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VIII

VIII
UNIDADE
UNIDADE

REDES SOCIAIS: UMA NOVA FORMA


DE PREVENIR

Paulina Vieira Duarte


Déborah de Oliveira Cruz

Nesta unidade você vai estudar

o que são redes sociais.

Propósitos e características da prática das redes sociais.

Formas de interação social.

Como as redes sociais podem contribuir na prevenção ao


uso indevido de drogas.
222 – Informações preventivas sobre drogas
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 223

REDES SOCIAIS E INTERAÇÃO

O conceito de rede social “como um conjunto de relações


interpessoais concretas que vinculam indivíduos a outros indivídu-
os” (BARNES, 1987) vem se ampliando dia a dia, na medida em
que se percebe o poder da cooperação como atitude que enfatiza
pontos comuns em um grupo para gerar solidariedade e parceria.
O homem como ser social estabelece sua primeira rede de re-
lação no momento em que vem ao mundo. A interação com a famí-
lia lhe confere o aprendizado e a socialização, que vão se estenden-
do para outras redes sociais. É através da convivência com grupos e
pessoas que se moldarão muitas das características pessoais
Identidade social – Conjunto
determinantes da sua identidade social. Surgem neste contexto o de características individuais de
uma pessoa, reconhecido pela
reconhecimento e a influência dos grupos como elementos decisi- comunidade da qual ela faz
parte.
vos para a manutenção do sentimento de pertinência e de valoriza-
ção pessoal. Todo indivíduo carece de aceitação, e é através da vida
em grupo que ele irá externar e suprir esta necessidade. Os víncu-
los estabelecidos tornam-se intencionais, definidos por afinidades e
interesses comuns. O grupo, então, passa a influenciar comportamen-
Ponto – Um dos elementos
tos e atitudes funcionando como ponto em uma rede de referência de uma rede social.

composta por outros grupos, pessoas ou instituições, cada qual com Rede de referência –
Sinônimo de rede social.
uma função específica na vida da pessoa.
Na prática estas interações positivas e negativas são constitu-
cionais. O ambiente poderá intensificá-las ou diminuí-las, de acor-
do com o surgimento de novos interesses e necessidades. É o equi-
líbrio dessas interações que vai determinar a qualidade das rela-
ções sociais e afetivas do indivíduo com os pontos de sua rede,
224 – Informações preventivas sobre drogas

quais sejam: a família, a escola, os amigos, os colegas de trabalho,


entre outros.
Assim, o indivíduo pode constituir e/ou fazer parte de uma rede
cujo padrão de interação poderá ser:

positivo – privilegiando atitudes e comportamentos que va-


lorizam a vida;
negativo – marcado por atitudes e comportamentos de agres-
são à vida.

SAIBA MAIS

Redes de interação positiva


Adolescentes lutam contra a fome e a violência em suas
Do clipping de notícias divulgado no comunidades
site da BVS Adolec Brasil, de Arthur Gonçalves, 11 anos, é considerado um exemplo em sua
responsabilidade da Agência de
Notícias dos Direitos da Infância - comunidade – Vila Bola na Rede, no bairro Guabaribe, Recife-PE.
ANDI. Http://www.adolec.br/bvs/ O menino percorre as casas arrecadando alimentos, roupas, sa-
adolec/P/news/2002/01/1117/
patos, para dar às crianças carentes. E, com o mesmo propósi-
cidadani/003.htm
to, tem meia hora diária no programa Manhã Comunitária, em
uma rádio local. O que ele consegue com doações é distribuído
em sua própria casa, para quem precisar. Arthur quer tocar futu-
ramente um projeto educacional que envolva crianças. “Com
educação sou líder comunitário, com educação passei para a sex-
ta série, com a educação sou amigo dos meus vizinhos. Educa-
ção, educação”, finaliza o garoto.
Misael Avelino do Santos Filho, 15 anos, é outro jovem que se
preocupa com as questões sociais. Há nove anos o garoto apre-
senta o programa de rádio comunitário Uai Rap Soul. A rádio
Favela FM já ganhou dois prêmios da ONU (Organização das
Nações Unidas) pelas campanhas contra o uso de drogas, confe-
ridos durante os 19 anos em que funcionou ilegalmente. Misinha,
como é chamado, confessa ter perdido a conta dos amigos as-
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 225

sassinados. Por isso no seu trabalho procura mostrar que a vio-


lência e as drogas não levam a nada.
Zerou/Zero Hora, p. 3, 07/01; e DOMENICH, Mirella.
Folha Teen/Folha de S.Paulo, p. 3, 14/2001.

