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RESÍDUOS SÓLIDOS

RESÍDUO x REJEITO

Resíduos sólidos Rejeitos


• Material, substância, objeto ou • resíduos sólidos que, depois de
bem descartado resultante de esgotadas todas as
atividades humanas em possibilidades de tratamento e
sociedade, cuja destinação final recuperação por processos
se dá nos estados sólido ou tecnológicos disponíveis e
semissólido, bem como gases economicamente viáveis, não
contidos em recipientes e apresentem outra possibilidade
líquidos cujas particularidades que não a disposição final
tornem inviável o seu ambientalmente adequada
lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água
DESTINAÇÃO x DISPOSIÇÃO

Destinação Disposição
• Inclui a reutilização, a • Distribuição ordenada de
reciclagem, a compostagem, a rejeitos em aterros,
recuperação e o observando normas
aproveitamento energético ou operacionais específicas de
outras destinações admitidas modo a evitar danos ou riscos à
pelos órgãos competentes, saúde pública e à segurança e a
entre elas a disposição final, minimizar os impactos
observando normas específicas ambientais adversos
de modo a evitar danos ou
riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os
impactos ambientais adversos
GESTÃO x GERENCIAMENTO

Gestão Gerenciamento
• Conjunto de ações que • Conjunto de ações que
busca soluções para os envolve as etapas de coleta,
resíduos sólidos, de forma a transporte, transbordo,
considerar as dimensões tratamento e destinação
política, econômica, final ambientalmente
ambiental, cultural e social, adequada dos resíduos
com controle social e sob a sólidos e disposição final
premissa do ambientalmente adequada
desenvolvimento dos rejeitos, de acordo com
sustentável plano municipal de gestão
integrada de resíduos
REUTILIZAÇÃO x RECICLAGEM

Reutilização Reciclagem
• Processo de • Processo de
aproveitamento dos transformação dos
resíduos sólidos sem resíduos sólidos que
sua transformação envolve a alteração de
biológica, física ou suas propriedades
físico-química, físicas, físico-químicas
observadas as ou biológicas, com
condições e os padrões vistas à transformação
estabelecidos pelos em insumos ou novos
órgãos competentes produtos
Alguns dados sobre resíduos sólidos

Fonte: ABRELPE (2021)


Fonte: ABRELPE (2021)
Alguns dados sobre resíduos sólidos

Fonte: ABRELPE (2021)


Alguns dados sobre resíduos sólidos

Fonte: ABRELPE (2021)


Alguns dados sobre resíduos sólidos

Fonte: ABRELPE (2021)


Alguns dados sobre resíduos sólidos

DISPOSIÇÃO FINAL ADEQUADA X INADEQUADA DE RSU NO BRASIL (T/ ANO E %)

Fonte: ABRELPE (2021)


MUNICÍPIOS COM INICIATIVAS DE COLETA SELETIVA NO BRASIL E REGIÕES (%)

Fonte: ABRELPE (2021)


RECURSOS APLICADOS NOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E
MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL E REGIÕES

Fonte: ABRELPE (2021)


RECURSOS APLICADOS NOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E
MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL E REGIÕES

Fonte: ABRELPE (2021)


BASE LEGAL

Decreto nº
10.936 de 2022
Resolução Decreto (regulamenta a
Conama 275 Federal 7.404 PNRS)
de 2001 de 2010

PNRS - Lei Lei nº 14.026 de


12.305 de 2020 (marco legal
2010 do saneamento)
Lei n° 14.026/2020
Novo marco legal do saneamento básico
Art. 54. A I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios
disposição final integrantes de Região Metropolitana (RM) ou de Região Integrada
ambientalmente de Desenvolvimento (Ride) de capitais
adequada dos
rejeitos deverá ser
implantada até 31 II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população
de dezembro de superior a 100.000 (cem mil) habitantes ou Municípios cuja sede
2020, de acordo esteja situada a menos de 20 km da fronteira com países
com os seguintes limítrofes
prazos:
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população
entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes

IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população


inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

- Quanto a - Quanto a
origem periculosidade

Art. 13. da Política Art. 13. da Política


Nacional de Nacional de
Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos

ABNT NBR
10004:2004
Classificação dos RS - origem

A) Domiciliares Os originários de atividades domésticas em


residências urbanas

B) Limpeza urbana Os originários da varrição, limpeza de


logradouros e vias públicas e outros serviços
de limpeza urbana
C) Sólidos urbanos Os englobados nas alíneas “a” e “b”

D) Estabelecimentos Os gerados nessas atividades, excetuados os


comerciais e prestadores de referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”
serviços
E) Serviços públicos de Os gerados nessas atividades, excetuados os
saneamento básico referidos na alínea “c”
Classificação dos RS - origem
F) Industriais os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

G) Serviços de saúde os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em


regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA
e do SNVS
H) Construção civil os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de
obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis
I) Agrossilvopastoris os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os
relacionados a insumos utilizados nessas atividades

J) Serviços de os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários,


transportes rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira

K) Mineração os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de


minérios
Classificação dos RS - periculosidade

Aqueles que apresentam


periculosidade
Perigosos
Classe I

Risco à saúde pública, provocando


mortalidade, incidência de doenças
Periculosidade:
inflamável, corrosivo, reativo,
tóxico, patogênico Riscos ao meio ambiente, quando
gerenciado de forma inadequada.

