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ENGENHARIA AMBIENTAL
DISCIPLINA: Gestão da Poluição em Processos Industriais
PROF.: Waldir Nagel Schirmer
1 Introdução
“Resíduo é uma coisa boa colocada no lugar errado” – Ecologista José Antônio
Lutzenberger
Segundo Pinto (2004), “a gestão dos resíduos industriais pode ser entendida como o
controle integrado e sistemático da geração, coleta, segregação na fonte,
estocagem/armazenamento, transporte, processamento, tratamento, recuperação e disposição
de resíduos, ou seja, fazer a gestão dos resíduos é pôr em prática um conjunto de medidas que,
em linhas gerais, deverá atingir os seguintes objetivos principais:
• a prevenção da geração de resíduos;
• a minimização dos resíduos gerados;
• a re-utilização, a reciclagem e a recuperação ambientalmente segura de matérias ou
de energia dos resíduos ou produtos descartados;
• o tratamento ambientalmente seguro dos resíduos;
• a disposição final ambientalmente segura dos resíduos remanescentes; e
• a recuperação das áreas degradadas pela disposição inadequada dos resíduos.”
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- Disposição: permitir a tomada de decisões técnicas e econômicas em todas as fases
do tratamento dos RS.
- Mobilização: da sociedade em torno da problemática da disposição dos RS de modo
a contribuir para a melhor disposição desses resíduos.
A ABNT dispôs um conjunto de normas de modo a classificar, no Brasil, os resíduos
sólidos: NBR 10.004 (Resíduos sólidos), NBR 10.005 (Lixiviação de resíduos), NBR 10.006
(Solubilização de resíduos), NBR 10.007 (Amostragem de resíduos).
Pela NBR 10.004/2004, os resíduos são classificados em:
- Classe I: perigosos;
- Classe II: não perigosos (e ainda IIA – não inertes e IIB – inertes)
Neste caso, entende-se por resíduos perigosos (classe I) aqueles que, dada suas
características 1 de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade,
têm potencial risco à saúde da população a eles exposta ou meio ambiente em geral. Resíduos
não-inertes são os resíduos (ou mistura de resíduos) que não se enquadram como perigosos ou
inertes, como por exemplo os resíduos combustíveis, biodegradáveis (como madeira, papel,
etc.) e solúveis em água. Por fim, os resíduos inertes são aqueles que, quando submetidos a
ensaios de solubilização (conforme NBR 10.005), resultam em material solubilizado com
características potáveis.
De acordo com a ABNT, os resíduos são classificados em função de suas propriedades
físico-químicas ou infectocontagiosas e através dos contaminantes presentes em sua massa.
Nesse contexto, a classificação dos resíduos gerados no meio industrial poderá ser facilitada ao
se proceder a um levantamento do processo produtivo, com o intuito de se obter as seguintes
informações: dados gerais do processo produtivo; matérias primas/produtos utilizados na
manufatura; fluxo destes produto ao longo da produção; quali/quantificação dos resíduos
gerados em cada etapa da produção; identificação das substâncias que conferem periculosidade
(PHILIPPI Jr., 2005; LORA, 2000). O Quadro 1 apresenta alguns exemplos de resíduos
distribuídos em suas classes, conforme a NBR 10.004.
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Características que conferem periculosidade a um resíduo, de acordo com a NBR 10.004.
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Classificação a ser confirmada por meio destes de lixiviação e solubilização.
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No caso de uma indústria de óleo de soja, por exemplo, todas as etapas de produção
(armazenagem, preparação, extração, caldeira, etc.) geram algum tipo de resíduo, e a quase
totalidade (em volume) se enquadram como Classe II. O Quadro 2 apresenta uma classificação
de alguns dos principais resíduos gerados nessa atividade (PUKASIEWICZ, OLIVEIRA e
PILATTI, 2004). Já a Figura 1 apresenta um fluxograma com a metodologia a ser adotada na
caracterização e classificação dos resíduos.
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FIGURA 1 – Fluxograma para caracterização e classificação dos resíduos.
