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IFMG - Campus Santa Luzia

Disciplina: Tecnologia das Construções II

Gerenciamento de Resíduos
Sólidos
Professor: Ezequiel B. Rodrigues Reis

Santa Luzia, 2022.


CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

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CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
ABNT NBR 10.004:2004

A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou


atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a
comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo
impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.

A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são


partes integrantes dos laudos de classificação, onde a descrição de matérias-
primas, de insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado devem ser
explicitados.

A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo


deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o
processo que lhe deu origem.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

✓ Quanto aos riscos potenciais de contaminação


do meio ambiente;

✓ Quanto à sua natureza ou origem.


Quanto aos riscos potenciais de
contaminação do meio ambiente

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QUANTO AOS RISCOS POTENCIAIS DE CONTAMINAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE
ABNT NBR 10.004:2004

CLASSE I (PERIGOSOS)

São aqueles que apresentam periculosidade ou uma


das seguintes características: inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade, portanto, apresentam riscos à
saúde pública e provocam efeitos adversos no meio
ambiente quando manuseados ou dispostos de
forma inadequada.
QUANTO AOS RISCOS POTENCIAIS DE CONTAMINAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE
ABNT NBR 10.004:2004

CLASSE II A (NÃO – INERTES)

São os resíduos que não se enquadram nas


classificações Classe I (Perigosos) ou Classe II B
(Inertes). Podem ter propriedades tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
QUANTO AOS RISCOS POTENCIAIS DE CONTAMINAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE
ABNT NBR 10.004:2004

CLASSE II B (INERTES)

São aqueles que quando amostrados de forma


representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e
submetidos a um contato dinâmico e estático com
água destilada ou desionizada, à temperatura
ambiente, conforme a ABNT NBR 10006, não tiverem
nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade
da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza
e sabor.
Quanto à sua natureza ou origem

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QUANTO À SUA NATUREZA OU ORIGEM SEGUNDO O MANUAL
DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Lixo doméstico ou residencial


Lixo comercial
Lixo público
Lixo domiciliar especial:
• Entulho de obras
• Pilhas e baterias
• Lâmpadas fluorescentes
• Pneus
Lixo de fontes especiais
• Lixo industrial
• Lixo radioativo
• Lixo de portos, aeroportos e terminais rodo ferroviários
• Lixo agrícola
• Resíduos de serviços de saúde
Lixo eletrônico
RESÍDUO DOMÉSTICO OU RESIDENCIAL

São os resíduos gerados nas atividades diárias em


casas, apartamentos, condomínios e demais
edificações residenciais.
RESÍDUO COMERCIAL

São os resíduos gerados em estabelecimentos


comerciais, cujas características dependem da atividade
ali desenvolvida.
RESÍDUO PÚBLICO

São os resíduos presentes nos logradouros públicos, em


geral resultantes da natureza, tais como folhas, galhadas,
poeira, terra e areia, e também aqueles descartados
irregularmente pela população, como entulho, bens
considerados inservíveis, papéis, restos de embalagens e
alimentos.
Resíduos após comemorações em centros urbanos.

Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac160885,0.htm
Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac160885,0.htm
RESÍDUO DOMICILIAR ESPECIAL

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RESÍDUO DOMICILIAR ESPECIAL
ENTULHO DE OBRAS

✓ A indústria da construção civil explora muito recursos naturais e


gera grande volume de resíduos. No Brasil, a tecnologia
construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na
execução das novas edificações.
✓ Em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente de
novas edificações encontra-se abaixo de 100 kg/m2, no Brasil
este índice gira em torno de 300 kg/m2 edificado.
✓ Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo
em torno de 50% da quantidade em peso de resíduos sólidos
urbanos coletada em cidades com mais de 500 mil habitantes de
diferentes países, inclusive o Brasil.
✓ Os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais
inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos,
papelão, vidros, metais, cerâmica e terra.
O Resíduo de Construção e Demolição (RCD)

Fonte: Santos, Veiga, Melo (2004)


Origem do RCD em algumas cidades brasileiras (% da massa total)

RESI DÊNCI AS NOVAS


20%

REFORM AS, AM PLI AÇÕ ES

E DEM OLI ÇÕ ES 5 9 %

EDI FI CAÇÕ ES NOVAS


( ACI M A DE 3 0 0 m² ) 2 1%
Fonte: Pinto e Gonzáles (2005, p. 16).

