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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES HIDRÁULICOS DE UM


ORIFÍCIO

CAROLINE CHABI SANTANA

DANIELE DOS SANTOS DE SOUZA

ELLDER SILVA DA COSTA

PAULLA BORGES AVILA DA SILVA

SHEILA MIRANDA CORREIA

CRUZ DAS ALMAS - BA


2018
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SUMÁRIO

1- OBJETIVOS
2- INTRODUÇÃO
3- MATERIAIS E MÉTODOS
4- RESULTADOS
5- CONCLUSÃO
6- REFERÊNCIAS
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1. OBJETIVOS

Dentre os objetivos do experimento pode ser citados:

- Determinar os valores dos coeficientes de contração, velocidade e vazão de um orifício


pelo método das médias;

- Determinar o valor do coeficiente de descarga pelo método da regressão linear.


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2. INTRODUÇÃO

Denomina- se por orifício perfurações para passagem de líquido, postos em paredes


de reservatórios ou canais, tendo então o objetivo de descarregar o conteúdo presente no
reservatório ou canal.

Os orifícios podem ser classificados quanto à forma geométrica, no qual podem


apresentar forma circular ou retangular, quanto às suas dimensões relativas, podendo ser
pequenos ou grandes, e ainda quanto à natureza da parede do orifício, parede delgada ou
espessa. Para o experimento em questão foi utilizado um orifício de formato circular
que tinha quatro milímetros de diâmetro.

É de grande importância compreender como ocorre o escoamento por meio do


orifício, isso se deve ao fato de ser utilizado em várias estruturas hidráulicas, sendo
também utilizados em projetos de irrigação, estações de tratamento de água e medição
da vazão em efluentes industriais.

Sabe- se que os orifícios são caracterizados pelo controle e medição da vazão,


sendo que a vazão é representada pelo produto da velocidade pela área, ou seja,

Q=V x A (2.1)

Onde: Q- vazão, V - velocidade e A- área.

Por meio de alguns experimentos feitos anteriormente foi possível notar alguns
efeitos sobre o escoamento em orifícios. O primeiro é que a velocidade experimental é
sempre menor que a velocidade teórica e para que tal diferença fosse corrigida defini- se
o coeficiente de velocidade (Cv), dado por,

v
Cv= (2.2)
vt

onde: v- velocidade experimental e vt - velocidade teórica.

O segundo é que a área de escoamento efetiva é sempre menor que a área do


orifício ( Ao¿, da mesma forma, para correção define-se o coeficiente de contração (Cc),
dado por,

A
Cc= (2.3)
A0
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onde: A- área efetiva ou atribuída à descarga e Ao- área do orifício.

Além disso, por meio dos coeficientes apresentados anteriormente pode- se


descrever o coeficiente de descarga (Cd), no qual demonstra a vazão do líquido no
escoamento, dado por,

Cd=Cc x Cv (2.4)

Vale ressaltar também que por ser um acessório que se acopla uma tubulação o
orifício é responsável por uma perda de energia quando o líquido escoa através dele.
Dessa forma, há uma defasagem no alcance do jato o que influencia a área total do
mesmo e na vazão final.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais
Os materiais utilizados no experimento foram:
 Reservatório;
 Orifício;
 Cronometro;
 Harpa graduada para localização dos jatos;
 Piezômetro;

3.2 Métodos

Primeiramente foi escolhido um orifício circular de 4 mm de diâmetro com


entrada reta e em seguida esse orifício foi rosqueado no piezômetro. Foi ligado o
aparelho para encher o tubo até que em uma certa altura h o nível d’agua foi
estabilizado. Logo após, ajustou-se as agulhas de modo a tocar no limiar
superior do jato formado para que fossem obtidos parâmetros para a
determinação dos coeficientes Cd, Cv e Cc e analisou-se as variações das
distancias no eixo y e no eixo x, seja no eixo x os espaçamentos entre as agulhas
constantes ∆x=7cm, necessárias para encontrar os coeficientes de descarga. Em
seguida, encheu-se um recipiente com água colhendo aproximadamente 500 ml
sendo cronometrado o tempo para tal ato e logo depois por meio de um simples
cálculo matemático encontrar a vazão. Esses procedimentos foram realizados
para mais três alturas distintas h do piezômetro.
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4. RESULTADOS

Por meio dos métodos experimentais exemplificados na seção 3.1, foram obtidos os
seguintes dados:

h(cm) x(cm) Δy1(cm) Δy2(cm) Δy3(cm) Δy4(cm) Vol(ml) Tempo(s) Q (cm3/s)


35,00 7,00 0,5 1,90 4,20 7,30 475 16,74 24,014
31,50 14,00 0,6 2,20 4,65 7,90 490 17,80 27,528
24,00 21,00 0,8 2,75 6,00 10,40 456 19,27 23,663
20,00 28,00 1,0 3,35 7,30 12,5 445 21,49 20,707
Tabela 4.1: Valores referentes ao nível da água no reservatório e do jato d’água.