Redes de interação negativa


Jovens no crime
As crianças e os adolescentes que trabalham no narcotráfico no
Rio de Janeiro começam a fazê-lo a partir de oito anos de idade, de
acordo com pesquisa feita pelo Instituto de Estudos do Trabalho e
da Sociedade sob encomenda da Organização Internacional do Tra-
balho.
O trabalho “O Emprego de Crianças e Adolescentes no Tráfico
de Drogas na Cidade do RJ” mostra que 55% dos jovens que
trabalham no narcotráfico têm menos de quatro anos de estudo.
Estão abaixo da média brasileira, que é de 6,4 anos.
Segundo a pesquisa, 90% dos jovens envolvidos no narcotráfico
consomem regularmente maconha, e 25% deles são usuários de
haxixe. Os principais fatores de ingresso na atividade, ainda de
acordo com o estudo, são a identidade com os traficantes, o
desejo de poder (ligado ao acesso aos bens de consumo, ao di-
nheiro e ao prestígio) e a busca de emoções fortes. No que diz
respeito aos amigos desses jovens, 75% deles também estão no
mundo do tráfico.
Tudo isso mostra que políticas governamentais específicas são
necessárias para mudar esse quadro alarmante. Afinal, trata-se
de um caso claro de exploração do trabalho infantil – com a agra-
vante de que esse trabalho é utilizado no circuito das drogas.
Programas como o Bolsa-Escola, que remunera famílias que man-
têm seus filhos nas escolas, poderiam ser adaptados às
especificidades desses casos.
Ademais, o fato de que os jovens têm a maioria de seus amigos
no narcotráfico aponta para a necessidade de uma maior presen-
ça do Estado nos locais em que as organizações criminosas dão
226 – Informações preventivas sobre drogas

as cartas. Presença não apenas policial, mas também no que se


refere à construção de centros comunitários em que jovens po-
deriam praticar atividades esportivas ou educativas, criando, as-
sim, um ambiente menos propício para o ingresso no tráfico.
Finalmente, punições exemplares para traficantes detidos fariam
com que eles deixassem de ser modelos para os jovens.
Folha de São Paulo. Editorial: Jovens no Crime. 4.3.2002.

Objetivos das redes sociais

Favorecer o estabelecimento de vínculos positivos através


da interação entre os indivíduos.
Oportunizar um espaço para reflexão, troca de experiências
e busca de soluções para problemas comuns.
Estimular o exercício da solidariedade e da cidadania.
Mobilizar pessoas, grupos e instituições para a utilização de
recursos existentes na própria comunidade.
Estabelecer parcerias entre setores governamentais e não-
governamentais para implementar programas de orientação
e prevenção, pertinentes a problemas específicos apresen-
tados pelo grupo.

Mais informações sobre redes sociais


você encontra no site
A construção da rede somente poderá ser concretizada
http://www.sp.senac.br/redessociais na medida em que se associam os princípios da responsabilidade
pela busca de soluções com os princípios da solidariedade.
É preciso que cada cidadão busque, dentro de si, o verdadei-
ro sentido da gratificação pessoal através da participação.
Ao profissional compete potencializar a força natural dos indi-
víduos e da comunidade, em ações para a formação e o fortaleci-
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 227

mento de redes voltadas à garantia de acesso aos direitos sociais e


ao exercício da cidadania.

Características a serem identificadas e desenvolvidas no


trabalho da rede

Acolhimento – Capacidade de acolher e compreender o


outro, sem impor ou impor-se quaisquer condições
ou julgamentos.

Cooperação – Demonstração do real inte- A ação para a formação de


redes voltadas à garantia de
resse em ajudar e de compartilhar na bus-
acesso aos direitos sociais é
ca das soluções. fundamental na prevenção
Disponibilidade – Demonstração e associa- ao uso de drogas.
ção a um compromisso solidário.