No Brasil a geração de RCD varia de 230 a 760 Kg / hab.ano


Participação do RCD nos componentes dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs)

(média de 11 municípios: Belo Horizonte, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Piracicaba,
Vitória da Conquista, Araraquara, Santo André, Diadema, Ribeirão Pires, Uberlândia e São
José do Rio Preto)

DOM I CI LI A R 28%

RCD 61%
OUT ROS 11%

Fonte: Pinto e Gonzáles


RESÍDUO DOMICILIAR ESPECIAL
PILHAS E BATERIAS

As pilhas e baterias têm como princípio básico converter


energia química em energia elétrica utilizando um metal
como combustível. Podem conter um ou mais dos
seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio
(Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn),
manganês (Mn) e seus compostos.

As substâncias das pilhas que contêm esses metais


possuem características de corrosividade, reatividade e
toxicidade e são classificadas como Resíduos
Perigosos Classe I.
RESÍDUO DOMICILIAR ESPECIAL
LÂMPADAS FLUORESCENTES

As lâmpadas fluorescentes liberam


mercúrio quando são quebradas,
queimadas ou enterradas em
aterros sanitários, o que as
transforma em resíduos perigosos
Classe I, uma vez que o mercúrio é
tóxico para o sistema nervoso
humano e, quando inalado ou
ingerido, pode causar uma enorme
variedade de problemas fisiológicos.
Uma vez lançado no meio
ambiente, ocorre bioacumulação.
RESÍDUO DOMICILIAR ESPECIAL
PNEUS

✓ Deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam água,


servindo como local para a proliferação de vetores de doenças.

✓ Encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam "ocos" na


massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro.

✓ Destinados em unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes


quantidades de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um
sistema de tratamento de gases extremamente eficiente e caro.
RESÍDUO DE FONTES ESPECIAIS

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RESÍDUO DE FONTES ESPECIAIS
LIXO INDUSTRIAL

Composto por resíduos muito variados e que


apresentam características diversificadas que
dependem do tipo de produto manufaturado.
Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-
se a ABNT NBR 10004 para classificar os resíduos
industriais em Classe I (Perigosos), Classe II A (Não-
Inertes) e Classe II B (Inertes).
RESÍDUO DE FONTES ESPECIAIS
LIXO RADIOATIVO

Assim considerados os resíduos que emitem


radiações acima dos limites permitidos
pelas normas ambientais. No Brasil, o
manuseio, acondicionamento e disposição
final do lixo radioativo está a cargo da
Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN).
Nas usinas de Angra, os rejeitos classificados como de baixa radioatividade são materiais utilizados na
operação das usinas, como luvas, sapatilhas, roupas especiais, equipamentos e até fitas crepes. Depois de
coletados e separados, estes materiais sofrem um processo de descontaminação para reduzir seus níveis de
radioatividade. Alguns materiais são triturados e prensados, para ocuparem menos espaço e acondicionados
em recipientes que bloqueiam a passagem dessa radiação, como tambores por 50 ou até 300 anos.
Os resíduos de média radioatividade, compostos de filtros, efluentes líquidos solidificados e resinas são
acondicionados em uma matriz sólida de cimento e mantidos dentro de recipientes de aço apropriados
(tambores também, no mesmo tempo). Com o passar do tempo, esse material perde a radioatividade, mas
até lá tem de ser encapsulado e armazenado em depósitos isolados e monitorados.
Os rejeitos de alta radioatividade são os
elementos combustíveis usados na geração
de energia termonuclear. Podem ser
reaproveitados no futuro, depois de
reprocessados.

Por ser altamente radioativo e muito quente,


é estocado em uma piscina com
profundidade de 10 m a 12 m localizada no
próprio reator ou nas proximidades do prédio do
reator, por no mínimo cinco anos e no
máximo uns 40 anos. Quando a piscina fica
lotada, o rejeito é colocado nos chamados dry
casks, que são cilindros de tipicamente 5,2 m
de comprimento, 2,5 a 3,5 m de diâmetro e
150 toneladas de peso. Até a presente data
não há no mundo depósito permanente de
rejeito de combustível queimado de reator.

