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1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2018
Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade
Conselho Editorial
CDD-658.8
www.poisson.com.br
contato@poisson.com.br
Capítulo 1: Metodologia para avaliação de alugueis de imóveis baseado nas melhores
práticas do conceito APQP, Advanced Product Quality Planning .................................. 7
(Domingos José Ribeiro, Wagner Costa Botelho, Renata Maciel Botelho)
Capítulo 11: Análise preliminar dos riscos ocupacionais em uma lanchonete de Fast-
Food ............................................................................................................................... 121
(Francine Conceição de Andrade, Fábio Cézar Ferreira)
Capítulo 13: Gestão verde da cadeia de suprimentos: uma abordagem nas empresas
brasileiras ....................................................................................................................... 141
(Marcilia Queiroz De Souza, Júlia Graciela De Oliveira Américo Da Silva, Fabiano Silvério)
Capítulo 20: melhoria do fluxo de notas fiscais em duas empresas conjugadas do ramo
de construção civil no noroeste do Paraná utilizando BPMN ........................................ 206
(Mayne Camargo Zambello, Jaqueline Stéfanie dos Santos, Priscila Pasti Barbosa)
Resumo: Esse trabalho tem por objetivo apresentar o método aprov, advanced
property valuation, onde iremos associar um método de gerenciamento de
processos que garante o nível de qualidade exigidos pelo cliente, o apqp,
advanced product quality planning, com todo o processo de avaliação de aluguel,
onde desenvolveremos uma técnica com resultados mais tangíveis e coerentes
com toda a rastreabilidade, documentação e cálculos gerados na avaliação. Como
o apqp visa uma efetiva comunicação entre os setores envolvidos no planejamento
e desenvolvimento de um produto, se esse produto for uma avaliação, meu objetivo
seria alinhar todas as etapas do processo apqp aplicados na avaliação, nos prazos
previstos e cronogramas, buscando a redução dos possíveis modos de falha com a
qualidade e também a minimização dos riscos na avaliação desses imóveis. Sendo
assim teríamos como foco o planejamento da qualidade e a melhoria continua das
avaliações executadas, além da satisfação dos solicitantes. Para isso iríamos
trabalhar com as principais fases do apqp, que são o planejamento, projeto,
verificação, validação, feedback e ações corretivas.
.
FIGURA 3 – Bilheteria do cinema modelo
Fonte: o autor
Fonte: o autor
determinação de seu valor de mercado. Para (R$/m2) = R$2.177,00/m2; Valor total (At x
tanto, foi efetuada uma pesquisa na região R$/m2) = R$3.994.795,00.
geoeconômica, onde se procurou obter
A participação do cinema no prédio será
elementos comparativos de mesmas
obtida, na falta de outros elementos tais como
características do imóvel avaliando em
especificação do condomínio, através da
número representativo do mercado local. Para
relação entre áreas construídas do cinema e
esta avaliação foram obtidos, em princípio, 16
do prédio, conforme calculado: Valor da
elementos. Todavia, após o tratamento de
Fração Ideal = R$ 3.994.795,00 x 0,4097 =
estatística descritiva, restaram 8 elementos da
R$ 1.636.667,50. Os valores unitários básicos
amostra considerada, efetivamente
das construções foram inicialmente definidos
aproveitáveis. O saneamento da amostra e
através dos custos unitários básicos de
sua consequente homogeneização, que não é
Edificações oficialmente especificados pelo
objeto deste trabalho, forneceu o valor unitário
Sinduscon/SP para duas classes comerciais,
médio de R$ 2.177,00/m², sendo assim temos:
padrões normal e alto, relativos à data base,
Área do terreno (At) = 1.835.000m2; Unitário
conforme tabela seguinte:
Fonte: Sinduscom/SP
Fonte: o autor
Formulação da Hipótese: Com base nos valor adequado para o valor do imóvel.
valores dos alugueis calculados, vamos
alinhar as etapas do processo APQP com os
resultados obtidos, buscando a redução dos 7.3 TESTE DA HIPÓTESE
possíveis modos de falha e também a
Os resultados obtidos por meio da aplicação
minimização dos riscos na avaliação desse
dos métodos tradicionais foram os seguintes:
imóvel. Para isso iríamos trabalhar com as
Método – comparativo (R$26.100,00);
principais fases do APQP, que são o
Remuneração do capital (R$37.400,00);
Planejamento, Projeto, Verificação, Validação,
Participação (R$22.800). Validando os
Feedback e Ações Corretivas, pois segundo
mesmos utilizando a média ponderada dos
Rozenfeld et al. (2006), o processo de
resultados obtidos. A média ponderada tem
desenvolvimento do produto, em particular
como peso a seguinte relação: Peso 01 –
suas primeiras fases, é fundamental para
Maior Valor; Peso 02 – Valor Intermediário;
determinar todo o custo do projeto, inclusive o
Peso 03 – Menor Valor. Valor Aluguel =
custo do produto final, no nosso caso a
(R$ 26.100,00 x 2 + R$ 37.400,00 x 1 +
avaliação de um imóvel.
R$ 22.800,00 x 3)/6 = R$26.333,33.
Sendo assim, compreendidas as
Como Feedback ouvimos 4 (quatro)
necessidades do cliente, que no nosso caso é
corretores de imóveis, que atuam nessa área
o proprietário querendo avaliar seu imóvel
há mais de 30 anos e todos devidamente
após uma reforma executada pelo inquilino,
registrados em seu órgão de classe, o CRECI
iremos aplicas as 5 fases do AQPP,
/ SP – Conselho Regional de Corretores de
relacionadas a seguir: Executar o
Imóveis de São Paulo, realizamos uma
Planejamento, que seria a escolha das
Homogeneização dessas consultas e
metodologias utilizadas; Verificar e organizar
aplicamos uma média aritmética simples,
os dados colhidos em campo e fornecidos
chegando no valor de: Valor Aluguel 2 =
pelo proprietário e inquilino; Validar todos os
R$ 32.000,00. No método proposto, iremos
cálculos através de cálculos matemáticos;
dar peso 2 nos métodos tradicionais e peso 1
Usar como Feedback os resultados obtidos
na avaliação do corretor de imóveis, sendo
com a média dos elementos comparativos
assim o valor do imóvel será: Valor do Aluguel
homogeneizados e a consultoria de um
= (26333,33 * 2 + 32.000,00 * 1)/3 =
corretor de imóveis; Desenvolveremos as
R$ 28.222,00
Ações Corretivas, que foi a criação de um
fator de segurança, para chegarmos em um Como Ações Corretivas foi criado um fator de
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
16
segurança, Fs, que é baseado no tipo de normalmente tem seu valor estipulado em 3
Garantia de Locação Residencial (Fiador, (Três) meses, na sua maioria das vezes não
Depósito, Seguro Fiança). Segundo o SECOVI cobre as despesas jurídicas em caso de uma
(2014) o tipo de Garantia mais utilizada na ação de despejo. Com base nisso, criei um
locação é o Fiador, seguido do Deposito e por índice para cada tipo de garantia, para que
último e o Seguro fiança. A locação com seja multiplicado no valor calculado do
fiador é sempre mais confiável, pois em caso aluguel dando maior segurança ao locatário, o
de falta de aluguel o proprietário poderá proprietário do imóvel.
executar o bem do mesmo, já o deposito,
Autor: SECOVI
Fonte: o autor
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Capítulo 2
Resumo: Silicose, é uma doença ocupacional sem cura, causada pela inalação de
poeira de sílica cristalina livre. Os pulmões absorvem essas partículas que causam
o enrijecimento do seu tecido, provocando uma reação inflamatória, cuja evolução
é progressiva e irreversível, que por consequência, pode deixar o trabalhador
incapacitado para o trabalho, podendo levar a morte. A sílica livre é encontrada
principalmente na indústria da construção civil, na mineração e no garimpo. Nesse
estudo de caso foi identificada a poeira de sílica cristalina livre no processo
produtivo de uma indústria de transformação do silicone em artefatos de borracha.
Antes da alteração do processo produtivo, o quartzo de sílica livre cristalina
apresentava-se em concentração além do limite permitido por lei. Desta forma,
após a ocorrência de fatalidades, o processo produtivo sofreu significativas
melhorias trazendo qualidade de vida e segurança aos trabalhadores do setor.
Neste contexto, o presente estudo tem por de sílica livre, este produto e sua forma de
objetivo pesquisar como trabalhadores em manuseio fez com que em alguns dos
processo produtivo deficiente, são trabalhadores desenvolvesse a Silicose, uma
acometidos por Silicose pela exposição à doença sem cura, mas que deve ser
poeira de sílica na indústria de transformação perfeitamente evitada, desde que adotada
do silicone em artefatos de borracha. medidas preventivas nos locais de trabalho.
Segundo Fagundes (2010) as inalações das
pequenas partículas insolúveis de sílica
2. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
cristalina e as permanências das mesmas nos
O histórico desse estudo de caso, traz a luz pulmões acabam determinando a doença
do conhecimento, uma indústria de artefatos caracterizada pela presença de múltiplos
de borracha na fabricação de anéis de nódulos fibrosos.
vedação para panelas, que utilizava o quartzo
A falta de conhecimento dos proprietários da
como uma das matérias primas de seu
empresa em estudo, sobre a gravidade da
processo produtivo. Neste processo os
Silicose, foi um dos fatores determinantes
trabalhadores eram expostos à poeira de
para o desenvolvimento da doença nos
quartzo, o qual contem micropartículas de
trabalhadores. Apesar de a empresa sempre
sílica cristalina, de alto poder de toxidade. O
ter seus PPRA’s em dia – elaborado por
material tóxico quando manuseado, todo o
empresa contratada. Mesmo contanto com
ambiente da produção ficava contaminado,
uma empresa contratada de Segurança do
levando a obrigatoriedade de todos os
Trabalho, tal parceria não foi eficiente de
trabalhadores a utilizarem EPI’s
modo a evitar que os trabalhadores fossem
(Equipamentos de Proteção Individual),
privados desta exposição.
conforme Norma Regulamentadora (NR6).
Segundo a Norma Regulamentadora NR9
Em toda atividade em que o trabalhador tem
(PPRA – Programa de Prevenção de Riscos
contanto com a sílica, é recomendado que se
Ambientais), trata sobre a prevenção dos
tome precauções com relação ao local de
riscos ambientais do trabalho, sendo eles
trabalho e, em último caso, que se use o EPI
classificados por Físicos, Químicos,
adequado aos tipos de agentes
Biológicos, Ergonômicos e Mecânicos
contaminantes (SOUZA, 2012).
(Acidentes). A aplicação dessa norma é
Essa indústria de artefatos de borracha obrigatória para todas as empresas.
produz anéis para panela de pressão, a
A empresa por falta de cautela, por mais que
empresa em 2012 contava com os setores de
demonstrasse preocupação para com os
mistura, vulcanização e acabamento. A
trabalhadores atuando dentro das normas
empresa adquiria às matérias-primas nocivas
regulamentadoras brasileiras, não
à saúde e realizava todo o processo em suas
compreendia o quanto eram altos o grau e os
dependências.
riscos que seus trabalhadores corriam,
O quartzo uma das matérias-primas para estando expostos a esta poeira. A empresa
composição dos anéis contém micropartículas em estudo, contava com uma terceirizada de
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
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Segurança do Trabalho, que talvez por 2016 analisados pôde ser identificado que o
incompetência técnica sobre os riscos, reconhecimento dos riscos e as definições
prevenção e malefícios da Silicose levou a dos exames complementares por função de
ocorrência dos casos de doenças exposição a sílica, pela mudança de empresa
ocupacionais, ainda que o PCMSO (Programa consultora em Segurança e Medicina
de Controle Médico de Saúde Ocupacional – Ocupacional, foram bem dimensionados.
NR07) e PPRA (Programa de Prevenção de Como exemplo a definição do uso de filtro
Riscos Ambientais – NR09) e ASO (Atestado respirador PFF3 com válvula, assim como
de Saúde Ocupacional) sempre estarem em exames complementares semestrais para
dia. funções de risco por sílica, com periodicidade
semestral.
Um extrato dos documentos legais é
apresentado a seguir, com o objetivo de
demostrar a identificação dos riscos
3. PROCESSO PRODUTIVO CAUSADOR DA
relacionados:
SILICOSE
- Nos PPRAs (NR09) e PCMSOs
No período em que foi identificado a Silicose
(NR07) de 2010 a 2014 analisados, pôde ser
na empresa em estudo, o processo produtivo
identificado que o reconhecimento dos riscos
possuía um setor de mistura, local onde as
e as definições dos exames complementares
matérias-primas eram misturadas numa
por função de alta exposição a sílica, não
máquina chamada bamburi (figura 1), um
foram bem dimensionados. Como exemplo a
equipamento para mastigação/mistura da
definição do uso de filtro respirador PFF1 sem
borracha. Esse produto era armazenado de
válvula ao invés do PFF3 com válvula, assim
forma inadequada, em baldes abertos que
como exames complementares anuais para
liberavam a poeira da sílica no ambiente,
funções de risco elevado por sílica, que
durante a espera para ser adicionado no
deveriam ser semestrais eram anuais;
bamburi e se tornar um composto.
- Nos PPRAs e PCMSOs de 2015 e
O setor analisado foi o da mistura, onde os fluorescentes, sem janela de ventilação, com
trabalhadores atuavam em um galpão, com 4 ventiladores, 4 banheiros (2 masculinos e 2
piso frio, com iluminação de lâmpadas femininos), 2 bamburis e 3 cilindros (figura 3).
Figura 3 – Cilindro.
Por ser pouco ventilado, era visível a poeira a olho nu, ou seja, toda a sílica ficava no ar em
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
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O modelo de máscara foi substituído por a elaboração dos documentos legais como o
mascaras com filtro sendo mais eficiente - PPRA, PCMSO e ASO (Atestado de Saúde
PFF3 com válvula. É um respirador purificador Ocupacional). Os trabalhadores continuaram
de ar tipo peça semifacial filtrante para realizando exames periódicos, porém agora
partículas. A máscara tem o formato de na FUNDACENTRO, que continuou
concha dobrável e possui solda ultrassônica acompanhando os trabalhadores do setor
em todo seu perímetro, ou seja, pode ser produtivo, orientando os trabalhadores quanto
utilizada em ambientes cujo contaminante não aos riscos do manuseio da sílica, bem como a
exceda 10 vezes o seu limite de tolerância. importância do uso correto dos equipamentos
Outra medida foi comprar a matéria prima o de proteção individual.
quartzo já fracionado eliminando a fase de
Com estas medidas de prevenção a poeira de
pesagem a qual gerava muita poeira no ar.
sílica reduziu significativamente durante o
Eliminou-se as vassouras do setor e toda a
processo produtivo. Diminuição essa
limpeza passou a ser feita apenas com água
constatada através de medições de higiene
evitando o acumulo de poeira.
ocupacional realizadas pela FUNDACENTRO.