Respeito às diferenças étnicas, econômicas e sociais –


Reconhecimento e consideração pela diversidade.

Tolerância – Capacidade de suportar a presença ou a inter-


ferência do outro sem sentimento de ameaça ou invasão.

Generosidade – Demonstração
de um clima emocional de afetos
positivos (apoio, carinho, aten-
ção, “dar” sem exigir retorno).

Na figura ao lado, um exemplo da


articulação de características.
228 – Informações preventivas sobre drogas

As redes sociais e a prevenção ao uso de drogas

O uso de drogas tem se revelado importante problema de saúde


pública com enorme repercussão social e econômica para a sociedade
contemporânea. Não obstante os esforços do poder público e da socie-
dade civil na busca de alternativas, o aumento do consumo e a preco-
cidade com que os jovens vêm experimentando variados tipos de dro-
gas alertam especialistas numa direção comum. É preciso prevenir!
Prevenir no sentido de educar o indivíduo para assumir atitu-
des responsáveis na identificação e no manejo de situações de risco
que possam ameaçar a opção pela vida.
Esta visão de prevenção enfatiza a adoção da educação não
apenas como um “pacote” cumulativo de informações sobre drogas,
mas como um processo contínuo de aprendizagem voltado ao de-
senvolvimento de habilidades psicossociais que permitam ao indiví-
duo um crescimento social e afetivo equilibrado.
A articulação de diferentes pontos da rede social pode otimizar
espaços de convivência positiva que favoreçam a troca de experi-
ências na identificação de situações de risco pessoal e possíveis
vulnerabilidades sociais, observando que, segundo a OMS, está mais
sujeito a usar drogas quem:

não tem informações adequadas sobre as drogas;


está insatisfeito com sua qualidade de vida (falta ou excesso);
é pouco integrado na família e na sociedade;
tem fácil acesso às drogas.
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 229

Alguns fatores de risco e proteção ao uso de drogas

RISCO PROTEÇÃO

Ambiente familiar negativo ou confuso. Presença de vínculos positivos na família.

Uso abusivo ou dependência química Presença marcante dos pais na vida, nos
nos pais. interesses e na definição de regras de
comportamento e convivência dos filhos.

Indiferença ou pouco monitoramento Desempenho escolar satisfatório.


por parte dos pais na vida dos filhos.

Ausência de vínculos recíprocos entre Adoção de regras sociais convencionais


pais, filhos e irmãos. quanto às drogas e seu consumo;

Problemas de aprendizagem e baixo Participação em grupos ou associações


rendimento escolar. comunitárias de socialização.

Comportamento agressivo ou inadequa- Dificuldade de acesso às drogas.


do no grupo de amigos ou na escola.

Ligação com pessoas que apresentam


problemas de comportamento.

Aceitação e tolerância com uso de


substâncias pelo grupo.

Fonte: Slobda & David, 1997.


230 – Informações preventivas sobre drogas

SAIBA MAIS

Projetos que promovem atividades voltadas à promoção e à va-


lorização da vida.

1. Escola Criativa Olodum/ BA


Idealizada pelo Grupo Cultural Olodum, tem a finalidade de com-
plementar os conhecimentos adquiridos no sistema formal de
ensino, com informações que exercitem a prática da democra-
cia, os direitos do cidadão, tomando como referência suas expe-
riências de vida, ritmo e interesses próprios, contribuindo para a
formação de valores sociais e morais que permitam a convivên-
cia qualitativa com todos os segmentos sociais a que se tem acesso,
particularmente no campo das artes.
www.olodum.com.br

2. Programas da Fundação Gol de Letra


Programa “Virando o Jogo”
É um programa de complementação escolar com o objetivo de
contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes de
7 a 14 anos, ampliando o seu universo cultural e educacional por
meio de atividades de experimentação, socialização e aprendiza-
gem em três áreas básicas: esportes, arte-educação e língua e
literatura. Em São Paulo, na Vila Albertina, 180 crianças e adoles-
centes são atendidos diariamente em uma carga horária de 20
horas semanais.