Fonte: ABNT (2004, citado por Pinto, 2004)
O principio da gestão dos resíduos sólidos industriais está baseado em quatro ações
básicas que representam uma hierarquia real em termos de custos, esforço e energia. As
quatro ações básicas (4 R’s) são:
• repensar – com a mudança de paradigmas quanto à destinação dos resíduos, com a
oportunidade de inovação e desenvolvimento tecnológico ao longo da cadeia de
transformação;
• reduzir – na fonte, com a oportunidade de minimização da geração;
• reutilizar – aproveitamento dos resíduos nas condições em que são descartados,
submetendo-os a pouco ou nenhum tratamento; e
• reciclar – é o processo por meio do qual os resíduos retornam ao sistema produtivo
como matéria-prima (LORA, 2002; PINTO, 2004).
De modo geral, o gerenciamento de RSI pode ser entendido como “controle sistemático
da geração, coleta, segregação na fonte, estocagem, transporte, processamento, tratamento,
recuperação e disposição de resíduos” (MAIA, 1992; citado por LORA, 2000). Assim, a gestão
dos resíduos compreende a prática de medidas que, em linhas gerais, devem atingir os
seguintes objetivos:
- preservar, proteger e melhorar a qualidade do meio ambiente;
- preservar a saúde e melhorar a qualidade de vida do homem;
- assegurar a utilização racional dos recursos naturais.
Para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se levar em conta quatro pontos
fundamentais: prevenção, reciclagem, otimização da disposição final e ações corretivas.
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a) Prevenção: o Ministério do Meio Ambiente e Energia da Província de Ontário
(Canadá) definiu o termo Prevenção da Poluição como sendo “qualquer ação que reduza ou
mesmo elimine a geração de poluentes ou resíduos na fonte, realizada através de atividades que
comprovem,estimulem ou exijam mudanças nos padrões de produção industrial (manufatura),
comercial e geradores institucionais ou mesmo individuais”. Ainda, segundo Prestrelo e
Azevedo (2000), a lei americana de Prevenção da Poluição de 1990 (Pollution Prevention Act
1990) define prevenção da poluição como “quaisquer práticas, uso de materiais, processos que
eliminem ou reduzam a quantidade e/ou toxicidade dos poluentes, substâncias perigosas ou
contaminantes em sua fonte de geração, prioritariamente à reciclagem, tratamento ou
disposição final (...)”. Para o CNTL3, a prevenção da poluição inclui “práticas que eliminem ou
reduzam o uso de materiais (nocivos ou inofensivos), energia, água ou outros recursos, bem
como privilegiem o uso de procedimentos que racionalizam o uso de recursos naturais”
(KIPERSTOK et al, 2002). A prevenção da poluição industrial pode ser enfocada sob os
seguintes aspectos:
- Por tecnologias limpas: minimização da produção de resíduos na etapa de produção,
através de modificações do processo.
- Por produtos menos poluentes: desenvolvimento de produtos cuja fabricação,
utilização ou disposição final tenham um impacto mínimo sobre o meio ambiente (ou menor
impacto, em relação aos produtos ou matérias primas convencionais).
b) Reciclagem: muitas vezes a geração do resíduo num determinado processo é
inevitável; neste caso, a melhor maneira de minimizar o impacto é retornando esse material ao
ciclo econômico através de sua reciclagem direta, com aproveitamento do resíduo como ele foi
gerado, ou por reciclagem indireta, por reaproveitamento do resíduo após submetê-lo a
beneficiamentos; ou ainda, através da recuperação de matérias primas e energia.
c) Otimização da disposição final: nos casos em que o resíduo não puder ser impedido
de ser gerado ou mesmo reciclado, alguns tratamentos devem ser levados em consideração de
modo a reduzir seu volume e sua periculosidade, minimizando o impacto ambiental decorrente
de sua disposição em aterros industriais.
d) Ações corretivas: programas e projetos para o gerenciamento de resíduos sólidos
devem contemplar as seguintes diretrizes: adoção de tecnologias limpas (para eliminar ou pelo
menos minimizar a geração de resíduos); implantação de processos de reciclagem dos resíduos
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O SENAI/RS foi escolhido pelo UNIDO e UNEP para sediar um Centro Nacional de Tecnologias Limpas
(CNTL), visando atuar como disseminador das técnicas de Produção Mais Limpa (P+L) entre as instituições da
CNI de todo o país.
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gerados nas indústrias; otimização das operações de coleta, segregação, manuseio, transporte e
estocagem dos resíduos; adoção do armazenamento de resíduos; considerando as normas
técnicas existentes, como solução temporária, ou nos casos onde não há tecnologias de
tratamento adequadas; busca de soluções para recuperação de áreas, depósitos e locais
contaminados (LORA, 2000).