A forma que o trabalhador realiza a tarefa Porém, o objetivo principal da alta direção da
pode afetar significativamente a sua empresa, passou a ser a eliminação desse
exposição, com tal característica deve ser setor produtivo.
treinado desde como transportar a matéria-
Desde o surgimento da doença em 2013
prima, a velocidade de trabalho e a postura
essas medidas foram suficientes para manter
corporal.
as atividades da empresa, sem que houvesse
Uma nova empresa de consultoria em Saúde novos casos ou alteração nos já existentes.
e Segurança Ocupacional foi contratada para
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Em 2015 houve a parceria com uma empresa - Medidas de prevenção devem ser instaladas
especializada em produção de borracha de sempre mesmo que se consiga eliminar ou
silicone, a qual atenderia as necessidades de substituindo a matéria-prima nociva à saúde;
eliminação do processo produtivo em que os Contar com empresas prestadoras de
trabalhadores ficassem expostos a sílica. serviços de segurança e saúde ocupacional
Empresa parceira fundada a mais de 10 anos experientes, que definam os EPIs adequados
no ramo de borracha, conta com uma alta ao risco.
estrutura, e parque tecnológico inovado no
O setor produtivo da indústria em estudo,
trato com a sílica, de modo totalmente
antes deficiente com irregularidades que
automatizado. A mistura da massa é
expos o trabalhador ao risco químico da
processada de modo que nenhuma partícula
Sílica, hoje após as ocorrênncias de doenças
de sílica fica exposta no ambiente de
e óbtos, se mostrou prestativa e determinada
trabalho.
a implantar medidas para eliminar os riscos.
A partir desta parceria a empresa foi extinto o
Transferir os trabalhadores afetados para
setor de mistura. Hoje quando o composto
outros setores também contribuiu para
chega do parceiro, 3 trabalhadores realizam a
redução do avanço da doença Silicose.
distribuição para o setor de vulcanização. Não
existindo mais poeira de sílica na unidade O principal gestor dessa organização,
fabril, estando assim o risco eliminado por realizou as mudanças necessárias nos
completo. setores, priorizando a saúde dos
trabalhadores, optando por eliminar o risco no
setor de maior contaminação, passando a
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS adquirir o principal composto para a
elaboração do produto final pronto (vidação
Com o presente estudo, se pôde constatar
de panelas), ou seja, fornecido por uma
que como a Silicose não tem cura, os
empresa especializada, sustentável,
processos preventivos são de suma
totalmente apta tecnologicamente e
importância para o não desenvolvimento/ou
qualificada para atendê-los.
agravamento da mesma, e que treinar e
orientar os trabalhadores sobre os riscos que Conclui-se que grandes esforços e
estão expostos é obrigatório, considerando investimentos sempre devem ser empregados
que uma das medidas de prevenção é a no sentindo de prevenção de acidentes e
utilização dos EPI’s adequados ao risco. doenças do ttrabalho.
Outras medidas de prevenção constatadas No geral este estudo foi importante para
nesse estudo são: - O sistema de compreender e mostrar como a falta de
ventilação/exaustão que deve ser eficiente, conhecimento pode acarretar ou desencadear
assim como outros exaustores instalados nas situações irreversíveis de risco antes invisíveis
máquinas de modo a minimizar a exposição a ao leigo, e como as medidas de segurança
poeira, realizar o processo sem varrição a podem e devem ser adotadas a fim de evitar
seco para não proliferar a poeira no ambiente; fatalidades.
Capítulo 3
gerencial.
seguir.
A partir da identificação dos pontos a serem livro Discurso do Método, publicado em 1637,
melhorados, deve ocorrer o deslocamento um problema complexo pode e deve ser
das equipes para acompanhamento das dividido e resolvido em tantas partes menores
subatividades. Reitera-se, que toda a equipe quanto possíveis, de modo que a soma das
deve trabalhar alinhada e engajada em soluções de cada uma dessas pequenas
finalizar cada etapa proposta conforme a partes ainda seja igual ao resultado do
concepção do Gerenciamento Ágil. Desta problema inicialmente proposto.
forma, em um espaço menor de tempo
Levando em conta a abordagem
consegue-se identificar e atuar em cima dos
supramencionada, a essência deste trabalho
atrasos referentes ao item crítico e tomar
remete-se ao detalhamento das etapas para
atitudes para a correção imediata da
otimizar o tempo dispendido no projeto.
atividade com atraso.
Outrossim, a concepção do Gerenciamento
Em um intervalo de tempo suficientemente Ágil coloca-se como uma ferramenta para
adequado, com implementação do recurso da manter o foco principal do projeto, evitando
expanão das etapas, espera-se obter um ocorrências de perdas de tempos no
histórico de projetos a fim de que seja desenvolvimento oferecido ao cliente.
possível antever eventuais atrasos, isto é,
A conduta de gestão coletiva por parte dos
poder identificar o maior número de
colaboradores, neste trabalho, objetivou
ocorrências de determinados atrasos em um
entender melhor o processo de
projeto, visto que há semelhanças na
desenvolvimento de projetos como um todo
execução das atividades mesmo sendo
para quando ocorrer um atraso mínimo os
projetos distintos. Sobre outra perspectiva, ao
projetistas tenham uma diretriz para executar
levantar indicadores de atrasos em projetos
um plano de ação e solucionar o atraso.
objetiva-se estabelecer uma vantagem
Reitera-se que em intervalo de tempo
competitiva, pois estes tornar-se-ão
suficientemente adequado, a gerencia de
balizadores para encontrar o maior número de
projetos, tenha informações suficientes dos
falhas em planejamento e execução, para
históricos de atrasos sendo possível reduzir
que, dessa forma atitudes corretivas e
eventuais reflexos e impactos na
preventivas sejam tomadas.
produtividade e, consequentemente, na
lucratividade da organização.
5. CONCLUSÕES Por fim, a somatória de atrasos pontuais nos
projetos tem resultado em uma visão
Como observado por René Descartes em seu
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38
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Capítulo 4
ETAPA 1
ETAPA 2 2
ETAPA 3 3 3
ETAPA 4 4 2 3
ETAPA 5 5 2 3 4
ETAPA 6 1 2 3 4 5
Fonte: Autoria prória.
Em seguida, as frequências de cada uma das identificação de qual delas é a mais crítica ao
etapas foram estabelecidas , permitindo a processo, conforme Tabela 2.
1 1 7%
2 4 27%
3 5 33% 80%
4 3 20%
5 2 13%
6 0 0%
TOTAL 15 100%
Fonte: Autoria prória.
As atividades, verificar se o visitante possui 4.2.2 ANÁLISE DE CAPACIDADE E
cadastro (etapa 2), realizar cadastro dos DETERMINAÇÃO DO NÍVEL SIGMA.
visitantes (etapa 3) e imprimir etiqueta de
Primeiramente, definiu-se que a Carta de
identificação foram as etapas mais críticas,
Controle a ser utilizada são os gráficos
representanto 80% da criticidade do processo
baseados na Média (𝑋̅ ) e na Amplitude Móvel
estudado.
(𝐴𝑀
̅̅̅̅̅ ), que são utilizadas quando os dados
são variáveis e as observações são
individuais, ou seja, os subgrupos possuem
4.2 MEDIÇÃO
apenas uma amostra. Os dados foram
4.2.1 COLETA DE DADOS plotados com o uso do software Minitab®
(Figura 3).
Para a coleta de dados foram realizadas 40
observações diárias durante os dois primeiros Analisando a Figura 3, percebe-se que três
meses da pesquisa. Após a coleta, foi pontos ultrapassaram o limite superior de
utilizado o software Excel® para o cálculo dos controle para o gráfico da média, o mesmo
tempos de espera em minutos que foram ocorreu com o gráfico de amplitude móvel,
transformados em segundos, para serem onde cinco pontos também excederam o
plotados no Minitab®. limite superior de controle, o que caracteriza a
presença de outliers (causas especiais) no
processo estudado.
Uma vez eliminadas as causas especiais do
processo, uma nova carta de controle foi
estabelecida (Figura 4), evidenciando a
estabilidade do processo.
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
46
REFERÊNCIAS
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Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, de Janeiro: Werkema, 2010.
2007.
Capítulo 5
1. INTRODUÇÃO 2. METODOLOGIA
O transporte de cargas é um componente O método a ser empregado neste trabalho
fundamental para a vida das pessoas, pois está dividido em três etapas, a começar por
por meio deste as comunidades têm acesso uma busca exaustiva da literatura;
aos bens e produtos. A movimentação de posteriormente haverá uma pesquisa
veículos comerciais representa algo em torno exploratória com os gestores logísticos de
de 15% de todas as viagens urbanas. Todos empresas de transporte de mercadorias, que
os dias as pessoas consomem e usam bens atuam na distribuição física em áreas
(e.g., comida, roupas, mobília, livros, carros e urbanas, permitindo assim identificar a
computadores) produzidos ao redor do maneira como os transportadores exercem a
mundo; mas, ao mesmo tempo, essa escolha modal para este tipo de operação. Ao
movimentação de cargas contribui final, a terceira fase deste trabalho irá analisar
significativamente com os efeitos ambientais, os resultados obtidos a partir da revisão da
sociais e econômicos indesejados (NUZZOLO literatura e coleta de dados.
e COMI, 2014; STEFAN, MCMILLAN e HUNT,
Com base no que é apresentado na literatura
2005).
sobre a modelagem da escolha modal, a
O papel do transporte de cargas continua a primeira etapa do método proposto consiste
crescer como uma parte importante do em identificar os principais atributos que
cotidiano de atividades de negócios e influenciam a escolha do modo de transporte
pessoas, especialmente ao analisar os de carga. Para isso, será utilizada a MSR.
recentes avanços no e-commerce,
A MSR (Metodologia Sistemática de Revisão)
globalização econômica, armazenamento de
é uma metodologia rigorosa, usualmente
alta tecnologia e sistemas de produção just-
utilizada na área da saúde, que visa identificar
in-time, que visam a redução do tamanho do
estudos sobre um determinado assunto (DE
veículo comercial e aumento da frequência de
LA TORRE-UGARTE-GUANILO et. al, 2011).
entregas (NUZZOLO et al., 2012).
Este método difere das análises tradicionais
Existem outros fatores sobre a movimentação por adotar um processo replicável, científico e
de cargas urbanas que tornam as pesquisas transparente que garante precisão,
na área ainda mais desafiadoras, como o integridade e qualidade dos resultados
elevado número de viagens encadeadas (SANTOS JÚNIOR et. al, 2011). Sua
(WANG e HU, 2011). Desse modo, Abate e implementação segue cinco passos básicos:
Jong (2014) ressaltam que há o grande 1) Definição do problema de pesquisa; 2)
interesse de compreender como os Definição da estratégia de pesquisa; 3)
operadores de carga tomam a decisão sobre Definição de critérios de inclusão ou exclusão
qual veículo será utilizado para o transporte. do trabalho; 4) Seleção dos artigos; 5) Análise
dos artigos selecionados.
As características da entrega estão
relacionadas com as atividades individuais Paralelamente a esta busca na literatura, as
dos tomadores de decisão bem como os empresas a serem estudadas precisam ser
aspectos do sistema de transportes; com isso, definidas. O foco deste trabalho são
busca-se alcançar um nível de interpretação empresas que possuam mais de um tipo de
dos atributos de escolha considerados na veículo utilizados em sua operação. Com isso,
tomada de decisão (NOJORONO e YOUNG, os tomadores de decisão precisam fazer a
2003). escolha de qual veículo utilizar na área
urbana, dado o conjunto de atributos. Para
Considerando a importância do transporte de
definição dessas empresas, sugere-se buscar
cargas e a complexidade que é a escolha do
o contato com os sindicatos dos
veículo a ser utilizado na entrega, este
transportadores e dos motoristas a fim de
trabalho tem por objetivo analisar os
conhecer as transportadoras que possuam
principais atributos considerados na tomada
esse perfil. Desse modo, os sindicatos podem
de decisão quanto à escolha do modo de
fornecer sua base de e-mails das empresas,
transporte urbano de mercadorias, por meio
possibilitando que o link da pesquisa seja
do levantamento de artigos relevantes e de
enviado para os contatos fornecidos.
um questionário exploratório a fim de verificar
a aderência desses fatores à realidade Dispondo desses atributos, com base na
brasileira. literatura, que influenciam a escolha do
veículo e conhecendo as empresas
potenciais, será possível projetar e aplicar o
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
53
Título e resumo 1 2 1 0 4
Texto completo 1 33 10 6 50
atividade econômica que ocorre na origem e Abate e Jong (2014) estudaram o processo
no destino da viagem. de escolha do tamanho do veículo a partir de
dados de diários de viagens da Dinamarca,
O estudo de Norojono e Young (2003) retratou
considerando as seguintes variáveis para
a escolha entre o modo rodoviário e ferroviário
essa escolha: i) distância da viagem; ii)
na Indonésia e determinou as variáveis para a
capacidade máxima legal do veículo; iii) peso
escolha modal nesse contexto, as quais
da carga (ton); iv) custo total de operação por
foram: i) custo; ii) tempo de entrega; iii)
tonelada do veículo; iv) tamanho da frota da
qualidade da entrega (segurança, condições
empresa; v) idade dos veículos; vi) demanda
do veículo, rota, frequência) e, iv) flexibilidade
total de transporte de carga do par origem-
(tempo de embarque, capacidade de
destino; vii) preço médio mensal do
resposta).
combustível (diesel) por litro e, viii) se a frota é
Witlox e Vandaele (2005) reconheceram que a própria ou terceirizada.
escolha modal do transportador não é
Arencibia et al. (2015) utilizaram uma técnica
influenciada simplesmente por atributos
avançada de modelagem para analisar a
puramente econômicos (tempo e custo), mas
demanda por transportes de cargas no
também por fatores qualitativos, os quais são:
contexto da escolha modal. Para isso, a coleta
i) frequência; ii) confiabilidade; iii)
de dados foi conduzida a fim de estimar os
flexibilidade; iv) duração da viagem e, v)
principais atributos preferidos pelos
riscos de perdas ou danos.
embarcadores que definem os serviços
Puckett e Hensher (2008) enfatizam que, fornecidos pelos diferentes modos de
apesar da maioria dos estudos assumirem transportes: rodoviário, marítimo e ferroviário.
que os tomadores de decisão processam Os atributos encontrados foram: i) custo, ii)
todas as informações disponíveis com a tempo de trânsito; iii) frequência; iv)
mesma atenção, é provável que as decisões pontualidade; v) perdas; vi) flexibilidade; vii)
sejam tomadas a partir de alguns atributos rastreabilidade; viii) impactos ambientais e, ix)
considerados estratégicos. Os principais cronogramas.
atributos identificados foram: i) tempo de fluxo
O trabalho de Simecek e Dufek (2016)
livre; ii) tempo de congestionamento; iii)
trabalhou com dados de transportadoras da
tempo de espera até o destino; iv)
Eslováquia. As entregas foram caracterizadas
probabilidade de chegada no tempo
pelo tipo de carga transportada, distância
planejado; v) preço do combustível e, vi)
total percorrida e modo de transporte
taxas baseadas na distância.
utilizado. Os atributos considerados para
Rich et al. (2009) apresentaram um modelo de cada uma das alternativas foram: i) modo de
escolha modal que englobou cinco modos de transporte; ii) tempo e, iii) confiabilidade.
transporte que, ao serem combinados,
Kim et al. (2017) realizaram um estudo que
resultaram em 40 alternativas logísticas. Os
buscava uma melhor compreensão do
atributos considerados para a escolha modal
processo de tomada de decisão sobre o
foram: i) tempo de entrega; ii) tempo de
modo de transporte de carga a ser utilizado
espera; iii) custo do transporte.
pelas empresas, transportadoras e agentes
Wang e Hu (2012) utilizaram dados de na Nova Zelândia. Eles observaram os
viagens da cidade de Denver que mostravam seguintes atributos: i) preço; ii) tempo de
o comportamento de escolha do veículo serviço, confiabilidade e flexibilidade; iii)
comercial para a entrega de cargas urbanas. conectividade do modo; iv) segurança e
A partir disso, trabalharam com vários potencial de perdas; v) facilidade de
atributos importantes para essa escolha, os transferência intermodal; vi) necessidade de
quais foram divididos em: i) viagem: tempo, tratamento especializado; vii) capacidade; viii)
propósito, número de viagens realizadas em valor agregado das atividades na cadeia de
um dia e distância percorrido; ii) paradas: suprimentos; ix) questões ambientais e
número de paradas, tipo de área da entrega; sustentáveis.
iii) características da carga: tipo de carga,
A Tabela 4 possibilita identificar os atributos
quantidade de tipos de cargas e, iv) empresa:
principais observados para a escolha do
número de empregados, tamanho da frota,
modo de transporte a partir da revisão da
total de viagens realizadas durante dia e tipo
literatura.
de atividade.
