Você está na página 1de 10

1.

3 Classificação dos resíduos sólidos

A classificação de resíduos sólidos é feita com base na identificação do


processo ou atividade que lhes deu origem, de seus componentes e
características, e também da comparação entre os componentes dos vários
tipos de resíduos e substâncias, os quais causam sérios impactos à saúde e ao
meio ambiente. A classificação dos resíduos sólidos, por exemplo, facilita a
segregação, a identificação e a composição na fonte, contribuindo para o
gerenciamento adequado e correto, quanto ao seu destino final (SILVA, 2015)
A Figura abaixo ilustra a classificação dos resíduos sólidos urbanos de
acordo com a Funasa.

Figura - Classificação dos Resíduos Sólidos Urbanos

Fonte: Funasa, 2010.

Lei 12.305/2010 e a ABNT/NBR 10004 (2004)

Art. 13. Para os efeitos desta lei, os resíduos sólidos têm a seguinte
classificação:

I - Quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades
domésticas em
residências urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,
limpeza de
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: é constituído pelos resíduos
doméstico e
comercial;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços, os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas
alíneas “b”, “e”,
“g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os
gerados
nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e
instalações industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de
saúde,
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos
órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos
os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades
agropecuárias e silviculturas, incluídos os relacionados a insumos
utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de
portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e
passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de
pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; os resíduos sólidos
são classificados quanto ao risco à saúde pública e ao meio ambiente
em: perigosos e não perigosos, sendo ainda este último grupo
subdividido em não inerte e inerte.
II - Quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos (classe I): aqueles que, em razão de
suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, podendo apresentam risco à saúde pública ou à
qualidade ambiental, provocando ou contribuindo para o aumento de
uma mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos
adversos ao meio ambiente, quando manuseados e dispostos de forma
inadequada. (ABNT, 2004)
b) resíduos não perigosos (Classe II): são aqueles não
enquadrados na alínea “a” (não são perigosos). Os resíduos não
perigosos (Classe II) subdividem-se em:
1) resíduos da classe II A: são aqueles que em função de suas
características não se enquadram nas classificações de resíduos classe
I (perigoso) e classe II (inertes). Esses resíduos podem apresentar
propriedades como solubilidade em água, biodegradabilidade ou
combustibilidade.
2) resíduos da classe II B: são resíduos submetidos ao teste
de solubilidade, não possuem nenhum de seus constituintes
solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade
da água (ABNT, 2004).

A figura abaixo ilustra a classificação dos resíduos não perigosos – Classe


II
Fonte: ABNT/NBR 10004 (2004 apud FELTRIN, 2014).

Um resíduo é considerado não inerte caso ele não seja enquadrado como
um resíduo perigoso (Classe I) ou resíduo Inerte (Classe II B). De acordo com
ABNT, (2004) comumente quando os resíduos não inertes apresentam as
seguintes propriedades:

• Biodegradabilidade: é a quebra de compostos químicos mediados


biologicamente. Isto significa que determinadas substâncias podem ser
utilizadas como substratos por micro-organismos capazes de produzirem
como resultado energia, outras substâncias, novos tecidos e novos
organismos. A Mineralização é a biodegradação ou quebra total das
moléculas orgânicas em CO2, água e compostos inorgânicos.
• Combustibilidade: é quando uma substância tem capacidade de entrar
em combustão e produzir energia, a exemplo das madeiras, dos tecidos
e dos papéis.
• Solubilidade em Água: são os constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto,
cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G (padrões de ensaios de
solubilização) depois de submetidos a um contato dinâmico e estático
com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente. Já os
resíduos que não tiverem seus constituintes solubilizados em água
conforme descrito acima, são classificados como inertes (ABNT/NBR
10004, 2004 apud FELTRIN, 2014).

O Quadro 1 apresenta outras legislações e normatizações (ABNT)


pertinentes dos resíduos sólidos.

Fonte: MMA: SNIR/ Legislação.2014

A caracterização consiste nos aspectos físico-químicos, biológicos,


qualitativo e/ou quantitativo das amostras. De acordo com a caracterização dos
resíduos, podese enfim classifica-los para a melhor escolha da destinação do
mesmo. Cumprindose assim a norma da ABNT NBR 10004/04 e também a lei
12.305 de agosto de 2010, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Descrição da origem do resíduo;
Estado físico;
Aspecto geral;
Cor;
Odor;
Grau de heterogeneidade;
Denominação do resíduo;
Estado físico;
Processo de origem;
Atividade industrial;
Constituinte principal;
Destinação;
Destinação final;
Aterro para resíduo perigoso;
Aterro sanitário (não perigoso);
Aterro de resíduo inerte (solubilidade);
Tratamento térmico (compostagem, incineração, co-
processamento).

