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Como és contestável para mim, Igreja!

E, no entanto, como te amo!


Como me fizeste sofrer!
E, no entanto, quanto te devo!
Às vezes, gostaria de te ver destruída.
E, no entanto, tenho necessidade de tua presença.
Deste-me tantos escândalos!
E, no entanto, me fizeste compreender a santidade.
Nunca vi nada de mais obscurantista, mais comprometido e mais falso no mundo, como em ti vejo
viver.
Mas também nunca toquei em nada tão puro, tão generoso e tão belo!
Quantas vezes tive vontade de bater a porta de minha alma em tua cara!
E quantas vezes orei, para um dia, em teus braços seguros morrer!
Não, não posso me libertar de ti, porque eu mesmo sou tu, mesmo não sendo completamente tu!
Além disso, aonde iria eu? Construiria outra igreja?
Mas não poderia construí-la, senão com os mesmos defeitos e falhas, porque são os meus defeitos e
falhas que levo para dentro de ti, Igreja.
E, se eu construísse uma outra igreja, seria a minha igreja e não a Igreja de Cristo!
E, na verdade, já estou bastante velho para tentar me enganar.
Já devo é compreender que não sou melhor que os outros…
Igreja Santa, Templo do Senhor, morada de Deus…
e espelho meu!

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