3.2 DETERMINAÇÃO DAS EMPRESAS em geral, foi realizada uma análise daqueles
que se encaixam à situação específica do
Buscou-se contato com os sindicatos dos
transporte urbano de mercadorias,
transportadores e dos motoristas a fim de
considerando a realidade de uma empresa
conhecer as transportadoras que pertençam
que precisa escolher o veículo mais
ao perfil procurado; isto é, empresas que
adequado para cada viagem. A fim de
possuam mais de um tipo de veículo utilizado
verificar a aderência dos atributos
em sua operação. Foram obtidos 2.437
encontrados na literatura em relação ao
contatos de e-mails de empresas de
fenômeno estudado, de acordo com a visão
transporte de carga de todo o Brasil, sendo
dos gestores logísticos das empresas, foi
que cerca de 30% deles estavam
projetado um questionário exploratório na
desativados. Não foi possível obter
plataforma SurveyMonkey.
diretamente os contatos dos gestores
logísticos; dessa forma, foi necessário contar O questionário possui perguntas que
com a colaboração do destinatário para que o caracterizam a/o(s): i) empresa: cidade em
mesmo encaminhasse o e-mail ao que a matriz está localizada, estados em que
responsável pela tomada de decisão, há operação, quantidade de funcionários; ii)
resultando numa dificuldade notável neste funcionário: o cargo na empresa do
processo. respondente; iii) operação: se a
transportadora realiza um número mínimo de
entregas diário em áreas urbanas (pelo
3.3 QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO menos 5), se a empresa possui mais um tipo
de veículo, quais seus setores de atuação; iv)
Dispondo dos atributos que influenciam a
atributos: nota (de 1 a 7) dada a cada atributo
escolha modal para o transporte de cargas
TABELA 5 - Medidas descritivas dos atributos de escolha veicular sob a ótica do transportador.
Atributos Média Dp Mín Q1 Md Q3 Máx
Viagem
Distância total percorrida 5,6 2,1 1 5 6,5 7 7
Número de paradas 5,1 2,5 1 3 7 7 7
Quantidade de tipos de áreas visitadas 6,2 1,1 4 5 7 7 7
Existência de local adequado para carga/descarga 6,1 1,7 2 6 7 7 7
Existência de zonas de restrição à circulação de veículos de carga 6,3 1,6 2 7 7 7 7
Condições da via de acesso 6,0 1,7 2 6 7 7 7
Mercadoria
Tipo de mercadoria 5,5 2,0 1 4 6,5 7 7
Variedade de tipos de mercadoria 6 1,5 3 5 7 7 7
Volume de mercadoria 6,5 0,7 5 6 7 7 7
Veículo
Exigência quanto ao tamanho do veículo 5,7 1,8 2 4 6,5 7 7
Tipo de combustível 3,9 2,1 2 2 3,5 6 7
Idade do veículo 4,9 2,1 1 4 5,5 7 7
Custo de operação do veículo (R$/ton) 6,1 1,7 2 6 7 7 7
Capacidade do veículo 6,2 1,5 3 6 7 7 7
As Figuras 1, 2 e 3 retratam a ordenação dos atributos em cada categoria pelos gestores logísticos.
A amostra é composta por gestores logísticos carga/descarga’ com 22% de escolha como o
que ocupam, na sua maioria, posições de alta atributo mais importante. Desse modo, a partir
gerência. As empresas estudadas operam em dos dados, observa-se que estes dois fatores
diversos setores de atuação (alimentos, são os mais considerados nesta categoria.
bebidas, higiene pessoal, material escolar e
Em relação aos atributos da mercadoria,
de escritório, acessórios para casa,
observa-se que volume da mercadoria
automotivo, dentre outros), tendo maior
recebeu a maior nota média (6,5). Na
representatividade o setor de produtos
ordenação, esta variável ficou em segundo
alimentícios (44%) e higiene pessoal (44%). A
lugar, uma vez que foi escolhida como o
amostra desses setores revela uma boa
atributo mais importante por 28% dos
variabilidade dos dados, pois estão bem
tomadores de decisão. Ficou atrás apenas do
distribuídos entre 17 e 44%. O somatório não
peso da mercadoria (33%), mas este item não
é 100%, uma vez que a maioria das empresas
estava contemplado na etapa das notas. Com
atua em mais de um setor.
isso, observa-se coerência e conclui-se que
Verifica-se que há uma boa peso e volume da carga são os atributos mais
representatividade em relação às regiões de considerados na escolha do veículo nesta
atuação no Brasil, uma vez que a amostra categoria.
contempla empresas que atuam em todas as
Com relação aos atributos do veículo,
regiões do país, sendo a região Sudeste
observa-se que a capacidade do veículo
(83,33%), Nordeste e Centro-Oeste com
recebeu a maior nota média (6,2). Na
66,67% cada, Sul (61,11%) e Norte (50%). O
ordenação, este atributo ficou em terceiro
somatório não é 100%, pois a mesma
lugar, ficando atrás do fator que trata da
empresa pode atuar em várias regiões.
exigência quanto ao veículo utilizado na
Em relação aos atributos da viagem em si, entrega que foi considerado o atributo mais
observa-se que a maioria deles são importante por 50% dos gestores e do custo
considerados muito importantes, com uma de operação, que foi definido como prioridade
leve prioridade para ‘existência de zonas de por 28% dos gestores. O item de custo
proibições’ com nota média de 6,3. Sua operacional também recebeu uma nota média
importância é comprovada, pois 50% dos elevada (6,1). Portanto, observa-se coerência
gestores logísticos responderam que este entre as respostas e constata-se a
item era aquele considerado mais importante importância desses três fatores.
nessa categoria. Em segundo lugar, está o
item ‘existência de local adequado para
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
61
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Capítulo 6
Resumo: Este artigo tem por objetivo avaliar o curso de engenharia de produção a
partir da perspectiva dos discentes em 5 dimensões da qualidade. Utilizando a
ferramenta SERVQUAL, foi possível elaborar gráficos que demonstram a
perspectiva dos alunos e o que é ofertado pela instituição. Um questionário foi
elaborado com 25 perguntas, as respostas de 40 discentes foram coletadas e
analisadas para cada dimensão. Com o resultado têm-se o panorama geral da
qualidade vista pelos usuários dos serviços recebidos.
Expectativa Realidade
Questão
1 2 3 4 5 MEDIA Desvio Padrão 1 2 3 4 5 MEDIA Desvio Padrão
1 0 0 3 8 29 4,65 10,89954127 0 1 8 17 14 4,1 6,782329983
2 0 0 0 7 33 4,825 12,79062156 5 8 14 10 3 2,95 3,847076812
3 0 0 2 5 33 4,775 12,63328936 9 10 18 2 1 2,4 6,164414003
4 8 7 15 9 1 2,7 4,472135955 2 3 16 13 6 3,45 5,54977477
5 0 0 4 13 23 4,475 8,876936408 5 10 15 7 3 2,825 4,195235393
6 2 1 2 15 20 4,25 7,924645102 15 15 8 1 1 1,95 6,260990337
7 2 1 3 12 22 4,275 8,024961059 4 15 10 7 4 2,8 4,147288271
8 0 1 4 20 15 4,225 8,024961059 1 8 14 13 4 3,275 5,019960159
9 2 6 6 15 11 3,675 4,516635916 0 4 21 13 2 3,325 7,874007874
10 0 3 7 10 20 4,175 6,899275324 0 4 15 20 1 3,45 8,024961059
11 0 1 5 20 14 4,175 7,771743691 1 8 15 14 2 3,2 5,830951895
1 -0,55
2 -1,875
3 -2,375
4 0,75
5 -1,65
6 -2,3
7 -1,475
8 -0,95
9 -0,35
10 -0,725
11 -0,975
12 -1,075
13 -0,8
14 -2,525
15 -1,1
16 -0,8
17 -1,125
18 -1,8
19 -1,625
20 -1,55
21 -1,6
22 -2,125
23 -1,35
24 -2,4
25 -2,375
Fonte: Autores (2017).
Para se ter uma análise mais detalhada a dimensões da qualidade do serviço do curso
respeito do gap, ou diferença entre a de engenharia de produção da UFERSA -
expectativa (Série 1) e a realidade (Série 2), é Mossoró, no Gráfico 1 está demonstrado as
apresentado a seguir gráficos a respeito das dimensões a respeito da tangibilidade.
GRÁFICO 1 – Tangibilidade.
2
1
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5
Série1 Série2
GRÁFICO 2 – Confiabilidade
Série1 Série2
GRÁFICO 3 – Competência.
4,7
4,275
5 4,05
3,475
4 2,975
3 2,175
2
1
0
Q12 Q13 Q14
Série1 Série2
GRÁFICO 4 – Segurança.
4,6 4,525
5 4,3
3,45 3,475
4 3,2
2,65 2,725
3
2
1
0
Q15 Q16 Q17 Q18
Série1 Série2
GRÁFICO 5 – Empatia.
4,75
5 4,35 4,325 4,5 4,35 4,425
4,25
4
3,125
2,8 2,725 2,9
3 2,375
1,95 2,05
2
0
Q19 Q20 Q21 Q22 Q23 Q24 Q25
Série1 Série2
Com base em uma análise dos dados é encontrada no curso de acordo com
possível identificar uma insatisfação dos discentes. A relação da diferença entre as
entrevistados com relação ao serviço médias da expectativa e realidade de acordo
prestado pelo curso de Engenharia de com as dimensões são mostradas no Quadro
Produção, fato esse notado pela discrepância 3.
dos dados de expectativa e realidade
Fazendo uma análise dos dados dispostos no maior dificuldade, dando mais atenção as
Quadro 3, de maneira geral todas as suas necessidades.
dimensões relacionadas ao curso necessitam
Para buscar uma melhora na competência é
por uma atenção mais cuidadosa, de acordo
necessária uma melhor interação entre o
com os entrevistados, podemos identificar
aluno e a coordenação do curso, além de
que as dimensões que mais necessita de
uma maior atenção do curso com a
cuidado e atenção é a empatia e a
preparação do aluno para o mercado de
competência.
trabalho, as atenções aos outros pontos são
Se tratando da dimensão empatia, o necessárias, como, a tangibilidade,
processo de melhoria pode decorre de confiabilidade e segurança, estes outros
acordo com algumas ações nos aspectos estão ligados a satisfação dos clientes com o
uma maior atenção individual ao aluno, ambiente analisado, confiança com os
sempre com professores disponíveis para tirar envolvidos, qualidade dos laboratórios,
dúvidas, tratando todos igualmente, uma conhecimento de mercado e de ensino pelos
maior flexibilidade para aulas com alunos com professores.
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
71
REFERÊNCIAS
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Gestão da Produção em Foco - Volume 11
72
Capítulo 7
Eurico Laydner Quinteiro Neto
Antônio Sérgio Coelho
Mônica Maria Mendes Luna
Resumo: Este artigo apresenta um modelo de programação linear inteira mista para
otimizar a utilização do espaço físico para alocação de produtos em prateleiras de
uma microempresa do ramo alimentício, visando a maximização dos lucros
proveninentes das vendas. Trata-se de um problema de otimização relevante
(conhecido como SSAP – Shelf-Space Allocation Problem) e de dificil solução. Para
a solução do modelo proposto utilizou-se de um software otimizador comercial. A
metodologia caracteriza-se como do tipo exploratória, tendo em vista a obtenção
de maior familiaridade com a temática por meio de uma revisão da literatura,
observação in loco e uma entrevista aberta com o responsável pela microempresa
objeto do estudo Ao final, apresentam-se considerações finais e sugestões para
trabalhos futuros.
Alocação
Drèze et al. (1994), Yang e Chen (1999), Yang (2001), van Nierop et al. (2008),
Hwang et al. (2009), Gajjar e Adil (2010), Hansen et al. (2010), Russell e Urban
(2010).
Localização
van Nierop et al. (2008), Hwang et al. (2009), Hansen et al. (2010), Russell e Urban
(2010).
De acordo com Aguiar (2015), as abordagens quer expor ‘n’ produtos (indexados de i = 1
proporcionadas por esses modelos de para n). O produto ‘i’ tem um comprimento de
configuração da disposição dos produtos em face ai e os requisitos para expor é o mínimo
duas dimensões (2D), é baseada no fato de de Li e o máximo de Ui produtos. Sendo pik o
os itens localizados atrás dos produtos que lucro do produto ‘i’ exposto na prateleira ‘k’. O
estão na frente das prateleiras não serem espaço disponível na prateleira ‘k’ é
vistos diretamente pelo consumidor, não mensurado pelo comprimento Tk. Sob estas
impactando, portanto, na compra. A autora condições de operação, a decisão para o
afirma também que, não é incomum ver outros vendedor é determinar o número xik de
tipos de decisões espaciais, como a produtos expostos na prateleira ‘k’ e o número
orientação dos produtos pelos números de total de produtos expostos na loja, xi, para
faces em altura e profundidade. cada produto ‘i’. Utilizando-se da notação
descrita, o modelo LSSAP é representado
Ao se apresentar o Quadro 1 e Quadro 2,
matematicamente como:
verifica-se que existem modelos matemáticos
especialmente focados em determinar o 𝑀𝑎𝑥 𝑍
𝑛 𝑚
espaço para os produtos, com destaque para
os modelos desenvolvidos por Yang e Chen = ∑ ∑ 𝑝𝑖𝑘 . 𝑥𝑖𝑘 (1)
(1999) e Yang (2001) tendo em vista a lacuna 𝑖=1 𝑘=1
de métodos determinísticos presentes na 𝑛
A Lanchonete XYZ dispõe de três gôndolas, baseado nas dimensões físicas das gôndolas
cada uma contendo três prateleiras, como onde os produtos são expostos e
mostrado na Figura 2, onde os produtos ficam armazenados, bem como nas dimensões
protegidos do ambiente por vidro. destes produtos. A Lanchonete XYZ possui
cerca de 90 tipos de produtos, no entanto,
Verifica-se na Figura 2 a similaridade com o
serão analisados apenas 30, por estes
modelo LSSAP ilustrado na Figura 1, dessa
estarem expostos em três gôndolas, cada
forma, após a análise do cenário de vendas
uma com três prateleiras, caracterizando,
da Lanchonete XYZ e com base na revisão da
portanto, o LSSAP. Os dados de entrada do
literatura apresentada, este trabalho
modelo (informações relacionadas aos
contemplará as decisões de Espaço e
produtos, dimensões, etc.), foram obtidos por
Alocação utilizadas em SSAP defendidas por
meio de observação in loco, medições
Aguiar (2015), e utilizar-se-á da abordagem
realizadas no local e entrevista com o
LSSAP desenvolvidos por Yang e Chen (1999)
responsável pelo estabelecimento.
e Yang (2001).