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A seguir são detalhados alguns dos ítens do esquema da Figura 3.
Mudança do produto
É a primeira consideração a se fazer. Aqui, antes de mais nada, convém pensar se,
afinal de contas, precisamos de fato de um determinado produto ou simplesmente o
compramos e usamos “porque sempre foi assim” (ver o texto abaixo). A modificação de um
produto para evitar a geração de resíduos depende de uma avaliação de mercado e requer uma
visão de longo prazo por parte do produtor.
Shen (1995), sugere os seguintes critérios para o projeto de novos produtos:
- utilizar recursos naturais renováveis;
- aproveitar material reciclado;
- reutilizar sucatas e materiais em excesso;
- reduzir o uso de embalagem;
- produzir produtos com mais partes substituíveis (fracionar) ou que possam ser
consertadas;
- produzir bens mais duráveis;
- produzir bens e embalagens que possam ser reutilizados pelos consumidores;
- focar na manufatura de produtos recicláveis (KIPERSTOK et al, 2002).
Mudanças de tecnologia
Várias medidas de caráter tecnológico podem ser aplicadas com o objetivo de evitar
perdas, reduzir consumo de energia e quantidade de resíduos gerados num processo de
manufatura. Tais medidas podem incluir adaptações de equipamentos e até mesmo mudanças
de condições operacionais. Exemplos:
- instalação de medidor instantâneo de gramatura na saída da máquina de papel, em
substituição ao sistema antigo de medição de gramatura (evitando desperdício em caso de
não-conformidade do produto).
- utilização de novas técnicas de extração e separação (como o uso de membranas,
ultrafiltração, etc.) visando à eliminação de solventes orgânicos e maior retorno de
subprodutos ao processo (KIPERSTOK et al, 2002).
Mudanças no processo
Reciclagem
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economiza 95% de energia em relação à produção do material a partir da bauxita. O vidro
também é fundido em novas peças, com economia de 50% no consumo de água em relação à
fabricação a partir de suas matérias primas originais. Plásticos são fundidos e transformados
em grânulos, que são usados como matéria prima na fabricação de novos produtos, com
economia de 78,7% de energia elétrica (CALDERONI, 1998, citado por PHILIPPI Jr, 2005;
LORA, 2000; PHILIPPI Jr, 2005).
Inventário de resíduos
Tem por objetivo ofertar resíduos entre as empresas, tanto para compra como para a
venda. Um dos maiores benefícios da bolsa de resíduos é a criação de receita, pois o gerador
do resíduo deixa de gastar com a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição, ganhando
com a venda. Atualmente, a bolsa de resíduos (também chamada bolsa de reciclagem) são
administradas pelas federações estaduais da indústria (FIEP, no Paraná), as quais não têm
fins lucrativos (servem apenas como fonte de informação, de modo a facilitar o intercâmbio
entre as empresas).
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analisar criticamente e manter a política ambiental (ABNT,
1996b).
Segundo Chehebe (1998, citado por PINTO, 2004), “A análise do ciclo de vida é uma
ferramenta da gestão, que vai ajudar no acompanhamento dos objetivos e metas definidos no
sistema da gestão ambiental (SGA), bem como é uma técnica para avaliação dos aspectos
ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto, compreendendo etapas que
vão desde a retirada da, Natureza, das matérias-primas elementares que entram no sistema
produtivo (berço) à disposição final do produto final”.
De acordo com Pinto (2004), “a NBR ISO 14040/01 – Gestão ambiental – Avaliação
do ciclo de vida – Princípios e estrutura, da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), estabelece as diretrizes gerais, os princípios e práticas para a condução e emissão de
relatório, de forma responsável e coerente, de estudos de avaliação do ciclo de vida, bem
como estabelece que a análise do ciclo de vida de produtos deve incluir a definição do
objetivo e do escopo do trabalho, uma análise do inventário, uma avaliação de impacto e a
interpretação dos resultados (ABNT, 2001; CHEHEBE, 1998)”.
5.1 Segregação
5.2 Armazenamento
Uma vez gerados, os RSI devem ser mantidos em contêineres compatíveis com sua
natureza. Armazenar um resíduo significa contê-lo, temporariamente, à espera de um destino
final (reciclagem, reuso, tratamento ou disposição em aterro), desde que atenda às condições
básicas de segurança. Dependendo da natureza do resíduo, seu armazenamento deve atender
às seguintes especificações: NBR 12.235 (Armazenamento de resíduo perigosos), Decreto Nº.