Programa de Formação de Agentes Comunitários


A fundação investe intensivamente na formação de lideranças lo-
cais (jovens e adultos), potencializando as ações de construção e
articulação na comunidade. A partir de instrumentalização des-
ses agentes em três núcleos permanentes de formação e produ-
ção (cultural, social e de comunicação), jovens e adultos apropri-
am-se de linguagens e metodologias, tornando-se multiplicadores
de práticas, conhecimentos e aprendizagem desenvolvidos na
Fundação.
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 231

3. Biblioteca Comunitária
Com o desafio de implantar uma biblioteca interativa em uma
região onde o hábito de leitura é praticamente inexistente, foi
criado um programa de formação comunitária que tem uma bi-
blioteca como foco central e um processo paralelo de formação
de monitores e mediadores jovens e adultos. Para que a bibliote-
ca fale a mesma língua da comunidade e seja atrativa e estimulan-
te para a população local, o programa trabalha com a formação
permanente de agentes da região, que desenvolvem atividades
de narração de histórias e mediação de leitura, além de serem
capacitados tecnicamente para os procedimentos de uma biblio-
teca universal. O que garante as estratégias de formação de lei-
tores é uma programação cultural, com exposições, leituras dra-
máticas, concertos de música, além de um acervo de vídeos,
CDs e periódicos que estimulam o acesso ao local. Com uma
visão moderna e de autonomia do usuário, o acesso à informática
é garantido em todas as etapas do processo de formação e tam-
bém aos usuários.

4. Projeto Dois Toques/RJ


Este projeto está possibilitando que crianças e adolescentes te-
nham a oportunidade de participar de atividades educativas do
universo cultural de jogos, esportes, danças, música, língua e li-
teratura, além da utilização da informática como mais um instru-
mento de acesso a informações e conhecimentos necessários na
construção da cidadania. São 10.500 m2 ocupados com quadras
poliesportivas, de futebol e de vôlei, piscina, salas para ativida-
des artísticas, biblioteca, videoteca e brinquedoteca.
São atendidos por este projeto 300 crianças e adolescentes en-
tre 6 e 14 anos em período complementar à escola, com uma
carga horária de 12 horas semanais.
http://www.uol.com.br/goldeletra/somos_missao.htm
232 – Informações preventivas sobre drogas

A participação comunitária

O impacto da participação num projeto social transcende o


suprimento de carências, pois a vivência comunitária é veículo para
a ampliação da visão de mundo, a geração de conhecimentos, o exer-
cício da cidadania e a transformação social.
Na ação comunitária a ideologia preponderante é a coopera-
ção, cuja força se dá no estabelecimento de uma corrente solidária
na qual cada pessoa é importante na sua necessidade ou na sua dis-
ponibilidade para ajudar.
As soluções participativas mobilizam as ações de responsabili-
dade partilhada, a formação e o estreitamento de parcerias e a
otimização dos recursos já existentes na comunidade, possibilitan-
do o desenvolvimento de trabalhos nos três níveis de prevenção ao
uso de drogas:

Prevenção Primária numa abordagem que valorize a vida


para:
– evitar o uso experimental de drogas;
Nos sites:
http://www.programavoluntarios.org.br,
http://www.fundacaoabrinq.org.br,
– diminuir o uso esporádico.
http://www.aprendiz.org.br ou
http://www.ongedisca.com.br, você Prevenção Secundária como forma de resgatar aqueles que
encontra exemplos de pontos de redes
cujos programas se desenvolvem nos já têm algum comprometimento no desempenho dos seus pa-
níveis primário, secundário e terciário
de prevenção. péis sociais para:
– diminuir o uso regular;
– evitar o uso abusivo.

Prevenção Terciária como elemento facilitador da reinserção


social através do:
– tratamento para abuso e dependência.
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 233

O programa recebe apoio dos governos


O Programa Social da Mangueira é exemplo vivo de que municipal, estadual e federal, do Banco
ações comunitárias podem integrar inúmeros pontos de uma rede Interamericano de Desenvolvimento –
BID e instituições privadas. Contato
de referência, o que vai além de evitar o envolvimento de crian- com Francisco de Carvalho
(Chiquinho) – Coordenador - geral.
ças com o crime e as drogas. Ele confere aos participantes melhoria Tel.: 0 XX (21) 581-4636.

real de escolaridade, empregabilidade e condições de saúde, tudo


isso associado ao livre exercício da criatividade através da educa-
ção, da arte, da cultura e do esporte. Veja destaque abaixo.