Fonte: http://www.eletronuclear.gov.br/meio_ambiente/index.php?idSecao=6&idCategoria=33
RESÍDUO DE FONTES ESPECIAIS
LIXO DE PORTOS, AEROPORTOS E TERMINAIS
RODOFERROVIÁRIOS

Resíduos gerados tanto nos terminais, como dentro dos


navios, aviões e veículos de transporte. Os resíduos dos
portos e aeroportos são decorrentes do consumo de
passageiros em veículos e aeronaves e sua
periculosidade está no risco de transmissão de
doenças já erradicadas no país. A transmissão
também pode se dar através de cargas eventualmente
contaminadas, tais como animais, carnes e plantas.
RESÍDUO DE FONTES ESPECIAIS
LIXO AGRÍCOLA

Formado basicamente pelos restos de embalagens


impregnados com pesticidas e fertilizantes químicos,
utilizados na agricultura, que são perigosos. Portanto o
manuseio destes resíduos segue as mesmas rotinas e se utiliza
dos mesmos recipientes e processos empregados para os
resíduos industriais Classe I.
A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o
manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam
misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros
das municipalidades, ou, o que é pior, sejam queimados nas
fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos.
Fonte: http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99673287
RESÍDUO DE FONTES ESPECIAIS
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
(RSS)

Compreende todos os resíduos gerados nas


instituições destinadas à preservação da
saúde da população. Os resíduos de serviços
de saúde seguem a classificação da ABNT
NBR 12808,
RESÍDUO ELETRÔNIO

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RESÍDUO ELETRÔNICO

Resíduos resultantes da rápida obsolescência de


equipamentos eletrônicos (televisores, computadores,
geladeiras e outros dispositivos).
Descartados em lixões, constituem-se num sério risco
para o meio ambiente, pois possuem em sua composição
metais pesados altamente tóxicos, tais como: mercúrio,
cádmio, berílio e chumbo.
Em contato com o solo, estes produtos contaminam o
lençol freático; se queimados, poluem o ar. Além disso,
causam doenças graves em catadores que sobrevivem da
venda de materiais coletados nos lixões.
O QUE FAZER?

• Remanufatura: é aplicável no caso de computadores, por exemplo, que


ainda estão funcionais e podem ser utilizados para outros fins;

• Reciclagem: componentes de materiais eletrônicos podem ser


separados para posterior reciclagem;

• Descarte em aterro próprio ou incineração: quando o produto não possui


materiais de interesse para reciclagem, ou esse processo não é vantajoso
economicamente, as opções restantes são o descarte em aterro especial ou
a incineração controlada.
CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

✓ Físicas;

✓ Químicas;

✓ Biológicas.
Características físicas

• Geração per capita;


• Composição gravimétrica;
• Peso específico aparente;
• Teor de umidade;
• Compressividade.
GERAÇÃO PER CAPITA

Relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente e o número de


habitantes de determinada região.
Faixa de variação média para o Brasil: de 0,5 a 0,8 kg/hab./dia

Importância:

• Fundamental para projetar as quantidades de resíduos a coletar e a dispor.


• Importante no dimensionamento de veículos.
• Elemento básico para a determinação da taxa de coleta, bem como para o correto
dimensionamento de todas as unidades que compõem o Sistema de Limpeza Urbana.
GERAÇÃO PER CAPITA - EXEMPLO

Projetar a quantidade de resíduo a ser coletada diariamente na cidade


de Santa Luzia. Considere que, de acordo com o último Censo (2020), a
cidade possui 220.444 habitantes.
Calcule também quantos veículos são necessários para coletar esse
resíduo, considerando sua capacidade máxima de 7 toneladas.

Quantidade de resíduo: 0,65 x 220.444 =


143.288,6
Aproximadamente 143 toneladas de
resíduo por dia.

Quantidade de veículos: 143/7


Aproximadamente 21 caminhões.
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA

Traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de


lixo analisada. Estudo dos componentes do “lixo” de uma cidade

A escolha dos componentes da composição gravimétrica é função direta do tipo de estudo


que se pretende realizar e deve ser cuidadosamente feita para não acarretar distorções.

Importância:

Indica a possibilidade de aproveitamento das frações recicláveis para comercialização


e da matéria orgânica para a produção de composto orgânico. Quando realizada por
regiões da cidade, ajuda a se efetuar um cálculo mais justo da tarifa de coleta e destinação
final.
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA - EXEMPLO

O quadro a seguir apresenta a composição gravimétrica dos resíduos sólidos


produzidos no IFMG.

De segunda a sexta são produzidos 2000 kgˑdia-1 de resíduo, e todos os recicláveis são
encaminhados para os contêineres destinados a esse tipo de material.

Considerando que a coleta seletiva ocorre uma vez por semana, determine quantos
contêineres de 2,0 m3 são necessários para armazenar os resíduos recicláveis.
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA - EXEMPLO

Os recicláveis serão apenas o plástico, o


metal, papel e vidro*.

1° Multiplicar 2000 kgˑdia-1 pela quantidade de


dias (5),
2000 kgˑdia-1 x 5= 10000kg/semana

2º Tirar a porcentagem que representa cada tipo de


resíduo na produção,
plástico = 14% de 10000 = 1400kg
papel = 7,5% de 10000 = 750kg
metal = 6% de 10000 = 600kg
vidro = 2,5% de 10000 = 250kg

3º Dividir pelo peso específico 4º Somar e dividir pelo volume do contêiner.

Plástico = 14000/56 = 25m³ 25 + 5 + 5 + 0,5 = 35,5 m³


Papel = 750/150 = 5m³
Metal = 600/120 = 5m³ 35,5/2,0 = 17,75
Vidro = 250/500 = 0,5m³ Logo, 18 contêineres
PESO ESPECÍFICO APARENTE

É o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente,


sem qualquer compactação, expresso em kg/m³.
Na ausência de dados mais precisos utiliza-se os seguintes valores:

• 230 kg/m3 para o lixo domiciliar;

• 280 kg/m3 para o os resíduos de serviços de saúde;

• 1.300 kg/m3 para o entulho de obras.

Importância:

Fundamental para o correto dimensionamento de equipamentos e


instalações e da frota de coleta, assim como de contêineres e caçambas
estacionárias.
TEOR DE UMIDADE

Representa a quantidade de água presente no lixo, medida em


percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função
das estações do ano e da incidência de chuvas, podendo-se
estimar um teor de umidade variando em torno de 40 a 60%.

Importância:

• Afeta diretamente a velocidade de decomposição da matéria orgânica no


processo de compostagem.

• Influencia diretamente o poder calorífico e o peso específico aparente do lixo,


concorrendo de forma indireta para o correto dimensionamento de
incineradores e usinas de compostagem.

• Influencia diretamente no cálculo da produção de chorume e no correto


dimensionamento do sistema de coleta de percolados.
COMPRESSIVIDADE

É o grau de compactação ou a redução do volume que uma


massa de lixo pode sofrer quando compactada. Submetido a uma
pressão de 4 kg/cm², o volume do lixo pode ser reduzido de um
terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume original.

Analogamente à compressão, a massa de lixo tende a se expandir quando é extinta a


pressão que a compacta, sem, no entanto, voltar ao volume anterior. Esse fenômeno
chama-se empolação e deve ser considerado nas operações de aterro com lixo.

Importância:

Fundamental para o dimensionamento de veículos coletores, estações de


transferência com compactação e caçambas compactadoras estacionárias.
Características químicas

• Poder calorífico;
• Potencial hidrogeniônico (pH);
• Composição química;
• Relação carbono/nitrogênio (C:N).
PODER CALORÍFICO

Indica a capacidade potencial de um material desprender


determinada quantidade de calor quando submetido à
queima. O poder calorífico médio do lixo domiciliar se situa
na faixa de 5.000 kcal/kg.

Importância:

Influencia o dimensionamento das instalações de todos os


processos de tratamento térmico (incineração, pirólise e
outros).
POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH)

Indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos. Em


geral, situa-se na faixa de 5 a 7.

Importância:

Indica o grau de corrosividade dos resíduos


coletados, servindo para estabelecer o tipo de
proteção contra a corrosão a ser usado em veículos,
equipamentos, contêineres e caçambas metálicas.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria


orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo,
resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras.

Importância:

Ajuda a indicar a forma mais adequada de tratamento para os


resíduos coletados.
RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO (C:N)

É um indicador da decomposição da matéria


orgânica do lixo nos processos de tratamento e
disposição final. Em geral, essa relação encontra-se na
ordem de 35/1 a 20/1.

Importância:

Fundamental para se estabelecer a qualidade do


composto produzido. Aula de compostagem
Características biológicas
CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS

São aquelas determinadas pela população microbiana entre os


quais os agentes patogênicos presentes no lixo que, ao lado das
suas características químicas, permitem que sejam selecionados os
métodos de tratamento e disposição final mais adequados.

Importância:

• Fundamentais na fabricação de inibidores de cheiro e de


aceleradores e retardadores da decomposição da matéria
orgânica presente no lixo, normalmente aplicados no interior de
veículos de coleta para evitar ou minimizar problemas com a
população ao longo do percurso dos veículos.

• Desenvolvimento de processos de destinação final e de


recuperação de áreas degradadas com base nas características
biológicas dos resíduos.
Fatores que influenciam as
características dos resíduos
sólidos
4. Socioeconômicos (continuação)
Processos de determinação
das principais
características físicas
PREPARO DA AMOSTRA

• Coletar as amostras iniciais, por exemplo, com cerca de 8 m3


de volume, a partir de lixo não compactado (lixo solto).
Preferencialmente, as amostras devem ser coletadas de terça a
quinta-feira e selecionadas de diferentes setores de coleta, a fim
de se conseguir resultados que se aproximem o máximo
possível da realidade;

• Colocar as amostras iniciais sobre uma lona, em área plana, e


misturá-las com o auxílio de pás e enxadas, até se obter um
único lote homogêneo, rasgando-se os sacos plásticos, caixas de
papelão, caixotes e outros materiais utilizados no
acondicionamento dos resíduos;
• Dividir a fração de resíduos homogeneizada em quatro
partes, selecionando dois dos quartos resultantes (sempre
quartos opostos) que serão novamente misturados e
homogeneizados;

8 m3

2 m3 2 m3
2 m3 2 m3

2 m3 2 m3
2 m3 2 m3
• Repetir o procedimento anterior até que o volume de cada
um dos quartos seja de aproximadamente 1 m3. Esse processo
se chama quarteamento;

4 m3

1 m3 1 m3
1 m3 1 m3

1 m3 1 m3
1 m3 1 m3
• separar um dos quartos e encher até a borda,
aleatoriamente, cinco latões de 200 litros, previamente
pesados;

Observação: 5 x 200 litros = 1000 litros = 1 m³

• Levar para o aterro todo o lixo que sobrar.


DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECÍFICO APARENTE

• Pesar cada um dos latões cheios e determinar o peso do


lixo, descontando o peso do latão;

• Somar os pesos obtidos;

• Determinar o peso específico aparente através do valor da


soma obtida, expresso em kg/m³.
DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA

• Escolher, de acordo com o objetivo que se pretende alcançar, a


lista dos componentes que se quer determinar;
• Espalhar o material dos latões sobre uma lona, em uma área
plana;
• Separar o lixo por cada um dos componentes desejados;
• Classificar como "outros" qualquer material encontrado que
não se enquadre na listagem de componentes pré-selecionada;
• Pesar cada componente separadamente;
• Dividir o peso de cada componente pelo peso total da amostra
e calcular a composição gravimétrica em termos percentuais.
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE

• Separar 2 Kg de lixo de um dos tambores e pesar a amostra;

• Colocá-la em um forno (preferencialmente uma estufa) a


105ºC por 24 horas ou a 75ºC por 48 horas consecutivos;

• Pesar o material seco;

• Subtrair o peso da amostra úmida do peso do material seco


e determinar o teor de umidade em termos percentuais.
Observações:

✓ A coleta de amostras, assim como a medição do lixo encaminhado ao


aterro, jamais deve ser realizada num domingo ou numa segunda-feira;

✓ Em cidades turísticas, jamais efetuar a coleta de amostras em


períodos de férias escolares ou de feriados, a não ser que se queira
determinar a influência da sazonalidade sobre a geração de lixo da
cidade;

✓ Jamais efetuar determinações de teor de umidade em dias de chuva;

✓ Preferencialmente as determinações devem ser feitas de terça a


quinta-feira, entre os dias 10 e 20 do mês, para evitar distorções de
sazonalidade.
OBRIGADO!

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BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos –


classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

D’ALMEIDA, Maria Luiza Otero; VILHENA, André (Coords.). Lixo Municipal: manual de
gerenciamento integrado. 2ª ed. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo; Compromisso Empresarial Para Reciclagem, 2000.

MONTEIRO, José Henrique Penido et al. Gestão integrada de resíduos sólidos: manual de
gerenciamento integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.

PINTO, Tarcísio de Paula; GONZÁLES, Juan Luís Rodrigo (Coords.). Manejo e gestão de
resíduos da construção civil. Volume 1 – Manual de orientação: como implantar um sistema de
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PINTO, Tarcísio de Paula. Metodologia para a gestão diferenciada de Resíduos sólidos da


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Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

SANTOS, Fernanda. Sousa dos; VEIGA, Rosângela Mendanha da; MELO, Tatiane Medeiros.
Sistema de gestão ambiental para o setor da construção civil. 2004. 124 f. Trabalho de
Conclusão (Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental) – Centro Federal de Educação
Tecnológica de Goiás, Goiânia, 2004.

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