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1. Objetivos do Manual
Este manual deverá constituir-se como um instrumento privilegiado de apoio ao formando, que aborda e desenvolve
todos os conteúdos que serão integrados neste curso.
2. Benefícios e Condições de Utilização
O Manual poderá ser utilizado no decorrer da formação como um instrumento de consulta, assim como no período pós
formação para esclarecimento de dúvidas acerca dos temas abrangidos.
Este manual é para uso exclusivo no âmbito da presente formação. É proibido utilizar, copiar, divulgar, comunicar ou
permitir a utilização, cópia, divulgação ou comunicação por quaisquer terceiros do manual.
3. Introdução
As substâncias perigosas representam, em todos os setores um risco potencial para a saúde dos trabalhadores. O seu
efeito traduz-se em doenças profissionais tais como asma, dermatites, cancro, danos em fetos ou futuras gerações e
uma variedade de outros efeitos negativos na saúde e bem- estar dos trabalhadores.
Alguns agentes químicos causam danos graves na saúde humana: intoxicações, queimaduras, asfixia…
Na proteção da saúde humana de todos aqueles que utilizam agentes químicos perigosos não se pode deixar de
considerar os riscos inerentes à utilização de uma enorme gama destes agentes, como meio de produção de outros,
como produtos de consumo ou incluídos nos mais variados artigos de uso específico ou corrente.
Quando da sua utilização indiscriminada, podem advir efeitos nocivos, uns ainda mal determinados, outros com grau
de gravidade elevado. Dos cerca de 6 000 000 de produtos químicos que existem, no mercado europeu estão
registados cerca de 100 000 diferentes, dos quais 10 000 são comercializados em quantidades superiores a 10 toneladas
por ano e 20 000 são comercializados em quantidades compreendidas entre 1 e 10 toneladas. A utilização dos agentes
químicos na empresa, obriga ao conhecimento dos riscos, por parte do empregador, direção, técnico superior e
técnico de segurança no trabalho, médico do trabalho e trabalhadores.
Logo, a prevenção dos riscos de exposição aos agentes químicos perigosos deve, assim, constituir um objetivo de todos
na empresa.
Introdução Específica ETAR
Considerando os riscos
biológicos identificados no
Grupo 2, que não podem ser
eliminados ou substituídos
devido à natureza da
atividade e da matéria-prima
envolvida no processo, as
medidas propostas visam
minimizar o risco de exposição
aos agentes biológicos. Para
isso, são necessárias medidas
de proteção coletivas e
individuais.
Medidas de proteção
coletivas
As medidas coletivas incluem:
a formação dos trabalhadores sobre os riscos e medidas de
prevenção (distribuição rotineira de prospetos informativos e de
ajudas visuais);
a implementação de medidas de engenharia, passíveis de
minimização do risco de exposição. Por exemplo: através da
substituição de rega por aspersão, por rega por gota a gota,
quando é utilizada água de processo na rega, ou através da
substituição de manípulos de abertura das torneiras com a mão, por
sistemas de abertura com os membros inferiores;
a limpeza industrial do fardamento;
a colocação de sinalização nos locais identificados como mais
críticos;
a disponibilização de cacifos;
a promoção da higiene pessoal;
a limpeza regular das instalações com recurso a soluções
desinfetantes e detergentes antibacterianos;
Medidas de proteção
coletivas
a ventilação adequada do ambiente de trabalho para evitar a
acumulação de substâncias tóxicas ou contaminantes no ar;
o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados,
como máscaras, óculos de proteção e luvas;
o uso de barreiras físicas, como paredes, para isolar áreas
contaminadas;
a implementação de procedimentos de limpeza e
descontaminação regular do ambiente de trabalho;
o monitoramento regular da qualidade do ar e da presença de
substâncias tóxicas ou contaminantes;
a implementação de protocolos para lidar com emergências, como
vazamentos ou derramamentos de substâncias perigosas.
o controle de roedores e insetos (controle de pragas);
a vacinação sempre que possível (designadamente contra a
Hepatite, Tétano e Gripe);
a vigilância médica anual e o estabelecimento de canais de
informação com as autoridades de saúde;
Medidas de proteção
coletivas
evitar a utilização de frascos de vidro, para a realização das colheitas;
a melhoria das instalações sanitárias e de vestiário;
evitar comer nos locais onde existe possibilidade de contaminação por
agentes biológicos e, se não for de todo possível, garantir a sua anterior
desinfeção;
não fumar nas instalações;
a utilização de máscaras adequada para acesso às instalações com
maior incidência de agentes biológicos no ar ambiente;
a continuação da realização de ações de monitorização da presença
de agentes biológicos;
a intensificação da “fiscalização” no terreno do cumprimento de boas
práticas;
o estabelecimento de canais de informação com as autoridades de
saúde ao nível do conhecimento da ocorrência de surtos
epidemiológicos na comunidade;
a melhoria da fluência de informação interna no seio da empresa,
designadamente entre os Serviços de Medicina no Trabalho, os Serviços
de Higiene e Segurança no Trabalho, os Recursos Humanos e as Chefias
dos Departamentos.
