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ZIMMERMANN - SILVA - O Principio Da Desmercantilizacao Nas Pol Sociais
ZIMMERMANN - SILVA - O Principio Da Desmercantilizacao Nas Pol Sociais
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“policy outputs”, que produzem impactos, mas as relação ao mercado.7 Em virtude disso, Draibe e
mudanças nas relações sociais, especialmente no Riesco (2006) qualificam a concepção de
que tange ao poder de coerção, ameaças legais e desmercantilização como uma característica inova-
politicamente sancionadas, bem como as oportu- dora do direito social de cidadania.
nidades de realização de interesses. Esses aspec- Esping-Andersen (1990) salienta que a luta
tos, sim, determinariam o grau de justiça social pela desmercantilização sempre foi a principal prio-
das políticas sociais. Destarte, uma pesquisa soci- 5
Alguns autores e traduções de Esping-Andersen utili-
ológica na área da política social teria de adotar zam o termo desmercadorização. Contudo, como o ter-
mo “Dekommodifizierung” vem diretamente de Karl Marx,
como objetivo central o de desvendar os mecanis- optamos por utilizar o termo desmercantilização, por ser
mos e condições concretas de geração de novas o que mais se aproxima do sentido da tradução de Marx
no Brasil.
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2 Ao ter condições de recusar trabalhos degradantes (tra-
O Programa Bolsa Família exige contrapartidas e balho escravo, trabalhos mal pagos), o indivíduo não
condicionalidades das famílias beneficiárias, tais como a seria punido por isso, uma vez que tem assegurado um
frequência escolar e à saúde. padrão de sobrevivência, que compreende: estar livre da
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Vide recente estudo de Weissheimer (2006) sobre o Pro- fome e possuir uma moradia adequada etc.
grama Bolsa Família. 7
Esping-Andersen (1990) classifica os Estados de Bem-
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Não se trata de estudar a funcionalidade das políticas Estar em três regimes: liberal, conservador e social-de-
sociais, mas, sobretudo, os arranjos institucionais esta- mocrata. Para maiores informações sobre modelos de
belecidos na relação entre Estado e sociedade. Estados de Bem-Estar , vide Faria (1998).
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mercado, uma vez que qualquer intervenção esta- tência fora do trabalho. Apesar disso, a forma
tal implicaria sacrificar o equilíbrio entre oferta e mercantilizada estava menos presente, haja vista
demanda. Nesse sentido, tanto os liberais clássi- que a grande maioria das pessoas não estava com-
cos como muitos neoliberais contemporâneos de- pletamente dependente da renda proveniente do
fendem a hipótese de que um mínimo de proteção salário para garantir a sobrevivência.
social não erradicaria a pobreza. Ao contrário, con- Naquela época, os domicílios permaneciam
tribuiria para sua perpetuação e institucionalização. frequentemente autossuficientes, assumindo a ser-
Isso posto, é notório que as correntes teóri- vidão feudal certo grau de reciprocidade e ajuda
cas de cunho liberal e socialista divergem quanto à paternalista. O produtor urbano, geralmente, era
categoria de análise desmercantilização das políti- sócio compulsório de alguma corporação de ofí-
cas sociais. Nesse contexto, é mister lembrar que, cio, e os mais destituídos de qualquer ajuda ainda
na história das políticas sociais, os principais con- podiam contar com o apoio da igreja. Assim, dife-
flitos ocorreram entre o grau de imunidade do rentemente da lógica mercantil do capitalismo, a
mercado, sobretudo na força, nos limites e na qua- maioria das pessoas podia contar com a ajuda de
lidade dos direitos sociais. Todavia, o puro status organizações comunais e familiares para manter ou
de mercadoria dos trabalhadores nunca existiu ter garantida a subsistência. Em comparação com
completamente na realidade. Variadas formas de a ajuda aos pobres do laissez-faire, a assistência
proteção pré-capitalistas sempre existiram e novos pré-capitalista era muito mais generosa e benigna
mecanismos de proteção social emergiram e hão (cf. Esping-Andersen, 1990, p.38).
de emergir. Para Esping-Andersen, a principal di- A característica central da ideologia conser-
vergência nas concepções de políticas sociais ocorre vadora está centrada no pressuposto de que a
entre os conservadores, liberais e socialistas. A gê- mercantilização é moralmente degradante,
nese e a interpretação da desmercantilização, na favorecedora e pulverizadora da corrupção social.
perspectiva dessas correntes teóricas, são de gran- Para os conservadores, os indivíduos não devem
de relevo para se compreenderem as estratégias e ser motivados a competir ou lutar, mas necessitam
concepções adotadas nas políticas sociais, confor- subordinar o próprio interesse ao poder das auto-
me será verificado a seguir. ridades e das instituições. As instituições feudais
se opõem, portanto, à mercantilização, uma vez
que não consideram o mercado como central. Além
CADERNO CRH, Salvador, v. 22, n. 56, p. 345-358, Maio/Ago. 2009
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p.42-43) indica duas repostas possíveis: ral acentua o status mercantilizado da força de tra-
a) Em primeiro lugar, introduziu-se o princípio da balho, cuja proteção deve limitar-se basicamente
“menor elegibilidade”12, elemento característico das às contribuições e ao desempenho individual.
antigas “leis dos pobres”, cuja assistência é pres-
tada via testes de meios, ou seja, comprovação da
pobreza.13 Evita-se, com isso, a extensão de direi- OS SOCIALISTAS E A LUTA PELA
tos sociais incondicionais, pois os Estados po- DESMERCANTILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES
dem avaliar as condições socioeconômicas, im- SOCIAIS
pedindo que os trabalhadores escolham as polí-
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O critério de menor elegibilidade pode ser exemplificado Conforme Esping-Andersen (1990), tanto a
no Brasil através do BPC (Benefício de Prestação Conti-
nuada), cujo critério de renda é ¼ do salário mínimo, teoria como a ideologia e a estratégia política do
isto é, o menor índice de avaliação de salários e rendas do socialismo teriam emergido em resposta ao pro-
IBGE. Os recentes programas assistencias introduzidos
no governo Lula obedecem aos mesmos princípios libe- blema da mercantilização do trabalho. Para os so-
rais, isto é, a menor ou baixa elegibilidade como critério
acesso aos benefícios sociais. cialistas, a mercantilização do trabalho constituiu-
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No contexto latino-americano, políticas sociais
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neoliberais estão sujeitas a comprovação de indigência No Brasil, Potyara Pereira (1998) analisa a LOAS (Lei
(cf. Laurell 1997). Orgânica de Assistência Social) sob essa perspectiva.
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se em elemento integral do processo de alienação e de apoio mútuo. Uma das maiores debilidades das
de formação de classes sociais. A mercantilização propostas de políticas sociais desses movimentos
do trabalho é a condição sob a qual os trabalhado- eram os modestos benefícios concedidos e seu li-
res têm de abandonar o controle sobre seu traba- mitado alcance, que excluíam os membros mais
lho em troca de salários. Figura ainda como condi- vulneráveis do proletariado, isto é, justamente os
ção sob a qual a dependência do mercado é afir- mais desorganizados, o lumpenproletariado, os
mada, além de ser razão fundamental para a reali- quais representavam a maior ameaça à unidade dos
zação de controle dos patrões sobre os trabalhado- trabalhadores. Eram exatamente esses trabalhado-
res. Ademais, a mercantilização seria a causa prin- res que precisavam ser fortalecidos. No entanto,
cipal da divisão de classe, representando um gran- as sociedades de auxílio-mútuo, microssocialistas,
de obstáculo à unidade coletiva dos trabalhado- tiveram dificuldade em incorporá-los. Isso ocasio-
res. Nessa lógica, está intrínseca a competição en- nou o debate em torno do apoio dos trabalhadores
tre os trabalhadores, de modo que quanto maior organizados à extensão dos direitos sociais ao
for a competição, menor tendem a ser os salários. lumpenproletariado no Estado burguês.
Por isso, seria natural o desejo de os trabalhadores Ressalte-se que a extensão de direitos soci-
realizarem a desmercantilização, que se tornou o ais constituiu-se, antes da Primeira Guerra Mun-
princípio guia das políticas sociais no cerne dos dial, num dos dilemas dos socialistas europeus.