Ressalta-se que para obtenção do tamanho
No entanto, ressalta-se que modificações são
de face dos produtos, realizou-se medições
necessárias, tais como, a inclusão dos
indiretas (por meio de fotografias), já que se
diferentes níveis de prateleiras, e
trata de produtos alimentícios e o manuseio
diferentemente da bi-dimensionalidade
para mensuração dos mesmos é inviável, pois
descrita por Aguiar (2015), este trabalho é
compromete os aspectos sanitários e de
caraterizado como unidimensional, pois não
qualidade necessários para sua venda. Sendo
há produtos empilhados.
assim, as categorias de produtos e
respectivos lucro unitário, preço de venda e
tamanhos de face (voltadas para a frente da
4. MODELAGEM MATEMÁTICA
prateleira) são apresentados no Quadro 3.
O modelo de alocação dos alimentos foi
Coxinha 3 1,8 6
Croissant 4 Queijos 4 1 22
Calzone Portugues 4 1 15
Bauru (Sabores 1 e 2) 4 1 14
Doguinho 4 1 5
Empadinha 3 1 4
No qual a função objetivo (5), visa maximizar categorias de produtos não podem dividir a
o lucro total L, sendo um somatório dos mesma prateleira para não afetar o sabor,
produtos Salgados ‘Sijk’ (salgado ‘i’ alocado na utilizou-se para isso duas variáveis binárias
gondola ‘j’ e prateleira ‘k’), multiplicado pelo auxiliares αk e βk, nas quais, se igual à 1, o
seu respectivo lucro ‘Li’, adicionando-se o Salgado ‘i’ é alocado na gondola ‘j’ e
somatório dos produtos Doces ‘Dmjk’ (doce ‘m’ prateleira ‘k’ e o Doce ‘m’ é alocado na
alocado na gondola ‘j’ e prateleira ‘k’), gondola ‘j’ e prateleira ‘k’ respectivamente,
multiplicado pelo respectivo lucro unitário ‘Lm’ sendo zero caso contrário, além do fato de
do produto doce. Onde ‘s’, ‘d’ é quantidade garantir que a quantidade de produtos
de produtos salgados e doces expostos respeitem as dimensões das
respectivamente, ‘g’ o número de gondolas e gondolas ‘j’ e prateleiras ‘k’, Tjk. As restrições
‘p’ a quantidade de prateleiras. As restrições (12) e (13) visam garantir as Premissas 5 e 6,
de (6) à (9) garantem a quantidade máxima ou seja, todas as ‘j’ gondolas e suas ‘k’
(Usalgado e Udoce) e mínima (Lsalgado e Ldoce) de prateleiras devem conter produtos, doces ou
produtos (salgados e doces) expostos. As salgados.
restrições (10) e (11) garantem por sua vez a
Por fim, as restrições (14) referem-se as
Premissa 1, no qual estabelece que as 2
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
81
REFERÊNCIA
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Capítulo 8
1. INTRODUÇÃO
O Design de produtos é uma área do 2. TEXTURAS E TECNOLOGIAS DE
conhecimento multidisciplinar classificada TEXTURIZAÇÃO DE MOLDES PLÁSTICOS
como ciência humana aplicada ao
A indústria automotiva, a partir de pesquisa e
desenvolvimento de produtos industriais, e
desenvolvimento em Design, em especial na
trabalha junto com as diversas ciências
área de Color & Trim, pode ser considerada
humanas e exatas como: Engenharias,
pioneira na área de desenvolvimento de
Administração, Finanças e Marketing. O
texturas aplicadas a peças plásticas como
Designer conceitua produtos gerando
forma de gerar inovação e aumentar a
soluções a partir das principais bases
qualidade percebida do produto. A estratégia
conceituais do objeto: funcionalidade,
de investir em design para o desenvolvimento
operacionalidade, ergonomia, materiais,
de produtos com características inovadoras
processos produtivos, sistemas construtivos,
aumenta o potencial competitivo do produto
criatividade, função informacional, função
no mercado (FREITAS, 2011).
estética, função simbólica, função semântica
(GOMES FILHO, 2007).
O designer atua no desenvolvimento de novos 2.1 A IMPORTÂNCIA DAS TEXTURAS NO
produtos não apenas definindo as formas dos DESIGN DE SUPERFÍCIE
objetos, mas propondo soluções de
As texturas aplicadas às superfícies de peças
acabamento de superfícies dos produtos com
plásticas apresentam diversas funções no
o objetivo de atender aos aspectos funcionais,
design de superfície, as mais importantes são:
estéticos, táteis, ergonômicos, relacionados à
segurança, entre outros. Esta área do design a) Agregar valor estético-visual ao produto
é conhecida como Design de superfície, CMF pela aplicação de desenhos que imitam
(Color, Material and Finish) ou ainda, no efeitos de tecidos, couros ou ainda
mercado automobilístico: Color & Trim (Cor e desenhos aleatórios ou geométricos
Acabamento). ordenados, aumentando a percepção de
qualidade do produto;
Uma das especialidades do Designer de
Color & Trim é o desenvolvimento de texturas b) Diminuir o brilho superficial do polímero
aplicadas às peças plásticas do veículo. Este injetado, melhorando a percepção de
desenvolvimento tem início após a definição qualidade do material;
de um briefing, obtido por meio de uma
c) Minimizar a visualização de efeitos de
pesquisa realizada com base em elementos
manchas de fluxo do material oriundos do
do design de objetos, arquitetura, artes, moda
processo de injeção;
entre outros, a fim de identificar tendências
que possam inspirar as diretrizes do projeto d) Melhorar a aderência em peças que
dos desenhos da textura a ser desenvolvida. necessitam de maior controle e precisão
de manipulação como volantes,
A partir de uma pesquisa Survey, buscou-se
comandos, manípulo do câmbio entre
identificar a percepção do usuário de
outros;
automóveis em relação às texturas aplicadas
às peças do produto e levantar sua e) Melhorar a ergonomia relacionada aos
percepção quanto ao uso da Biomimética no aspectos hápticos (suavidade, maciez e
desenvolvimento de desenhos de texturas toque) entre o ser humano e a peça
que possam trazer maior valor agregado ao plástica;
produto e maior qualidade percebida ao
f) Minimizar o efeito visual de eventuais
usuário, pela inovação em características
marcas de arranhões causados durante a
técnicas, visuais, táteis, funcionais baseadas
utilização do produto, buscando aumentar
nos princípios da Natureza.
o ciclo de vida e minimizar a necessidade
O artigo apresenta o processo de de troca ou substituição.
desenvolvimento e as tecnologias aplicadas
no processo de texturização de moldes de
peças plásticas, bem como as tecnologias 2.2 TECNOLOGIAS UTILIZADAS
existentes no desenvolvimento e aplicação de
Os processos de texturização de moldes de
texturas em peças plásticas, e as etapas de
injeção de peças plásticas podem ser
implementação da texturização de moldes de
classificados em:
injeção.
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
86
% na faixa etária
% na faixa etária
% na faixa etária
% na faixa etária
% na amostra
% na amostra
% na amostra
% na amostra
Nº respostas
Nº respostas
Nº respostas
Nº respostas
1. Faixa
etária
No
desenvolvimento 2 8,3 1,5 0 0 0 1 3,1 0,7 0 0 0
2. Aplicação da “INOVAÇÃO”.
de produtos.
No aprimoramento
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
de processos.
No aprimoramento
1 4,6 0,7 0 0 0 0 0 0 0 0 0
de serviços.
Produtos,
processos e 21 87,5 15,3 64 100 46,7 31 96,9 22,6 17 100 12,4
serviços.
ferramenta para a competitividade.
irrelevante. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3. Prática da INOVAÇÃO como
de pouca
1 4,6 0,7 1 1,6 0,7 0 0 0 0 0 0
importância.
muito importante. 7 29,2 5,11 44 68,8 32,1 7 21,9 5,1 1 5,9 0,7
é o primeiro
6 25 4,4 35 54,7 25,5 9 28,1 6,6 6 35,3 4,4
contato.
4. Biomimética / Biomimetismo
desconheço seu
8 33,3 5,8 7 10,9 5,1 3 9,4 2,2 3 17,6 2,2
significado.
conheço o
6 25 4,4 6 9,4 4,4 4 12,5 2,9 2 11,7 1,5
significado.
>50 ANOS
18 - 22 ANOS 23 - 37 ANOS 38 - 50 ANOS
("BABY
(GERAÇÃO "Z") (GERAÇÃO "Y") (GERAÇÃO "X")
BOOMERS")
ALTERNATIVAS
% na faixa etária
% na faixa etária
% na faixa etária
% na faixa etária
% na amostra
% na amostra
% na amostra
% na amostra
Nº respostas
Nº respostas
Nº respostas
Nº respostas
não é possível. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
aplicação é
1 4,6 0,7 1 1,6 0,7 0 0 0 0 0 0
irrelevante.
deve ser explorada. 17 70,8 12,4 45 70,3 32,8 27 84,4 19,7 16 94,1 11,7
Fonte: os autores.
>50 ANOS
18 - 22 ANOS 23 - 37 ANOS 38 - 50 ANOS
("BABY
(GERAÇÃO "Z") (GERAÇÃO "Y") (GERAÇÃO "X")
BOOMERS")
ALTERNATIVAS
% na faixa etária
% na faixa etária
% na faixa etária
% na faixa etária
% na amostra
% na amostra
% na amostra
% na amostra
Nº respostas
Nº respostas
Nº respostas
Nº respostas
nunca 0 0 0 3 4,7 2,2 0 0 0 0 0 0
são irrelevantes. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
agregam pouco
3 12,5 2,2 6 9,4 4,4 2 6,3 1,5 0 0 0
valor .
são muito
7 29,2 5,1 27 42,2 19,7 15 46,9 10,9 9 52,9 6,6
importantes.
que imitam de couro. 8 33,3 5,8 17 26,6 12,4 9 28,1 6,6 6 35,3 4,4
que imitam tecidos. 3 12,5 2,2 5 7,8 3,6 4 12,5 2,9 2 11,8 1,5
com desenhos
3 12,5 2,2 10 15,6 7,3 5 15,6 3,6 3 17,6 2,2
aleatórios.
com desenhos
geométricos
10 41,7 7,3 32 50 23,4 14 43,8 10,2 6 35,3 4,4
ordenados ou
simétricos.
vale a pena investir. 18 75 13,1 49 76,6 35,8 27 84,4 19,7 15 88,2 10,9
Fonte: os autores.
A questão 9 procurou revelar quão importante competitividade das empresas e que o uso da
são as texturas na percepção da qualidade biomimética pode ser uma ferramenta para
do produto. Para todas as gerações, as gerar inovação. Os dados indicam que a
alternativas considerando “importante” e maior parte das pessoas gosta de
“muito importante” somaram índices acima de automóveis, percebe e valoriza as texturas
87%. As alternativas que consideravam as como algo que gera valor agregado e
texturas como “irrelevantes” ou “de pouca aumenta a qualidade percebida no produto.
importância” para a percepção de qualidade Estes dados permitem refletir sobre a
no automóvel somaram 12,5% apenas na importância e relevância da pesquisa do tema
geração “Z”, maior índice entre as gerações. e de sua implementação nos sistemas
produtivos automotivos como estratégia de
A questão 10 procurou identificar as
geração de valor e inovação, com potencial
preferências dos respondentes em relação
de melhorar os resultados financeiros das
aos tipos de desenhos de texturas a partir da
empresas, uma vez que, com o aumento da
seguinte classificação dos desenhos
satisfação do usuário e de sua experiência
comumente utilizados em automóveis:
com os produtos oriundos deste
texturas que imitam couro; texturas que
desenvolvimento espera-se aumento de
imitam tecidos; texturas com desenhos
vendas, ampliação do Market share e
aleatórios; e texturas com desenhos
consequente aumento das receitas.
geométricos, ordenados e simétricos. Em
todas as gerações as texturas com desenhos Obviamente que os processos de pesquisa,
geométricos, ordenados e simétricos teve desenvolvimento e inovação demandam um
predominância com índices entre 35% e 50%, tempo de maturação e de retorno de longo
seguidas pelas texturas que imitam couro prazo, além de que toda estratégia de
(entre 25% e 33%), e com índices muito inovação envolve riscos e esforços a serem
próximos entre si, as texturas com desenhos compartilhados por todas as áreas da cadeia
aleatórios e as que imitam tecidos (entre 8% e de valor. Desta forma, a presente pesquisa
17%). Não foram identificadas trouxe à luz dados relevantes para discussão
predominâncias de um grupo de textura sobre investimento em pesquisas na área da
específico em nenhum grupo geracional. Biomimética como abordagem para a
geração de inovação e valor agregado na
A questão 11 buscou saber a opinião do
indústria automobilística.
usuário quanto à aplicação da biomimética no
desenvolvimento de texturas. Verificou-se que Em relação às diferentes gerações de
no mínimo 75% de todas as gerações usuários de automóveis (gerações “x”, “y”, “z”
responderam que vale a pena o uso da e “baby boomers”) observou-se que não há
biomimética em projetos desta natureza. Na diferença significativa de percepções entre as
geração “Z” houve uma rejeição de 4,6% dos gerações, tanto em relação à aplicação da
respondentes, que entendem que não vale a inovação no automóvel, quanto em relação ao
pena investir em projetos desta natureza. Nas uso da biomimética; assim como em relação à
gerações “Z” e “Y” o montante de percepção de itens de valor e tipos de
respondentes que não tinham opinião texturas aplicadas.
formada por falta de conhecimentos sobre o
Outro dado relevante da pesquisa foi
assunto ficou entre 20% e 23%, contra 11% e
conhecer a classe de texturas preferida pela
15% nas gerações “X” e “baby boomers”.
maior parte dos respondentes: texturas com
desenhos geométricos, ordenados e
simétricos. Isto pode orientar o conceito
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
estético a ser desenvolvido pelos designers
A pesquisa Survey apontou que a maior parte quando do desenvolvimento de futuras
dos respondentes da amostra entende que a texturas com base na biomimética.
inovação é importante para aumentar a
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em:
Capítulo 9
Vinícius Diniz Ornellas
Thaís Spiegel
segmento de clientes que ainda não havia escalável; e (iii) Modelo de negócio enxuto
sido alcançado; (ii) Ter tecnologia que possibilite viabilizar seu produto ou
capacitadora, permitindo tornar o negócio serviço.
Toyota, afirma que a startup enxuta adapta conduzir uma startup, para isso não precisam
essas ideias ao contexto do elaborar estratégias complexas ou inúmeras
empreendedorismo, propondo que os hipóteses, devem fazer ajustes constantes
empreendedores julguem seu progresso de que são chamados de volantes, através do
maneira distinta do modo pelo qual outros ciclo de feedback construir-medir-aprender.
tipos de iniciativas empresariais julgam. Assim poderão entender melhor o caminho a
seguir e saber se devem persistir na direção
O Lean Startup é desenvolvido para que os
atual ou mudar totalmente a sua orientação,
empreendedores possam aprender a
processo conhecido como pivotar.