4.074 de 4 de janeiro de 2002 (Armazenamento de resíduos de agrotóxicos), norma da ABNT
- NBR 11.174/NBR 1.264 (Armazenamento de resíduos classes II-não inertes e III-inertes),
norma da ABNT - NB 1.183 (Armazenamento de resíduos sólidos perigosos).
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As condições de armazenamento devem assegurar que os resíduos não migrarão para o
ambiente externo, sendo que os recipientes, reservatórios ou galpões devem ser providos de
proteção adequada, por exemplo:
- tampa ou fechamento do ambiente para materiais em pó ou muito leves;
- ventilação, aterramento elétrico e instalações de proteção para produtos
inflamáveis;
- isolamento e acesso restrito para resíduos perigosos;
- sinalização advertência (comunicação dos riscos presentes na área).
5.3 Transporte
O transporte dos RSI é de inteira responsabilidade do seu gerador; mesmo que ele
terceirize a disposição dos resíduos, continua sendo responsável até sua eliminação ou
inativação. Ao contrário dos resíduos líquidos e gasosos, os sólidos precisam ser
transportados mecanicamente do ponto de geração até o ponto da disposição final. Nesse
caso, a modalidade mais usada é o transporte rodoviário. Para certos resíduos, é necessário
documentação especial para o transporte de certos resíduos, em alguns casos, até mesmo
autorização e/ou conhecimento do órgão ambiental.
No Brasil, ainda não existem regras, normas e legislação especificas para o transporte
de resíduos sólidos perigosos. Desse modo, devem ser utilizadas as normas e legislação para
o transporte de resíduos, conforme Decreto Nº. 4.074 de 4 de janeiro de 2002 (Transporte de
resíduos agrotóxicos), norma ABNT 13.221 (Transporte de resíduos) e demais normas da
ABNT associadas. A competência para inspecionar e controlar veículos de transporte desse
tipo de carga é do INMETRO, de acordo com o referido Decreto-lei (LORA, 2000;
PHILIPPI Jr, 2005).
6 Tratamento de RSI
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- tratamentos físicos: abrangem métodos de separação de fases, de redução de
volume ou recuperação de materiais passíveis de reaproveitamento.
- tratamentos biológicos: baseiam-se na degradação de compostos a partir da ação
de microrganismos.
- tratamentos químicos: processamento químico do resíduo de modo a inertizar sua
toxicidade.
A página da Agência de Proteção Ambiental dos EUA traz muitos detalhes acerca de
cada uma destas técnicas de tratamento.
6.1 Compostagem
6.2 Encapsulamento
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chamados adsorventes ou encapsulantes. Assim estabilizados, ficam menos agressivos ao
meio ambiente e podem ser confinados em aterros industriais. O encapsulamento pode se dar
ainda pela mistura dos resíduos com material pozolânico (cimento, por exemplo) de modo a
formar um bloco sólido que “aprisiona” o contaminante. Quando se trata de resíduos
perigosos, é comum o acondicionamento do material em tambores, antes da disposição no
aterro. O material mais empregado para encapsulamento é o polietileno. Como em qualquer
operação de manuseio de resíduos, devem ser tomados alguns cuidados durante o processo de
estabilização, evitando a mistura de materiais que possam efetivamente reagir entre si,
provocando a liberação de calor (reação exotérmica) e/ou gases inflamáveis. É o caso de
resíduos orgânicos e oleosos que, além de dificultar o endurecimento do cimento, podem
emanar vapores. O órgão ambiental do Estado de São Paulo (CETESB 4 ) apresenta uma
tabela relacionando vários tipos de materiais e suas formas de estabilização. O
encapsulamento tem o inconveniente de poder aumentar várias vezes o volume dos resíduos
(LORA, 2000; PHILIPPI Jr, 2005).
É uma das técnicas de biorremediação mais usadas para resíduos contaminados com
hidrocarbonetos. Esse nome foi originalmente dado pela Agência de Proteção Ambiental dos
EUA (USEPA) e se refere ao método de tratamento onde o substrato orgânico de um resíduo
é degradado biologicamente na camada superior do solo. Trata-se de um sistema de
tratamento no solo de resíduos de natureza orgânica que se utiliza principalmente de
processos biológicos na degradação, transformação e imobilização do resíduo.
Ao contrário de outras formas de disposição de resíduos em solos, o landfarming não
requer barreiras físicas, como mantas impermeabilizantes para isolar os resíduos. Isso graças
à propriedade do solo de evitar o processo de migração e lixiviação dos constituintes
perigosos. Esse método foi desenvolvido há quase três décadas pela indústria petrolífera no
tratamento de borras oleosas e consiste, na prática, na mistura do resíduo orgânico com o
solo (numa camada de 15 a 20 cm). Esse procedimento facilita o acesso de microrganismos
presentes no solo, permitindo ainda a aeração da mistura (processo biodegradativo aeróbio).
Pelo revolvimento constante da mistura a degradação se desenvolve e o resíduo vai se
estabilizando. Frequëntemente pode ser adicionado calcário ao solo (para correção do pH) e
adubos nitrogenados como nutrientes ao microrganismos (LIMA, 1995; LORA, 2000;
MANAHAN, 1999; PHILIPPI Jr, 2005). O landfarming apresenta como vantagens o baixo
custo do processo (de 30 a 60 US$ por tonelada de resíduo), é de fácil implementação e
operação. Como desvantagens, cita-se o fato de requisitarem elevadas áreas para o
tratamento; além disso, a presença de metais pesados (bioimunes) podem inibir a ação dos
microrganismos. O procedimento do landfarming é abordado na ABNT NBR 13.894/97.
6.4 Incineração
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CETESB: www.cetesb.sp.gov.br
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redução do volume; nesse caso, os resíduos são reduzidos a cinzas (dispostas em aterro), que
representam de 5 a 15% do peso inicial.
Os incineradores constam, basicamente, de reatores com câmaras de alta temperatura e
atmosfera oxidante. Para uma oxidação e/ou decomposição eficiente dos resíduos via
incineração, deve-se controlar alguns fatores:
- quantidade de O2 disponível na câmara de combustão;
- turbulência, afim de garantir uma mistura eficiente entre o resíduo e a atmosfera da
câmara;
- temperatura de combustão, elevada o suficiente de modo a garantir uma boa queima;
- tempo de residência dos resíduos na câmara de combustão.
O principal problema ambiental da incineração é a poluição do ar, tanto por gases
quanto por material particulado, subprodutos da queima. Uma alternativa que tem sido
utilizada para este problema é a instalação de absorvedores de gás e filtros de manga para
retenção destes materiais. Outra desvantagem da incineração, dependendo do resíduo
queimado, é o risco da produção e emissão de dioxinas e furanos, substâncias tóxicas e
cancerígenas.
A incineração pode ser uma boa alternativa em países com pouca disponibilidade
territorial, como o Japão.
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de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos – Procedimento) estabelecem as
exigências relativas à localização, segregação e análise dos resíduos, monitoramento,
inspeção, fechamento da instalação e treinamento de pessoal.
Mais detalhes sobre o projeto de aterros (aspectos topográficos, hídricos, vegetação,
etc.), planos de emergência, segregação, controle de operação, contingência, dentre outros,
podem ser consultados em literatura específica ou, mais sucintamente, em LORA (2000) [as
páginas 460 e 461 de LORA (2000) apresentam ainda várias normas e a legislação federal
sobre resíduos sólidos].
8 Referências bibliográficas
______. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental - Especificação e diretrizes para uso.
Rio de Janeiro, out. 1996b. 14 p.
______. NBR ISO 14040: Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e
estrutura. Rio de Janeiro, nov. 2001.
______. NBR 10004: Resíduos sólidos - classificação. Rio de Janeiro, maio 2004. 71 p.
KIPERSTOK, A.; COELHO, A.; TORRES, E. A.; MEIRA, C. C.; BRADLEY, S. P.;
ROSEN, M. Tecnologias e gestão ambiental – Prevenção da poluição. Brasília: Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), 2002. 290p.
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LORA, Electo Eduardo Silva. Prevenção e controle da poluição nos setores energético,
industrial e de transporte. 2.ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2002. 481 p., il.
MAIA, A.L.D.A. et al, Gerenciamento de resíduos sólidos industriais. Belo Horizonte, 1992.
PRESTRELO, R. C.; AZEVEDO, P. R. ISO 14000 & Produção Mais Limpa: Solução para
um Sistema de Gestão Ambiental mais efetivo ou Abrangente. Monografia do Curso de
Especialização em Gerenciamento de Tecnologias Ambientais na Indústria. 2000. 80p.
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