos seus conhecimentos sobre a vida na floresta para fazer
armadilhas para os caçadores, destruir suas armas e bater nos cães de caça. O Caipora assusta os caçadores,
reproduzindo sons da floresta, além de modificar os caminhos e rastros para fazer com que os caçadores se percam na
floresta. Ainda diz a lenda que aos domingos, sextas-feiras e dias santos o Caipora age com mais força e de maneira mais
intensa.

O Caipora aprecia o fumo e gosta de cachaça. Para quem lhe oferece esses produtos, retribui com caça abundante. São
trocas de favores fazendo que ambos fiquem em harmonia, também que antes de sair numa noite de quinta-feira para caçar
no mato, deve-se deixar fumo de corda no tronco de uma árvore e dizer: "Toma, Caipora, me deixa ir embora”. É um dos
grandes mistérios que envolve a floresta e sues ritos, fazendo parte do cotidiano dos povos que vivem em florestas densa e
que sobrevive do alimentos que a floresta proporciona, é um grande mito da Amazônia.
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KANOÊ

Kanoê significa “ os que vieram da água, do barro”, a obra é inspirada em lendas amazônica e recebeu o nome da tribo
indígena em que vive na região sul de Rondônia, no vale do Guaporé, próximo à fronteira com a Bolívia. é uma produção
literária em quadrinhos, com 14 páginas os autores são o pai e filho, Jorge Paulo de Freitas Braga e de George Alessandro
Gonçalves Braga, que integra a academia de letras de Rondônia.

Kanoê é um herói amazônico, ele reúne os poderes dos entes lendários da floresta, que faz parte do folclore da Amazônia
como o curupira e suas traquinagens com os caçadores com o poder de atraí-los para se perderem na mata, o boto se sua
beleza de sedução, a Iara dominadora das águas com seu canto apaixonante, o caipora também como protetor da selva
transforma-se em vários animais para punir os que não respeitam suas regras, a obra cuja proposta maior é defender os
interesses ecológicos da fauna, flora e dos rios, com lição moral da preservação da natureza, usando as lendas e mitos
amazônicos para criar um herói que sirva de inspiração para o combatendo da caça e a derrubada ilegal de madeira, da
preservação da história cultural da região norte.

A proposta é usar os conhecimentos folclóricos regionais, buscando despertar a apreciação da cultuara amazônica com
intuito de preserva as raízes culturais, que vem sendo pouca utilizada na mídia. Os livros estão sendo enfraquecido com a
tecnologia e são pouco utilizados pelos educadores no ambiente escolar, também ele é uma proposta pedagógica para se
usar na alfabetização com intuito valorizar a literatura regional, surgindo como um personagem original do esta de
Rondônia, objetivando o incentivo a leitura para as crianças, adolescentes e adultos, assim preservando da identidade
cultural.

LENDAS DE RONDÔNIA
Observando a literatura regional amazônica, as lendas e mitos de Rondônia presentes no amplo espaço geográfico da
região norte, algumas lendas termos em comum juntamente com os outros estados da região. Partindo do pressuposto de
estudos de autores regionais como Rosangela C. Lima e Simei Santos, organizadora do livro imaginário amazônico, J.
Lanzellotti e vários autores e o livro “Histórias e lendas do norte”, muitas narrativas são heterogênicas, fazem parte da
cultura de estados da região norte, como a lenda do boto, o Mapinguari, a Iara, o Honorato Cobra Grande, e fazem-se
presente também na literatura do estado de Rondônia.

Mas existem muitas lendas que são exclusivamente conhecidas e produzidas em seus estados de origem, não
ultrapassando os limites geográficos das suas regiões. Em Rondônia há varias lendas heterogêneas de outros estados,
como é descrito no livro de Machado sobre as almas penadas dos oficias, soldados, artifícios e escravos que, em busca do
ouro da na região que fazia parte da colônia portuguesa, as almas povoam as muralhas e os interiores da fortaleza do Forte
Príncipe da Beira. Elas pertencem aos presos que ainda se encontram presentes na abandonada base militar. Segundo o
relato do sacerdote que ficou preso em uma das masmorras do forte príncipe, as almas procuram os vivos para mostrar
onde estão os tesouros enterrados, uma espécie de maldição que eles carregam pela ganância do ouro, que os prende
ainda no plano dos vivos.

Existe a lenda da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, das almas perdidas que ainda andam pelos trilhos e florestas; o
cemitério da Candelária, onde morreram vários índios e trabalhadores, e dizem ver almas andado pela região. A lenda da
pedra preciosa relatada pelo seringueiro Raimundo Ferreira no livro “Boto e o broto” que durante as caçadas na cabeceira
do rio Tabacos no Alto Guaporé, o rapaz achou uma pedra diferente das muitas que se encontravam nas margens do rio,
com peso de um quilo, o rapaz que a encontrou, era o sobrinho do Raimundo, o qual levou ela para casa, quando a noite
chegou, ao deitar para dormir, o rapaz ouvia algo despencar do armário, era a pedra, ele colocava ela no lugar e quando
deitava ela caia de novo - se repetia pela noite o pega-e-cai da pedra, na manhã seguinte ele contou acontecido para seu
Raimundo ele confirmou escutar o barulho à noite da queda da pedra, então resolveu coloca-la em uma caixa, mas ao
chegar à noite, a pedra voltava a cair. Então ele colocou a pedra com vários outros objetos no baú com lençóis, mas a
pedra continuava a cair. Esse fenômeno durou três meses, então dona Maricota jogou a pedra no rio e nunca mais a viram
de novo. Mesmo assim, não conseguiram explicar tal fenômeno, o que deduziram foi a existência de uma força mística na
pedra pedindo para volta para seu lugar no rio Tabaco. Assim mostra-se que os fenômenos isolados da região transformam-
se em literatura escrita advindas da literatura oral, abrangido um número maior de leitores, transpondo os acontecimentos
vividos em um determinado lugar formando a literatura e cultura regional. As lendas de Rondônia sofrem uma grande
influência europeia, trazida pelos portugueses sobre almas penadas, objetos e lugares mal assombrados.

Grande parte das lendas e mitos da região norte são narrativas conceituadas, mostrando as adversidade dos
acontecimentos, considerada única pela estrutura física e sua historicidade, sabemos que a literatura regional amazônica
não se prende apenas às narrativas mais famosas presente nas escolas, mas ao passar do tempo surgem novas histórias

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que se agrupam com as mais conhecidas do folclore amazônico, ultrapassando as barreiras locais, adentrando em outras
culturas, valorizando-a e fazendo parte do meio social, assim, é capaz de produzir e reproduzi-la no processo de
comunicação relacionado ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas
básicas: falar, escutar, leitura e a escrita.

PROVOCAÇÕES CULTURAIS

A Amazônia é rica quando se fala de lenda e mitos, carregando na sua identidade cultural as explicações dos fenômenos da
natureza. A cultura pode ser interpretada de várias formas, gênero, raça, etnia, histórias. Porém, as lendas amazônicas vêm
sendo menos abordadas nos lares e nas escolas a cada dia, pendendo a essência da formação cultural da localidade.