Classe IIA Podem apresentar biodegradabilidade, ou


Não perigosos

Não inertes solubilidade em água


Classe II

Classe IIB Quando em contato com água não tiver


nenhum dos seus constituintes
Inertes solubilizados (padrões de potabilidade)
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

I - O Plano Nacional de Resíduos Sólidos

II – Os planos estaduais de resíduos sólidos

III - Os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos


sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas
IV - Os planos intermunicipais de resíduos sólidos

V - Os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos

VI - Os planos de gerenciamento de resíduos sólidos


POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Regulamentada pelo Decreto nº 10.936, de 12 de janeiro de 2022

▪Passa a integrar a PNRS com a Política Nacional do


Meio Ambiente e articula-se com as diretrizes
nacionais para o saneamento básico e com a política
federal de saneamento básico.
▪Decreto aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas, de
direito público ou privado.
PRIORIDADE

Lei n° 12.305 de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos

Não geração

Redução

Reutilização

Reciclagem

Tratamento

Disposição
Final
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Lei n° 12.305 de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos

Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos:

I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I
do art. 13;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico
f) resíduos industriais
g) resíduos de serviços de saúde
k) resíduos de mineração

II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:


• gerem resíduos perigosos;
• gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos
domiciliares pelo poder público municipal;
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Lei n° 12.305 de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos

III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento


ou de normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA;

IV - os responsáveis pelos terminais, as empresas de transporte;

V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido


pelo órgão competente.
COLETA SELETIVA
▪Coleta de resíduos sólidos previamente segregados
conforme sua constituição ou composição

▪Conama 275 de 2001:


▪Estabelece o código de cores para os diferentes tipos
de resíduos, a ser adotado na identificação de
coletores e transportadores, bem como nas
campanhas informativas para a coleta seletiva
Coleta Seletiva

Papel/papelão Resíduo geral ou contaminado

Plástico Madeira

Vidro Resíduos perigosos

Metal Resíduos ambulatoriais e RSS

Resíduos orgânicos Resíduos radioativos


ATERRO SANITÁRIO

Aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos


• Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo,
sem causar danos à saúde pública e à sua segurança,
minimizando os impactos ambientais, método este que
utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos
sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor
volume permissível, cobrindo-os com uma camada de
terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a
intervalos menores, se necessário (ABNT, 1982, p. 1).
ELEMENTOS DO ATERRO

• Células de resíduos

• Sistema de impermeabilização de base e superior

• Sistema de coleta e tratamento de chorume

• Sistema de coleta e queima dos gases

• Sistema de drenagem de águas pluviais

• Sistemas de monitoramento ambiental, topográfico e geotécnico


SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

- Impermeabilização inferior ou de base: Objetiva garantir o confinamento


dos resíduos e lixiviados gerados, impedindo a infiltração de poluentes no
subsolo e aquíferos (ReCESA, 2008).

Um sistema de impermeabilização deve apresentar as seguintes


características:

• Estanqueidade (que impede a passagem de água)


• Durabilidade
• Resistência mecânica
• Resistência a intempéries
• Compatibilidade com os resíduos a serem dispostos

(Fonte: ReCESA, 2008, p.61)

Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental – ReCESA


IMPERMEABILIZAÇÃO

• Impermeabilização da base pode ser realizada utilizando-se geomembranas,


denominadas revestimentos sintéticos.

• As geomembranas mais utilizadas têm espessura entre 1 mm e 2 mm.

• A instalação desta camada começa com a terraplanagem do terreno, retirando a


vegetação, rochas e outros materiais.

(Fonte: ReCESA, 2008) (Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

• Uma camada de proteção mecânica deverá ser colocada sobre a


geomembrana.

• Para proteger de danos que possam ser causados pela instalação do


sistema de drenagem, pelos materiais pontiagudos e cortantes e da
exposição à temperatura e raios solares.

• Camada de 20 a 30 cm de espessura, poderá ser de qualquer solo.

(Fonte: ReCESA, 2008) (Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE COBERTURA

Funções sanitárias

▪ eliminar a exposição dos resíduos e a consequente possibilidade de


espalhamento dos mesmos pela ação do vento, proliferação de vetores,
presença de animais e exalação de odores.

Funções operacionais:

▪ permitir o tráfego de veículos e equipamentos diretamente sobre a


camada, possibilitar o desvio de águas de chuva para o sistema de
drenagem superficial.