SAIBA MAIS

Programa Social da Mangueira


Para afastar suas crianças e adolescentes do envolvimento com
as drogas e com a marginalidade, o Grêmio Recreativo Escola de
Samba Estação Primeira de Mangueira, no município do Rio de
Janeiro (RJ), decidiu implantar, em 1987, o Projeto Olímpico.
Idealizado pelo professor Francisco de Carvalho, aproveita os
atrativos que o esporte exerce sobre os jovens como instru-
mento de integração social e desenvolvimento físico e psíquico.
Oferece-lhes oportunidades de crescimento pessoal e profissio-
nal, além de ajudá-los na conquista de uma saúde melhor. O pro-
jeto inicial englobou outros, que tinham caráter semelhante, e
todos juntos compõem o Programa Social da Mangueira.

Projeto Olímpico
Primeiro a ser implantado, funciona na Vila Olímpica. Seus parti-
cipantes têm recebido inúmeras medalhas e troféus. O candida-
to a uma vaga tem que estar matriculado e freqüentando a rede
pública de ensino. As modalidades oferecidas são: atletismo, gi-
nástica rítmica e olímpica, futebol de campo, futebol de salão,
voleibol, basquete, handebol e natação.
234 – Informações preventivas sobre drogas

Projeto Educação
Envolve sete subprojetos:
CIEP “Nação Mangueirense” – Oferece ensino fundamental da 5a
a 8a séries e ensino médio, além de inúmeras oficinas desportivas
e culturais, como capoeira, ginástica rítmica, informática, nata-
ção e outras. O índice de escolaridade no Morro da Mangueira
subiu, num período de dez anos, de 40% para 95%.
CAMP – Círculo dos Amigos do Menino Patrulheiro – Objetiva
preparar adolescentes para o mercado de trabalho. O aluno
recebe aulas de iniciação ao trabalho, telemarketing, orienta-
ção sexual, higiene e saúde, português e matemática. Já bene-
ficiou cerca de cinco mil jovens, através de convênios com
aproximadamente 170 empresas.
Orquestra Afro-Brasileira – Formada por 100 músicos de 7 a
16 anos, que contam com bolsa de US$ 50 por mês. As ativi-
dades enfatizam a percussão e a profissionalização. Busca-se
atenuar o problema da violência, utilizando uma prática demo-
crática de ensino em que os alunos percebem os benefícios da
convivência pacífica. Faz apresentações em todo o País e já
gravou um CD.
Informática – Destina-se a crianças que já tenham cursado a 6a
série. Os alunos aprendem DOS, Windows, Word, Excel e
internet durante cinco meses.
Oficinas Profissionalizantes – Criadas para atender pessoas en-
tre 14 e 50 anos, através de seus cursos de cabeleireiro, esté-
tica facial e corporal e de etiqueta.
Mangueira do Amanhã – É uma escola de samba composta por
crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, nos mesmos moldes
da Mangueira. A proposta é manter as crianças em contato
permanente com suas raízes e tradições.
Clube Escolar Mangueira – Oferece a alunos da rede municipal,
mesmo àqueles de fora da comunidade, 21 oficinas gratuitas,
ministradas por 13 professores.
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 235

Projeto Resgate da Cidadania


Castelo Branco-Mangueira – Parceria em que a universidade
presta diversos serviços à comunidade, tais como jurídicos,
de assistência social, esportivos, recreativos e culturais.
Barracão Mangueira – Instalado no centro da cidade, acolhe
crianças, adolescentes e idosos moradores de rua. Oferece
oficinas que buscam a reintegração dessas pessoas às famílias e
à sociedade.