Nos PCNs (1998, p.126) é dito que “a ideia veiculada na escola de um Brasil sem diferenças, formado originalmente pelas
três raças — o índio, o branco e o negro — que se dissolveram, dando origem ao brasileiro”. A cultura amazônica sofre
influencia da cultura cabocla e também da cultura indígena, que forma a sociedade amazônica, assim como no Brasil que
sofre influência africana, a região norte, foi massificada pela cultura do Ceará e do Maranhão que trouxeram o Bumba-meu-
boi, que foi modificado para o tradicional Boi-Bumbá em Manaus, Rondônia e outros locais; no Pará, o carimbo (criatividade
artística do povo paranaense criado pelos índios tupinambá), as Pastorinhas do Natal que são apresentadas na cidade de
Porto Velho e seus afluentes, folclore de ciclo natalino. São várias as influências, já que no passado houve uma grande
migração de gaúchos, paulistas e até europeus e africanos. Sendo assim, são várias as manifestações culturais presentes
nessa parte do Brasil, denominadas cultura popular que deu o termo folclore. Como aponta Ortiz (1985), “até meados do
século XVII a fronteira entre cultura popular e cultura de elite não estava bem delimitada, porque a nobreza participava das
crenças religiosas, das superstições e dos jogos realizados pelas camadas subalternas”. O termo identificava o saber
tradicional preservado pela transmissão oral entre os camponeses e substituía outros que eram utilizados com o mesmo
objetivo. Kupstas (1988, p.10) diz:

Quem faz a cultura popular? O homem rústico, do campo, o suburbano, o urbano marginalizado,
todos aqueles cuja expressão cultural não usa, necessariamente, a escrita. Seu fazer
culturalmente une corpo e alma, o físico; expressam um momento de viver. Daí, podemos
considerar cultura popular as danças, candomblé, a escola de samba, os modos de plantar, a
bebida, o modo rir ou chorar, os comprimentos, as simpatias, enfim, tanto objetos como
expressão física ou espirituais de um povo.

A cultura é a expressão que se coloca no limite das culturas eruditas, populares e de massa. As produções culturais
populares reproduzem seu envolvimento com os símbolos que formam a realidade do seu mundo, muitas delas expressas
pelas narrativas orais, mas também pela arte, enaltecendo seus valores próprios que através da cultura exprime e transmite
sentimentos. para Ferreira (2006, p.61), “a escola como formadora de opiniões recebeu a missão de transmitir a cultura
ampliando a inserção e participação em várias práticas sociais. Desta forma, é importante ressaltar o papel da educação
neste processo cultural, isso poderá ser feito através da transmissão de valores resgatando os saberes locais”. As lendas e
mitos amazônicos não devem ser trabalhados apenas no espaço físico das salas de aula, não só em forma de literatura; o
professor em conjunto com o suporte pedagógico da escola, deve veicular a aprendizagem relacionando com outras formas
de manifestações culturais, exemplo; através da arte em forma de teatro, em contos que reviva as histórias narradas por
moradores de comunidade ribeirinha em forma de teatro de fantoches, podendo também fazer uma feira cultural com
banners, desenhos, atrativos que expliquem e proporcionem o conhecimento para despertar o interesse dos nossos alunos
leitores, pois a lendas e mitos amazônicos possuem valores morais como “não deve matar os animais por prazer, pois o
Curupira castiga”, também já agrega regra de conduta social. As escolas podem fazer o projeto, semana literária
amazônica, promovendo o incentivo à leitura e escrita a partir das e lendas e mitos; a construção de poesia e sua
apresentação desenvolvendo uso da oralidade, postura perante o público, qualificando para o trabalho de forma lúdica,
conservando a sua cultura.

O caboclo e outras etnias, que vivem aos arredores das florestas e rios, “buscam informações que possibilitem a
compreensão do seu universo” Ferreira (2006, p.64), os professores devem utilizar práticas pedagógicas relacionadas às
vivências do aluno, confrontando com outras culturas e ideologias científicas, fazendo-os refletir sobre o sua origem e o
papel que ocupa na sociedade. Os alunos carregam sua herança cultural; as variedades de expressar a cultura amazônica
através de livros, danças, artesanatos e teatro exemplifica-se como toda e qualquer manifestação do homem o significado
da sua conduta diante da sociedade. O folclore é uma manifestação da cultura popular, rico e imaginário, cuja origem está
ligada ao mundo selvagem aos grandiosos rios e aos alimentos de lá retirados, heranças culturais interlaçados nas etnias
formadoras da sociedade que é expressado através da cultura.

IDENTIDADE CULTURAL AMAZÔNICA


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A Amazônia possui uma diversidade étnica, religiosa e cultural muito grande, várias crenças provêm da mitologia indígena,
conservadas e repassadas pela etnia cabocla, predominante da região, resultado das confluências sociais distintas,
principalmente dos ribeirinhos, que vivem em constante contato com a natureza, que interfere diretamente na sua formação
cultural e social, de modo que, trazem histórias assombrosas, ritos poucos conhecidos, festa e comemoração específica
das suas localidades, que não são comuns no meio urbano. Viver a cultura amazônica é confrontar-se com a diversidade,
com diferentes condições de vida, diferentes locais, saberes, valores, práticas sociais e educativas. Abordar as questões
que estão presentes na construção da linguagem dos alunos, relacionando a cultura amazônica entre a teoria da escola e a
prática do aprende em sala de aula, Ferreira (2006, p.145), diz que “a reflexão nos conduz a duas realidades: dos avós e
pais contadores de histórias devido às dificuldades muitas vezes ligadas à distância e à falta de escolas que tiveram
oportunidade de frequentar e que, hoje, têm seus filhos e netos. Nesse universo, nos deparamos com a riqueza oral que
passa de pai para filho e da professora, que de forma diferente da nativa, conduz o aluno na busca da compreensão mais
racional das histórias, lendas e mitos”. Os alunos acreditam como verdade única as narrativas contadas por seus familiares,
que transmitem sabedoria sem que ele tenha contato com o mundo escolar. Cabe aos professores qualificarem os alunos
para o mercado de trabalho sem desvinculá-los dos seus valores culturais. As lendas e mitos podem ser utilizados não só
como leitura, mas também para estudar gramática, analisando as figuras de linguagem, recursos que o escritor usa para
aumentar o significado do texto, as conjunções que são os conectivos das frases, os verbos, substantivos, ou até mesmo
pelo texto do aluno, utilizando os mitos e lendas como temática da sua produção ou incentivando a escrever sobre
diferentes tipos textuais, como o descritivo, utilizando as características de metamorfose entre homem e animal que a
lendas e mitos possuem; os textos argumentativos, onde o aluno impõe seu ponto de vista sobre as lendas e mitos e tudo
que já escutaram referente ao tema. A proposta pedagógica é fundamental para preservação da identidade cultural na
escola, pois aborda as lendas e os mitos de forma a manter viva a cultura em suas memórias, preservando a sua história e
do seu antepassado.