Ries (2012) afirma que uma startup deve criar modelo de negócios, identificar potenciais
um negócio prospero e capaz de mudar o parceiros e concorrentes, além de uma
mundo, chamando isso de visão de uma estratégia, então seu produto será o resultado
startup. Dessa forma, necessita criar um final dela.
Conforme os testes vão sendo realizados e o quando ocorre é chamado de pivô. Já a visão
empreendedores aprendendo mais sobre as raramente é alterada, pois os
necessidades e desejos dos seus clientes, os empreendedores estão determinados a
produtos sofrem diversas mudança através do conduzir a startup até o destino desejado.
chamado processo de otimização. Diferente
do produto, a estratégia não muda com tanta
frequência e como citado anteriormente,
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Capítulo 10
Saaty (1990) considera que a resposta é produtos a serem contemplados pelo estudo,
satisfatória se estiver abaixo de 10%, pois é a utilizando-se a curva ABC, de forma a
inconsistência inerente ao ser humano e deve selecionar os materiais que representam os
ser tolerada. Caso os resultados sejam maiores custos para a empresa. A definição
consistentes, chega-se ao resultado final. dos critérios se deu com base nos principais
artigos sobre a utilização do método AHP
para seleção e ordenação de fornecedores
3 MATERIAIS E MÉTODOS nos últimos anos. Os critérios propostos foram
avaliados por especialistas (sendo
Este estudo foi desenvolvido por meio de uma
constituídos por professores e gestores da
pesquisa de natureza aplicada e de objetivo
empresa), de forma a garantir a eficiência dos
exploratório. A perspectiva do problema é
mesmos. Após, os questionários do AHP
qualitativa, utilizando-se do estudo de caso
foram aplicados a todos os tomadores de
como método de pesquisa. Para Kothari
decisão do setor de Suprimentos.
(2004), o estudo de caso analisa, de forma
cuidadosa e completa, o indivíduo, a situação
ou a empresa, de forma a focar nos aspectos
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
de interesse, concentrando-se nos detalhes
do caso específico. Para a realização do 4.1 DETERMINAÇÃO DOS PRODUTOS E
estudo de caso, foram seguidas as etapas FORNECEDORES PARA ANÁLISE
propostas por Miguel (2007). O primeiro
Para a determinação dos principais produtos
passo foi a definição de uma estrutura
da empresa, e seus respectivos fornecedores,
conceitual e, na sequência, determinação da
foi utilizado o princípio da curva ABC. A curva
problemática, definição do tema, do objetivo
ABC tem como objetivo identificar os itens,
geral e dos objetivos específicos.
separando-os em três classificações,
O objeto de estudo desta pesquisa é uma determinando-se, assim, o nível de
empresa que atua no setor de serviços importância de cada componente (DIAS,
eletromecânicos. Seu mix de produtos está 2011). Dessa forma, os insumos utilizados em
inserido na manutenção e rebobinagem de todo processo produtivo, assim como suas
motores e bombas. Dessa forma, como etapa respectivas porcentagens no custo mensal da
sequencial, ocorreu a identificação dos empresa, são apresentados na Figura 1.
De acordo com a curva ABC, os insumos com processo de escolha. Para Chai, Liu e Ngai
classificação A são os fios de cobre e (2013), os critérios utilizados para a seleção
rolamentos; logo, são produtos que de fornecedores podem ser tanto
necessitam de maior atenção na escolha de quantitativos como qualitativos. Tendo como
seus fornecedores. São denominados na objetivo identificar os critérios mais aplicáveis
pesquisa, respectivamente, como produto 1 e à seleção de fornecedores de serviços
produto 2. Foram identificados três logísticos, foi realizada uma pesquisa na base
fornecedores para o primeiro produto e dois dados da Web of Science. O Quadro 2
para o segundo produto, que serão apresenta o resultado dessa pesquisa,
considerados como alternativas na considerando o período de janeiro de 2010 a
hierarquização do problema por meio do AHP. março de 2016. É possível observar que todos
os autores consideram o custo e a qualidade
como critérios para a seleção de
4.2 APLICAÇÃO DO AHP fornecedores. Outro critério em destaque é o
de entrega, pois se faz presente em doze dos
4.2.1 CONSTRUÇÃO DA HIERARQUIA
treze estudos analisados. Os critérios de
De acordo com Rosa, Steiner e Colmenero qualidade, entrega e custo podem ser tanto
(2015), os critérios e subcritérios buscam qualitativos, quanto quantitativos, pois
auxiliar na compreensão do problema, de dependem de quais subcritérios serão
forma a possibilitar o desenvolvimento do levados em consideração.
Dey, Bhattacharya e
Chamodrakas, Batis
Giuseppe, Esposito,
e Martakos (2010)
Bejanpour (2013)
Yadav e Sharma
Plebankiewicz e
Eshtehardian,
Kubek (2015)
Ghodousi e
Kar (2015)
Kar (2014)
Ho (2015)
TOTAL
(2016)
(2015)
Critérios
Custo ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ 13
Qualidade ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ 13
Entrega ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ 12
Nível de serviço ✓ ✓ ✓ ✓ 4
Tecnologia ✓ ✓ ✓ ✓ 4
Flexibilidade ✓ ✓ ✓ 3
Capacidade 2
✓ ✓
produtiva
Relacionamento ✓ ✓ 2
Condição de 1
✓
pagamento
Gestão ✓ 1
Organização e 1
✓
Inovação
Perfil do fornecedor ✓ 1
Posição financeira ✓ 1
Serviço pós-venda ✓ 1
Ho, Xu e Dey (2010) afirmam que é preciso Após a identificação dos principais critérios e
adotar técnicas multicritério adequadas para subcritérios para a seleção de fornecedores,
lidar de forma eficiente com as características buscou-se pela avaliação de especialistas do
e quantidades dos critérios a serem setor de Suprimentos e Tomada de Decisão.
considerados. Logo, é fundamental alinhar a Foram selecionados quatro especialistas no
seleção dos critérios com a escolha da assunto, sendo três professores de disciplinas
técnica multicritério durante a modelagem do relacionadas com a área em estudo e um
problema (LIMA JUNIOR; CARPINETTI, 2015). diretor da empresa que atua há oito anos no
Também foram identificados os principais Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos da
subcritérios utilizados na seleção dos empresa. Com o auxílio dos especialistas, a
fornecedores. estrutura hierárquica foi elaborada e validada
(Figura 2).
A estrutura proposta foi fundamentada no obtenção dos dados para análise. Após,
conceito de árvore de decisão e compreende, realizou-se a coleta dos dados, os
de forma clara, os fatores levados em julgamentos foram coletados de forma
consideração para a seleção de individual. Todos os julgamentos realizados
fornecedores. tiveram índices de inconsistência abaixo de
10%; portanto, de acordo com Saaty (1990),
os dados apresentaram-se consistentes, não
4.2.2 COLETA DOS DADOS E REALIZAÇÃO necessitando de novos julgamentos.
DOS JULGAMENTOS
O método AHP foi aplicado na empresa de
4.2.3 CÁLCULO DO ÍNDICE DOS FATORES
acordo com as etapas estabelecidas na
seção 2.2. Para a realização dos julgamentos A partir dos valores de comparação entre os
por meio do AHP, o diretor da empresa definiu critérios, foi elaborada a análise conjunta dos
três pessoas chaves que estão diretamente resultados obtidos. Utilizou-se a média
relacionadas com a área de Suprimentos. aritmética como forma de agregação dos
Decidiu-se, também, atribuir pesos iguais às julgamentos (FORMAN; PENIWATI, 1998). A
avaliações, visto que todos participam de Figura 3 apresenta os valores obtidos
forma igualitária no processo decisório. Foram referentes à importância dos critérios.
agendadas reuniões para explicar a forma de
A partir dos valores obtidos, foram realizadas importância final de cada subcritério, ou seja,
as multiplicações das matrizes de subcritérios quanto cada subcritério impacta no objetivo
com os critérios correspondentes. final (Figura 4).
Determinou-se assim, os valores de
Cumpriment
Relacionam
pagamento
Resposta à
ento com o
do produto
o do prazo
Qualidade
Tempo de
Condição
demanda
Custo do
Custo de
Alternativas
Taxa de
produto
entrega
entrega
defeito
cliente
de
PRODUTO 1
Fornecedor 1 0,4021 0,3973 0,6370 0,6914 0,5379 0,6811 0,3187 0,2916 0,3389
Fornecedor 2 0,3212 0,5218 0,2583 0,2302 0,3572 0,2288 0,5395 0,6152 0,5338
Fornecedor 3 0,2767 0,0809 0,1047 0,0784 0,1049 0.0902 0,1418 0,0932 0,1273
PRODUTO 2
Fornecedor 4 0,5000 0,5833 0,6556 0,5000 0,4444 0,8056 0,5000 0,5000 0,5556
Fornecedor 5 0,5000 0,4167 0,3444 0,5000 0,5556 0,1944 0,5000 0,5000 0,4444
Com base nos dados obtidos, conclui-se que, Suprimentos, no momento da análise dos
para seleção do produto 1, a alternativa que critérios e subcritérios.
melhor se adequa aos critérios e subcritérios
A desvantagem do AHP é o número de
de fornecimento é o Fornecedor 1. Como
comparações a serem feitas, onde cada
segunda opção, tem-se o Fornecedor 2 e,
julgador teve que avaliar 14 matrizes de
finalmente, o Fornecedor 3 deverá ser a última
comparação por produto, ao contrário do
opção a se considerar para possíveis
método atual que é composto por somente
fornecimentos futuros. Com relação ao
uma.
produto 2, a melhor alternativa é o Fornecedor
4; porém, neste caso, a diferença dos
desempenhos é baixa, tendo em vista o
5 CONCLUSÃO
número de alternativas.
Este artigo teve como objetivo propor uma
estrutura para a seleção de fornecedores em
4.3 COMPARAÇÃO DO AHP COM O uma empresa de prestação de serviços
MÉTODO UTILIZADO PELA EMPRESA eletromecânicos. Para que esse objetivo fosse
alcançado foram identificadas as aplicações
Atualmente, a empresa toma como base para
do AHP para a seleção de fornecedores,
seleção de fornecedores o requisito 7.4 da
permitindo, dessa forma, delinear os critérios
norma ISO 9001 (ISO, 2008), dessa forma, é
e subcritérios mais adequados à seleção de
necessário que os fornecedores possuam
fornecedores e propor a estrutura hierárquica.
esta certificação de qualidade e que sejam
Entende-se que o objetivo definido foi
avaliados, obtendo um índice superior a 75%.
alcançado ao selecionar os fornecedores
O método e os critérios utilizados pela
utilizando a estrutura proposta, que se
empresa foram parte fundamental para a
mostrou eficiente no processo de seleção e
determinação dos critérios e subcritérios do
avaliação das alternativas, principalmente
método AHP, pois, dessa forma, foi possível
quando comparada ao método utilizado pela
adaptar a pesquisa às particularidades da
empresa. Os resultados alcançados foram
empresa e do setor. Utilizaram-se também,
considerados relevantes pelos gestores,
como alternativas, somente as empresas que
conforme expectativas iniciais e necessidades
possuíam certificação ISO 9001, de forma a
de consolidar parcerias para fornecimento. O
garantir uma qualidade mínima dos requisitos
novo método utilizado na empresa apresentou
de fornecimento. Comparando-se os dois
como limitação, para os especialistas, o
métodos de seleção, conclui-se que o AHP
número de julgamentos necessários.
possui diversas vantagens. Uma delas é a
Entretanto, o fato de levar em consideração a
comparação paritária dos critérios e dos
experiência dos responsáveis diretos pela
subcritérios, onde é possível delinear a real
área de Suprimentos no momento da análise
importância de cada um para o objetivo final.
foi um ponte forte relevante. Sugere-se, como
Outra vantagem do AHP é a avaliação dos
pesquisa futura, a replicação da pesquisa em
fornecedores em relação aos subcritérios,
outras empresas de mesmo segmento, a fim
realizada de forma comparativa. Além disso, o
de identificar possíveis diferenças na forma
método atual não leva em consideração os
de escolha dos fornecedores e novas
responsáveis diretos pela área de
adequações à estrutura proposta.
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794-801, 2014.
Capítulo 11
Francine Conceição de Andrade
Fábio Cézar Ferreira
Na Figura 2 é possível verificar os graus de de produção apenas 25%, uma vez que, para
riscos levantados nos dois setores da este grau de risco não se faz necessidade de
lanchonete de fast-food. Observa-se que no adotar medidas corretivas ou ações
setor de atendimento os riscos ocupacionais preventivas nos setores.
de grau tolerável representam 50% e no setor
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abril 2017. (Especialização) – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
Estresse, cansaço,
Postura Desconforto
lesões C II 2 NR 17
inadequada postural.
osteomioarticulares.
Ergonômicos
Imposição de Pouco tempo para Estresse, irritação,
ritmos realizar as cansaço, lesões E II 4 NR 17
acelerados atividades osteomioarticulares.
Fontes de
Iluminação Cansaço visual,
iluminação C II 2 NR 17
inadequada cansaço e estresse.
inadequadas.
Aumento da
pulsação, cansaço,
Temperaturas
irritação,
Calor atmosférica e do C II 3 NR 15
taquicardia, fadiga
forno a lenha
térmica,
Atendimento/ Caixa
hipertensão.
Físicos
Veículos
automotores, Perda auditiva,
climatizador de ar estresse, cansaço,
Ruídos ligado, companhia surdez D II 2 NR 06
do telefone, ocupacional,
atendimento ao taquicardia.
cliente.
Cansaço, lesões
Ausência de osteomioarticulares,
Arranjo físico
manutenção contato com B II 1 NR 26
inadequado
adequada. material perfuro
cortante.
Acidentes
Máquinas e Ausência de
Lesões, cortes,
equipamentos manutenção C III 2 NR-12
fraturas.
sem proteção adequada.
Continuação...
pulsação,
forno a gás, fogão e
cansaço, irritação,
Calor do forno a lenha. D III 4 NR 15
taquicardia,
Temperatura
fadiga térmica,
atmosférica.
hipertensão.
Doenças do
aparelho
Condição respiratório,
Umidade B II 1 NR 15
atmosférica. quedas, doenças
da pele e
circulatórias.
Dano na tubulação
Vazamento Intoxicação
Químico ou na mangueira de D III 4 NR 09
de gás (GLP) aguda ou crônica.
gás.
Continuação...
Avaliação do
Riscos Risco
Setor Tipo do risco Causa Efeito Requisito
ocupacionais
F S Grau
Ferramenta Manuseio e
inadequada acondicionamento Corte ou perfuração E II 4
ou defeituosa incorretos de facas
Trabalho em
Piso úmido ou Lesões (fraturas,
superfícies D I 2 NR 24
molhado. contusões, torções).
escorregadias
Cansaço, lesões
Ausência de
Arranjo físico osteomioarticulares,
manutenção B II 1 NR 26
inadequado contato com material
adequada.
Acidentes perfuro cortante.
Máquinas e Ausência de
Lesões, cortes,
equipamentos manutenção C III 4 NR-12
fraturas.
sem proteção adequada.
Probabilidade Manuseio e Asfixia,
de incêndio e acondicionamento queimaduras, C IV 4 NR 23
explosão inadequados. lesões.
Produção
Ausência de Queimaduras,
Instalações
manutenção parada C II 2 NR 10
elétricas
adequada. cardiorrespiratória.
Controle
Longa jornada de
rígido de Estresse e cansaço. D 2 3 NR 17
trabalho
produtividade
Estresse, cansaço,
Postura Desconforto
lesões C 2 2 NR 17
inadequada postural.
osteomioarticulares.
Imposição de
Pouco tempo para Estresse, cansaço,
ritmos
Ergonômicos realizar as lesões E II 4 NR 17
acelerados e
atividades osteomioarticulares.
repetitivos
Fontes de
Iluminação Cansaço visual,
iluminação C II 2 NR 17
inadequada cansaço e estresse.
inadequadas.
Longa jornada de Estresse, cansaço,
Esforço físico
trabalho/Excesso lesões C III 3 NR 17
intenso
de peso. osteomioarticulares.
Capítulo 12
Laboratório de Mídias
Interativas (LAMI) da
Tem como principal diferencial a utilização de áudio do texto
EUREKA Pontifícia Universidade
escrito em todas as telas promovendo a acessibilidade
Católica do Paraná
(PUCPR)
Software público,
desenvolvido pela
Oferece projetos colaborativos e, no item interatividade e há
E-PROINFO Secretaria de Educação a
pouca informação ao usuário visitante
Distância (SEED) do
Ministério da Educação
Único que informa
cumprimento às regras
Utiliza ferramentas de rede social para replicar os diferentes
propostas pelo W3C,
LEARNINGSPACE modos informais de comunicação e aprendizagem que
organismo internacional
acontecem em um campus tradicional
que orienta normas em
relação à acessibilidade
Fonte:Autores
Em EaD por 80,3% das instituições, conforme da internet tais como: Skype, Youtube, Google
mostra a figura 2 se utilizam das chamadas docs e redes sociais e que auxiliam no
ferramentas virtuais de comunicação que são processo de ensino/aprendizagem (ABED,
aquelas que possuem dispositivos para 2015).
facilitar e materializar a comunicação por meio
São diferentes os fatores que podem estar investigar também se a dificuldade no uso
correlacionados às frustrações de alunos, correto e efetivo das ferramentas no AVA, que
tutores, professores e gestores que utilizam o se constatou como fator impeditivo de para
ambiente em questão, dentre eles, (FELIX, melhoria da interatividade, assim como,
2014) destaca a ausência ou “delay” para avaliar formatos adequados de transmissão
atendimento as respostas oferecidas por do conhecimento no EaD, em conformidade
tutores e alunos, instruções ambíguas, com o perfil do aluno.
problemas técnicos na plataforma educativa
Para que essa modalidade de ensino possa
adotada, inadequação do modelo
ser vista de forma mais atrativa para os alunos
pedagógico e por fim, dificuldades
recomenda-se para trabalhos futuros analisar
relacionadas a aspectos externos por parte
e apresentar alternativas de melhorias para a
dos alunos (problemas familiares, sociais e
redução do tempo de feedback e sua relação
pessoais).
com o grau de percepção de interatividade
Para avançar o tema sugere-se investigar a com a utilização das ferramentas disponíveis
relação entre a melhoria da interação e a no AVA.
facilidade de aprendizagem. Além disso,
REFERÊNCIAS
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1, n. 1, 2004.
Capítulo 13
Marcilia Queiroz de Souza
Júlia Graciela de Oliveira Américo da Silva
Fabiano Silvério
A logística reversa e a gestão ambiental estão ambientais e com a saúde humana, avaliar
intimamente ligadas à cadeia de suprimentos possíveis impactos ambientais causados na
verde, por conta da avaliação realizada desde cadeia produtiva. É uma ferramenta
a extração da matéria-prima de forma que importante para organizações que realmente
diminuam impactos negativos na natureza se preocupam com questões ambientais e
visando a reutilização e reciclagem dos querem conquistar um novo nicho de
produtos inutilizados, e que, por sua vez, mercado (FERREIRA, 2004; BARBIERI;
agregar valores ambientais ao produto e CAJAZEIRA, 2009).
possibilita conquistar certificados verdes A figura 2 apresenta o entrelaçamento das
(OMETTO et al., 2007; LOPES et al., 2013). áreas interligadas positivamente, como, por
O ciclo de vida é entendido como todo exemplo: o ecodesign onde a empresa pode
processo, desde a fabricação até o descarte priorizar compras verdes e materiais que
final do produto, ou seja, desde a extração da tragam menos danos ao meio ambiente (ou
matéria-prima, processo produtivo, transporte, que seja de fácil montagem/desmontagem
manutenção, e volta do produto obsoleto à para reciclagem); realizar um planejamento
empresa, considerando-se possíveis para aumento do ciclo de vida do produto
melhorias nos processos. Seja para trazendo inovação e diminuição de resíduos;
reutilização, reciclagem, incineração, estratégias de devolução de produto obsoleto
recuperação ou venda para empresas à cadeia produtiva; reutilização de material,
secundárias. Portanto, o intuito de uma que dará início a um novo ciclo (MAFUD,
avaliação do ciclo de vida na cadeia 2010).
produtiva é identificar, mensurar danos
para o meio ambiente, as operações verdes, O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) auxilia
os sistemas de gestão ambiental, o a empresa a pensar estratégias que otimizem
desenvolvimento de produtos verdes e o o processo produtivo de maneira a diminuir
marketing verde, podem ampliar o impactos negativos ao meio ambiente e
desempenho empresarial dentro do mercado melhore a qualidade dos produtos,
e fortalecer a responsabilidade ambiental das estabelecendo requisitos para o sistema de
corporações. acordo com a necessidade de cada
corporação. Deve-se ter objetivos claros de
modo que seja possível se antecipar a
3.1.1 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
eventuais problemas ambientais. É necessário
PARA O MEIO AMBIENTE
um monitoramento contínuo por parte dos
Neste caso os Recursos Humanos além de envolvidos, como a alta administração, por
recrutar pessoas, formar equipes, reconhecer exemplo. Toda organização deve conhecer o
talentos, têm o compromisso de integrá-las de SGA para que haja maior interação e
modo que conheçam e cumpram com as motivação, que poderá ser traduzido em um
políticas da empresa, deixar claro e definido o bom desempenho ambiental, além de manter
objetivo de preservação ambiental que a competitividade no mercado e conseguir
organização almeja alcançar. Quando se tem certificação (NBR ISO 14001:2004; CAMPOS;
estratégia organizacional e ambiental bem MELO, 2008; SALGADO; COLOMBO, 2015).
estruturada desde a integração dos
colaboradores, é mais fácil atingir metas
dentro da organização de modo a minimizar 3.1.4 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
prejuízos ao meio ambiente. É possível VERDES
desenvolver pessoas de maneira que sejam
Produto desenvolvido com o intuito de mitigar
ambientalmente sensibilizadas com a
impactos ao meio ambiente e à sociedade em
capacidade de criar novas oportunidades,
geral desde a produção até o seu descarte,
concomitantemente trazer melhorias não só
quando comparados a produtos
para a corporação economicamente mas
convencionais, devido às características
também para si mesmo e para a sociedade,
ecoeficientes. É importante que o
uma vez que o conhecimento adquirido pode
desenvolvimento dos produtos verdes,
ser também disseminado. Além de serem
estejam alinhados com os stakeholders para
aprendidas, as práticas ambientais devem
que fique claro o benefício do seu uso.
estar presentes no dia a dia dos funcionários,
Planejamento adequado, inovação do produto
bem como de dos gestores. Embora ainda
com menor índice de desperdício; e maior
tenha empresa onde o Recurso Humano não
qualidade, podem melhorar a imagem
esteja alinhado à gestão ambiental, estes
corporativa, os processos, e aumentar sua
devem tramitar juntos. (JABBOUR; SANTOS,
competitividade (ARENHARDT, 2012; RITTER,
2006; JABBOUR et al., 2009; SILVA, 2009;
2014).
AQUINO, 2011).
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(Doutorado em Administração) - Programa de E. Gestão Verde da Cadeia de Suprimentos:
Mestrado e Doutorado em Administração, Análise da Produção Acadêmica Brasileira. Revista
Universidade Nove de Julho, São Paulo, Dez., Produção Online, Florianópolis, SC, v.14, n.3, p.
2011. 1104-1128, jul./set., 2014.
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empresas focais. Production, v. 24, n. 4, p. 725- A. N. M. A logística reversa aplicada à indústria
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inovação verde na busca de vantagem competitiva [11]. BRANDÃO, M. R. M. Análise da interação
das empresas dos setores elétrico e eletrônico dos stakeholders na adoção de estratégias de
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
143
Capítulo 14
Luana de Oliveira Gomes
Antônio Cleber Gonçalves Tibiriçá
Roziani Maria Gomes
João Vitor Brunelli Lemes
Deise Mara Garcia Alves Tressmann
TABELA 3 – Questão 1
Rede pública de Poço Artesiano Rio Manhuaçu (sem
abastecimento tratamento)
TABELA 4 – Questão 2
Controle/redução Reaproveitamento de
Caixas Coletoras
da água utilizada água
Quais mecanismos de proteção ambiental 0 0 14
são utilizados em sua empresa? [0%] [0%] [100%]
Fonte: Autoria própria, com base em Cartilha da PMM.
Terrenos baldios e
Não sei Próximo ao lixão
similares
6 4 4
Onde o material filtrante é descartado?
[42,8%] [28,6%] [28,6%]
físicas e estruturais dos estabelecimentos, Pelos dados coletados nesta pesquisa, pôde-
com atenção ao cumprimento ou não das se perceber a latente insipiência técnica
exigências feitas pelo órgão municipal. Sobre apresentada pela população entrevistada,
este último aspecto, observou-se que apenas junto ao descaso da gestão municipal para
1 dos 14 lava-jatos visitados não apresentava com a fiscalização do cumprimento das
perda significante da água oriunda da exigências ambientais.
lavagem para o solo. Sobre os demais,
Mesmo com a existência de parâmetros
notaram-se várias irregularidades físicas
definidos por lei para o funcionamento de
como: rachaduras nos pisos; caídas de água
empreendimentos potencialmente poluidores,
contrárias às caixas de separação e piso de
tais como os lava-jatos alvos deste estudo,
terra batida próximo aos locais de lavagem.
constatou-se que considerável parte das
Das lavadoras visitadas, 5 se encontravam lavadoras de veículos da cidade de
muito próximas aos leitos do Rio Manhuaçu, Manhuaçu-MG visitadas nesta pesquisa não
dentro da Área de Preservação Permanente cumprem todos os pré-requisitos para
(APP). Todas estas apresentavam funcionamento exigidos pela Secretaria de
irregularidades nos pisos e nas caídas de Meio Ambiente de Manhuaçu-MG.
água, sendo que em uma notou-se
A realidade encontrada é de conhecimento
considerável perda da água de lavagem
dos gestores municipais responsáveis pela
diretamente para o leito do rio.
fiscalização ambiental, uma vez que as
Em apenas duas das lavadoras foi constatada lavadoras, em sua maioria, encontram-se em
correta vedação lateral da área de lavagem, regiões bem movimentadas, de alto uso
sendo que no restante, a vedação era comercial, podendo ser facilmente notadas
insuficiente. por todos os transeuntes.
Para que se obtenha sucesso na aplicação
dos mecanismos de proteção ambiental, é
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
necessário que, além de cumprir as
Apesar da ampla necessidade de se exigências normativas, os proprietários dos
preservar o Meio Ambiente, este ainda é um estabelecimentos poluidores compreendam a
campo pouco compreendido por grande importância dos mecanismos adotados,
parte da população. Num quadro em que a vendo-os não apenas como normas a serem
escassez de água, o desmatamento e a seguidas, mas também como um meio de se
insalubridade estão cada vez mais garantir a continuidade do emprego dos
frequentes, os mecanismos de preservação e recursos naturais nas atividades humanas,
recuperação ambientais, quando existentes, bem como sua disponibilidade para as
são pouco ou mal utilizados. gerações futuras.
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de mestrado (Mestrado em Desenvolvimento e SIMAD, s/d.
Meio Ambiente). PRODEMA – Universidade
Capítulo 15
FIGURA 2: Tempo total de horas paradas por turnos e Tempo total de horas paradas por turno de
cada máquina.
38:33:00 40:03:00
34:39:00
26:49:00
A partir do gráfico 1 foi possível identificar que em cada equipamento, de modo que para a
o turno 3 possui a maior quantidade total de extrusora 1 e para o corte-solda 2, o turno
horas paradas, seguido pelo turno 2, com maior índice é o 3, na extrusora 2 o maior
indicando dessa forma que estes são os volume ocorre no turno 1, no corte-solda 1
turnos mais críticos do processo. Com o ocorrem mais paradas no turno 4 e a
gráfico 2, ficou evidenciado quais turnos impressora possui 2 turnos com intensidade
possuem o maior número de horas paradas semelhante e crítica que são os turnos 2 e 4.
FIGURA 3: Tempo total médio de horas paradas por dia de cada máquina e Tempo total médio de
horas paradas por dia de cada processo.
06:24:00
04:47:20
EXTRUSÃO
02:52:40 CORTE E SOLDA
IMPRESSÃO
07:38:20
05:09:40 04:47:20
03:31:10
02:14:10
Gráfico 3 Gráfico 4
Fonte: Autores (2016)
Ao analisar o gráfico 3, notou-se que o corte- serem utilizadas na etapa seguinte, sendo
solda 1 possui o maior volume de paradas elas: a ausência de matéria-prima, troca de
média por dia, seguido pelo corte-solda 2. telas, troca de teflon, falta de operador, falta
Esse fator indica um padrão que é de energia elétrica, quebra do equipamento,
evidenciado no gráfico 4, onde o processo falta de tubetes/cano e ordem administrativa.
com maior média é o de corte e solda. Estas informações mostraram que o item
problema levantado de fato ocorre e com
Além das informações sobre o
comportamento diferente ao longo dos turnos.
comportamento das paradas no processo, as
Ao final da etapa de observação, foi
causas foram apontadas pelos operadores e
esboçado um cronograma, mostrado na
pelo supervisor, sendo registradas para
tabela 3 e então iniciou-se a etapa de análise.
O item “Quantidade produzida (kg) ” foi a 10 (dez) e os dados foram utilizados para
inserido na folha de verificação para entender construir um gráfico de Pareto, de modo a
possíveis relações de paradas no processo entender, avaliar e priorizar as causas
com a produção de alguns produtos com a principais das causas triviais. Os resultados
utilização do diagrama de correlação. Após são mostrados nos gráficos presentes na
um período de coleta de 15 dias, foi figura 6.
selecionada uma amostra de tamanho n igual
FIGURA 6 - Gráfico de Pareto para causas de paradas do processo da etapa de análise (gráfico 5)
e Gráfico de Pareto para falta de matéria-prima por processo da etapa de análise (Gráfico 6). Fonte:
Autores (2016).
