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2007 79
A
R e s u m o
apicultura é considerada o tripé da sustentabilidade, pois en-
globa o econômico, o social e principalmente o ambiental.
Possui um grande papel sócio-econômico, ocupando a mão
de obra do produtor familiar. Porém a sustentabilidade dessa ativi-
dade necessita ser avaliada por uma ferramenta sistêmica,
universalizando todos os componentes que a engloba. O objetivo
do trabalho foi construir indicadores de sustentabilidade, buscando
compreender a importância dos elementos que controlam a ativi-
dade apícola no estado de Sergipe. Para tanto utilizou-se a matriz
PEI/ER (Pressão-Estado-Impacto/Efeito-Resposta. Identificando vin-
te e cinco indicadores que podem contribuir para a sustentabilidade
e crescimento deste setor no estado de Sergipe.
*
Bióloga, mestranda de Agroecossistemas da Universidade Federal de
Sergipe. Núcleo de Pós-Graduação e Estudos em Recursos Naturais,
Departamento de Engenharia Agronômica, Av. Marechal Rondon, s/nº - Jd.
Rosa Elze – São Cristóvão/SE – 49.100.000, E-mail:
emilenebio@superbee.com.br;
**
Engenheiro Agrônomo, PhD. em Agronomia, Professor Adjunto da
Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Agronômica,
Av. Marechal Rondon, s/nº - Jd. Rosa Elze – São Cristóvão/SE – 49.100.000,
E-mail:fholanda@infonet.com.Br;
***
Médica Veterinária, mestranda de Agroecossistemas da Universidade
Federal de Sergipe. Núcleo de Pós-Graduação e Estudos em Recursos
Naturais, Departamento de Engenharia Agronômica, Av. Marechal Rondon,
s/nº - Jd. Rosa Elze – São Cristóvão/SE – 49.100.000, E-mail:
evelynecarvalho@ig.com.br
****
Engenheiro Florestal, Doutor em Entomologia, Professor Adjunto da
Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Agronômica,
Av. Marechal Rondon, s/nº - Jd. Rosa Elze – São Cristóvão/SE – 49.100.000,
E-mail: gribeiro@ufs.br.
80 Maria Emilene C. de Oliveira; Francisco Sandro R. Holanda; Genésio Tâmara Ribeiro; Evelyne Costa Carvalho
O estado de Sergipe possui uma área de 21.910,348 A partir da observação foram selecionados os se-
2
km , população estimada no ano de 2005 em 1.967.791, guintes descritores, a) perfil da propriedade, b) pro-
possuindo 75 municípios (ESTADOS, 2006). A api- dução, c) manejo, d) marketing, e) hábito alimentar, f)
cultura no estado é bem desenvolvida, concentrada certificação e g) capacitação.
principalmente em 16 municípios, cada qual com uma
associação apícola, e a federação apícola (FAPESE), Estes surgiram por meio de observações sobre a ca-
com aproximadamente 16.755 colméias distribuídas deia produtiva apícola do estado de Sergipe, e a dificul-
entre 500 apicultores. A produção de mel em 2004, dade que esta encontra em desenvolver-se de maneira
segundo o IBGE, foi de 55.207 t/ano, compondo 0,17% produtiva e sustentável, apesar de toda a sua estruturação.
da produção nacional e 0,52% da produção nordesti-
na (Carvalho, 2005). Os indicadores desenvolvidos com bases nessas
observações estão diretamente relacionado com cada
A geração de informações torna-se necessária para descritor, mediante elemento que compõe esse siste-
realização de um diagnóstico e a tomada de decisões, ma (quadro 1).
as estatísticas e o monitoramento são essenciais no
processo de elaboração dos indicadores (Winograd et No quadro 2, estão expostos os indicadores na
al., 1996). Sendo necessário definir um esquema para Matriz PEI/ER, (Pressão, Estado, Impacto/Efeito e Res-
indicadores e a cada elemento significativo de cada posta), distribuídos de acordo com a atribuição de
categoria importante, é necessário escolher descritores cada indicador, buscando evidenciar possíveis alter-
e indicadores. Os descritores possuem características nativas e soluções para a cadeia produtiva apícola
significativas de um elemento com os principais atri- neste estado.
butos de sustentabilidade de um determinado siste-
ma, e os indicadores, são medidas de efeito de uma São propostos 25 indicadores de sustentabilidade,
operação do sistema sobre o descritor (Camino e com o intuito de estimular o estudo desses
Muller, 1996). agroecossistemas, norteando todo o seu universo,
numa visão sistêmica, saindo simplesmente dos estu-
Para a elaboração destes descritores e indicadores dos de mercados que geralmente são os mais encon-
foi adotada a metodologia da Organização para a Co- trados. A escassez de trabalhos sobre a utilização de
operação e Desenvolvimento Econômico (OCDE - indicadores mostra que esse estudo é recente e neces-
1993), Pressão/Estado/Resposta (PER) (Winograd et sário na tentativa de compreender a sustentabilidade,
al., 1996). A matriz PEI/ER é oriunda da estrutura não possuindo fórmulas prontas, nem soluções para
conceitual para a seleção de indicadores que foram todos os problemas, servindo apenas de parâmetros
sistematizados em Pressão-Estado-Resposta (PER), cri- para a idealização e a busca de possíveis soluções para
ada pela Organização para Cooperação e Desenvolvi- a sustentabilidade dos agroecossistemas. Os indica-
mento Econômico (OCDE), em 1993 e adaptada em dores desenvolvidos permitem a avaliação do poten-
1996 para Pressão-Estado-Impacto/Efeito-Resposta cial de produção e necessidade do mercado apícola,
pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Am- constituindo uma ferramenta de grande importância
biente – PNUMA-CIAT. para a implantação da apicultura sustentável.
Quadro 1 - Esquema usado para a definição dos indicadores de sustentabilidade da produção apícola no estado de Sergipe.
Pasto apícola (Km2) Perfil do produtor (nº Perda de Enxames (R$) Capacitação (nº de cursos)
Diversidade de produtos (nº) enxames);
Preço (US$) Diversidade de Produtos (nº) Apoio técnico (nº de visitas)
Custo do produto (R$, US$)
Quantificação da produção Produção (Kg) Financiamento (R$)
Potencial de Produção (Kg/ (kg/ano, t/ano)
ano, t/ano) Origem (nº de Tipos de embalagens (nº) Vendas (R$)
propriedades)
Organização (nº de Preços no mercado (R$)
Consumo interno (kg/ano) Consumo diário (g) cooperativas e associações)
Modernização da produção Qualidade da produção
(R$) (R$)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS