• Disciplina: Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial
• Aula Temática: Resíduos Sólidos
• Microfone desligado • Câmera ligada é opcional • Frequência contabilizada ao escrever seu nome e a palavra-chave que será dita durante a aula UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA ENGENHARIA CARTOGRÁFICA E DE AGRIMENSURA INSTRUMENTOS DE GESTÃO E ORDENAMENTO TERRITORIAL
RESÍDUOS SÓLIDOS
Prof.° MSc. Jones Remo Barbosa Vale
jonesremo@hotmail.com O QUE É SANEAMENTO?
• É o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as
condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei n. 11.445/2007.
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SANEAMENTO NO BRASIL
• É um fator essencial para um país poder ser chamado de país
desenvolvido. • Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde Infantil com redução da mortalidade infantil. • Em 2017, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 258 mil internações por doenças de veiculações hídricas no país. • Em vinte anos (2016 a 2036), considerando o avanço gradativo do saneamento, o valor presente da economia com saúde, seja pelos afastamentos do trabalho, seja pelas despesas com internação no SUS, deve alcançar R$ 5,9 bilhões no país.
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SANEAMENTO NO BRASIL
• Instituto Trata Brasil: é uma Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Link de Acesso: http://www.tratabrasil.org.br/ Link de Acesso aos Rankings: http://www.tratabrasil.org.br/estudos/estudos- itb/ranking-do-saneamento
• Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS):
consiste em um banco de dados que contém informações sobre a prestação de serviços de água, esgoto e resíduos sólidos de caráter operacional, gerencial, financeiro, de balanço e sobre a qualidade dos serviços prestados. Link de Acesso: http://www.snis.gov.br/ Link de Acesso aos Dados: http://app4.mdr.gov.br/serieHistorica/ Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SANEAMENTO NO BRASIL
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RESÍDUOS SÓLIDOS - LINHA DO TEMPO
• 1991: Projeto de Lei 203 dispõe sobre acondicionamento, coleta,
tratamento e destinação dos resíduos de serviços de saúde. • 1999: Proposição Conama 259 intitulada Diretrizes Técnicas para a Gestão de Resíduos Sólidos. • 2001: Câmara dos Deputados cria e implementa a Comissão Especial da Política Nacional de Resíduos. • 2003: I Congresso Latino-Americano de Catadores, que propõe formação profissional, erradicação dos lixões, responsabilização dos geradores de resíduos. • 2004: Ministério do Meio Ambiente promove grupos de discussões para elaboração de proposta para a regulamentação dos resíduos sólidos. • 2005: Encaminhado anteprojeto de lei de “Política Nacional de Resíduos Sólidos”. • 2010: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial RESÍDUOS SÓLIDOS
• Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n. 12.305/2010
define como resíduo sólido: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica. • Os Rejeitos são resíduos que não têm mais possibilidade economicamente viável de tratamento e recuperação. Por isso, devem receber uma disposição final ambientalmente adequada. • O descarte desse resíduo não significa que ele não tem mais valor, mas sim que não é mais necessário para quem o descartou. Contudo, existem grandes chances desse resíduo ainda ser útil para outras pessoas, em sua forma original ou transformado.
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RESÍDUOS SÓLIDOS - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO
• A NBR 10.004/2004, apresenta a classificação dos resíduos
quanto ao seu tipo, perigoso ou não perigoso: ➢ Resíduos Classe I - Perigosos: inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e patogênicos. ➢ Resíduos Classe II - Não Perigosos: a) Resíduos Classe II A - Não inertes: apresentam características de biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. b) Resíduos Classe II B - Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água.
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RESÍDUOS SÓLIDOS - CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ORIGEM
• PNRS 12.305/2010, apresenta a classificação dos resíduos quanto
a sua origem: • Domiciliares • Limpeza Urbana • Sólidos Urbanos • Serviços de Saúde • Serviços de Transporte • Construção Civil • Mineração • Industriais • Agrossilvopastoris • Serviços públicos de saneamento básico • Estabelecimentos comerciais e prestadora de serviços
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RESÍDUOS SÓLIDOS - LEI 12.305/2010
• Há uma série de leis e normas específicas aplicáveis aos resíduos
sólidos no Brasil. Contudo, a principal é a Lei n. 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Todas as demais legislações auxiliares se submetem a esta lei, embora boa parte das normas tenha sido criada antes da PNRS. • A PNRS determina que todas as empresas tem responsabilidade pelos seus resíduos até a destinação ou disposição final. • A PNRS destaca que a destinação de resíduos sólidos inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos ambientais. • Todos os resíduos sólidos gerados devem ter destinação ambientalmente correta. Os tipos de tratamento mais comum são: reciclagem, biodigestores, compostagem, incineração e aterro sanitário. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial RESÍDUOS SÓLIDOS - LEI 12.305/2010
• Art. 1. Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. • § 1. Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos. • § 2. PNRS não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica. • Art. 2. Aplicam-se aos resíduos sólidos, as normas estabelecidas pelos órgãos: Sisnama, SNVS, Suasa e Sinmetro. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial RESÍDUOS SÓLIDOS - LEI 12.305/2010
• Art. 8. São instrumentos da PNRS:
a) Planos de resíduos sólidos; b) Inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos; c) Coleta seletiva; d) Incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; e) Monitoramento e fiscalização ambiental; sanitária e agropastoril; f) Pesquisa científica e tecnológica; g) Educação ambiental; h) Acordos setoriais; i) Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial RESÍDUOS SÓLIDOS - LEI 12.305/2010
• Art. 14. São planos de resíduos sólidos:
a) Plano Nacional (atualizado a cada 4 anos); b) Planos Estaduais (revisões a cada 4 anos); c) Planos Municipais (revisão de no máximo a cada 10 anos) - os municípios com menos de 20 mil habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos será simplificado. d) Planos de Gerenciamento. • Conteúdos comuns nos Planos: a) Diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos; b) Proposição de cenários; c) Metas para redução de rejeitos; d) Proposições técnicas.
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RESÍDUOS SÓLIDOS - LEI 12.305/2010
• Art. 18, combinado com o Art. 55, estabeleceu que a elaboração
de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, até 02 de agosto de 2012, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos. • O plano deve ser elaborado pelos municípios individualmente ou de forma integrada realizado por meio do próprio consórcio público. O processo de elaboração do Plano dos Consórcios Públicos obrigatoriamente deve contar com a participação da comunidade. • Até o ano de 2013 nenhum município da Região Metropolitana de Belém tinha Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
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RESÍDUOS SÓLIDOS - MANUAL DE ELABORAÇÃO DOS PLANOS
• Planos de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação,
elaborado em 2012 pelo Ministério do Meio Ambiente. • O processo de construção dos Planos deverá levar a mudanças de hábitos e de comportamento da sociedade como um todo. O poder público deve assumir papel orientador e provocador desse diálogo com a sociedade, por intermédio das diferentes formas de participação social. • O processo deve conter pelo menos dois fóruns: a) Comitê Diretor: gestores e técnicos. b) Grupo de Sustentação: representantes do setor público, da sociedade organizada e das instituições de cunho político. • As iniciativas de educação ambiental deverão ser preparadas em conjunto pelo Comitê Diretor e Grupo de Sustentação com base na Lei n. 9.795/1999 que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial RESÍDUOS SÓLIDOS - MANUAL DE ELABORAÇÃO DOS PLANOS
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RESÍDUOS SÓLIDOS - ATERRO SANITÁRIO
• A PNRS deu um prazo de 4 anos, ou seja, até 2014 para prover
ações como a extinção dos lixões do país e substituição por aterros sanitários, além da implantação da reciclagem, reuso, compostagem, tratamento do lixo e coleta seletiva nos municípios. • Os Municípios que não acabassem com os lixões a céu aberto até agosto de 2014 iriam responder por crime ambiental e as multas previstas chegavam até R$ 50 milhões. • Prorrogação do prazo para acabar com os lixões em capitais e municípios de região metropolitana até 31 de julho de 2018 e os que contam com mais de 100 mil habitantes tem até 2019. • Os aterros sanitários devem receber somente dejetos, aquilo que não pode ser aproveitado. Esses aterros deverão ser forrados com manta impermeável e o chorume deverá ser tratado.
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RESÍDUOS SÓLIDOS - ATERRO SANITÁRIO DE MARITUBA
• Desativação do Lixão do Aurá, que funcionou por mais de 20 anos
no município de Ananindeua e recebeu de forma precária cerca de 1.400 toneladas diárias de resíduos sólidos. • O Aterro Sanitário de Marituba foi licenciado pela SEMAS em 2012, entrando em operação em 2015. • Desde que entrou em funcionamento as empresas responsáveis pelo aterro sanitário de Marituba responderam a cinco ações por crimes ambientais movidas pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). Acusações de: mau cheiro, contaminação dos cursos d’água e do solo, supressão de vegetação sem autorização, etc. • A produção diária de resíduos sólidos domiciliares na Região Metropolitana de Belém é de 1.490 toneladas, das quais 69% são gerados por Belém, 24% por Ananindeua e 2,7% por Marituba, 2,5% por Santa Izabel, 1,3% por Benevides e 0,3% por Santa Bárbara do Pará. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial RESÍDUOS SÓLIDOS - ATERRO SANITÁRIO DE MARITUBA
• STEINBRENNER, R. M. A. et al. Lixo, racismo e injustiça ambiental
na Região Metropolitana de Belém. Cadernos Metrópole, v. 22, n. 49, p. 935-961, 2020. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial RESÍDUOS SÓLIDOS - ATERRO SANITÁRIO DE MARITUBA
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RESÍDUOS SÓLIDOS - CONSTRUÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO
• Diagnóstico técnico das condições dos resíduos sólidos do
município ou dos municípios no caso de consórcio. • Levantamento topográfico da área onde será construído o aterro. • A base do aterro sanitário deve ser constituída por um sistema de drenagem de chorume acima de uma camada impermeável de polietileno de alta densidade, sobre uma camada de solo compactado para evitar o vazamento de material líquido para o solo, evitando assim a contaminação de lençóis freáticos. • A parte interna deve possuir um sistema de drenagem de gases. • Possuir um sistema de drenagem de águas pluviais, que não permita a infiltração de águas de chuva para o interior do aterro.
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RESÍDUOS SÓLIDOS - CONSTRUÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO
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RESÍDUOS SÓLIDOS - QUANTO CUSTA UM ATERRO SANITÁRIO?
• As estimativas propostas dependem fundamentalmente de três
parâmetros: a) quantidade de resíduos disposta inadequadamente no Brasil em cada região. b) custo de implementação de aterros sanitários de diferentes portes – pequeno (100 t/dia), médio I (500 t/dia), médio II (1.000 t/dia) e grande (2.000 t/dia). c) distribuição espacial dos RSU destinados de modo inadequado no território nacional. • O custo de implantação de aterros sanitários varia em função de sua capacidade de recebimento total de resíduos, mensurada pelo fluxo de recebimento diário (expresso em t/dia), bem como do tempo de vida útil do aterro.
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RESÍDUOS SÓLIDOS - QUANTO CUSTA UM ATERRO SANITÁRIO?
• VITAL, M H. F. et al. Estimativa de investimentos em aterros
sanitários para atendimento de metas estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos entre 2015 e 2019. BNDES. Link: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/3041/2/Estimativa%20de%20investimentos%20em%20aterros%20sanit arios_P.pdf
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SÍNTESE DO TEXTO DA AULA 03
• CORREIA, V. M. S. C. et al. Estudo de caso: aspectos e impactos
perceptíveis na localização de lixões municipais utilizando a ferramenta M-MACBETH. Revista DAE, v. 66, n. 211, p. 35-49, 2018. • O artigo faz uma introdução problematizando a questão dos lixões e adequação dos municípios perante a Política Nacional de Resíduos Sólidos. • O objetivo do artigo é fazer uma análise das características socioambientais dos lixões das cidades em estudo e apresentar um parecer sobre qual dos três apresenta um maior impacto. • No trabalho utiliza-se como ferramenta M-Macbeth que é um sistema multicritério de apoio à decisão. As variáveis para análise são: ambientais, econômicas e sociais. • Os resultados apontaram que o lixão que teve menor impacto é do município de Barbalha, em decorrência de ter menor quantidade de resíduos sólidos e menor população se comparado aos demais municípios. O município de Crato apresentou maior grau de impacto. Instrumentos de Gestão e Ordenamento Territorial REFERÊNCIAS
• BRASIL. Casa Civil. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei n. 12.3052 de
agosto de 2010. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2010. • CORREIA, V. M. S. C. et al. Estudo de caso: aspectos e impactos perceptíveis na localização de lixões municipais utilizando a ferramenta M-MACBETH. Revista DAE, v. 66, n. 211, p. 35-49, 2018. • MAIELLO, A. et al. Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Revista de Administração Pública, v. 52 n. 1, p. 24-51, 2018. • SILVA, M. V. S. Identificação e seleção de áreas potenciais à implantação de aterro sanitário no município de Castanhal-PA, através do uso de sistema de informações geográficas. 2019. 102f. Monografia (TCC de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura) – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2019. • STEINBRENNER, R. M. A. et al. Lixo, racismo e injustiça ambiental na Região Metropolitana de Belém. Cadernos Metrópole, v. 22, n. 49, p. 935-961, 2020. • VITAL, M H. F. et al. Estimativa de investimentos em aterros sanitários para atendimento de metas estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos entre 2015 e 2019. BNDES.