Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SAÚDE
TRATAMENTO E
DESTINAÇÃO FINAL DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS DE
SAÚDE
Autor: Me. Ronei Tiago Stein
Revisor: Ma. Carla Fernandes de Moura Caruso
INICIAR
introdução
Introdução
A cada ano, a geração de resíduos vem aumentando em nível mundial. O mesmo
ocorre com os resíduos de saúde (RSS), visto que a população mundial vem
crescendo. Devido aos riscos (principalmente de patologias) associados a esse
cenário, é fundamental encontrar formas de disposição final desses resíduos, uma
vez que muitos não podem ser reciclados/reaproveitados.
Aqui, vamos entender melhor como deve ocorrer o manejo dos RSS, desde sua
geração até a disposição final. Serão apresentadas as diferentes formas de
disposição final dos resíduos, desde os classificados como “não perigosos” até os
“perigosos”. Além disso, serão discutidos os principais desafios enfrentados pelo
poder público em relação à gestão ambiental e as etapas básicas para promover
uma gestão ambiental correta.
Manejo dos Resíduos
de Saúde
Uma grande parcela dos resíduos acaba sendo destinada em sacos plásticos, porém
esses materiais devem apresentar algumas características: ser resistentes tanto em
relação à ruptura como ao vazamento, ser impermeáveis (não pode haver
infiltração de líquidos externos para o interior dos sacos), deve-se respeitar o limite
de peso de cada saco (é importante consultar as informações técnicas do
fabricante) e os sacos não devem ser reaproveitados (BRASIL, 2006).
saiba
mais
Saiba mais
Em relação ao acondicionamento dos resíduos
sólidos em sacos plásticos, seja da saúde ou
proveniente de outras formas de geração, deve-
se respeitar algumas características/normativas,
visando evitar contaminação ambiental e/ou
contaminação humana. Para isso, é importante
que os profissionais consultem a NBR 9191/2008,
normativa que apresenta as características dos
sacos plásticos para acondicionamento de
resíduos. Saiba mais lendo a norma:
ACESSAR
É fundamental que os profissionais que vão trabalhar com a gestão dos resíduos
estejam familiarizados e consultem as legislações/normativas em vigor, que têm o
intuito de auxiliá-los na gestão correta, diminuindo os riscos de contaminação. Além
da segregação e do acondicionamento, as próximas etapas do manejo correto dos
resíduos são:
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Assinale a alternativa que indica corretamente a qual tipo de perigo químico a simbologia
da imagem se refere:
a) Material carcinogênico.
b) Material comburente.
c) Material radioativo.
d) Material corrosivo.
e) Material explosivo.
Formas de
Disposição Final dos
Resíduos de Saúde
No Brasil, as principais formas de disposição final dos resíduos sólidos (seja da área
da saúde ou das demais) classificados como não perigosos são:
Aterros sanitários : tida como a solução mais econômica para os resíduos
considerados não perigosos, ou seja, os resíduos domiciliares que não
podem ser reciclados/reaproveitados. Os aterros sanitários são
construídos dentro de critérios de engenharia e normas operacionais
específicas, proporcionando confinamento seguro dos resíduos. Porém,
apenas resíduos que não têm tecnologia ou viabilidade econômica de
reciclagem devem ser destinados aos aterros sanitários. “O propósito de
um aterro é enterrar o lixo de modo a que fique isolado dos lençóis
freáticos, seja mantido seco e não entre em contato com o ar. Quando
essas condições são atendidas (o que basicamente jamais acontece), não
se decompõe tanto, e esta é a parte ‘sanitária’ do processo” (LEONARD,
2011, p. 168).
Percebe-se que existem diferentes formas de disposição final dos resíduos, seja da
saúde ou de outras fontes geradoras. Essa disposição leva em conta a classificação
dos resíduos; apenas resíduos que não têm tecnologia de reciclagem/tratamento
devem ser encaminhados para disposição final.
reflita
Reflita
Infelizmente, muitos resíduos de saúde
não têm gestão e disposição final
ambientalmente corretas. Muitos resíduos
classificados como “perigosos” acabam
sendo encaminhados para aterros
sanitários, ou até mesmo para lixões. Isso
ocorre, dentre outros fatores, devido à
falta de conhecimento, à fiscalização falha
e até mesmo à má-fé por parte da
administração/gerência dos locais que
geram os RSS. É essencial investir em
treinamentos e na educação ambiental,
pois essas são medidas básicas para
garantir o sucesso da gestão correta dos
resíduos.
Infelizmente, o homem ainda não criou uma forma de disposição final de resíduos
100% livre de causar contaminação ambiental. Medidas como “enterrar” ou
“queimar” o lixo (por mais que exista um controle rígido para evitar contaminação
ambiental) ainda não são eficazes. Barbosa e Ibrahin (2014) mencionam que o
desafio da humanidade é encontrar formas de tratar e dispor os resíduos, visto que
o volume anual vem aumentando consideravelmente.
praticar
Vamos Praticar
Um rapaz sofreu um acidente de moto e teve que passar por uma cirurgia de emergência.
Nessa cirurgia, infelizmente os médicos optaram por amputar a perna do rapaz. Os
médicos fizeram uso de bisturis, tesoura, bandeja cirúrgica, dentre outros. Como resíduos
dessa cirurgia, originaram-se seringas, luvas e a própria perna que precisou ser amputada.