Santos (1983, p.3), ressalta que o desenvolvimento da humanidade está marcado por contatos e conflitos entre os valores e
modos diferentes de organizar a vida social, de se apropriar de recursos naturais e transformá-los, de conceber a realidade
e expressá-la em interação com a biodiversidade dos ecossistemas aquáticos e terrestres amazônicos. As pessoas
caracterizam seus modos de viver por meio do trabalho e tudo que é produzido, agregando às outras culturas entrelaçadas
na origem da civilização amazônica, ocasionando suas expressões culturais. De acordo com a UNICEF (2012, p.9)

A cultura influência os modos de ser e de estar no mundo; de agir, sentir e se relacionar com o
natural e o social. No Brasil, há uma diversidade cultural significativa. Todas devem ser
valorizadas. Esse conceito permite observar a força das culturas de indígenas e de afro-
brasileiros em todos os momentos cotidianos. Nos seus modos diversos de falar, andar, comer,
orar, celebrar e brincar estão inscritas suas marcas civilizatórias. Há um traço de destaque nesses
povos: ancorados na dimensão do sagrado celebram e respeitam a vida e a morte, estabelecendo
uma relação ética com a natureza. Pela forma de se expressar e de ver o mundo, tais populações
mantêm vivas suas histórias.

Todas as pessoas, independentemente das condições financeira, religiosa, ética, ou racial, devem valorizar a identidade
cultural, compreender os costumes de cada região, como forma de aprendizado do comportamento humano em
determinadas localidades na sociedade. Na Amazônia, as histórias são vivenciadas e expressadas por familiares e amigos,
cujos saberes vêm sendo expressos e repassados de geração para geração, através de narrativas que envolvem o
imaginário popular, influenciado pelas crenças indígenas, que é muito representativo em suas vidas cotidianas. Essas
narrativas são a forma principal de transmissão e preservação do conhecimento e da cultura em si. Para Loureiro (1995,
p.56), “a cultura amazônica, onde predomina a motivação de origem rural ribeirinha é aquela na qual melhor expressa, se
mantém as manifestações decorrentes de um imaginário unificador refletido nos mitos”. Trabalhar na sala de aula textos
que se familiarizem com a cultura mítica baseada em pessoas que vivem da caça, pesca, do meio rural, trabalhadores que
ajudam suas famílias dependendo dos recursos naturais, que pouco frequentaram a escola, fica mais fácil falar de coisas
que conhecem, pois assimilam mais rápido por possuir o conhecimento antes mesmo de frequentar a escola.

CULTURA AMAZÔNICA NA ESCOLA

A escola é o lugar de obtenção de conhecimentos diversificado onde o professor é mediador do conhecimento. Os alunos
ao ingressarem no mundo dos saberes já possuem uma bagagem cultural advindo do meio social, os jovens se formam em
suas comunidades trazendo seus hábitos, sentidos, competências, o saber o qual ele chega à escola e seu patrimônio
cultural, devendo ser apreciado como início da educação, onde a cultura faz parte do processo de formação da escola,
assim como as narrativas tem um papel fundamental na construção do conhecimento, já que os alunos precisam ter
vontade de emprestar acontecimentos vividos por eles ou seus familiares, é onde buscamos compreender o mecanismo de

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desenvolvimento humano agregado ao processo da leitura e escrita no âmbito escolar, através dela é possível trabalhar o
paralelismo da realidade social do aluno com a didática pedagógica escolar, agregando e respeitando as crenças valores
culturais aos quais nortear a formação social do cidadão, trabalhar os aspectos culturais que fazem parte da sua realidade,
facilitando a aprendizagem e estimulando a busca pelo conhecimento, debater em sala, já que a leitura também traz valores
sociais podendo compreender, agregando concepções de mundo, pelo qual se vincula a teoria formando várias práticas do
discurso. O objeto do ensino é, portanto, de aprendizagem e o conhecimento linguístico e discursivo com qual o sujeito
opera ao participar das práticas sociais mediadas pela linguagem, PCNs (1998, p.22).

A escola é um lugar onde apresenta uma diversidade de peculiaridades sociais. Cada aluno traz em suas raízes sua base
cultural as quais se processar decorrente ao tempo, influenciada pela linguagem advinda de suas famílias e por interação
social. Para Geertz (1989, p.23), “entender que a cultura está repleta de símbolos e significados, voltados para o meio
ambiente e social de cada ser humano sob o domínio de uma estética mantida pela transmissão de geração.” Nesse
contexto, a cultura permanece na memória de um grupo social influenciado e determinando sua cultura. Assim nos PCNs
(1997, p.22)

o domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é
por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos
de vista, partilha ou constrói visões de mundo produz conhecimento.

Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a
responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da
cidadania, direito inalienável de todos; o homem é um ser social que depende da interação para construir seu ponto de vista
em a relação ao mundo. Quando o aluno chega à escola, ele traz tudo que acumulou decorrente no seu tempo, no meio
social, como suas crenças, hábitos e cultura. A interação com outros alunos e educadores é que proporciona o
desenvolvimento cognitivo entre o meio que eles vivem e os diferentes estratos sociais.

É comum nas escolas trabalharem contos e histórias que advêm do continente Europeu, que se destacam por trazerem o
peso da autoridade e impunidade, é utilizam elas como forma de regras éticas de conduta pessoal na sociedade. Para
Ferreira (p. 70), "saber o certo e o errado, o bem e o mal" são valores de juízo pessoal aos quais a escola tem o papel de
intermediar para o convívio em sociedade. A cultura amazônica é muito rica também, principalmente no que diz respeito aos
mitos e lendas; estão interligados à cultura do povo, aos saberes são importantes quando vistos de acordo com a realidade,
não saindo da realidade, visto como de fato são, sem enfeites ou máscaras, ver a realidade é olhar o jeito que ela é. As
histórias são voltadas para realidades de vida e suas experiências, o que precisa conhecer ao decorrer do tempo, pois
garantirá o conhecimento para os perigos que enfrentam no cotidiano, suas narrativas, as produções escritas são meios de
entender a realidade social que cerca o aluno. No livro “TELÁRIS” de Ana Trinconi e Terezinha Bertin, trabalhado nos 6º
anos da escola Carmela Dutra, (o capítulo 4. P.98), aborda-se contos e realidades, nos quais a criação cruza ficção e
realidade de tal forma que fica quase impossível de separar o que é real do que é imaginário, norte que as características
das lendas amazônicas que poderia ser incluindo na didática do livros. A lenda do boto, o Mapinguari, em vez de trabalhar a
menina e as balas, as luas de Luísa, tô com fome, histórias que não fazem parte do universo e das localidades da região
norte, a importância do saber e da cultura no processo didático-pedagógico também refletem sobre a negação da educação
do cidadão quando seu saber e sua cultura não são levadas em consideração. O processo acumulativo de narrativas leva
em conta os antepassados e as experiências vividas pelas pessoas da comunidade, repassadas pela oralidade se tornam
hábitos de vivências entre as pessoas com o contado com a natureza eles começam a construir seu próprio mundo. Diante
da convivência com esta natureza, criam-se laços de integração, representados pelos respeitos aos meios e pelas
narrativas que caracterizam a particularidades deste grupo social, são percebidos desta maneira (FERREIRA, 2006, pg.81).

