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Aula 3 - Classificação dos Resíduos

Sólidos

Na aula anterior estudamos os principais conceitos sobre os resíduos e o


trabalho na gestão dos RSU. Nesta aula estudaremos a classificação, etapa
importante no gerenciamento, pois para encontrar uma solução viável à
disposição final dos resíduos é necessário, antes de tudo, classificá-los de
forma correta.

3.1 A Classificação dos resíduos

Figura 3.1: Resíduos sólidos


Fonte: http://commons.wikimedia.org/

De acordo com a NBR 10004/04 os resíduos dividem-se em:

• Classe I – Perigosos – resíduos que em função de suas características


de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenici-
dade, podem apresentar riscos à saúde pública, provocando ou contri-
Patogenicidade: capaz de
buindo para o aumento de mortalidade ou incidência de doenças e/ou provocar doenças.
apresentar efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou
dispostos de forma inadequada. Enquadram-se nesta classe os resíduos
sólidos industriais e de serviços de saúde.

• Classe II – Não perigosos, que estão divididos em:

–– Classe II A – Não inertes – resíduos sólidos que não se enquadram na


Classe I (perigosos) ou na Classe II B (inertes). Estes resíduos podem
ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade, ou
solubilidade em água. Enquadram-se nesta classe os resíduos sólidos
domiciliares.

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–– Classe II B – Inertes – resíduos sólidos que, submetidos a testes de
solubilização, não apresentam nenhum de seus constituintes solubiliza-
dos em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água,
excetuando-se os padrões aspecto, cor, turbidez e sabor. Nesta classe
enquadram-se principalmente os resíduos de construção e demolição.

Os resíduos hospitalares, ou de serviços de saúde, são aqueles gerados pe-


las diferentes áreas dos hospitais: refeitório, centro cirúrgico, administração,
limpeza, entre outras. Fazem parte desta classe os resíduos vindos de farmá-
cias, postos de saúde, clínicas médicas, odontológicas, veterinárias e outros
estabelecimentos do gênero (SILVA, 2008).

Esse tipo de resíduo apresenta altos riscos de contaminação e, por isso, é


conhecido como resíduo patológico.

Importante
Nos processos de programas educacionais, normalmente classificam-se
os resíduos em secos e molhados.

Os secos são compostos por materiais potencialmente recicláveis, en-


quanto os molhados correspondem à parte orgânica dos resíduos (so-
bras de alimentos, cascas de frutas, restos de poda, entre outros). Essa
classificação é muito utilizada nos programas de coleta seletiva por ser
facilmente compreendida pela população.

3.2 Características dos resíduos


Outro ponto importante a se considerar nos programas de Gestão são as
características dos resíduos:

Características físicas

• Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente


em relação ao peso total do lixo.

• Peso específico: é o peso dos resíduos em função do volume por eles


ocupado, expresso em kg/m³. Sua determinação é fundamental para o
dimensionamento de equipamentos e instalações.

• Teor de umidade: esta característica tem influência decisiva, principal-


mente nos processos de tratamento e destinação do lixo. Varia muito em
função das estações do ano e da incidência de chuvas.

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• Compressividade: também conhecida como grau de compactação, in-
dica a redução de volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando
submetida a uma pressão determinada. A compressividade do lixo situa- Dica de vídeo!!!
-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão equivalente a 4 kg/cm2. Tais valores Assista a Sopa de Lixo no Pacífico e
reflita sobre a importância da Gestão de
são utilizados para dimensionamento de equipamentos compactadores. resíduos na Conservação da Natureza.
http://www.youtube.com/
watch?v=XwvYzmk-NjY
• Chorume: substância líquida decorrente da decomposição de material Poste a sua opinião em nossos fóruns.
orgânico.

Resumo
Abordamos nesta aula uma importante etapa no gerenciamento dos resíduos:
a Classificação. Existem basicamente dois tipos segundo a ABNT 10004/04:
Os resíduos perigosos (Classe I) e os não perigosos (Classe II). Este último
está dividido em duas subclasses: Classe II A (não inertes, exemplo: resíduo
doméstico) e Classe II B (inertes, exemplo: caliças). Vimos ainda algumas ca-
racterísticas importantes dos resíduos, como a composição gravimétrica, a
densidade (peso específico), o teor de umidade, etc., tudo isso é importante
para a escolha do melhor tratamento e disposição final dos mesmos.

Mas a problemática dos resíduos sólidos é local ou global? É o que iremos


discutir em nossas próximas aulas.

Atividades de aprendizagem
1. Garrafas PET de refrigerante devem ser classificadas como qual classe de
resíduo segundo as normas da ABNT?

2. E se as garrafas PET da questão anterior estiverem sido utilizadas para


transportar ou armazenar gasolina? Que tipo de classe ela pertenceria
agora?

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