Seja pelo método Rodrigo de Melo Porto,

x=vt ( 1 )

e,

g t2
y=
2

Logo,

2y
t=
√ g
(2)

Substituindo (3) em (1), temos:

2g
v=x
√ y
(3)

Tem-se que,

v=Cv √ 2 gh

Logo,

x
Cv= (4)
2 √ hy
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Utilizando a equação (4), foram possíveis obter os seguintes resultados mostrados na


Tabela 2,

h(cm) Cv1 Cv2 Cv3 Cv4


35 0,836 0,858 0,866 0,875
31,50 0,805 0,841 0,868 0,887
24 0,799 0,862 0,875 0,886
20 0,783 0,855 0,869 0,885
Tabela 4.2: Valores referentes ao Coeficiente de velocidade

Assim, encontrou-se um valor de Cv médio de 0,853

Para o coeficiente de descarga Cd, temos a seguinte equação:

Q=Cd A 0 √ 2 gh(5)

Colocando Cd em evidência, tem-se:

Q
Cd= (6)
A 0 √ 2 gh

Sabendo que o orifício possui 4mm de diâmetro podemos calcular A0 usando a seguinte
equação:

π d2
A0 =
4

Obtendo uma área de aproximadamente 0,126 cm2. Com os valores da vazão Q


calculados e assumindo a gravidade como 9,81 m/s2, encontrou-se os seguintes valores
de Cd:

Coeficientes de Descarga (Cd)


Cd1 = 0,862 mm
Cd2 = 0,882 mm
Cd3 = 0,869 mm
Cd4 = 0,833 mm
Cd Médio: 0,861 mm

Após encontrar o coeficiente de descarga (Cd)e de velocidade (Cv), podemos encontrar


o coeficiente de contração (Cc) da seguinte forma:
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Cd
Cc= (7)
Cv

Sendo Cd: a média dos coeficientes de descarga referente a cada carga hidráulica e Cv:
a média dos coeficientes de velocidade referente a cada carga hidráulica.

Substituindo Cd e Cv na equação (7) foi obtido:

Cc=1,009

Entretanto, uma outra maneira de encontrar o coeficiente de descarga (Cd) é por meio
do método da regressão linear, utilizando da fórmula abaixo:

1
log (Q)=log ( Cd A0 √ 2 g ) + ¿ log ⁡(h) ¿
2

E de modo que temos uma equação da forma y = ax+b. Onde y= log (Q), b=

1
log ( Cd A 0 √ 2 g ), a = e x = log (h).
2

Q(m3/s) h(m) log h log Q


2,837x10-5 0,35 -0,456 -4,54
2,753x10-5 0,315 -0,502 -4,56
2,366x10-5 0,24 -0,619 -4,62
2,070x10-5 0,20 -0,698 -4,68
Tabela 4.3: Valores de vazão (Q) e altura (h).

Assim, é possível esboçar o gráfico dessa equação y=0,5702x-4,2756.


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Sabendo que b = -4,2756 e que:

10b
Cd=
A 0 √2 g

Cd=0,949

5. CONCLUSÃO

O ensaio teve como finalidade praticar no laboratório a obtenção experimental dos


coeficientes de velocidade, vazão e contração e comparar os valores obtidos com
aqueles previstos em teoria.

Pode-se analisar as diferenças existentes entre os valores calculados de velocidades


teóricas e reais, coeficientes de velocidade, vazão ou descarga e contração, das vazões
teóricas e reais, obtidos através dos dados experimentais, e os valores fornecidos
teoricamente. Os valores de erros percentuais obtidos demonstram as consequências dos
métodos utilizados durante a prática laboratorial, como os erros decorrentes da
aparelhagem usada e das falhas nas leituras e medições.

A verificação prática do fenômeno que envolvem a teoria dos orifícios foi de grande
relevância na fixação do conhecimento e desenvolvimento do senso dos métodos
experimentais.
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6. REFERÊNCIAS

[1]: NETTO, Azevedo e MARTINIANO, José. Manual de hidráulica. 8. Ed. São


Paulo: Edgard Blucher, 1998. 670p.

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