8640 120,00
Frequência relativa
Frequência absoluta (min)
7200 100,00
acumulada (%)
98,25 99,24 100,00
5760 88,39 94,75 96,97 80,00
76,92
4320 64,49 60,00
50,46
2880 40,00
1440 20,00
00 0,00
P01 P14 P05 P18 P06 P02 P08 P12 Outros
Motivos de parada
2880 150,00
Frequência relativa
Frequência absoluta
2160
acumulada (%)
98,04 100,00 100,00
1440
(min)
50,55 50,00
720
00 0,00
Corte e Solda Impressão Extrusão
Processos
Como pode ser observado, o gráfico de destas decisões, foi construído outro gráfico
Pareto indicou que a maior concentração de de Pareto para verificar qual processo estava
horas paradas ocorre devido à falta de sendo mais atingido pela causa selecionada,
matéria prima (P01), a troca de bobina (P14) e este é mostrado no gráfico 6 também
a troca de processo (P05), representando presente na figura 6 acima.
76,92% das paradas totais. Sob esta
A partir do segundo gráfico de Pareto foi
perspectiva, foi feita a análise das causas e
identificado que o processo contendo mais
foi identificado que tanto o P14 quanto o P05
horas paradas por falta de matéria-prima era
são consideradas intrínsecas ao processo
o de corte e solda. Desse modo, foi plotado
(paradas planejadas), porém a falta de
um histograma para entender qual a
matéria-prima resulta numa parada
distribuição de frequência do tempo de
indesejada, sendo selecionada pela equipe
parada por falta de matéria prima neste
como sendo a causa a ser eliminada. Partindo
processo, como mostra a figura 7.
FIGURA 7 - Histograma de distribuição de frequências de horas paradas por falta de matéria prima
no processo de corte e solda.
4
Freqüência
FIGURA 8: Correlação entre horas trabalhadas e produção em quilos de sacolas lisas tamanho G
(gráfico 8) e impressas tamanho M (gráfico 9). Fonte: Autores (2016).
Gráfico 8 Gráfico 9
500 300
R² = 0,761 250 R² = 0,5663
400
Produção (Kg)
Produção (Kg)
200
300
150
200
100
100 50
0 0
0 5 10 0 2 4 6 8 10
Horas Trabalhadas Horas trabalhadas
Para as sacolas lisas tamanho G e para as medidas deveriam de fato ser tomadas para
sacolas impressas de tamanho M, foi notado contornar este problema.
um resultado semelhante com o “r” da
A partir disto, a equipe de qualidade analisou
correlação próximo a 1 (um) e positivo,
e entendeu as características expostas e, com
demonstrando dessa maneira que quando o
base em todas as informações coletadas,
número de horas trabalhadas aumenta, o
discutiu as possíveis soluções de maneira tal
número em quilos produzido aumenta.
que, durante a reunião, foi percebido que a
Consequentemente, as paradas do processo
causa selecionada ocorre no processo de
reduzem o nível de produção e desta forma
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
163
corte e solda devido ao fato do processo percebeu que não era necessária
anterior (extrusão) levar uma quantidade de a utilização de 4 (quatro) turnos
tempo elevada para produzir uma bobina com de trabalho, pois gerava tempos
o filme plástico. Isso faz com que o processo ociosos e utilização
de corte-solda “espere” por matéria-prima já desnecessária de recursos
que ele processa a bobina com maior humanos e decidiu eliminar o
velocidade. Este fator é explicado pela forma turno 4, para que o processo de
de produção da empresa que é feita por extrusão pudesse gerar estoque
demanda e de maneira intermitente, de matéria-prima que deveria ser
resultando na impossibilidade atual de processada nos 3 (três) turnos
produzir e estocar as bobinas. que permaneceram, partindo
assim para o registro do plano de
a) Plano de ação: Após verificar
ação mostrado.
todos os aspectos, a equipe
2160 120,00
Frequêncai relativa
Frequência absoluta (min)
100,00
acumulada (%)
1440 91,73 95,90 98,94 100,00 80,00
84,58
75,03
65,01 60,00
51,18
720 34,69 40,00
20,00
00 0,00
P14 P05 P01 P06 P18 P08 P16 P07 P03
Motivos de parada
720 105,00
Frequência relativa
Frequência absoluta (min)
acumulada (%)
95,00
432 92,33
90,00
288
85,00
83,40
144 80,00
00 75,00
Impressão Extrusão Corte e solda
Processos
A partir do gráfico 10 foi possível identificar horas paradas por falta de matéria-prima no
que com a decisão tomada, o índice de horas corte e solda foi reduzido de tal forma que se
paradas por falta de matéria-prima do tornou o de menor índice quando comparado
processo como um todo reduziu e foi aos outros processos. A partir deste ponto, a
substituído pelo índice de horas paradas por equipe percebeu o impacto da decisão e
troca de bobina (P14). De maneira analítica, utilizou dois gráficos de controle, com dados
essa relação é explicada devido ao aumento de horas paradas por falta de matéria-prima
do nível de produção no corte e solda, pois a dos últimos 7 (sete) dias, o primeiro antes da
troca de bobina indica uma parada tomada de decisão e o segundo após a
considerada esperada para troca de mesma. Os gráficos selecionados foram os
processo (set-up) e demonstra que o mesmo das médias e das amplitudes, sendo expostos
está ocorrendo de maneira intensa. nas figuras 11 e 12, respectivamente.
Já com a análise do gráfico 11, é explicitado
que, para o processo produtivo, o volume de
FIGURA 11 - Comparativo do gráfico de médias para as horas paradas por falta de matéria-prima no
processo de corte e solda antes e depois da ação.
Antes Depois
12:00:00 04:48:00
09:36:00
03:36:00
07:12:00
02:24:00
04:48:00
01:12:00
02:24:00
00:00:00 00:00:00
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
Analisando a figura 11, foi evidenciado que o depois desta eliminação, apresentou
processo de corte e solda antes da comportamento sob controle estatístico pois
eliminação do turno de trabalho estava fora de possui pontos que oscilam próximos e em
controle em relação a média das horas torno da média. Além destes aspectos, nota-
paradas por falta de matéria-prima, pois se complementarmente que houve uma
apresentou pontos fora dos limites de controle redução significativa na intensidade da
e pontos muito próximos destes limites e, parada.
FIGURA 12 - Comparativo do gráfico de amplitudes para as horas paradas por falta de matéria-
prima no processo de corte e solda antes e depois da ação.
Antes Depois
06:00:00 03:50:24
03:21:36
04:48:00 02:52:48
03:36:00 02:24:00
01:55:12
02:24:00 01:26:24
00:57:36
01:12:00
00:28:48
00:00:00 00:00:00
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
paradas por falta de matéria prima após a continuação das melhorias até que o
ação, pois, durante o período de coleta, problema de paradas indesejadas do
ocorreram apenas 2 (dois) eventos pontuais processo fosse corrigido definitivamente. A
com duração média de 51 (cinquenta e um) equipe utilizou o gráfico 10 e o gráfico 11 e
minutos. Além disso, o percentual de horas decidiu investigar mais profundamente as
paradas no processo produtivo reduziu paradas no processo de impressão,
87,48%, atingindo e superando a meta repetindo as etapas do MASP.
proposta de 20%. Todas estas análises
fizeram com que a equipe de qualidade
chegasse a conclusão de que a ação obteve 5. CONCLUSÕES
o efeito esperado e eliminou, a níveis
O tempo de horas paradas em um processo
satisfatórios, o problema, produzindo um
resulta em uma ociosidade desnecessária e
efeito secundário positivo (o aumento do nível
em custos que devem ser evitados e, sob esta
de produção) iniciando assim a fase da
ótica, a eliminação destes aspectos
padronização.
indesejados proporciona um aproveitamento
a) Padronização: A ação foi maior da capacidade disponível na empresa,
padronizada, dessa maneira o turno de tanto de recursos físicos quanto humanos.
trabalho 4 (quatro) foi definitivamente Diante do exposto, é possível afirmar que a
eliminado para o processo de corte e aplicação deste trabalho mostrou como deve
solda, de modo a serem elaboradas novas ser executado o método MASP com suas 8
escalas de trabalho para os operadores, (oito) etapas e de maneira prática, conseguiu
que foram comunicados da mudança atender o objetivo proposto de melhoria no
através de uma reunião geral. processo produtivo, identificando para isso as
ferramentas adequadas à coleta dos dados,
b) Conclusão: Nesta última etapa,
as fases necessárias para alcançar o objetivo
ocorreu uma reunião onde foram
e a demonstração do impacto da utilização do
discutidos os problemas remanescentes
método.
que deveriam ser analisados para a
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Capítulo 16
Wallysson Klaus Pires Barros
Thiago Duque e Silva
Júlio Antônio de Oliveira Neto
Há argumentos suficientes para que a gestão líquido refere-se aos materiais e a expressão
dos resíduos eletrônicos não fique sujeita mesofase (mesomorfo) ao estado da matéria
apenas a regulamentações específicas, condensada que guarda as características do
somando-se a estas os esforços de grupos, sólido (ordem e/ou anisotropia) e do líquido,
instituições e organizações em processos de que abrange a fluidez e tensão superficial
sustentabilidade. (MERLO; GALLARDO; TAYLOR, 2001, P.354).
Em um cristal líquido, as propriedades
líquido-cristalinas surgem das interações de
2.3 ANÁLISE DO CRISTAL LÍQUIDO NA
longo alcance entre os seus constituintes e
DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE LIXO
são as responsáveis pelo grau de ordem do
ELETRÔNICO
sistema. O ordenamento observado é
A economia e tecnologia estão diretamente suficiente para transmitir algumas
ligadas. Uma das razões para isso é que características da fase sólida para o fluído,
ambas são fundamentais para o entretanto, pela sua natureza de longo
desenvolvimento de países emergentes. A alcance, não são suficientemente fortes para
ideia de investir em dispositivos eletrônicos de evitar a fluidez observada. Quando este
calor (transistores térmicos a base de cristais dualismo das propriedades (mesofase) é
líquidos), uma teoria ainda em fase inicial, é observado em um sistema sob aquecimento e
relevante pelo falo de que essa nova resfriamento, o termo cristal líquido
tecnologia possa ser capaz de controlar o termotrópico (CLT) enantiotrópico é utilizado
fluxo de calor da mesma forma que os (MERLO; GALLARDO; TAYLOR, 2001, P.354)..
circuitos eletrônicos controlam a corrente
Cristais líquidos que mostram mesofases
elétrica. Ao contrário dos transistores
somente no processo de resfriamento, são
convencionais, os transistores termais (que
denominados de monotrópicos. Com respeito
seriam desenvolvidos a partir da tecnologia
a forma, os CLT podem ser classificados em
fonônica), não necessitariam do silício, e
dois grupos principais: calamíticos (forma de
poderiam fazer uso da grande quantidade de
bastão) e discóticos (forma de disco). Os
calor residual geradas nos aparelhos
cristais líquidos na forma de bastão são
eletrônicos tradicionais (WANG ET AL., 2014).
classificados de acordo com o grau de ordem
Esse calor gerado, além de ser uma forma de
observado. Desta forma, três classificações
perda de energia também prejudica a vida útil
básicas são propostas: Nemática (N),
do aparelho eletrônico, devido ao
Colestérica (Ch) e Esmética (S) (MERLO;
superaquecimento. Assim, tem-se uma
GALLARDO; TAYLOR, 2001, P.354).
vantagem quanto ao uso dos dispositivos
fonônicos, pois, além de utilizar as perdas Na pesquisa, foram estudados os chamados
térmicas para controle do fluxo de calor cristais líquidos nemáticos (que possuem
(aplicação secundária de interesse), ainda apenas a fase nemática como intermediária),
contribui para preservação do equipamento. calamíticos (com moléculas de formato de
bastão) e termotrópicos (cujas propriedades
Conhecer a manipulação de várias formas de
físicas e transições de fase dependem da
energia é de fundamental importância
temperatura - para controle de calor).
tecnológica e econômica. Uma aplicação
deste conhecimento é o processamento de A anisotropia das moléculas é sentida
informações, seja no aumento da velocidade macroscopicamente quando o cristal líquido
de processadores eletrônicos (KANG ET AL., está na fase nemática, sendo traduzida para
2007), no desenvolvimento de protocolos de diversas propriedades físicas. Isto significa
transmissão de informação através de que a fase nemática é anisotrópica
artefatos fotônicos (ARAÚJO; BASTOS-FILHO; simultaneamente para propagação de luz, de
MARTINS-FILHO, 2015) ou na criação de calor, de eletricidade e de som.
chips opto-eletrônicos (KIMERLING ET AL.,
Estes materiais são fortes candidatos para o
2006). A fim de aproveitar o calor, gerado por
desenvolvimento de dispositivos “termo-
algum processo de interesse, tem-se os
óptico”, artefatos que processam/transmitem
cristais líquidos. O estado líquido cristalino é o
calor e luz em um único dispositivo. A partir
único da matéria que combina as
daí, tem-se o desenvolvimento do chamado
propriedades dos estados sólido e líquido.
transistor térmico. Tal dispositivo é inovador,
Essa fase condensada da matéria apresenta
ainda em desenvolvimento e capaz de
anisotropia óptica, elétrica, magnética e
controlar o fluxo de calor, gerado pelas
propriedades mecânicas. O termo cristal
perdas dos componentes de equipamentos
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
171
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Gestão da Produção em Foco - Volume 11
172
Capítulo 17
são alguns dos coordenadores e gestores das Operacional, seguido de Assistente Global
operações de produção. (20%), Operadores de Máquinas (10%) e os
demais são Coordenadores/Gestores das
Em relação ao tempo de serviço prestados,
operações da produção (10%).
30% dos respondentes trabalham há menos
de 1 ano na empresa, 29% estão na empresa
entre 1 e 5 anos, 15% estão na empresa entre
4.2 OPINIÃO DOS RESPONDENTES
6 e 10 anos, 10% estão na empresa entre 11
e 15 anos e os demais (18%) possuem mais Na Tabela 1 são apresentados as opiniões
de 16 anos de serviços prestados. dos respondentes sobre determinadas
afirmativas referentes às condições do
No que diz respeito às funções
trabalho. Os respondentes podiam optar entre
desempenhadas na empresa, 60% dos
“discordo totalmente” a “concordo
respondentes exercem a função de Auxiliar
totalmente”.
Pescoço 6%
Coluna 12%
Punho 42%
Ótima 42%
Boa 30%
Razóavel 22%
Ruim 5%
Péssimo 1%
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Capítulo 18
(a) (b)
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(a) (b)
Fonte: autores (2017).
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Capítulo 19
Ana Cecilia Lyra Fialho Breda
Yago de Moura Barros Pessoa
Laryssa Ramos de Holanda
a) Ponto de equilíbrio (PE): segundo Louzada et al. (2008), este índice representa o nível de
volume de receita necessária para que a empresa iguale com seus gastos totais, ou seja, no qual
não gere lucro e nem prejuízo. O ponto de equilíbrio é dado pela equação 1.
d) Prazo de retorno do investimento (PRI): também conhecido como payback, tem como finalidade
verificar o tempo necessário para a recuperação do capital investido em um projeto (COLPO et al.,
2016). É calculado a partir da divisão do investimento da empreendedora pelo lucro líquido da
empresa, e pode ser observado na equação 4.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
TABELA 3 – Investimento.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Visando o estudo do faturamento total, foi consideração o preço a baixo do mercado
necessário reajustar a tabela de preços que a empreendedora pratica atualmente.
cobrados pela a empreendedora. Para isso, Dessa forma, os preços que eram cobrados
uma estratégia para estabelecer um preço pela empresa foram padronizados,
padrão foi elaborada, também levando em reajustados e expressos na tabela 5.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Tendo que o custo fixo são todos os gastos Os valores considerados para o cálculo dos
realizados pela a empresa que não sofrem custos fixos mensal são: a energia elétrica,
muita alteração de acordo com o volume de gás de cozinha, material de limpeza,
produção. Custos como aluguel, condomínio, combustível, depreciação da batedeira e os
IPTU, não entram no custo fixo mensal da preços médios gastos com a promoção da
empresa em questão, pois a mesma tem a empresa. A tabela 8 apresenta os tais custos
produção feita em casa. Outro custo fixo fixos das operações mensais da empresa.
mensal que não entra na conta da empresa é
a água, pois utiliza-se de água do poço, logo
não tem valor financeiro agregado.