Supondo que você seja responsável pelo Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde, o
que deve ser feito com os materiais utilizados na cirurgia e qual a disposição final que
deverá ser dada aos resíduos gerados?
Programas de Gestão
de Resíduos da
Saúde
Sobre as externalidades, pode-se dizer que elas são os efeitos econômicos positivos
e negativos de atividades econômicas e sociais de um grupo de atores
(pessoas/firmas) que afeta outro grupo de atores, com efeitos fora (externos) do
sistema de preços. Por esse motivo, são bens não valorados. O ideal é tentar reduzi-
los quando negativos, por se acreditar que sua incorporação dentro do processo
produtivo contribui para um desenvolvimento mais sustentável. Nesse contexto, as
políticas públicas surgem como mecanismo fundamental para controlar e
eventualmente evitar a geração de externalidades.
Segundo a abordagem feita por Pereira e Barbosa Júnior (2018), é necessária, para a
criação de uma política pública, a formação de uma agenda governamental, que é
um conjunto de assuntos aos quais o governo e as pessoas ligadas a ele
concentram atenção em determinado momento (Figura 3.4). Após a formação da
agenda, é feita a delimitação do problema e sua análise. Só assim as alternativas
poderão ser formuladas, adotando, por fim, uma política pública.
Figura 3.4 – O Governo deve criar políticas públicas promovendo a gestão de
resíduos
Fonte: Donatas Dabravolskas / 123RF.
Mas quem é responsável por formular as políticas públicas em relação à gestão dos
resíduos sólidos? Existem inúmeros atores que formulam as políticas públicas. De
acordo com Pereira e Barbosa Júnior (2018), tem-se:
Infelizmente, o Brasil não tem políticas públicas específicas para gestão de resíduos
sólidos de saúde. Existem, sim, legislações específicas que tratam sobre cuidados
em etapas como separação, coleta, transporte, destinação e disposição final. Além
disso, muitas instituições passam por constantes fiscalizações, principalmente de
órgãos ambientais e sanitários, visando verificar in loco a gestão dos resíduos.
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)
No ano de 1975, a União Europeia estabeleceu uma hierarquia a ser empregada referente
à gestão dos resíduos, a qual é utilizada ainda nos dias atuais. Inclusive, em 2010 o
Decreto nº 7.404, que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos, também
adotou essa mesma hierarquia, visando o gerenciamento correto dos resíduos sólidos.
#PraCegoVer : a imagem apresenta as etapas de uma boa gestão dos resíduos de classe
“não perigosa”. Há quatro caixas de textos, e cada caixa traz uma etapa. Da esquerda
para a direita, temos os seguintes textos dentro de cada caixa: redução da geração de
resíduos; reutilização dos resíduos; reciclagem dos resíduos; disposição final do material
classificado como lixo.
saiba
mais
Saiba mais
“A globalização dos negócios, a
internacionalização dos padrões de qualidade
ambiental descritos na série ISO 14000, a
conscientização crescente dos atuais
consumidores e a disseminação da educação
ambiental nas escolas permitem antever que a
exigência futura que farão os futuros
consumidores em relação à preservação do meio
ambiente e à qualidade de vida deverão se
intensificar”
ACESSAR
Você, especialista em Gestão Ambiental, foi contratado para auxiliar a rede farmacêutica, e
os diretores querem saber qual é o primeiro passo para implantar o SGA. Além disso, a
diretoria quer saber se a auditoria ambiental consiste em uma ferramenta de gestão
ambiental ou um instrumento de controle ambiental. Outro ponto abordado refere-se à
dúvida: com a implantação do SGA, é possível dizer que a rede farmacêutica dobrará de
tamanho em 5 anos?
indicações
Material
Complementar
LIVRO
ACESSAR
conclusão
Conclusão
Mesmo havendo formas de disposição final dos RSS classificados como “perigosos”,
como a incineração e os aterros sanitários de resíduos perigosos, esses resíduos
ainda acarretam poluentes para o ambiente. Simplesmente queimar ou enterrar o
lixo, mesmo adotando cuidados e critérios rígidos de engenharia, ainda não são as
formas mais eficazes de disposição final. Porém, a disposição nesses locais é, sem
dúvida, muito melhor do que simplesmente depositar os resíduos diretamente no
ambiente.
referências
Referências
Bibliográficas
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500 . Identificação
para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de
produtos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9191 . Sacos plásticos
para acondicionamento de lixo: requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro:
ABNT, 2008.
FILHO, C. R. V. S. Gestão de resíduos sólidos : o que diz a lei. 3. ed. São Paulo:
Trevisan, 2015.
ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (13 min 54 s).
Publicado pelo canal Tecnologia Gestão Ambiental. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TBTyJNokg7k&t=524s . Acesso em: 11 dez. 2020.
LEONARD, A. A História das coisas : da natureza ao lixo, o que acontece com tudo
que consumimos. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
O VERDADEIRO objetivo das normas ISO. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (8 min 40 s).
Publicado pelo canal SG4 Soluções Integradas. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=SqAhpRZsMEg . Acesso em: 11 dez. 2020.
TIBOR, T.; FELDMAN, I. ISO 14000 : a guide to the new environmental management
standards. Chicago: Irwin Professional Publishing, 1996.