Após a caracterização dos resíduos sólidos, é realizado a classificação dos


resíduos, que envolve a identificação da atividade que gerou determinado
resíduo, além dos seus constituintes.
A norma NBR 10004/04 da ABNT dispõe sobre a classificação dos
resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde
pública para que possam ser gerenciados adequadamente.
Segundo ABNT (2004), a norma classifica os resíduos nos seguintes
grupos:

1.3.1 Resíduos Classe I – Perigosos

Os resíduos considerados perigosos são aqueles que têm características


que podem colocar em risco as pessoas que manipulam ou que tem algum outro
tipo de contato com o material.
Fonte: www.koleta.com.br

Para um resíduo ser considerado perigoso, ele deve apresentar pelo


menos uma das características seguintes: inflamabilidade, corrosividade,
toxicidade, reatividade e/ou patogenicidade.
A NBR 10004/04 aponta critérios específicos para o profissional capacitado
classifique e avalie cada propriedade dos resíduos. A intenção é que se o
produto for
considerado “perigoso”, seja tomada as devidas providencias
para
manuseio, transporte e a correta destinação desses materiais. (ABNT, 2004)

1.3.2 Resíduos não perigosos não inertes (Classe II A)

São resíduos que não se apresentam como inflamáveis, corrosivos,


tóxicos, patogênicos, e nem possuem tendência a sofrer uma reação química.
Contudo, não se pode dizer que esses resíduos classe II A não trazem perigos
aos seres humanos ou ao meio ambiente.
Os materiais desta classe podem oferecer outras propriedades, sendo
biodegradáveis, comburentes ou solúveis em água.
Resíduos dessa classificação merecem a mesma cautela para destinação
final e tratamento do resíduo de classe I.

1.3.3 Resíduos não perigosos inertes (Classe II B)

Os resíduos dessa classificação não têm nenhuma das características dos


resíduos de classe I.
Porém, se mostram indiferentes ao contato com a água destilada ou
desionizada, quando expostos à temperatura média dos espaços exteriores dos
locais onde foram produzidos.
Com isso, não apresentam solubilidade ou combustibilidade para tirar a
boa potabilidade da água, a não ser no que diz respeito à mudança de cor,
turbidez e sabor, seguindo os parâmetros indicados no Anexo G da NBR
10004/04.
Após a classificação, deve-se elaborar um relatório ou laudo, contendo
informações sobre os resíduos. Desse modo é mais fácil para estabelecer qual
o melhor descarte final, tratamento, transporte, embalagens.

1.4 Outros tipos de resíduos sólidos

É importante destacar que há outros tipos de resíduos sólidos classificados


segundo a origem, como: resíduos hospitalares, agrícolas, industriais, da
construção civil, de varrição, comerciais, domésticos; os do tipo recicláveis e não
recicláveis.
No entanto, somente profissionais especializados podem indicar o melhor
descarte para esse tipo de resíduos. Não apenas o descarte, mas os cuidados
que devem ser tomados durante o processo de embalagem e transporte, e, até
mesmo indicar melhores procedimentos para reciclagem, tratamento e
destinação final. (ABNT, 2004)
1.5 Resíduos industriais

Os resíduos industriais são considerados os maiores responsáveis pela


poluição do meio ambiente. Para isso a melhor solução é o gerenciamento dos
resíduos sólidos industriais, possibilitando que as indústrias contribuam para um
meio ambiente menos poluído e mais saudável.

Fonte: www.saolourencoambiental.com.br

De acordo com Resolução 313 do Conselho Nacional do Meio Ambiente,


são considerados resíduos industriais todo aquele que:
Resulte das atividades das indústrias;
Se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso (quando
contido) ou líquido;
Cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso
soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da
melhor tecnologia possível.
Inclui-se também lodos provenientes de sistemas de tratamento de
efluentes líquidos e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle
de poluição. Sendo assim, todo remanescente da atividade industrial que
preencha esses requisitos é considerado resíduo industrial. (ABNT, 2004)

Você também pode gostar