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Conclui-se que o ponto de equilíbrio mensal mesma fatura. Uma organização com um bom
da empresa é de R$ 518,83, ou seja, é o valor índice de lucratividade possui dinheiro para
mensal necessário para cobrir todos os investir em si, destacando-se no mercado
custos da empresa. dentre seus competidores. Esse índice pode
ser obtido a partir da equação 2.
Já a lucratividade aponta a eficiência
operacional da empresa, logo indica quanto a
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = × 100 (2)
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Como pode ser visto, apesar da empresa investido pela a empreendedora a longo
apresentar uma lucratividade baixa a mesma prazo, tem-se que com o investimento inicial
é lucrável, pois apresenta 19,51% de de R$ 3.870,68 e considerando que foi
lucratividade mensal. recebido uma doação de R$1.000,00 dos
familiares, o retorno mensal da
Sabendo que a rentabilidade irá medir a
empreendedora é dado pela equação 3.
quantidade recuperada do capital inicial
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = × 100 (3)
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
Logo,
Como o produto ofertado da empresa possui O prazo de retorno, irá aproximar com quanto
um longo ciclo de vida, isto é, possui uma tempo a empreendedora irá recuperar o
fase longa até chegar ao declínio, não é dinheiro inicial investido, ou seja, o seu
necessário possuir uma rentabilidade alta. investimento, como pode ser observado na
Então, a rentabilidade apresentada pela equação 4.
empresa de 18,86%, é considerada boa.
Substituindo,
No quadro atual da empresa, para e que o preço cobrado pelo produto final não
R$ 2.870,68 que foi o investimento feito pela cobria os gastos da empresa.
mesma, ela terá seu retorno financeiro em
Ao analisar o mercado, operações do
menos de 6 meses de trabalho. Então,
empreendimento e questões financeiras da
considera-se que a partir desse período a
empresa estudada, o plano financeiro permitiu
empreendedora já deve pensar em efetuar
mostrar a empreendedora a importância do
novos investimentos na empresa.
controle dos gastos com o empreendimento e
a padronização dos preços dos produtos
ofertados, onde muitas vezes a mesma
5. CONCLUSÕES
trabalhava no prejuízo e não tinha o
O presente trabalho proporcionou um plano conhecimento. Vale salientar que o plano
financeiro para a empresa entrante no ramo financeiro desenvolvido foi enquadrado nas
de confeitaria, que se encontrava com condições atuais da empreendedora, e deve
problemas. Dentre os problemas identificados ser revisado de acordo com o avanço do
durante o desenvolvimento do trabalho, está o empreendimento.
desconhecimento dos custos fixos e variáveis,
Através da aplicação do plano financeiro a proposta, foi possível apontar problemas que
empresa passaria a ter um lucro líquido médio inviabilizavam o empreendimento, no qual o
de R$ 541,31. Apesar do lucro líquido ser planejamento teve papel crucial para que
baixo, o plano aumenta os preços de venda fossem tomadas as devidas ações corretivas
consideravelmente, e um grande aumento que trouxeram melhorias e proporcionaram
súbito pode acarretar na perda de clientela. O credibilidade a empresa para com o ambiente
estudo apresenta que o dinheiro investido na externo.
empresa irá ter retorno com menos de 6
Além de entender melhor o seu próprio
meses, tendo que para cada real investido a
funcionamento e limitações, a empresa passa
empresa lucra 18,86% e para cada real em
a enxergar melhor estratégias futuras para o
vendas a empresa lucra 19,51%.
desenvolvimento da mesma. Assim, torna-se
Um planejamento financeiro traz grandes possível a preparação para os riscos e
impactos positivos quando implementado em oportunidades decorrentes tanto do ambiente
uma empresa, independente do segmento da externos quanto internos, ao passar do tempo.
mesma. Ao ser aplicada a metodologia
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alavancagem operacional como ferramentas de
Capítulo 20
1. INTRODUÇÃO
A nota fiscal é uns dos documentos mais é gerada a partir de um produto, elaborou-se
importantes que transita nas corporações. A concomitantemente o mapeamento do
sua emissão é obrigatória, e seu objetivo é processo do pedido do produto até que o
registrar todos os vínculos relativos da mesmo seja anexado ao sistema.
empresa e principalmente para efeito da
legislação do imposto sobre a renda, desta
forma, quando a mesma não é emitida ou é 2. REFERENCIAL TEÓRICO
emitida de forma inadequada, resulta em
2.1. NOTA FISCAL
multas para a empresa, ocasionando assim a
deterioração da imagem da empresa. De acordo com a Lei no 8.846, de 21 de
janeiro de 1994, a emissão da nota fiscal,
Desse modo, a nota fiscal é um documento
recibo ou documento equivalente, relativo à
indispensável em uma empresa, todo produto
venda de mercadorias, prestação de serviços
e serviço oferecidos exigem uma nota fiscal,
ou operações de alienação de bens móveis,
portanto, o fluxo de notas fiscais é intenso, e o
deve ser efetuada para efeito da legislação do
processo pelo qual a nota passa é complexo
imposto sobre a renda e proventos de
e deve ser minunciosamente detalhado para
qualquer natureza, no momento da efetivação
que esta não seja extraviada até que chegue
da operação. Quaisquer outras transações
ao seu destino final.
realizadas com bens e serviços praticadas
Para que estes processos sejam mapeados por pessoas físicas ou jurídicas também se
graficamente e visualmente a fim de gerenciar encaixam na emissão de nota fiscal.
as mudanças no fluxo de trabalho (workflow),
aplicou-se o BPM (Business Process
Manegement), que, de acordo com Tadeu 2.2. SISTEMA CISS
Cruz (2008), consiste em uma estratégia de
A CISS é uma fábrica de software
alinhamento de processos com os objetivos
especializada no desenvolvimento de
da organização.
soluções em gestão para supermercados,
Isso posto, a notação utilizada para a lojas de materiais para
modelagem é o BPMN (Business Process construção, atacarejos e restaurantes (Food
Modeling Notation), uma notação rica em Service). Os produtos e serviços da CISS são
elementos de representação, tornando inspirados no setor varejista. Um dos
possível modelar os mais complexos benefícios do sistema CISS é que ele atende
processos, atrelando-se dessa maneira à de forma produtiva e sustentável as
função requerida (CAMPOS, 2013). obrigações fiscais que são impostas à
empresa, além de aumentar as vendas, a
O software utilizado foi o Bizagi Process
fidelidade do cliente, melhorando o fluxo
Modeler, e o tipo de processo de negócio
financeiro, a segurança da informação e
modelado foi o As is e o To Be, sendo
otimizando a produtividade dos
definidos respectivamente como o “antigo
colaboradores, tornando-se um importante
processo de negócio” e “novo processo de
aliado para a organização em questão.
negócio”, estruturados a fim de refinar e
controlar o processo (ALLWEYER 2010).
A organização em estudo é a conjugada em 2.3. PROCESSOS
duas empresas, sendo elas a MERCANTIL
Segundo Heráclito, um filósofo pré-socrático,
BELESKI e CONSTRUTORA BELESKI, que
“O mesmo homem não pode atravessar o
estão no mercado há mais de 30 anos e
mesmo rio, porque o homem de ontem não é
possuem um vasto mix de produtos e serviços
o mesmo homem, nem o rio de ontem é o
alusivos à casa e à construção.
mesmo de hoje”, analogicamente, um
Para fim de execução, o estudo em questão processo é a transformação de um
busca explorar e melhorar o processo da nota antecedente à um consequente, ou seja, nada
fiscal do produto que entra na empresa, até é estável, tudo se transforma (MARANHÃO E
que a mesma atinja o seu destino final, o dito MACIEIRA, 2004, p.11).
arquivo morto. A empresa possui como
Pode-se definir também, segundo Chiavenato
gerenciamento o sistema CISS, desta forma, o
(2006), como uma sequência lógica de
lançamento de nota fiscal é feito por esse
tarefas, uma sequência estruturada de
mesmo sistema. Entretanto, como a nota fiscal
Gestão da Produção em Foco - Volume 11
203
atividades iniciadas com um input, de vários integrada do ambiente interno e externo das
elementos possíveis, tendo como meio o suas operações e das atuações de cada
processamento destes inputs, e tendo como colaborador participante em todos os
fim a saída ou output. processos de negócios (CRUZ, 2008).
Os processos organizacionais são aqueles Utilizando o Business Process Management a
que são centralizados na organização, e são organização é capaz de propiciar atenção ao
imperceptíveis ao cliente externo, mas de cliente individualmente, além de agregar valor
grande valor para a empresa; eles podem ser aos produtos mais simples devido à
ramificados em processo elementar e valorização do serviço diretamente
processo complexo, aquele é a célula de um relacionado às necessidades dos clientes
processo, composta de entrada, (HUGOS, 2007).
transformação e saída de uma atividade
única, este é a reunião interconectada de
processos elementares (MARANHÃO E 2.6. MODELAGEM DE PROCESSOS DE
MACIEIRA, 2004). NEGÓCIOS BUSINESS PROCESS MODELING
NOTATION – BPMN
A busca por melhorias estruturais e
2.4. GESTÃO POR PROCESSOS
consistentes tem impulsionado as empresas a
Em uma empresa cada processo contribui reverem a condução de seus trabalhos, em
para o valor do produto final que é entregue busca de formas mais versáteis, onde as
para o cliente, visando a isso, a gestão por atividades são analisadas na perspectiva de
processos enfoca no desempenho do processo de trabalho (MARANHÃO E
processo, proporcionando a melhoria MACIEIRA, 2004).
contínua do mesmo (CAMPOS, 2013).
Entretanto, para que essa melhoria seja
A gestão por processos objetiva que todos os alcançada, é necessário que se tenha
ativos da organização, como Recursos domínio sobre o processo. Desta forma, é
Humanos, Estrutura Organizacional, Papéis e necessário desenvolver um mapeamento de
Responsabilidades, Conhecimento, processos, que segundo Maranhão e Macieira
Tecnologia da Computação e da Informação, (2004) é o conhecimento dos processos e das
estejam sincronizados, de forma que essa interconexões dos dados estruturado do topo
sinergia entre eles gere maior eficiência. É de da organização até a sua base, permitindo,
suma importância que todos os processos de assim, uma compreensão completa do
entrada, transformação e saída estejam processo.
alinhados, a fim de gerar melhores resultados
Existem diversas metodologias para a
(SORDI, 2005).
modelagem de processo, entretanto, o
enfoque deste artigo é o modelo Business
Process Modeling Notation (BPMN), notação
2.5. BUSINESS PROCESS MANAGEMENT –
que foi especificamente projetada para
BPM
coordenar a sequência de processos e as
De acordo com Gartner Group (2017), o BPM mensagens que fluem entre os diferentes
é um conjunto de métodos utilizados para participantes em um conjunto relacionado de
identificar, modelar, analisar, medir, melhorar atividades.
e otimizar os processos de negócios.
O software utilizado neste artigo, específico
A concepção do BPM vai além de modelar e para a modelagem da notação BPMN, é o
redesenhar o processo, abrangendo Bizagi Process Modeler, que suporta a
consideráveis transformações no modo como elaboração de uma documentação extensa
os processos de negócios necessitem ser de processo, visando maior publicidade para
otimizados e gerenciados, tendo em vista a as atividades praticadas nas organizações.
cooperação e integração das organizações
O BPMN possui algumas notações básicas
dentro da cadeia de valor (DEBEVOISE,
específicas dele, que podem ser analisadas
2005).
na Tabela 1.
O BPM provê à organização uma visão
completa, sistêmica e essencialmente
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ANEXO A – MODELO AS IS
ANEXO B – MODELO TO BE
Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com mestrado e doutorado em
Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Titular na
Universidade Federal de Viçosa, tem experiência nas áreas de Engenharia da Construção e
Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Construção Civil e Tecnologia de Arquitetura e
Urbanismo, atuando nos temas edificações, sistemas e processos construtivos, gestão de
projetos, ambiência, desempenho ambiental e conforto ambiental.
Designer de Produto graduado pela Universidade São Judas Tadeu (1996). Especialista em
Artes plásticas (Universidade São Judas Tadeu (1998). Especialista Master em
Gerenciamento de Projetos pela George Washington University (2007). Mestrando do
programa de Mestrado Profissional: "Gestão e Tecnologia em Sistemas Produtivos" do Centro
Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. Designer especializado em texturas (Design
de superfície - Color & Trim - CMF). Atua na área de Design automobilístico desde 1992, com
experiência em conceituação do produto, modelamento em clay, técnicas e processos de
modelagem, engenharia reversa, Pesquisa & Desenvolvimento, viabilidade técnica do
produto, materiais, processos industriais, Gerenciamento de Projetos com foco em Gestão do
AUTORES
Design, texturização de moldes de injeção para peças plásticas e realidade virtual. Em 2002
iniciou sua atuação como Professor Adjunto em Cursos de graduação em Design.
Possui pós doutorado pela Universidade Estadual Paulista (FCT-UNESP, em 2004). Doutor em
Físico-Química pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP (2002, IQSC - USP). Mestrado
em Físico-Química pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP, (1998, IQSC - USP).
Graduado em química (Bacharel e Licenciado) pela Universidade Estadual de Maringá - UEM
AUTORES
Bacharel em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário CESMAC (2016). Atuou como
Vice-Coordenador Geral do núcleo alagoano dos estudantes de engenharia de produção -
AUTORES
Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Viçosa (2016). Mestrando em Engenharia Civil,
na área de concentração em Engenharia da Construção, com foco na produção e utilização
do Concreto de Pós Reativos (CPR) pela Universidade Federal de Viçosa.
Nasceu em Feira Nova PE, Brasil, em 1993. Atualmente estuda Engenharia Elétrica -
Eletrotécnica pela Escola Politécnica de Pernambuco, ligada à Universidade de Pernambuco.
Mayne Camargo Zambello é formada como técnica em Qualidade e Produtividade pelo COTIL
- UNICAMP, hoje é acadêmica do curso de Engenharia de Produção na Universidade
Estadual de Maringá e atua na área de Gestão de Processos, Gerenciamento de Estoque e
Controladoria de Custos Operacionais.
Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (1990), mestrado
em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996), DEA
(Diplôme dÉtudes Approfondies) en Logistique et Organisation - Université Aix-Marseille II
(2000), doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina
(2003) e pós-doutorado na Universidade de Bremen, Alemanha (2011). Atualmente é
Professora Associada da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área
de Engenharia de Transportes, com ênfase em Economia dos Transportes, atuando
principalmente nos seguintes temas: logística, terceirização, operadores logísticos,
tecnologias de informação e comunicação aplicada à logística, gestão de estoques,
transporte rodoviário de cargas e estratégias logísticas.
AUTORES
THAÍS SPIEGEL