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Manual de práticas adequadas

A segregação de resíduos é uma atividade fundamental dentro da oficina mecânica. É por meio
dela, afinal, que o volume de materiais perigosos a serem tratados ou dispostos em aterros diminui.
Depois desse processo, é preciso avaliar se o armazenamento tem sido feito de forma adequada
para, logo em seguida, definir a destinação final dos resíduos.
Código de cores para separação dos resíduos
Para facilitar esse processo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou um código de
cores com o objetivo de identificar prontamente os diferentes tipos de resíduos. Por meio desse
método, é possível visualizar a segregação dos resíduos na fonte, permitindo assim a reciclagem do
máximo de material possível. Veja quais são as cores e seus respectivos significados:
 AZUL: papel/papelão;
 VERMELHO: plástico;
 VERDE: vidro;
 AMARELO: metal;
 PRETO: madeira;
 LARANJA: resíduos perigosos;
 BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;
 ROXO: resíduos radioativos;
 MARROM: resíduos orgânicos;
 CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de
separação.

Estocagem - Feita a separação dos resíduos, é hora de pensar em seu acondicionamento. Nesse
sentido, é importante prestar atenção na forma como é feita a estocagem: o recomendado é que
sejam usados sacos ou recipientes resistentes, como tambores ou contêineres, para evitar
vazamentos. A capacidade desses recipientes deve ser compatível com a quantidade diária gerada
de cada tipo de resíduo.
Vale ressaltar que todos os resíduos devem ser armazenados separadamente, de forma a não
alterar sua classificação original e, principalmente, não causar danos ambientais. Além disso, as
áreas destinadas à estocagem dos resíduos devem ser cobertas, a fim de garantir melhores
condições de preservação e segurança até que tudo seja encaminhado para a disposição final.

Transporte - O transporte externo de certos resíduos para a disposição final, como óleos
lubrificantes, deve ser feito por uma empresa devidamente autorizada, uma vez que essa atividade
apresenta potencial de risco.

Descarte - A última etapa para o correto gerenciamento de resíduos nas oficinas mecânicas é sua
destinação final, sendo preciso certificar-se de que estão sendo depositados em locais apropriados.
O descarte dos resíduos deve ser definido, claro, sem afetar a preservação do meio ambiente e a
saúde da população.
Para ajudá-lo a entender melhor como funciona na prática, listamos aqui os resíduos mais comuns
gerados em oficinas mecânicas e mostramos como proceder da forma correta. Acompanhe!

Óleos lubrificantes - O armazenamento dos óleos lubrificantes deve ser feito em recipientes
apropriados e guardados em uma área de contenção, de maneira que não ocorra vazamento em
casos de rachaduras ou acidentes na colocação ou retirada do resíduo. Os reservatórios mais
indicados para esse fim são as bombonas e os contêineres plásticos, que apresentam maior
resistência e durabilidade se comparados aos tambores de latão. Aliás, esses tambores ainda
apresentam como desvantagem a facilidade de enferrujar ou amassar.

Embalagens contaminadas com óleo - O procedimento feito com as embalagens usadas de óleos
lubrificantes é bastante simples: basta posicionar os frascos de modo a fazer com que todo o
produto escorra. Depois disso, a separação dos envoltórios plásticos deve ser feita de acordo com
as características do resíduo e acondicionados em áreas de contenção.
Materiais plásticos - De acordo com a NBR 10004, o plástico é entendido como um resíduo
pertencente à classe II-B (inerte). Por isso, seu descarte é feito no lixo comum, sendo acondicionado
em lixeira e tendo como destino final a coleta pública.

Restos de papel e papelão - O descarte do papel e do papelão acontece da mesma forma que o
dos plásticos. De acordo com a NBR 10004, esse material pertence à classe II-A, que engloba
resíduos não inertes. Seu armazenamento deve acontecer em locais cobertos para evitar
contaminação, com seu descarte acontecendo em lixeiras simples, recolhidas pelo serviço de coleta
pública.

Estopas - Usada para a limpeza de mãos, ferramentas e peças, a estopa é classificada como


resíduo perigoso por sofrer contaminação. Esse material deve ser estocado no interior da oficina, em
uma lixeira plástica separada dos demais resíduos. Seu recolhimento é feito por empresa
especializada.

Metais - Os metais descartados como resíduos são considerados pela NBR 10004 como inertes,
pertencentes à classe II-B. Sendo assim, a estocagem do material também deve acontecer no
interior da oficina para depois ser destinado à reciclagem, etapa que inclui a separação dos resíduos
de acordo com sua composição. Por fim, os metais devidamente separados são enviados a uma
empresa de fundição, servindo como matéria-prima.

Filtros de óleo - De acordo com a NBR 10004, os filtros de óleo pertencem à classe I, que engloba
os resíduos perigoso. Esse material deve passar por um equipamento que retira o excesso de óleo.
O líquido é acondicionado em tonéis de 200 litros até ser recolhido por uma empresa especializada.
Os filtros devem ser coprocessados, sendo o metal enviado para a reciclagem e o elemento filtrante
de papel, destinado à incineração.
Ainda sobre esse tema, precisamos apontar alguns outros pontos a que o gestor precisa manter a
atenção, como:
 padronização das lixeiras a fim de facilitar a identificação, com cores específicas para cada
tipo de resíduo;
 determinação de espaço específico para o armazenamento dos resíduos, com divisões e piso
impermeável;
 disposição de caixa separadora de água e óleo, já que os efluentes, quando lançados sem
tratamento na rede de esgoto, são responsáveis por poluir cursos d’água.

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