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Abstract
Ten years ago, rich countries dominated the world economy, accounting for two-
thirds of global GDP. Since then, their share has fallen to just over half. In ten years,
if could decline to a mere 40%, with emerging economies producing most global
output. The pace of this shift in economic power is unprecedented. The new global
economy is a paradoxical convergence of the capitalism worldwide hegemonic crisis
(USA), China’s great economic transformation and the eurozone crisis as a crisis of
the European project of integration central pillar of political stability since the
Second War.
1
Professor de Economia Política da UNILA Universidade Federal da Integração Latino-Americana.
representam cerca de 20% da produção mundial, 5% da população mundial e o maior PIB
do mundo).
Esse movimento de reordenação econômica mundial (com ascensão da China e as
rupturas financeiras com o esgotamento da supremacia dos mercados financeiros) se
diferencia da ordem econômica mundial sob hegemonia americana, no decorrer do século
XX, sob vários pontos de vista: seja do ponto de vista dos interesses estratégicos das
potências econômicas que se sentem ameaçadas pela ascensão da China; seja do ponto
de vista da inserção das economias emergentes (UPRISING) direta ou indiretamente
afetadas pela ascensão da China e pela conjunção das rupturas financeiras; seja do ponto
de vista da sustentabilidade do crescimento dessas economias no longo prazo que, em
muito, depende do fluxo de capitais (free capital flows) que migra, de forma significativa,
para essas economias diariamente através das Bolsas em todo o mundo.
As rupturas financeiras e as expectativas de recessão (EUA e UE) ameaçam a
trajetória de crescimento (“export-led growth”) da China no longo prazo. A ascensão
econômica da China trouxe mudança sem precedente no padrão competitivo
manufatureiro mundial, promoveu uma verdadeira revolução no comércio mundial ao
adotar uma estratégia agressiva de comércio exterior (exportando e importando do mundo
todo) e de investimentos garantidores de matérias-primas (a China é a maior economia
exportadora de manufaturados do mundo e a maior importadora de matérias-primas do
mundo). Essa estratégia de expansão econômica da China, nos últimos trinta anos,
incorporou uma ampla rede de parcerias com as economias emergentes (EUA, UE e Brasil
são os principais parceiros comerciais da China). Nesse novo contexto da reordenação
econômica mundial, induzido pelo crescimento da China, o Brasil foi alçado à condição de
maior exportador de commodities do mundo (commoditie export-led growth, principal
característica do modelo de crescimento recente da economia brasileira). No entanto, a
combinação crítica de crise do desenvolvimento econômico (domestic-led development
crisis), desde os anos noventa, com o atual processo de regressão industrial (ameaça da
chinese disease) evidenciam as vulnerabilidades da economia brasileira diante dos novos
desafios colocados pelas rupturas financeiras e pela reordenação econômica mundial
originária do ciclo virtuoso de crescimento promovido pelo gigantismo industrial da China
(“Fábrica do Mundo”).
Concluindo, no atual cenário crítico da nova ordem econômica mundial, o
endividamento do Estado, atuando como lender of the last resort, tem sido a forma de
enfrentar a crise de esgotamento da supremacia dos mercados financeiros (rupturas
financeiras dos EUA (crise de liquidez) e da zona do euro (crise de solvência das dívidas
soberanas), como estratégia para minimizar o aprofundamento das rupturas financeiras e
suas graves conseqüências sociais. No caso dos EUA, a estratégia de curto prazo não tem
sido suficiente para recuperar o crescimento, apenas para driblar a recessão. Nos dois
casos, trata-se de endividamento soberano negociado pelos governos segundo
parâmetros políticos.