ICENTIVO A LEITURA NO ÂMBITO ESCOLAR UTILIZANDO AS LENDAS E MITOS

A leitura é fator social presente nosso dia a dia, precisamos entender o código linguístico para nos orientar e acompanhar
as informações perante a sociedade, transmitir conhecimento transpassa barreiras geográficas conectando as pessoas, é a
leitura o propulsor da aprendizagem na escola. Para Ferreira (2007, p.222) “a escola dever dispor de uma biblioteca que
seja colocada à disposição dos alunos. É desejável também que as salas de aulas disponham de um acervo de livros e de
outras maneiras de leitura”. É importante a estrutura da escola para diversificar os gêneros textuais, ampliando a leitura na
escola, o planejamento perante os temas depende do professor, que tem papel importantíssimo na construção da
aprendizagem, em seu planejamento deve ter atividades regulares de leitura, já que a leitura é processo continuo de
aprendizagem.

Depois de diversificar o ato de ler, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (p.32)

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No contexto das práticas de aprendizagem de língua(gem), conviver com situações de produção


escrita, oral e imagética, de leitura e de escuta, que lhe propiciem uma inserção em práticas de
linguagem em que são colocados em funcionamento textos que exigem da parte do aluno
conhecimentos distintos daqueles usados em situações de interação informais, sejam elas face a
face ou não. Dito de outra forma, o aluno deverá passar a lidar com situações de interação que se
revestem de uma complexidade que exigirá dele a construção de saberes relativos ao uso de
estratégias (linguística, textual e pragmática) por meio das quais se procura assegurar a
autonomia do texto em relação ao contexto de situação imediato.

Quando lemos, interpretamos de maneiras singulares, devido nossa realidade e concepção de refletir sobre o mundo, os
nossos repertórios individuais interferem na produção de sentido, trabalhar com diferentes gêneros é motivar o aluno a sair
da realidade do seu meio, ampliar seu conhecimento no campo das letras e mostrar novas concepções de mundo que não
fazem parte da sua realidade, buscando extrair ideias para o campo das reflexões, aumentando seu repertório para
absorver maiores informações na produção de sentido.

A leitura desenvolve uma visão crítica da realidade, o professor colabora transformado o aluno, ele descobre que a leitura
lhe permite viver experiências, sentimentos de alegria, de tristeza, de medo, de angústia e de encantamento, como também
lhe proporciona construir conhecimentos mais elaborado e significativo da realidade, desde que adote uma prática metódica
e crítica para o ato de ler. Para Bakhtin (1992, p.32), a concepção a respeito da leitura é de designar ao leitor ao papel de
coautor do texto “colocando o leitor diante do texto na direção de interlocutor, não como um passivo receptor do discurso de
autor;” ao ler o livro há uma troca de concepções entre leito e autor, confronto de ideologias, de acordo com a experiência
do leitor, proporcionando novas experiências conhecimentos advindos através das ciências do autor.

Como conceitua Ferreira (2007, p.269), “ler implica não só memorização, mas sempre envolve emoções, bem com
conhecimentos e experiências anteriores, não sendo a mesma separada da escrita e do pensamento”. O desenvolvimento
de qualquer atividade em sem sala de aula pode despertar o interesse pela leitura, a leitura poderá ser prazerosa pelos
alunos, se for pelo assunto de seu interesse ou se despertar curiosidade pelo gênero. A leitura nunca vai ser algo só para
potencializar a imaginação do leitor, mas uma forma de refletir através dos acontecimentos pessoal e social, já que o
homem ao mesmo tempo em que faz cultura também é parte dela por com viver no espaço social e questiona os fatos que
estão em sua volta.

Enfatizar histórias que vão ao encontro do homem desconhecido e com a realidade se caracterizam com as narrativas das
lendas e mitos amazônicos fascina o imaginário dos alunos, eles crescem ouvindo contos de caráter heroico. As escolas
não devem utilizar a leitura com enfoque de tratar aspectos linguísticos e gramaticais, mas incentivar a leitura por prazer.
Cabe o professor buscar métodos para despertar o prazer pela leitura. Nesse contexto, vale ressaltar que o ambiente
escolar é um lugar que pode favorecer a circulação de informações, para Ferreira (2006, p.203), “a leitura deve vislumbrar
caminhos que produzam conhecimentos úteis, interligando teoria e prática, estabelecendo relação entre conteúdo de ensino
com a realidade social escolar”. Os professores podem usar as lendas e mitos criando situações de enriquecimento
linguístico, como também devem oferecer ao aluno a oportunidade de utilizar a linguagem expressando-a com autonomia,
propor a leitura da lenda do boto, que traz em seu conto orientação sexual, já que o boto se transforma em um rapaz que as
pessoas não conhecem, depois engravida as moças, evidenciam a moral da história, deixam seus filhos órfãos de pai,
refletindo no contexto social em suas vidas, confrontando os valores familiares. As lendas e mitos podem ser utilizados
como leituras lúdicas prazerosas como também para transmitir informação a respeito da vida social. A leitura proporciona a
viagem ao mundo desconhecido, que faz a gente andar em lugares que não existem na realidade. Como cita Kupstas
(1988, p.32), “os aspectos que definem leitura é o seu caráter ficcional. Ficção é invenção. Mas a inversão literária não
parte do nada. Parte da realidade”. O mundo abstrato que fascina nossas emoções e sentimentos, comtemplando os sonho
e desejos. Monteiro Lobato (1923), diz que “tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve
início de outra maneira, mas já tanto sonhos se realizaram que não temos o diretito de duvidar de nenhum”. A literatura não
é apenas ensinar para obter resultados reflexivos críticos pelos alunos ou para causar inquietação como incentivo ao
debate, mas tem que ser trabalhada também de modo que incentive a ler por prazer, ensinar e algumas vezes também
divertir, pois livros que as crianças ou adolescentes não tem afetividade implicar no desmotivo pela leitura, aproximar o
aluno da arte de ler é preciso, como afirma Maia (2007, pg.159), o consenso é que para ler é preciso ter o que ler, portanto,
se os professores não levarem textos ou livros que abordem as lendas e os mitos amazônicos na sala de aula, dificilmente
irão ler e produzir conhecimento a respeitos dos gêneros textuais lendas e mitos, também possuem estórias e contos
maravilhosos que contemplam os sonhos humanos e transmite o cômico quando se questiona a possibilidade do
acontecimento na realidade.

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As narrativas literárias do folclore amazônico enfatizam os elementos culturais da região, principalmente as lendas e mitos
responsáveis pelo imaginário das localidades, que são predominantes nas áreas ribeirinhas. São variados gêneros textuais
que existem em nossa esfera letrada, cada dia recriadas em novos contextos. Assim como os romances e poesias, os
contos amazônicos trazem um universo estimulante como sujeito gerador da hipótese mágica, já que a imaginação é um
aprendizado monárquico, é o meio mais constante do desenvolvimento intelectual.