Medidas de proteção
individuais
Algumas medidas de proteção individual que podem ser recomendadas
incluem:
o uso de botas impermeáveis e vestuário de trabalho;
luvas descartáveis;
gel desinfetante para as mãos;
colírio para lavagem ocular;
antisséptico para feridas;
Repelente;
chapéu para proteção contra a radiação solar e impermeáveis para a
chuva.
É importante que os médicos do trabalho e de família trabalhem em
conjunto para garantir que todas as patologias dos trabalhadores sejam
conhecidas e tratadas adequadamente. Além disso, é recomendável que a
empresa crie um histórico de doenças por agentes biológicos ou químicos,
com a obrigatoriedade de avaliação pelo médico do trabalho para
qualquer pessoa exposta a esses agentes que tenha estado de baixa médica
por mais de dois dias. Por fim, é importante restringir o acesso às instalações
de saneamento apenas aos trabalhadores da empresa.
Notificações obrigatórias
Agentes biológicos
De acordo com a legislação em vigor, todas as atividades cujos trabalhadores estão, ou
possam estar, expostos a agentes biológicos durante o período laboral, são de notificação
obrigatória à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT). Deve ainda ser notificada a
Direção Geral de Saúde, nos termos do Artigo 5.º do Decreto- Lei n.º 84/97 de 16 de Abril.
Da referida notificação deve constar:
A identificação da empresa;
O resultado da avaliação dos riscos biológicos com indicação do método utilizado para o
efeito e com a especificação do número de trabalhadores eventualmente expostos;
A análise da possibilidade de propagação dos agentes causadores de risco na
comunidade;
A avaliação da experiência e treino dos trabalhadores em cada atividade, e a formação
ministrada aos mesmos;
As medidas preventivas e de proteção adotadas e/ou previstas;
A identificação da habilitação e qualificação do médico e do responsável pelos serviços de
segurança, higiene e saúde no local de trabalho.
Se for identificada a presença de agentes biológicos do Grupo 3 ou 4, terá também que ser
apresentado um plano de emergência relativo à proteção dos trabalhadores contra à
exposição a tais agentes.
Caracterização das Atmosferas
Potencialmente Explosivas
A proteção contra explosões é um tema de grande importância no
âmbito da segurança no trabalho, pois pode causar danos graves nas
pessoas, instalações e meio ambiente. A comunidade mundial tem
trabalhado para encontrar medidas eficazes de prevenção e proteção
contra incidentes provenientes de atmosferas potencialmente
explosivas. Existem diversos diplomas legais, internacionais, europeus e
nacionais, assim como normativos, referenciais técnicos e documentos
científicos que indicam a necessidade da entidade empregadora
avaliar corretamente as instalações que manuseiem substâncias
inflamáveis.
Em Portugal, foram transpostas para a legislação nacional as Diretivas
ATEX: a Diretiva 1999/92/CE, de 16 de dezembro, relativa às prescrições
mínimas para a proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores
suscetíveis de exposição a riscos associados a atmosferas explosivas. Foi
também transposta a Diretiva 94/9/CE, de 23 de março, referente aos
aparelhos e sistemas de proteção destinados à utilização em atmosferas
potencialmente explosivas. No entanto, ainda não foi produzida
documentação técnica sobre os procedimentos visando a avaliação
de risco para atmosferas explosivas.
Enquadramento Legal e Normativo
Legislação europeia
Em 1989, a Comunidade Europeia emitiu a Diretiva Quadro (Diretiva
89/391/CEE) para promover a segurança e saúde no trabalho. Esta diretiva
exige que os empregadores adotem medidas de prevenção de riscos
profissionais, informação e formação dos trabalhadores. Além disso, eles
devem realizar uma avaliação de riscos para planear ações preventivas. Um
dos riscos mais relevantes é o incêndio e explosões, que são tratados com
atenção especial pela Comunidade Europeia. Em 1992, foi publicada a
Diretiva ATEX para lidar com esses riscos.
A Diretiva 1999/92/CE, de 16 de dezembro, estabelece as medidas de
segurança a serem aplicadas pelo empregador em locais de trabalho com
atmosferas explosivas. Essa diretiva exige a adoção de medidas de
prevenção e proteção dos trabalhadores em áreas onde essas atmosferas
são detetadas. Os locais devem ser classificados com base na frequência e
duração das atmosferas explosivas para selecionar os equipamentos
adequados que garantam um nível de proteção adequado. Os
empregadores têm um prazo máximo de três anos para se adaptarem
completamente às prescrições dessa diretiva.