movimentos dos trabalhadores. Para Esping- Para Heimann (1980),15 a política social sempre teve
Andersen (1990), tanto os trabalhadores quanto um caráter dual: pode muito bem ser um meio
os movimentos operários dependem da diminui- para sustentar e legitimar o sistema capitalista e,
ção da dependência da escravização individual, ao mesmo tempo, configurar como um corpo es-
causada pela mercantilização, oriunda da venda trangeiro, um perigo, podando o poder e a
da força de trabalho. hegemonia do capital. Os revolucionários, por sua
Nas teorias socialistas de Karl Marx e vez, acreditam que as raízes da revolução estariam
Friedrich Engels, especialmente no capítulo final nas crises e colapsos do capitalismo; os reformis-
do “Manifesto do Partido Comunista”, esses auto- tas, por outro lado, perceberam que a miséria hu-
res propagam uma série de melhorias sociais, as mana, oriunda das crises, apenas debilitaria o pro-
quais aumentariam o poder de pressão dos traba- jeto socialista. Consequentemente, um aumento gra-
lhadores e fortaleceriam a posição deles perante o dual da extensão e da qualidade de direitos soci-
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socialistas era o combate à pobreza, ao invés de se investimentos sociais, acrescentando-se a essa ava-
lutar pela emancipação dos trabalhadores no que liação as regras, os padrões e a qualidade dos pro-
concerne à dependência em relação ao mercado. gramas sociais ofertados. As principais dimensões
Após 1970, os socialistas se mobilizaram na defe- utilizadas pelo referido teórico foram sintetizadas
sa da emancipação dos trabalhadores no que a seguir (cf. Esping-Andersen, 1990, p.47).
concerne à dependência em relação ao mercado, 1. Um conjunto de dimensões ocupa-se com as
havendo uma ampliação dos direitos para todas regras de acesso dos indivíduos aos benefícios.
as camadas sociais. Nesse veio, Esping-Andersen De grande relevo são os critérios de elegibilidade
(1990, p.46) argumenta que as políticas sociais de e restrições ou facilidade quanto ao acesso dos
caráter emancipador deveriam incluir duas ques- benefícios ou direitos. Um programa garante um
tões centrais, elencadas a seguir: grau elevado de desmercantilização, se o acesso
a) a extensão dos direitos além do terreno estreito
da carência absoluta; 16
Essa proposta ficou conhecida como desfamiliarização,
que expressa o grau de independência dos indivíduos
b) o aumento dos benefícios sociais, visando a se em relação à família, ou seja, o grau em que o Estado
alcançarem os padrões de vida e de renda de oferece aos domicílios e famílias apoio para que nenhum
membro da família seja mais onerado do que o outro
uma nação. nos afazeres domésticos.
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defendem maior provisão de benefícios e serviços em que nenhum desses três pilares consegue pro-
pela via mercado, enquanto que os socialistas pro- teger os cidadãos contra os riscos sociais e econô-
curam garantir maior independência e autonomia micos, têm-se casos de déficit e deficiência na es-
através da garantia de benefícios e serviços pela fera da proteção social. Diante disso, Esping-
via Estado, conforme destacaremos a seguir. Andersen (2002) enfatiza a importância de conce-
ber e implementar políticas sociais numa perspec-
tiva universal, sem rígidos critérios de elegibilida-
A DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES ENTRE de, a fim de que todos os cidadãos, independente-
ESTADO, MERCADO E FAMÍLIA mente de suas condições ou classe social, tenham
um padrão digno de sobrevivência. O Quadro 2
Os três sistemas de proteção social descri- apresenta, de forma resumida, as principais dife-
tos anteriormente concebem diferentemente as res- renças entre os três modelos de políticas sociais.
ponsabilidades da proteção social, cujos pilares Ele ilustra que os liberais defendem a pro-
condizem com a divisão de responsabilidades en- visão de benefícios e serviços sociais através de
tre mercado, família e Estado. Numa perspectiva mecanismos de mercado, enquanto os socialistas
liberal de proteção social, o mercado é tido como o procuram garantir maior independência e autono-
principal recurso de provisão, visto que a maioria mia através da garantia de benefícios e serviços
dos cidadãos deveria obter uma renda que possi- através da intervenção do Estado. Além do papel
bilitasse o sustento através da venda da força de do Estado, há objetivos e valores diferenciados.
trabalho. Na concepção conservadora, o Estado, Enquanto os liberais têm como propósito garantir
por sua vez, deve entrar em cena apenas quando a a capacidade individual de inserção no mercado,
família e o mercado falham, ou seja, quando os mesmo que isso implique uma maior desigualda-
indivíduos não conseguem, por mérito e inserção de social, os socialistas defendem maior
do mercado de trabalho, garantir para si e os seus desmercantilização, igualdade e segurança social
um padrão digno de sobrevivência. Segundo contra riscos. Os conservadores, por outro lado,
Esping-Andersen (2002), nos países católicos do baseiam-se no princípio da subsidiaridade, caben-
Sul da Europa e na América Latina, a família é o do à família um papel central na proteção social.