[...] a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da
leitura daquele. Na visão do ilustre educador, antes de ler a palavra, a criança já lia o mundo
através de gestos, olhares, expressões faciais, do tato, do cheiro etc. Uma boa leitura de mundo
abre um espaço enorme pra que a leitura da palavra seja um processo natural, isso se forem
dados à criança oportunidades de diálogo num procedimento interativo onde ela poderá ampliar e
transformar suas ideias, sendo também capaz de compreender a realidade (FREIRE, 1986, p.22).

Na Amazônia, muitos alunos, principalmente de áreas ribeirinhas, compreendem o mundo a partir dos objetos e frutas,
comida e outras abrangências que é específica da região. Propor leitura de gêneros relacionados à realidade do aluno,
propondo que a criança construa sentido diante do mundo que a rodeia, antes de tornar o leitor da sua palavra, o aluno já
vivenciou diversas leituras do mundo a través da sua realidade. Nas lendas e mitos amazônicos existem personagens que
se perpetuam às causas humanitárias, espirituais, mas não perdem a essência hilária. Como cita Gerson Santos Silva no
“Encanto da Amazônia”, “o Curupira aparecem mais enfaticamente, fazendo-se é claro uma distinção entre as “brincadeiras”
malvadas e uma maldade pura, sendo que dessa forma ele aparece, como um encantado brincalhão. Mas sua condição de
guardião da natureza não é subtraída”. Através de suas brincadeiras, ele prende as pessoas ao estado de felicidade, a
partir da contextualização os alunos descontraem com suas travessuras, mas absorver a lição da preservação da natureza
e ajuda na construção dos valeres familiares e formação do leitor como cidadão. Para Ferreira (2006, p.205), “o texto
interage elementos socialmente determinados: o leitor e o autor marcados pelo lugar na estrutura social, movidos pela
enunciação”. Segundo Halliday (1982)

(...) é preciso estar atento para os conteúdos culturais, os textos escolares incorporam à
transferência educativa, todos os materiais de leitura enquanto linguagem transmitem modelos de
vida através dos quais os indivíduos aprendem a desenvolver-se como membro de uma
sociedade e adota sua cultura, seus modelos de pensar e de agir e suas crenças e valores.

Oportunizar para os alunos orientações para o segmento de vida social é papel fundamental da escola, significa transformar
a capacidade de visão perante os fatos sociais, sendo que a linguagem traz um processo de interação entre os
interlocutores, o autor e leitor estão inseridos no meio social repleto de valores, assim a educação busca desenvolver
atividades enriquecedora das suas habilidades no processo de desenvolvimento da sua vida.

Trabalhar com os mitos e lenda nas escolas é uma maneira de preservar as histórias dos alunos e seus antepassados,
refletindo na sua realidade social, é o incentivo em busca da reposta acerca do mundo imaginário das florestas, incentivar
quem sabe a serem futuros pesquisadores das místicas dos seres das matas amazônicas, despertar a curiosidade é o
grande desafio dos educandos, pois ser conhecedor da realidade do aluno significa usar os saberes, para transformar e
trilhar os caminhos da educação, a leitura não deve ser vista como formação e sim como algo que nos forma ou nos
deforma, ou ainda, nos transforma (LARROSA, 2000).

PRODUÇÃO ORAL E ESCRITA

Os trabalhos em torno da aprendizagem cognitiva busca a compreensão dos alunos em torno da construção do seu próprio
conhecimento no processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, a diversidade textual para as práticas
comunicativas trazem novas concepções para os alunos, ampliando os conceitos tanto na oralidade como na escrita, assim
confirma Bakhtin (2000, p.279)

A riqueza e variedades dos gêneros dos discursos são infinitos, pois a variedade virtual da
atividade humana é inesgotável e cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros
do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se
desenvolve e fica mais complexa.

Os discursos quando são produzidos se manifestam linguisticamente por meio de textos, cada pessoa possui o
conhecimento decorrente das suas experiências. Contextualizar seus conhecimentos com diferentes experiências através
de outros texto proporciona aos interlocutores agregar novos discursos, assim construindo nova concepções e ideologias,
refletido tanto na leitura como na escrita. A leitura é um processo de construção do sentido e implica o reconhecimento de
que o sentido não está no texto, mas que é gerado pelo leitor que constrói o sentido interagindo com o texto. Cada leitor
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terá compreendido o que a sua expectativa sobre o mundo lhe permitir compreender, cada um terá se aproximado na
medida das suas possibilidades, da mensagem que o autor desejou transmitir.

As práticas das linguagens nas instâncias oral e escrita representam a cognição manifestada de práticas específicas de
cada núcleo social. “O trabalho com os diversos gêneros textuais objetiva o desenvolvimento de competências de leitura e
produção de textos orais e escritos, viabilizando o acesso do aluno aos gêneros que circulam socialmente” (CAMPEDELLI,
2009). Os textos proporcionam ao leitor escrever de forma comunicativa, já que a função é utilizar os gêneros na sociedade
para desenvolver competências e habilidades dos alunos em sala de aulas através de diferentes gêneros discursivos, a
construção de sentidos entre o texto e interlocutores, como diz nos PCNs (1998, p. 33)

As práticas de leitura por meio das quais os alunos possam ter acesso à produção simbólica do
domínio literário, de modo que eles, interlocutivamente, estabeleçam diálogos (e sentidos) com os
textos lidos. Em outros termos, prevê-se que os eventos de leitura se caracterizem como
situações significavas de interação entre o aluno e os autores lidos, os discursos e as vozes que
ali emergirem, viabilizando, assim, a possibilidade de múltiplas leituras e a construção de vários
sentidos.

Para opinar sobres as causas sociais os interlocutores precisam de novas ideologias, construir sentidos através de outras
experiências, interferir na construção da sociedade, assim podendo refletir e se posicionar de acordo com a realidade do
mundo, para isso vir à tona é preciso de planejamentos desde as políticas da educação até os projeto políticos pedagógicos
ao planejamento do professor e sua aplicabilidade para desenvolvimento da litura e escrita. Incluir os mitos e lendas
amazônicas no processo de leitura e escrita potencializa o desenvolvimento abstrato do aluno quando o mesmo relaciona o
imaginário com as narrativas ouvidas em decorrer da sua vida. Para Ferreira (2006, p.57), “valorizar a cultura local
proporciona novas dimensões de ensino-aprendizagem aos professores e alunos, a mudança de postura é algo desejável
aos professores saber se colocar no lugar dos alunos, de fato dos textos dos alunos”, o professor deve entender que o
aluno tem dificuldade diante de assuntos que não fazem parte do seu cotidiano, os mitos e lendas e os acontecimentos
estão relacionado com florestas, rios, então fica mais fácil de aluno associar que existem nesse contexto animais, peixes,
frutos e outras coisas além das lendas e mitos, onde a realidade das suas vidas podem ser observadas nas narrativas
escritas. Os professores influenciam a formação cultural do aluno, assim eles devem propor textos ou temas com
características locais adequadas à realidade cultural compreendendo o modo de vida do aluno.

SEDUC E O REFERENCIAL CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

De acordo com os referenciais curriculares de Rondônia (2012, p.51)

o Estudo de crônica e de contos de autores brasileiros; Caracterização do povo brasileiro, a partir


de obras literárias, tais como: O Cortiço, Casa Grande & Senzala, Grande Sertão Veredas,
Capitães da Areia, Vidas Secas etc.: visões de mundo e sensibilidade; As relações entre as
diversas etnias: intolerância, radicalismo, ações humanitárias e agregações das diferenças;
Compreensão da pluralidade, na relação com a singularidade que nos constitui.

É notável a valorização de obras de autores consagrado do Brasil e obras como referencial para ser trabalhados na sala de
aulas no processo de desenvolvimento do ensino e aprendizagem da leitura oral e escrita, referente a diversos textos a
serem trabalhados de diferentes culturas, a SEDUC é a que deveria indicar autores e as obras como referencial curricular
para ser trabalhado em sala como forma de preservar as raízes culturais para manterem vivas as tradições regionais, isso
inclui os alunos que cresceram ouvidos narrativas sobre as lendas e mitos e para muitos das escolas rurais fazem parte da
sua realidade da sua origem como cidadão em espaço e no tempo onde é construído e reconstruído a cultura, através das
narrativas e diversas experiências vivencias por até eles mesmo e seus familiares e amigos. A SEDUC é responsável pela
diretrizes da educação que norteia os trabalhos pedagógicos nas escolas do estado de Rondônia, é a primeira a
desvalorizar a cultura regional amazônica, pois na língua portuguesa e na literatura pouco se trabalha com o mito e as
lendas regionais, e dificilmente cita um autor ou obra da localidade para trabalhar nas escolas, para desenvolver as
competências e habilidades dos alunos. Segundo os PCNs (1998, pg.121) desigualdade social e discriminação, articulam-
se no que se convencionou denominar “exclusão social”: impossibilidade de acesso aos bens materiais e culturais
produzidos pela sociedade e de participação na gestão coletiva do espaço público - pressuposto da democracia;
impossibilitar o acessos da literatura regional amazônica nas escolas é excluir a ampliação dos saberes de um povo, que
acarreta no desincentivo pela leitura. A produção científica o desperta da curiosidade para que os alunos busquem o
conhecimento de forma implícita de descriminação social e cultural, já que o que se produz na cultura cabocla ou ribeirinha
é inferior ao que se produz nos grandes centros do Brasil. Pela condição econômica social a cultura não se mede, valores
não se vendem nem se compram, ela se vivencia como parte da vida de um povo com uma riqueza imensurável. O trabalho

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com os gêneros textuais é como uma extraordinária oportunidade de se lidar com os usos sociais da língua, na forma como
ela acontece no dia a dia, na vida das pessoas (ROJO, 2000).

Habilidades, desenvolvimento das competências e uso da linguagem, esses exercícios são inegáveis que podem ser feitos
no uso da língua oral e escrita, tantos para aqueles quem leem e escrevem narrativas. Em nosso cotidiano nos deparamos
com diversos tipos de narrativas e gêneros textuais como romance, novelas, jornais, contos etc. Através da leitura e o que
ouvimos desde a infância no processo cumulativo de informações nos situamos e refletimos sobre nossa sociedade, mas
existem outras formas de manifestações culturais através da linguagem como arte, música, poesia, e a partir da interação
social que coloca o homem como ser criativo e imaginativo no processo cognitivo de aprendizagem que reflete no seu
vocabulário oral e escrito, potencializando-o a novos conhecimentos de mundo. As expressões culturais locais nas escolas
são trabalhadas de forma superficial, quando trabalhada, dificilmente utilizam as lendas ou os mitos, ou poesias da região. A
SEDUC indica nas diretrizes curricular (2012, p.116) “a Pesquisa sobre a cultura e teatralidade no Estado de Rondônia a
partir da diversidade das lendas e contos oriundo da flora e fauna amazonense”; Os gêneros textuais, na concepção de
Marcuschi (2008), são fenômenos históricos profundamente vinculados à vida cultural e social, surgindo de acordo com as
necessidades e atividades socioculturais, muitos alunos têm dificuldade de aprender de acordo com gêneros que o
professor aborda nas aulas, considerando a dificuldade dos alunos, usar lendas, mitos ou temas que estejam de acordo
com a realidade de vida do aluno ajuda no processo cognitivo e comunicativo relativo ao conhecimento prévio do aluno
acerca do gênero textual, mas pouco é visto nas escolas. Os educadores preferem trabalhar obras de autores mais
conceituados e outras culturas do Brasil e do mundo do que a cultura amazônica sendo que a própria SEDUC não elabora
projetos para valorizar a cultura regional amazônica na escola, usar no eixo teatral é muito pouco para o desenvolvimento e
expansão da cultura regional. Assim, concluímos que a literatura regional e suas várias formas de manifestação cultual
precisam ser trabalhadas com mais contundência e flexibilidade, desenvolvendo suas competências e habilidades orais e
escrita utilizando as lendas e mitos nas salas, mas não apenas como iniciativa do trabalho docente referente aos temas,
mas que o incentivo comece pelos órgãos hierárquicos norteadores da educação brasileira, principalmente a SEDUC, que é
norteadora de Rondônia e como parte da região norte valorize nossa produção literária e os autores de Rondônia e da
região norte, para que os educandos possam aprender e ao mesmo tempo se orgulhar e valorizar suas raízes culturais.

UTILIZAÇÃO DAS LENDAS E MITOS NOS LIVROS DIDÁTICOS

As escolas de ensino público recebem livros com diversas obras periodicamente, esses livros didáticos são distribuído pelo
ministério da educação, através da PLDN (Plano Nacional Dos Livros Didáticos) que passam por uma rigorosa avalição da
Secretaria de Educação Básica. Com o objetivo de regulamentar uma política nacional do livro didático, criou-se a
Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD), marcando, assim, a primeira iniciativa governamental nessa área de política
educacional. Esta comissão julga e avalia os livros didáticos, para que alunos e professores, que se consagrou o termo
“livro didático”, entendido até os dias de hoje como o livro adotado na escola, destinado ao ensino, cuja proposta deve
obedecer aos programas curriculares escolares. Para que as escolas possam desenvolver o processo de ensino e
aprendizagem com um material de qualidade pedagógica de acordo com as pretensões democrática. O nosso presente
trabalho atrás da indagação da aplicabilidade em sala de aula das lendas e mitos da literatura regional amazônica nos livros
didáticos de língua portuguesa do alunos de 6º anos de duas escolas de Rondônia, e a ênfase que estão direcionado às
lendas e mitos. Analisamos nos presentes livros que ao expor a literatura Amazônica, já que faz parte do cotidiano dos
alunos, as crianças crescem ouvindo as narrativas orais, a cultura das narrativas preservam as suas origem socioculturais
como afirma nas PCNs (1998, p.134)

A linguagem oral, por sua vez, pressupõe a investigação das histórias orais em diferentes épocas
e contextos, como transmissoras de uma determinada cultura, tendo em vista preservar e
reinventar valores, normas e costumes no interior daquele grupo social.