Projeto Saúde
Criado em parceria com a iniciativa privada, o Posto de Saúde
oferece assistência odontológica para crianças, clínica médica, pe-
diatria, ginecologia e laboratório de análises clínicas, além de ati-
vidades especiais com gestantes, mulheres na menopausa e
hipertensos. Registra dois mil atendimentos mensais.
Fonte: Síntese do texto de: Antônio José Faria da Costa e Janaína Valéria de
Mattos, publicado no DICAS: http://federativo.bndes.gov.br/dicas/F04%20-
20mangueira.htm

RESUMO
Nesta unidade você viu que:

o propósito das redes sociais consiste na promoção da saúde


e na valorização do indivíduo e do grupo;

a solidariedade, a disponibilidade e o compromisso para a


troca e a ajuda são características imprescindíveis para o
fortalecimento de uma rede social;

a atitude cooperativa enfatiza os pontos de convergência


dentro de um grupo ou um relacionamento para criar soli-
dariedade e parceria;
236 – Informações preventivas sobre drogas

as redes sociais têm se destacado como forma de melhorar


os resultados no campo da prevenção ao uso de drogas,
minimizando fatores de risco e potencializando fatores de
proteção através de projetos comunitários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARATANGY, L. R. Desafios da convivência – pais e filhos. São Paulo:


Gente, 1998.

BARNES, J. A. Redes sociais e processo político. In: Antropologia das


sociedades contemporâneas. São Paulo: Global, 1987, p. 159-194.

DUARTE, Paulina. Reinserção social. Curso Nacional de Aprendizado a


Distância. Secretaria Nacional Antidrogas e Universidade de São Paulo (no
prelo).

FALEIROS, V. P. Estratégias em Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2001.

GOVERNO FEDERAL. Estudo Qualitativo: as redes sociais e as repre-


sentações de risco entre usuários de drogas injetáveis. Série Avaliação –
Projeto Ajude Brasil. Disponível em: www. aids.gov.br/final/biblioteca/
avaliacao6/ajude_71.htm-19k-

MIRANDA, C. F; MIRANDA, M. L. Construindo a relação de ajuda.


Belo Horizonte: Crescer, 1983.
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 237

OPAS. Redes locales frente a la violencia familiar. Serie: Violencia


Intrafamiliar y salud. Documento de Análisis nº 2. La asociación de
solidariedad para países emergentes. Perú, junio de 1999.

SLOBDA, Z; DAVID, S. L. Preventing drug use among children and


adolescents: a research-based guide. National Institute on Drug Abuse –
NIDA. nº 99, 1997. Disponível em: www. nida.nih.gov/prevention/
prevopen.html

Endereços eletrônicos de pesquisa e informação

http://www.telesp.com.br/fundacao/not_social.htm
http://www.fundabrinq.org.br/peac/

Filmes indicados

“A corrente do bem”, 2000. Direção: Mimi Leder.


“Todos os corações do mundo”, 1995. Direção: Murilo Salles.
238 – Informações preventivas sobre drogas

ATIVIDADES DE AUTO-AVALIAÇÃO

Unidade VIII

1) Assinale V para as questões verdadeiras e F para as falsas:

a) ( ) Rede social é um conjunto de relações interpessoais


concretas que vinculam os indivíduos a outros indivíduos.
b) ( ) A convivência através de grupos não transforma
os homens, pois eles são o retrato da criação de sua famí-
lia somente.
c) ( ) Os padrões de interação das redes sociais serão
sempre positivos privilegiando atitudes e comportamen-
tos que valorizam a vida.
d) ( ) Um dos modos de prevenção eficaz no combate
aos uso indevido de drogas é a educação, para que o in-
divíduo assuma atitudes responsáveis na identificação e
no manejo de situações de risco.
Redes sociais: uma nova forma de prevenir – 239

2) Assinale a opção incorreta:

( ) A articulação de diferentes pontos das redes soci-


ais, identifica o sujeito que está mais vulnerável a usar
drogas, são eles: pessoas que têm informação sobre ela,
pois assim elas sabem com mais facilidade quais as dro-
gas irão lhes satisfazer melhor.
( ) A participação comunitária é o veículo para a am-
pliação da visão de mundo, geração de conhecimentos,o
exercício da cidadania, e a transformação social.
( ) Se constrói uma rede quando se associa princípios
de responsabilidade na busca de soluções, com os princí-
pios de solidariedade.

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