Enquadramento Legal e Normativo
Legislação nacional
Em Portugal, todas as Diretivas Europeias mencionadas foram
transpostas para a legislação nacional. A primeira a ser transposta
foi a Diretiva Quadro (Diretiva 89/391/CEE), que agora está
regulamentada pela Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro. Essa lei
define as obrigações gerais do empregador em relação à
promoção e prevenção da segurança e saúde no trabalho.
Em 1996, Portugal transpôs para a legislação interna a 1ª Diretiva
ATEX, que estabelece as regras de segurança e saúde para
aparelhos e sistemas de proteção utilizados em atmosferas
potencialmente explosivas. O Decreto-Lei n.º 112/96, de 5 de
agosto, regulamenta essa diretiva e foi acompanhado pela
Portaria n.º 341/97, de 21 de maio.
Já em 2003, a 2ª Diretiva ATEX foi transposta para a legislação
portuguesa através do Decreto-Lei n.º 236/2003, de 30 de
setembro.
Enquadramento Legal e Normativo
Portugal harmonizou, igualmente várias normas europeias que são relevantes, ao abrigo das
Diretivas ATEX. Essas normas estão relacionadas com a prevenção de explosões, proteção
contra incêndios e a classificação de áreas perigosas onde podem surgir substâncias
inflamáveis.
Algumas das normas mais relevantes são:
EN 1127-1:2007: Esta norma especifica métodos para identificar e avaliar situações
perigosas que possam levar a explosões em atmosferas explosivas.
NFPA 820:2008: Esta norma estabelece os requisitos de proteção contra incêndios em
instalações de tratamento de águas residuais e de recolha.
EN 60079-0: Esta norma estabelece regras gerais para o uso de equipamentos elétricos em
atmosferas explosivas.
IEC 60079-10:2002: Esta norma classifica os locais perigosos onde podem ocorrer gases,
vapores ou névoas inflamáveis, sendo utilizada como referência na seleção e instalação
adequada de equipamentos nessas áreas.
IEC 61241-10:2004: Esta norma classifica os locais perigosos onde podem ocorrer poeiras
ou camadas de poeiras inflamáveis, sendo utilizada como referência na seleção e
instalação adequada de equipamentos nessas áreas.
É importante identificar e classificar as áreas onde podem ocorrer atmosferas explosivas de
poeira e camadas de poeira combustível, a fim de avaliar adequadamente as fontes de
ignição nessas áreas. Nem todas as fontes de libertação de poeira necessariamente criam
uma atmosfera explosiva. O procedimento para identificar e classificar as áreas é o seguinte:
1. Determinar se o material é combustível e avaliar suas características, como granulometria,
teor de umidade, temperatura mínima de ignição e resistividade elétrica da camada.
2. Identificar locais onde pode haver contenção de poeira ou fontes de libertação de
poeira, incluindo a possibilidade de formação de camadas de poeira.
3. Determinar a probabilidade de que a poeira seja lançada dessas fontes e, assim, o risco
de atmosferas explosivas de poeira em diferentes partes da instalação.
Conclusão
São considerados materiais nocivos aqueles que durante a fabricação, transporte,
armazenamento, manuseio ou uso, possam afetar a saúde das pessoas que entrarem em
contato. Muitos acidentes ocorrem devido ao uso incorreto dos produtos. Em escala
industrial ou comercial, as consequências são ainda mais graves. Para se proteger é
imprescindível ficar alerta a todos os procedimentos de segurança.
A seguir foram listadas algumas dicas de como manusear qualquer produto químico de
forma mais segura:
Leia atentamente as instruções de uso no rótulo de produto;
Não reutilize embalagens que armazenaram produtos químicos;
Jamais guarde os produtos líquidos em cima dos sólidos;
Armazene os produtos em recipientes bem fechados e em local fresco e seco;
Para ter acesso aos produtos e necessário ter recebido orientações sobre os mesmos;
Se houver vazamento de produto no local, limpe imediatamente;
Feche as embalagens após o uso.
Outro cuidado muito importante que deve ser tomado é ao armazenar os químicos,
necessário fazê-lo sempre de acordo com as instruções dos fabricantes, como por
exemplo, longe de calor, em local arejado, respeitando o limite de armazenamento e
outros. É significativo, ainda, fechar bem as embalagens depois de abertas para evitar
evaporação. Uma boa ideia é designar um responsável pelo armazenamento, alguém
que possa pegar e guardar os produtos. Marcar o local de armazenamento como sendo
proibido para pessoas não autorizadas, também é uma sugestão interessante.
É preciso, também, possuir sempre os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), esses
devem fazer parte da rotina de todos os funcionários que lidam com produtos químicos.
Luvas, máscaras e óculos de proteção figuram o rol de equipamentos imprescindíveis,
resta comprovado que diminuem consideravelmente o risco de contato com o químico e
de intoxicação pela respiração do produto.