OBSERVAÇÃO: Atender a essas funções com a menor espessura possível (20 e 40 cm),
para não reduzir o volume útil do aterro e demandar a exploração de jazidas

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE COBERTURA

Funções:

▪ minimizar a infiltração de água para o interior do aterro, reduzindo


o volume de líquidos lixiviados gerados;
▪ permitir a recuperação ambiental da área a partir do plantio de
vegetação.

Observações:

▪ A camada mínima de cobertura deverá ter 60 cm de argila


compactada e uma cobertura de solo vegetal de 20 cm
▪ Instalação de um dreno horizontal de biogás logo abaixo da camada
de cobertura final, para captar os gases e conduzi-los até os drenos
verticais.

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE COBERTURA FINAL

• Para a vegetação sugere-se gramíneas; deve ser evitado o


plantio ou o crescimento natural de espécies com raízes
pivotantes e profundas.

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE CHORUME

• Em geral, o chorume é um lixiviado que possui elevada carga


orgânica, fontes de nitrogênio, metais pesados e microrganismos
patogênicos.

• O chorume pode contaminar as águas subterrâneas e


superficiais, além de ocasionar doenças.

• A coleta do chorume é feita por drenos implantados sobre a


camada de impermeabilização inferior

Esse efluente apresenta constituição muito variada e alto poder poluidor,


principalmente do ponto de vista de carga orgânica.

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE CHORUME

• Projetados em forma de espinha de peixe, com drenos secundários


conduzindo o chorume coletado para um dreno principal que irá levá-
lo até um poço de reunião, de onde será bombeado para a estação de
tratamento (IBAM, 2007).

Drenos em
espinha de peixe,
a rede de
drenagem pode
ter várias
configurações, a
depender da
topografia do
local e da
geometria do
projeto do aterro.

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE CHORUME

(Fonte: http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2013/05/aurelio_pessoa.pdf)
SISTEMA DE TRATAMENTO DE CHORUME

Processos físico-
químicos Lodos ativados

Lagoas de estabilização
Processos
biológicos
Lagoas aeradas
Sistemas de
tratamento
Lagoas anaeróbias

Recirculação

Processos
Infiltração no solo
alternativos

Wetland

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE GASES

• O processo de decomposição anaeróbia dos resíduos gera o


biogás: metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2).

• Esses gases precisam ser drenados e tratados adequadamente,


pois são GEE.

Detalhes
• Drenos verticais de gás, interligados com os drenos horizontais de
lixiviados.
• Os drenos verticais possuem diâmetros que variam de 50 cm a 100 cm,
sendo preenchidos com rocha brita 3, 4 ou 5.
• Aterros maiores e de maior altura podem possuir drenos verticais de
até 150 cm de diâmetro.
• Distribuição dos drenos pode variar de 15m a 30 m.

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE GASES

• Depois de drenado, o biogás é encaminhado para o tratamento.

• A forma mais usual e barata de se tratar o biogás é queimá-lo.

• Atualmente, devido a seu potencial energético, outro destino vem sendo


dado ao biogás.

(Fonte: ReCESA, 2008)


SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Função:

• Minimizar a entrada de águas


de chuva para o interior do
aterro, reduzindo, dessa forma,
a geração de lixiviados e o
escoamento superficial, que
pode provocar erosão nos
taludes do aterro e
comprometer o
funcionamento das camadas
de cobertura final.

(Fonte: ReCESA, 2008)


Monitoramento

Monitoramento ambiental
• Objetiva verificar se as obras de drenagem e
impermeabilização cumprem com a função de isolar o
entorno do aterro dos resíduos e efluentes com potencial
poluidor.

Monitoramento geotécnico
• Permite a contínua avaliação das condições de segurança

(Fonte: ReCESA, 2008)


Monitoramento Ambiental

▪ Qualidade das águas subterrâneas


▪ Qualidade das águas superficiais
▪ Qualidade do ar
▪ Poluição sonora, ruídos ou pressão sonora
▪ Lixiviados
▪ Gases

(Fonte: ReCESA, 2008)


Monitoramento Ambiental
POÇOS DE MONITORAMENTO AMBIENTAL

Fonte: IBAM (2001, p. 169)


Monitoramento Geotécnico

▪ Recalques superficiais

▪ Pressões nos líquidos e


gases no interior das células
de resíduos

▪ Inspeções de campo

(Fonte: ReCESA, 2008)


Encerramento do AS
Usos futuros da área do aterro sanitário:

▪ agricultura (solo arável, pastagem);


▪ paisagismo (espaço aberto, zonas de transição);
▪ recreação (parques, praças, trilhas, campos de golfe).

Principais restrições à ocupação de áreas :

▪ baixa capacidade de carga


▪ recalques significativos
▪ presença de gases combustíveis e potencialmente explosivos
▪ corrosividade do concreto e do aço

(Fonte: ReCESA, 2008)


Aterro Fazendo Rio Grande

Aterro da região metropolitana de Curitiba

https://www.youtube.com/watch?v=mwwjArGoU1w

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