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Segundo Takayanagui (2005, cit. em Silva, 2008), de todos os tipos de resíduos gerados
actualmente, destacam-se os chamados resíduos bio-médicos, pois apresentam riscos
pelo facto de alguns desses resíduos possuírem agentes biológicos e químicos perigosos
à saúde e ao meio ambiente. Continuando, a autora explica que resíduos bio-médicos
“podem ser potenciais fontes de disseminação de doenças, colocando em risco directo
os profissionais de estabelecimentos geradores desses resíduos, bem como os pacientes
ou clientes desses serviços, além de toda a sociedade” (Takayanagui 2005, cit. em Silva,
2008, p.29).
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provenientes de fontes menores e dispersas, incluindo resíduos produzidos no decurso
de cuidados de saúde realizados em domicílio”.
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periculosidade dos resíduos, melhorar as medidas de segurança e higiene no trabalho,
minimizar riscos sanitários e ambientais derivados dos resíduos sólidos etc.” (p.6).
Segundo Mozachi (2007, cit. em Souza, 2017), as etapas do PGRH são:
1. Caracterizar os resíduos gerados;
2. Classificar os resíduos segundo legislação vigente;
3. Implantar sistema de maneio interno, que compreende identificação, geração,
segregação, tratamento preliminar, acondicionamento, coleta e transporte,
armazenamento temporário e externo;
4. Controlar as fases do PGRH realizadas fora do estabelecimento, como a coleta e
transporte externo, que geralmente são terceirizadas, mas que continuam sendo
responsabilidade do hospital gerador (p.6).
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a) Produção e redução na fonte
b) Triagem e Separação
Segundo Baptista (2021), a triagem dos resíduos biomédicos constitui a base de uma
gestão dos resíduos biomédicos nas unidades sanitarias, pois contribui para a redução
dos riscos da saúde e do ambiente, associados a potenciais contaminações.
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Em Moçambique, o artigo 8° do Decreto n° 8/2003 de 18 de Fevereiro, diz que o lixo
bio-médico devera ser segregado de acordo com a sua periculosidade, devendo cada
unidade sanitária e empresa manuseadora de lixos dispor, no mínimo, de condições de
acondicionamento para as seguintes categorias de lixo:
Resíduos infecciosos;
Resíduos perfuro-cortantes;
Resíduos anatómicos;
Resíduos comuns;
Outro tipo de resíduos.
c) Acondicionamento na origem
Uma vez realizada a separação, é necessário recorrer ao seu acondicionamento e
armazenamento interno dos resíduos. Aliado a isso Baptista (2021), “realça-se a
importância da contentorização imediata dos resíduos líquidos perigosos, separados de
acordo com as características de cada produto e de acordo com os respetivos métodos de
eliminação ou valorização” (p.43).
Para Tavares (2004), “o acondicionamento dos resíduos na origem, para além de
diminuir os riscos para a saúde, facilita as operações de recolha para o transporte interno
até ao seu armazenamento, sem prejudicar o desenvolvimento normal das actividades da
unidade de saúde” (p.78).
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Assim, Tavares (2004), orienta que deve se dispor de recipientes apropriados para cada
tipo de resíduo.
Os sacos e contentores de cada bloco operatório, enfermaria ou sala, ou outro local onde
se pratique cuidados de saúde, deverão estar devidamente identificados e nos recipientes
deve constar a referência da sala a que pertencem – tal proporcionará a monitorização
das produções. (Tavares, 2004, p.78)
O modo mais adequado para identificar os resíduos em função da sua classificação
consta do Decreto n° 8/2003 de 18 de Fevereiro1, estando estabelecido, através de um
código de cores.
Segundo Tavares (2004), a frequência das recolhas deve ser programada tendo em
atenção dois factores essenciais: “por um lado, a disponibilidade de espaço físico de
armazenamento temporário de resíduos nos serviços onde são produzidos e, por outro, a
disponibilidade de mão-de-obra para efectuar essas mesmas recolhas internas” (p.85).
O transporte de resíduos constitui uma das etapas da gestão dos resíduos biomédicos,
estando previsto no artigo 27° Decreto n° 8/2003 de 18 de Fevereiro.
De acordo com Silva (2008), “o transporte interno de resíduos deve ser programado em
horários que não coincidam com a distribuição de medicamentos, alimentos e roupas, ou
em períodos de maior fluxo de pessoas ou de actividades” (p.46).
e) Armazenamento e registo
Conforme Tavares (2004), cada unidade sanitária deve ter um local de armazenamento
específico para os resíduos biomedicos. Este local deverá estar sinalizado e ser de
acesso fácil, embora restrito, isto é, interdito a pessoal não autorizado.
Segundo explica Tavares (2004), é preciso garantir o registo resíduos biomedicos
(quantidade e tipo) para se ter o conhecimento real dos quantitativos produzidos,
armazenados, transportados, tratados, valorizados ou eliminados, pois isso auxilia a
gestão.
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Aprova o Regulamento sobre a Gestão de Lixos Bio-Médicos.
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f) Transporte
De acordo com Tavares (2004), o transporte dos resíduos hospitalares processa-se por
duas etapas:
g) Tratamento
Pfitscher et al. (2007) quando se referem aos tratamentos utilizados nos resíduos
hospitalares descrevem que “devem considerar previamente a eliminação da
possibilidade de contaminação, disseminação de agentes patogênicos, dentro do que é
legalmente aceito” (p.3).
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O tratamento dos resíduos gerados varia de uma entidade para a outra dependendo do
tipo de actividade praticada pelas mesmas, tanto em suas práticas quanto técnicas
utilizadas.
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i) Destino final
Mota et al. (2004), explica que algumas populações são susceptíveis de serem afectadas
pelas questões ambientais, com a redução da qualidade de vida e ampliação dos
problemas de saúde. Por exemplo. Os moradores vizinhos das unidades sanitárias e
destinação dos resíduos convivem mau cheiro, vectores, poluição e contaminação dos
seus poços de água.
Outro sim, “os trabalhadores directamente envolvidos com manuseio dos resíduos estão
expostos ao risco de acidentes de trabalho pela ausência de treinamento, falta de
condições adequadas de trabalho e inadequação da tecnologia utilizada” (Mota et al.,
2004, p.136).
Assim, Mota et al. (2004), exorta a sociedade a seguir os cinco princípios a fim de
minimizar os problemas que poderão advir dos resíduos biomedicos: redução dos níveis
de produção dos resíduos, maximização de reutilização, reciclagem e adopção de
formas de destinaao final ambientalmente adequadas.
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