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HOMICÍDIO CULPOSO (§ 3º):

Ocorre quando o agente violando o dever de cuidado objetivo, deixa de aplicar a diligência ou atenção de que era
capaz, provocando, com sua conduta, o resultado morte, previsto ou previsível, jamais querido ou aceito.

ATENÇÃO1: Admite suspensão condicional do processo, benefício previsto no art. 89 da Lei 9.099/95. Salvo nas
hipóteses das causas de aumento do § 4º e do homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor.

ATENÇÃO2: A pena prevista no CTB para homicídio culposo é de 2 a 4 anos. Maior, portanto, que a do CP (de 1 a 3
anos).

ATENÇÃO3: A culpa concorrente da vítima não exime o agente da responsabilidade (o direito penal não admite
compensação de culpas).
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO CULPOSO (HOMICÍDIO CULPOSO MAJORADO, § 4º, primeira
parte)
ATENÇÃO: Com o aumento, não mais admite a suspensão condicional do processo.
São 4 situações que caracterizam o aumento de pena no crime de homicídio culposo:

1. INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA DE ARTE, OFÍCIO OU PROFISSÃO:


Não se confunde com a imperícia.

NEGLIGÊNCIA PROFISSIONAL IMPERÍCIA


O agente tem aptidão para o exercício do O agente não tem aptidão para o exercício do
trabalho, mas não observa os conhecimentos trabalho.
técnicos que possui.
Ex: Clínico geral, que realiza cirurgia plástica.
Ex: Médico que esquece instrumento cirúrgico
dentro do paciente.
3. NÃO PROCURAR DIMINUIR AS CONSEQUÊNCIAS DO COMPORTAMENTO;
De acordo com a doutrina, trata-se de redundância com a omissão de socorro. Mas nem sempre esses conceitos
se confundem, veja o exemplo abaixo:
Exemplo: Situação em que impossibilitado de prestar imediato socorro à vítima (em razão de socorro prestado
por terceiros, por exemplo) após tê-la atropelado, o agente não procura a vítima no hospital para prestar-lhe o
auxílio necessário como forma de diminuir as consequências de seus atos.

4. FUGA PARA EVITAR PRISÃO EM FLAGRANTE:


O agente que foge demonstra ausência de escrúpulos, ficando mais difícil e incerta a punição do responsável.
Críticas:
Essa causa de aumento seria, de acordo com parte da doutrina, inconstitucional, pois violaria a garantia
constitucional de não produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur se detegere).
PERDÃO JUDICIAL – EXCLUSIVO DO HOMICÍDIO CULPOSO (§ 5º)
O que é o perdão judicial?
Não obstante a prática de um delito o Juiz pode deixar de aplicar a pena (nas hipóteses taxativamente previstas
em Lei) levando em consideração determinadas circunstâncias relacionadas ao crime. Quando isso acontece,
estamos diante do perdão judicial.

No crime de homicídio culposo o perdão judicial é possível, sempre que o juiz perceber que as consequências do
crime foram graves o suficiente para o seu autor, a ponto de ser desnecessária a sanção penal. Nesses casos, o juiz
pode deixar de aplicar a pena no caso concreto.
IMPORTANTE: A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência (art.
120 do código penal).
DETALHES IMPORTANTES SOBRE O PERDÃO JUDICIAL:
1 – É dispensável a relação de parentesco entre os sujeitos do delito para configuração do perdão judicial,
bastando que se demonstre uma relação de afeto entre autor e vítima (por exemplo, amigos de infância e etc.)
CUIDADO! Nem sempre será necessária uma relação de afeto entre vítima e autor para possibilitar o perdão
judicial, pois as consequências drásticas podem recair sobre o próprio agente dos fatos.
Exemplo: Pessoa que culposamente atropela um desconhecido, matando-o, e fica
tetraplégica no mesmo acidente. Não existe nenhuma relação de afinidade entre autor e
vítima, mas nada impede que o magistrado conceda o perdão judicial ao autor.

2 – Tem natureza jurídica de causa extintiva da punibilidade. A decisão que concede o


perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade (súmula 18 do STJ). Não pode ser
executada no juízo cível.

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