central ente de proteção social, que geralmente
entra em cena em decorrência das falhas do mer-
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cas sociais concebem aos indivíduos ou famílias dependência e preguiça. Os neoliberais defendem,
para que possam sobreviver para além das rela- portanto, a volta do individualismo e o fortaleci-
ções do mercado. mento da capacidade das pessoas de obterem su-
É notável que a concepção de desmercan- cesso individual no mercado. Eles partem do pres-
tilização difira das teorias vigentes até o momento, suposto de que os riscos sociais e as desigualda-
por não enfatizar somente a quantidade, mas, espe- des surgidas no mercado poderiam ser corrigidos,
cialmente, a qualidade das políticas sociais se todos puderem competir em pé de igualdade, o
institucionalizadas, medidas pelo grau em que in- que não ocorre no mundo real. Por outro lado, os
divíduos podem manter um nível de vida tolerá- conservadores e católicos sociais defendem o
vel, independentemente da obrigação da partici- favorecimento do papel central da família e das
pação no mercado de trabalho. A dimensão da comunidades locais no provimento de serviços de
desmercantilização incorpora a possibilidade de proteção social, ainda que tais serviços não tenham
os cidadãos poderem, livremente, optar por não condições, por si sós, de atingir tal fim. Por últi-
trabalhar, quando assim considerarem necessário, mo, os socialistas defendem soluções coletivas na
sobretudo quando há um alto grau de exploração provisão de políticas de proteção social, posto que
da força de trabalho. o mercado e a família seriam canais insuficientes
Ao contrário do propagado pela mídia, pelo de seguridade, figurando como os principais cau-
senso comum e por concepções liberais e conserva- sadores das desigualdades sociais.
doras, bem como por parte da esquerda ortodoxa No Brasil, nota-se a predominância de polí-
brasileira,18 as políticas sociais desmercantilizadoras, ticas sociais baseadas em concepções liberais, nas
na concepção de Esping-Andersen, fortaleceriam quais os critérios de elegibilidade são definidos e
o movimento dos trabalhadores e enfraqueceriam o estabelecidos através de rígidos testes de meios, a
poder dos patrões, sendo, inclusive, uma pré-con- exemplo do Benefício de Prestação Continuada e
dição para que os trabalhadores sejam capazes de do Bolsa Família. Numa perspectiva social-demo-
agir coletivamente. O estudo em tela demonstrou crata, esses benefícios deveriam ser bem mais ge-
que os liberais e, recentemente, os neoliberais nerosos, havendo a extinção dos testes de meio, o
priorizam veementemente as políticas de caráter caráter vexatório de comprovação da pobreza e as
mercantilizado, enquanto que os socialistas defen- demais condicionalidades.
dem as políticas que conduzem à desmercantilização Ademais, a seleção e o controle das
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The present paper discusses an innovative L’objectif de cet article est d’établir des discussions
principle, denominated of decommodification, sur le principe innovateur de decommodification
formulated recently by Esping-Andersen (1990, 1999 (démarchandisation), formulé récemment par Esping-
2002) and incorporated to the study of social policies. Andersen (1990, 1999, 2002) et incorporé aux études de
The author’s main proposition, through the term politiques sociales. En utilisant le terme
decommodification, consists of evaluating the degree decommodification (démarchandisation), l’auteur
of autonomy and independence of individuals in propose essentiellement d’évaluer le degré d’autonomie
relation to market. The essential conclusions from this et d’indépendance des individus face au marché. Les
analysis evidence a singular and innovative principales conclusions découlant de l’écran d’analyse
contribution, when emphasizing the importance of the mettent en évidence une contribution unique et
institutional arrangements of the social policies, innovatrice qui montre l’importance des arrangements
considering not only rights and warranties, but, above institutionnels des politiques sociales en considérant non
all, the interlacement of the State with market and seulement les droits et les garanties mais surtout
family in the provision of social policies. l’imbrication de l’Etat avec le marché et la famille en
termes de politiques sociales.
Clóvis Roberto Zimmermann - Doutor em sociologia pela Universidade de Heidelberg na Alemanha. Atual-
mente, é professor adjunto de Ciências Políticas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em
Cachoeira e Relator Nacional para o Direito à Alimentação e Terra Rural. Autor do livro Politische Partizipation
in Brasilien: Ein Vergleich der Stadtplanungsmodelle von Porto Alegre und Curitiba. Frankfurt am Main/
Londres: IKO-Verlag für interkulturelle Kommunikation, 2006.
Marina da Cruz Silva - Doutoranda em Psicogerontologia pela Universidade de Erlangen-Nürnberg na
Alemanha e professora assistente do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia (UFRB) em Cachoeira. Autora do livro Gedächtnis - und Psychomotoriktraining im Alter: Transfer
und Wirksamkeit. Berlin: VDM Verlag Dr. Mueller, 2007.
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