Entendemos a sua relevância para caracterizar a memória e identidade cultural, os textos têm uma relevância grande no
processo cognitivo, na transmissão de conhecimento entre o educador e educando, nos livros didáticos de língua
portuguesa. Para ANTUNES (2007, p.101-2), “a leitura e análise de textos ganham relevância na perspectiva do que ora se
discute. Não são as frases soltas nem as listas de palavras que vão promover o desenvolvimento de uma competência
comunicativa”, que se desdobra, naturalmente, numa competência gramatical, numa competência lexical, numa
competência textual; pelos textos os alunos adquirem habilidades na escrita; leitura, na expressão oral, que agregado aos
conhecimentos de mundo ocasionando o pleno desenvolvimento dos educandos. Vamos analisar como funciona na prática
a partir do texto:

A LENDA DO BOTO COR DE ROSA

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Conta na Amazônia, que os botos do rio Amazonas fazem charme para as moças que vivem em vilas e cidades à beira-rio.
Eles as namoram e, depois, tornam-se os pais de seus filhos! No início da noite, o boto se transforma em um belo homem e
sai das águas, muito bem vestido e de chapéu, para esconder o buraco que todos os botos têm no alto da cabeça (o buraco
serve para respirar o ar, já que os botos são mamíferos e têm pulmões, como você). O rapaz-boto vai aos bailes, dança,
bebe, conversa e conquista uma moça bonita. Mas, antes do dia surgir, entra de novo na água do rio e se transforma de
novo em um mamífero das águas.

Começaremos analisando a aplicabilidade gramatical agregada ao valor semântico. Na primeira e segunda linhas, podemos
trabalhar a morfologia e suas classes gramaticais, identificando os substantivos e artigos (os botos, as moças), o adjetivo
(do rio Amazonas), o verbo (fazem, vivem); trabalha também a figura de linguagem (personificação), atribuindo
características humanas para seres inanimados na passagem “os botos do ria amazonas fazem charme para as moças”,
além do desenvolvimento abstrato já que se trata de contos fantásticos e através da escrita que é um instrumento do
pensamento reflexivo, só em contato com ela pode desenvolver o pensamento abstrato, muitos alunos têm dificuldade em
ler e compreender o que está escrito, o acesso a ela permite ao indivíduo, além de “ser social”, descubra as relações por
trás das circunstâncias, situações vividas em suas realidades. As lendas e mitos amazônicos proporcionam valores sócio-
morais como não sair com estranhos, sexo com segurança (na passagem quando as moças ficam grávidas), e a realidade
social nas áreas mais afastadas da urbanização. As lendas e mitos amazônicos preservam e impulsionam a cultural de um
povo, fazendo dos mesmo um defensor e construtor dela, para Marcuschi (2002, p.20.), os gêneros são fenômenos
históricos intrinsecamente associados à vida social e cultural dos indivíduos. São considerados, ainda, formas de ação
social, através das quais o homem consegue se expressar e traduzir suas concepções sobre o mundo. Dessa forma,
considera-se que toda situação comunicativa, seja ela do âmbito oral ou escrito é realizada através de gêneros que
trabalham de várias obras literários, dão suporte para novos conhecimentos e teorias, mas trabalhar as lendas e mitos nas
escolas como parte da literatura brasileira também agrega a respeito da fauna, da flora, da preservação da natureza, da
cultura social, entretanto dão pouca ênfase para autores e obras da região norte; todo livro é ou pode ser didático, desde
que criteriosamente selecionado e criativamente utilizado como recurso de ensino pelo professor; já o seu valor pedagógico
se mediaria pelo potencial crítico (dos textos) que viesse a ser observado pelo professor (SILVA, 2000, p.16).

Analisamos a realidade presente nos livros trabalhados no cotidiano escolar dos alunos de 6° ano, em vigor no ano 2015, a
partir desse pressuposto, observamos dois livros usados na escola Brasília, dos autores Faraco e Moura, e da escola
Carmela Dutra, dos autores Ana Trinconi, Terezinha Bertin e Vera Marchezi, ambos colégio situados em Porto Velho, no
estado de Rondônia.

No livro didático da escola Carmela Dutra existem gêneros textuais com diversas linguagem, como jornal, relatos das férias
na Antártida, história em quadrinhos com o jogador Neymar da seleção brasileira, mas não há uma obra literária sobre as
lendas e mitos amazônicos, quando poder-se-ia usar o Curupira, a Iara nos chat ou estória em quadrinhos, mas não é a
realidade no livro de Ana Trinconi.

Dos alunos da escola Carmela Dutra, para Bunzen (2005, p. 14) quando se trata de decidir o que e o como ensinar, os
professores transferem para os livros didáticos tal responsabilidade, pois neles estão refletidos os entendimentos
dominantes de cada época, relativos às modalidades da aprendizagem e ao tipo de saberes e de comportamentos que se
deseja promover. Para muitos alunos que não possuem em casa computador ou a escola não tem laboratório de
informática, como as escolas ribeirinhas ou na zona rural, os livros didáticos acabam sendo o único material de leitura
disponível para esses alunos socialmente excluídos pela sociedade tecnológica, por isso a importância dos livros abordar a
temas relevante a cultura regional dos alunos.

No livro de Faraco e Moura trabalham textos em prosa em versos com diversos gêneros textuais, como a bibliografia de
Luiz Gonzaga, as histórias em quadrinho de Mauricio de Souza, mas, na Unidade 4, os contos de fadas e os contos
maravilhosos, temos vários textos literários como a historia do bicho palha de Câmara Cascudo, que envolve princesa e
príncipes, entre o leão e unicórnio são contos maravilhosos, a chapeuzinho vermelho de raiva, que é uma obra de Mário
Prata, uma estória criativa recriada a partir do personagem chapeuzinho vermelho, mas no livro há apenas um conto sobre
a mitologia indígena, que segundo a LBD, lei 10.369 de 09/01/2003 que instrui as diretrizes curriculares nacionais para
educação e das relações étnica-sociais e para o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, são ações que
direcionaram para uma educação pluricultural e pluriétnica para construção da cidadania por meio da valorização da
identidade étnica-racial, principalmente de negros e afrodescendentes e indígenas, se não fosse lei, talvez não constataria
no livro de língua portuguesa da escola Brasília.

A exploração da história deve ser integrada numa unidade didática que por sua vez deverá estar integrada no plano
curricular da turma em que se pretendem desenvolver várias metas de aprendizagem e objetivos, as recomendações
metodológicas deve respeitar a cultura local de cada região promovendo uma educação de cidadania integrada aos valores

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02/07/2023, 21:22 LITERATURA AMAZÔNICA: SEUS MITOS E SUAS LENDAS - Brasil Escola

sociocultural, as lendas e mitos são parte da vida dos moradores da região amazônica e servem como inspiração e
conselho a partir do valor moral que cada estória trás com sigo.

É preciso implantar uma lei para que possam trabalhar as culturas miscigenadas do Brasil no livro de 6° ano da escola
Brasília de Porto Velho. Vimos só uma obra literária indígena, o mito fala sobre a origem do Oiapoque, de Silvana Salerno. A
literatura amazônica é muito abrangente, as grandes lendas do folclore amazônico, como boto, curupira, cobra grande, a
lenda do guaraná, não fazem parte das escolas, pincipalmente da região norte onde deveria preservar a identidade local.
Entramos em problemática porque a literatura regional amazônica, os mitos e lendas pouco são utilizadas nos livros
didáticos das escolas de ensino fundamental e médio.

Diante desses pressupostos devemos refletir sobre a valorização da região norte nossa lenda e mitos dia ante da forma de
sua aplicabilidade na escola, existe cultura, inferior ou melhor, a literatura amazônica vem sendo desvalorizada pelas
política educacional, por não fazer parte do conteúdos inserido nos livros didáticos, fazendo que os educadores e educando
se distancie dos gêneros lendas e mitos no âmbito escolar.

CONCLUSÕES
A cultura amazônica está depende das práticas sociais vivenciadas no cotidiano da população, pela pluralidade étnica-
racial, com a crença específica de cada localidade, oriunda da miscigenação europeia, africana e indígena, através da
composição de diferentes povoados e da expansão migratória de trabalhadores advinda de diferentes regiões do Brasil.
Constitui-se a formação cultural amazônica, os mitos e lendas conservam a herança cultural recebida pelos seus
descendentes, contos imaginários que estão presentes na vida habitacional das comunidades caboclas, reproduzida pela
oralidade, conhecimentos pouco presentes na área urbana, principalmente nas escolas que é responsável pela formação
sociocultural dos educandos, que deve despertar e promover a incentivar a construção do conhecimento com vínculo com a
cultura.

A compreensão sobre a realidade em que o estudante está inserido no processo de aprendizagem é umas das metas
essenciais para progressão do conhecimento. Não trabalhar a literatura amazônica ocasiona sua desvalorização e extinção
da memória cultural porque é a explicação dos povos primitivos, acarretando a baixa busca do conhecimento científico por
parte dos educandos, tanto nas escolas como nas faculdades; por isso, são poucos os autores encontrados que escrevem
sobre os mitos e lendas amazônicos, poucos possuem o conhecimento necessário para desenvolver suas teorias a respeito
deste assunto, muitos recriam as estórias através de relatos de pessoas das comunidades ribeirinhas. A valorização da
identidade cultural dependendo da relação do indivíduo com a sociedade, de forma recíproca, permitindo que as pessoas
ou grupos se localizem e sejam localizados em um sistema social, preservando suas raízes culturais para que não se
apropriem de outras culturas imposta pelo mecanismo capitalista de comunicação que emancipa a população, que reflete
nas escolhas o que se deve abordar, principalmente nas escolas. Valorizar a cultura amazônica não é trabalhar as lendas e
mitos, apenas em datas comemorativas, mas constantemente nas escolas, sendo em forma de teatro, versos, poesias,
principalmente nas aulas de literatura de língua portuguesa. Os livros didáticos devem nortear a educação escolar e
raramente possuem as lendas e mitos amazônicos. Através de estudo bibliográfico dos livros de língua portuguesa do 6°
anos, adotados pelas escolas estaduais de ensino fundamenta e médio Brasília e Carmela Dutra no ano letivo de 2015,
pouco se faz referências às lendas e mitos amazônicos como motivo para produção escrita, interpretação de texto, como
forma metodológica para que os alunos busquem a construção do conhecimento a partir desses gêneros literários. Assim
acabamos perdendo nossa literatura regional por não incentivar os alunos a escrever sobre as lendas e mitos regionais,
muitos estudantes sabem o que é Halloween, quem foi Conde Drácula, mas poucos sabem o que é o Curupira, o
Mapinguari, que são específicos da localidade onde vivem, onde deveria ser o marco do orgulho dos habitantes da região
norte e da literatura brasileira, preservando a história da formação sociocultural amazônica.

Educar é criar cenários, trazer novas ferramentas para completar a qualidade de ensino, não se acomodando como o que é
imposto pelo sistema regulador do ensino, as lendas e mitos são símbolos sociais, o significado de vida para as
comunidades das áreas rurais da região norte, os educando devem buscar mecanismos para investigar minuciosamente os
mitos e lendas amazônicos, transformado sua aprendizagem como parte das suas de vivências culturais.

Chegando ao final do trabalho de pesquisa surge a necessidade, como o próximo passo, de uma pesquisa de campo. Os
objetivos da pesquisa eram caracterizar os mitos e lendas amazônicos e sua aplicabilidade no âmbito escolar como
incentivo a produção oral e escrita, através dos livros didáticos de 6° anos utilizado nas escolas de ensino estadual e
fundamental Brasília e Carmela Dutra, conseguimos alcançar pela pesquisa bibliográfica o que foi proposto desde o início
do projeto, constatamos que as lendas e mitos amazônicos são poucos utilizados nos livros didáticos e consequentemente
nas salas de aulas e pouco se aproveita da riqueza linguística da língua portuguesa, de onde é possível proporcionar várias
ferramentas de aprendizagem a partir da leitura e da escrita dos mitos e lendas, acarretando a desvalorizando da cultura e

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da identidade amazônica até certo ponto, pois pesquisar os materiais didáticos extras, fora os livros didáticos distribuídos
pelo Ministério da Educação e as metodologias dos educadores na escola, poderíamos obter uma conclusão mais ampla e
precisa referente às nossos objetivos.

Entretanto, surgem dúvidas perante a pesquisa, sobre o uso das lendas e mitos amazônicos em sala de aula. Será que os
professores conhecem nossa literatura regional, os mitos e lendas, nossos autores, a realidade dos alunos junto às suas
localidades, a cultura amazônica ou até mesmo se os próprios alunos conhecem sua cultura, para poder trabalhar os
gêneros na sala de aula e ampliar o horizonte do conhecimento dos alunos em relação à leitura e produção oral e escrita,
para incentivar a partir das lendas e mitos o gosto pela leitura, sendo o primeiro passo para despertar o espírito artístico,
literário e científico do educandos?

Acreditamos que esse trabalho tem uma relevância fundamental para o panorama na educação, com incentivo a trabalhar
as lendas e mitos amazônicos no âmbito escolar; acreditamos também que eles podem ser utilizados para a produção de
texto, podendo trabalhar a gramática agregada às produções, leitura lúdica de caráter maravilhosa, desenvolvendo o
conhecimento abstrato do aluno porque envolver o imaginário humano nas narrativas, sem se desligar das raízes culturais
dos educandos promove a valorização e construção da identidade cultural.

O trabalho pode ser continuado, buscando compreender as inquietações geradas perante a pesquisa, buscando obter
melhores respostas sobre o uso das lendas e mitos amazônicos na sala de aula, assim podendo contribuí com estudos
futuros para toda a sociedade letrada, e para incentivar os educadores ou furos a trabalharem as lendas e mitos
amazônicos nas salas de aula.

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Fonte: Brasil Escola - https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/literatura-amazonica-seus-mitos-suas-


lendas.htm

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/imprimir/15405 22/22

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